Escola de Mitos escrita por jessy06


Capítulo 3
Capítulo 2 - A realidade




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Por um momento fiquei um pouco confusa não sabia do que ele estava a falar, aquilo era novo na minha cabeça.


 - Jason. Que conversa é essa eu não tenho segredo nenhum, e nem sei de que está a falar.


 - Não! Então porque estás no colégio de artes?


 - Porque estou a seguir algo que tem a haver com artes, não!


 - Então porquê naquele colégio há outra para ti…era isto que eu queria que não acontecesse no primeiro dia mas não me tas a dar outra escolha.


 - O quê? Porque razão não posso estar naquele colégio está a falar como eu não fosse humana, e o que não querias que acontece-se?


 - Isso mesmo como tu não fosses humana, consideras-te humana eu também me gostava de considerar mas não posso porque sou o que sou… - Jason tinha os olhos a inundarem se de lágrimas mas tentava conte-las.


 - Desculpa… – a minha voz parecia falhar e o tom da minha voz diminuía a cada palavra que dizia. – eu não queria ofender-te, mas só te quero dizer mais uma coisa por muitas coisas que tu digas eu sou uma simples e desajeitada humana.


 Jason virou-se na minha direcção e agarrou-me pelo rosto.


 - Desculpa…repete o que disseste?


 - Eu sou uma simples humana que está a estudar artes.


 - Não pode ser então o que está a fazer naquele colégio? Aquele colégio é só para pessoas como eu.


 - Como assim tens algum problema? – Olhos de Jason já não aguentavam com tantas lágrimas que começaram lhe a escorrer pelo rosto, Jason retirou as mãos a pressa para limpar as lágrima, escapando-lhe uma que estava no canto da boca, estiquei a não para a limpar.


 - O que foi?


 - Tens uma lágrima no canto da boca.


 - Promete-me que não vais assustares-te com o que vai ver? – Sentou-se o sofá e encostou a cabeça para trás.


 -com o que me podia… - não tive tempo para acabar a frase, bolhas de agua começaram a rodear o corpo de Jason, numa fracção de segundos o Jason não era o Jason mas sim algo de tronco despido e uma cauda dourada, recuei dois passos ao qual bati na mesa que tinha um candeeiro.


 - Por favor nina não te assustes, continuo a ser eu.


 Não podia ser os olhos dele estava outra vez com aquele verde agua.


 - Como é que… – não tinha palavras para o que estava a acontecer. – Como é que…isto te aconteceu? Tu não és uma pessoa mas um…


 - Sou uma sereia e se não te importas preciso de uma toalha ou um secador para secar a cauda.


 - Eu…eu vou buscar uma toalha.


 Foi a correr, entrei no corredor e parei a entrada do quarto, seria que estava a sonhar ou tinha batido com a cabeça, não seria possível, uma sereia, o meu primeiro amigo nesta cidade seria uma sereia. Fechei os olhos por um instante e abanei a cabeça, isto não passa de um simples sonho.


 - Nina, está todo bem, ainda demoras muito eles podem chegar mais cedo.


 Afinal não era um sonho era bem real, peguei na primeira toalha que vi.


 - toma. Achas que serve?


 - sim…


 Mantinha os meus olhos na cauda dourada que lhe cobria as pernas, quando ele para de passar a toalha pela cauda e devolve-ma, pensei, por que razão quer secar a cauda se está na mesma, segundos depois lá esta o Jason que eu conheci a entra da minha porta, ao inicio tive receio de falar mas que mal tinha ele teria de me explicar na mesma.


 - Acha que agora me podes explicar isto todo?


 - Claro. Primeiro que todo desculpa, em segundo lugar eu não sabia que aceitavam humanos naquele colégio e em ultimo lugar sim eu sou uma sereia e quando estou em contacto com a água fico com cauda. – será que o Tom tinha-me inscrito no colégio errado.


 - E a mudança de cor de olhos tem a haver com isto?


 - Sim. Os meus olhos mudam de cor conforme as situações.


 - Que tipo de situações?


 - com a transformação ficam sempre azuis água, se estiver algo perigoso por perto ficam cinzentos.


 - E pelo menos podes me dizer qual é a que eu vou ver mais vezes. – a pergunta parecia uma parvoíce mas agora qualquer coisa contava.


 - Bem…se for fora do colégio podes velos azuis, no colégio vês-nos cinzentos.


 - Em relação ao colégio eu não devia estar lá por não aceitarem humanos! Quer dizer que são todos iguais a ti. Certo?


 Jason começou a riu-se, como se eu tivesse acertado em cheio.


 - Quem me dera mas não, até estamos em minoria.


 - Há… então se não há “humanos” no colégio e se as sereias estão em minoria o que há naquele colégio, tubarões?


 - Nina! Tão imaginativa, lembras-te de te falar de ficares teres de ficar na turma dos meus amigos, bem eles são…


 - Não! Espera deixa-me adivinhar? Por favor…


 - E achas que consegues?


 - E que tal eu ir dizendo aos poucos e tu aprovares?


 - Por mim…


 - Então cá vai, tem penas.


 - sim!


 - tem asas, e uma aureola na cabeça


 - sim e não.


 - palavra final, anjos.


 - como é que sabias?


 - tu decais-te lá em baixo, se não te lembras? Memoria de peixe.


 - não precisas de ofender e eles não tem aureola só asas…bem que mais queres saber.


 Agora já em me custava ouvir aquilo, vendo o que vi já nada me assustaria.


 - bem eles são simpáticos?


 - sim todos.


 - vou-te fazer uma pergunta parva mas…, vocês têm aquilo que normalmente se vê nas escolas a rapariga e o rapaz mais populares?


 - tipo aqueles que as raparigas acham o mais giro do colégio todo?


 Abanei com a cabeça, mordendo o lábio inferior.


 - bem é muito difícil escolher o mais ou a mais gira, e nos falamos todos e não há daqueles grupos de mesas.


 - isso é óptimo! Então não vou ter problemas nesse colégio toda a gente se dá bem, não há grupos e…


 Jason tossiu para dentro como o que estivesse a dizer não fosse bem assim.


 - bem acho que por hoje já chega de noticias vamos fazer algo divertido, faltam dois dias e temos de aproveitar-lhos bem – Jason parecia bastante mais aliviado depois de eu saber a verdade, mas havia ainda algo que ele me escondia.


 - bem já que está sol podemos… - o telefone tocou pondo-me em sobressalto, peguei no telemóvel apressada , a minha mãe que nunca me ligava nenhuma estava a telefonar não é possível, será que agora começou a preocupar-se comigo que parva quando precisei não me disse absolutamente nada e abandonou-me nas festas e momentos importantes, como é que…


 - nina não vais atender? – disse Jason interrompendo o meu raciocínio


 - hum…


 - o telefone está a tocar pode ser importante.


 - sim.


 Premi a tecla muito devagar com medo de a confortar, deixei o telefone em altifalante, para que o Jason percebesse por que razão iria mudar o tom de voz,  de humor e a choradeira que iria fazer ao lembrar-me de toda a minha vida sem ela.


 - fala – disse com o nó dentro da garganta que nunca se desfez quando estou a falar com ela.


 - estava a ver que ninguém me atendia, bem…como é a casa? Estás a gostar? – isto todo me estava a assustar para quê tanta pergunta agora.


 - o que se passa, precisas de alguma coisa se não tenho de ir.


 - Nina, não sejas assim eu sei nestes últimos tempos não tenho sido muito atenciosa.


 - últimos tempos! Não brinques comigo porque caso não saibas eu tenho dezassete não quatro, e tu passaste dezassete anos na mesma casa que eu e nunca me disseste nada.


 - por favor..


 - por favor nada! Esquece tenho a dizer que estou adorar e agora que já sabes não precisas de ligar nos próximos vinte anos. – Quando me apercebi estava a gritar e o Jason olhava-me com uma cara de chocado como é que eu era capaz de dizer aquilo.


 - eu sei que… esquece diz ao teu pai que eu não vou e… - percebi que ela estava a chorar aquela lágrimas estavam a dar-me vontade de me rir de nervos, por ela estar a sofre pela primeira vez. – Quando melhorares achas que queres vir aqui passar umas ferias, acho que vais gostar do ambiente.


 - Eu digo, e nem penses, é tudo?


 - Sim… beijos, gosto muito de ti.


 - Adeus. Até nunca mais – disse depois de desligar o telefone, naquele momento senti-me como se tivesse… possuída, sentia-me bem comigo própria e agora sabia que ela estava a sentir todo o que eu tive de sofrer durante estes anos todos.


 - Está bem? Parece que acabei de conhecer a tua faceta de má.


 - sabes com gente como a minha mãe tem de se falar – suspirei – desta maneira.


 - ela fez-te algum mal?


 - não. Para dizer a verdade fez o pior que uma mãe pode fazer a uma filha – senti-me furiosa ao dizer a palavra mãe – gerou-me, reproduziu-me, deu-me vida, e depois de eu já ser mais um “alguém” neste mundo esqueceu-se de mim.


 - lamento, ás vezes também me passo com a minha mãe, estavas a dizer algo antes de o telefone tocar.


 Já não me conseguia lembrar do que era, tentei-me esforçar para lembrar até que… o telefone voltou a tocar, mas desta vez em sinal de mensagem, ri-me para dentro ao ler:


 


Nina espero que não te importes mas eu vou chegar tarde, vou jantar com a rose, diz ao Jason que pode ficar ai a espera da irmã. Beijinhos, adoro-te querida.


 


 - parece que vais ficar cá até tarde, espero que não te importes.


 - porque razão? Não há problema


 - O meu pai vai jantar com a tua irmã, parece que estão a dar-se bem – lembrei-me do que estava para dizer antes do telefonema da minha… da Jennifer. – Bem o que achas de me ires ajudar com as coisas para o colégio?


 - Sim acho que é uma óptima ideia.


 


*


*      *


 


 O tempo passou a correr, com o cansaço da viagem acabei por adormecer no sofá com Jason a meu lado acariciando-me o cabelo.


 No dia seguinte ao dirigir-me para a cozinha Mary estava a preparar o pequeno-almoço o meu pai estava na bancada a ler o jornal, sentei-me a seu lado sem preferir uma única palavra pois sabia que ele não iria falar ali sobre o encontro com a Rose.


 - bom dia, acordas-te bem, dentro de agua.


 - sim, para primeira noite foi muito bom. – o silencio instalou-se outra vez parecia que estávamos chateado, olhei para o relógio que estava colocado na parede da cozinha e reparei que já eram dez hora.


 - Oh! Já é tão tarde.


 - Sim. Há algum problema tens algum encontro marcado?


 - Não seja doído só estou admirada não é normal. – Tom riu-me baixo por a minha admiração, a minha hora de despertar era sempre ás oito. – ah! Já me esquecia a… - a frente do tom tinha de tratar a Jennifer por mãe, o que me custava mais do que comer malaguetas. – a ma…


 - Não te esforces, eu já sei, a Jennifer ligou-me e disse que tu tinhas sido arrogante, o que se passa contigo?


 - Pronto tinha de se ir queixar, será que…


 - Nina! Pára – nunca tinha visto aquele lado do meu pai, o defensor da má da história. – Ela é tua mãe e quem sabe se um dia não vais precisar dela e depois?


 - E depois acho que nunca vou precisar dela.


 - Achas! Então não tentes a certeza?


 - tenho a certeza – o lado mau é que Tom apanhava sempre as palavras de duvida, negação, ou incerteza. – E espero que ela nunca mais me telefone.


 - Bem o que é que ela te disse?


 Fiquei confusa, se ela tinha telefonado ao Tom para que me estava a perguntar aquilo – ela disse que não podia ir ou vir já não me lembro bem. – Agora que reflectia bem ir ou vir a onde? Será que ela estava a pensar vir ver a casa.


 - ah! Já sei o que é, terei de a convencer, bem vou ter de ir ao centro da cidade levar umas coisas. E… tu devias arranjar-te e ir ao colégio para saber onde vais ficar e os horários.


 - tem de ser hoje? Ainda posso ir lá amanhã.


 - tu lá sabes , bem, eu vou embora volto antes de almoço.


 - adeus. – Dirigi-me para o lado de Mary e olhei para o tacho que tinha ao lume vi que o almoço seria legumes, uma coisa que não gosto muito, parecia ser bom – Mary posso perguntar uma coisa? – não sabia se devia fazer aquela pergunta mas se o Tom não me respondia podia ser que a Mary conseguisse.


 - claro, só toda de ouvidos.


 - bem ontem há tarde foram dar um passeio, certo. – uma das manias que eu tinha de deixar perguntar as coisas os poucos mas acho que foi uma das coisas que herdei de Tom.


 - sim.


 - E depois o que foi que o meu pai fez consigo e com a Ricky? Levou-as a casa?


 - não estou a perceber menina – a expressão de Mary era de pensativa e confusa – espere ai  está a tentar saber o que aconteceu entre o seu pai e a Rose, não é?


 Mordi o lábio e abanei a cabeça de cima para baixo – peço, prometo que não lhe conto que foi a Mary que me disse, por favor.


 - Está bem, mas a menina nina tem de fingir que não sabe de nada.


 - Prometo, e já agora trate-me por tu, não gosto dessas coisas de ricos apesar de o ser.


 - sim meni… Nina. Bem, fomos a praia bebemos um café e um sumo tivemos a falar sobre trabalho quando demos por nós já eram sete hora então o seu pai... – interrompia tossindo para dentro para chamar a atenção da palavra que Mary estava a usar – desculp…a é a mania, continuando o teu pai disse que nos levava a casa.


 Durante toda a tarde o teu pai manteve os olhos na Rose, por isso dissemos que íamos de autocarro, para não incomodar depois não sei o que aconteceu.


 - Hum… está bem.


 - Tens de perguntar a ele o que aconteceu.


 - Sim, bem eu vou lá dentro se for preciso alguma coisa é só dizer Mary – enquanto caminhava para a porta lembre-me de algo – Mary, onde está a Ricky e a Rose?


 - A Ricky foi as compras por mim e a rose está em casa parece que o irmão teve um problema e ela teve de ficar com ele.


 - Um problema? – Murmurei para mim mesma, ainda ontem o Jason estava tão bem que problema teria ele, seria que era por causa daquilo.


 Deparei-me com a Mary a olhar através da janela e a rir-se alegremente. O dia estava bonito havia poucas nuvens no céu e o sol brilhava bem alto. Pelas vozes parecia pessoas novas jovens como eu, aproximei-me da janela para ver quem era.


 Eram três jovens, uma rapariga e dois rapazes, todos eles era altos e pareciam ter vinte e poucos anos.


 - quem são eles? – a minha pergunta iria ser parva mas…


 - o rapaz que está sentado é teu vizinho chama-se Ryan é um rapaz muito querido, o outro é o Tomé ele é novo na cidade mas adoptou-se muito bem anda sempre com eles e é um pouco estranho e a rapariga é a Natasha é namorada do Tomé e é muito tímida mas também criativa, todos eles andam no colégio.


 - parecem ser simpáticos – olhei para a entrada e o carteiro estava a colocar cartas na caixa – ainda agora chegamos e já temos correio, vou buscá-lo.


 Vesti o meu casaco azul metálico que estava em cima do sofá e calcei as minhas sabrinas pretas abri a porta demorei algum tempo ajustar a visão a claridade que já não via á dois dias o que em Los angeles era escasso abri a porta da caixa do correio e havia apenas cartas para o Tom – trabalho, trabalho, trabalho e oh… uma carta do colégio. – Abri-a á pressa para ver que viria dali, turmas, horários, plantas do colégio, para minha admiração a folha só continha uma turma – 11º V1, mas que, nunca vi turmas assim o que será isto espero que seja a turma do Jason.


 Por detrás alguém começou a ri-se de mim.


  - Acho que não tens tanta sorte como pensas essa turma não é tão doce como a que tu queres.


 - Ah… para a próxima avisa que estás aí a trás.


 - Desculpa. Eu sou o Ryan parece que somos vizinhos.


 - Sim. Como é que sabes que a turma não é a que eu quero?


 - Bem tu estavas á espera que essa fosse a turma do Jason não era? E Jason só conheço um, com barbatanas, claro.


 - como é que tu sabes que ele tem que ele…é… uma sereia. – como é que ele podia saber disso não era possível.


 Ao acabar de dizer tais palavras ele prendeu as minhas costas no seu tronco e tampo-me a boca, o seu corpo era como de uma bola de fogo se trata.


 - Chiuu… ninguém pode-te ouvir sabes que isto é um segredo.


 - está tão quente, sentes-te bem?


 - sim, sou mesmo assim. Mas vê se tens mais cuidado.


 Os outros dois começaram-se aproximar de nós. Com os três no meu campo de vista via que todos eles eram parecidos. Ryan continuava a agarra-me com demasiada força o que me estava a fazer sufocar e a sua pele estava a arder sobre a minha.


 - Sim, mas podes… estou a ficar sem ar, por favor – a rapariga aproximou-se de mim para apresentar-se e o outro rapaz vinha de atrás dela de mão dada com receio.


 - Olá, sou a Natasha, parece que vais ser do nosso colégio – os olhos dela estava a analisar-me para tentar perceber algo – Tomé tem calma ela não é perigosa até acho que é mansa de mais.


 Mas que, perigosa, eu nem a uma mosca só capaz de fazer mal, que acusação estava-me ela a fazer.


 - Bem então que turma é esta? É a vossa?


 - Que turma é? – Perguntou Natasha curiosa para saber se era a dela.


 - Acho que não vais gostar de saber – disse Ryan com uma expressão de constrangimento.


 Os olhos de Tomé ficaram castanhos avermelhados e parecia contrair-se contra si mesmo em sinal de medo, Natasha apertava ainda mais a sua mão para acalmar-se.


 - Não me digas que é dos… - Tomé também estava com uma expressão de perigo.


 Ryan apenas deu-se ao trabalho de acenar com a cabeça, parecia ser difícil falar sobre aquele assunto, como se aquela turma tivesse morto alguém.


 - O que tem esta turma de mal?


 - Nada simplesmente nada, só que a Natasha não gosta de uma rapaz dessa turma.


 - Nina, certo?


 - Sim – acho que nem me tinha apresentado com aquela confusão toda, mas parecia que já era conversa na cidade, como é normal ao chegar alguém novo a cidade há logo mexerico.


 - o que és tu? Quer dizer, és humana? – a Natasha estava a murmurar a sua voz parecia um sussurro.


 - Sim, o Jason já me tinha falado sobre o colégio não ser frequentada por… – baixei o tom de voz para que ninguém, excepto eles, ouvisse. – Humanos. Ah, já sei vocês são os amigos do Jason?


 Os três ficaram sérios a olhar para mim e começaram a rir-se, porque motivo estavam a rir-me.


 - Nina achas que eu tenho cara de ter asas?


 - Bem é sempre uma hipótese.


 Ryan fixou o horizonte e os seus olhos ceraram-se em sinal de problemas.


 - Acho melhor irmos andando, até logo se não nos virmos até manhã. – Ryan olhou para o fundo da rua e apresou-se para que houvesse problemas.


 - adeus – tive de gritar por eles já estarem do outro lado da rua.


 Senti algo atrás de mim.


 - olá nina está tudo bem? – antes de ter-me dirigido a palavra murmurou algo que me pareceu ser “rafeiros”, mas não liguei.


 Antes de me virar percebi pela voz era o Jason, virei-me rapidamente ficando colada a ele, não me tinha apercebido que ele estava tão perto.


 - olá Jason, a Mary disse-me que tu estavas com um problema e a tua irmã tinha ficado contigo. – o ar de Jason era muito soldável,  sua pele ao sol voltava a ter os brilhos dourados como a pele dele fosse ouro, os olhos estavam cinzentos, definitivamente não percebia nada dos seus olhos, por que razão estariam cinzentos – os teus olhos estão cinzentos.


 - O teu pai está em casa?


 - Não foi levar umas coisas ao escritório mas se precisares de alguma coisa diz. – Percebi que ele tinha mudado de assunto rapidamente.


 - Uma carta do colégio, é a tua turma?


 - sim chegou agora mesmo. – Ainda estava a pensar na razão daquela cor nos seus olhos.


 - e então és de que turma? Das nossas claro, o director não te iria por em perigo. – Em perigo que queria ele referir-se com aquilo?


 - Acho que não vais gostar da notícia mas eu não sou da turma dos teus colegas.


 - Qual é a turma que tens?


 - 11º V1, o que achas.


 - Não! – Jason gritou levando as mãos a cabeça e puxando o cabelo – tens a certeza? Leste bem pode ser A em vez de um V, deixa-me ver. – A sua voz estava mais calma mas mesmo assim nervosa.


 - Não, é mesmo um V, toma vê – estiquei o papel na sua direcção, arrancou-mo da mão e começou a abanar a cabeça. – Mas o que se passa mas ninguém gosta dessa turma que mal é que ela vos fez?


 - o director não pode fazer isto será que acha que tu  és, bem branca como tu és qualquer um acharia que tu és um deles – resmungou para si mesmo – nina promete-me que vais falar com o director do colégio e lhe dizes que és uma simples humana, promete-me.


 - está bem eu vou amanha falar com ele, mas o que são eles?


 - quem? – Jason estava tão atrapalhado com aquilo que nem estava a ligar ao que eu estava a dizer. – Desculpa nina, estou mesmo parvo com isto.


 - não há problema, estou a referir-me aos da turma?


 - bem acho melhor eu não te dizer já, primeiro fala com o director.


 - o que precisavas do Tom.


 - hum… ah, a minha irmã pediu-me para lhe dizer – e começou  a fazer a voz aguda da sua irmã – “não tem importância, e que percebo que queira resolver os problemas entre as duas, a nina está primeiro lugar”, e pronto é isto que tenho para ti, quer dizer para o teu pai.


 - hum… o que quererá a tua irmã dizer com isso de resolver as coisas com as duas?


 - não faço a mínima, bem vou ter de ir, amanhã.


 - sim já sei, vou falar com o director.


 - isso, adeus pérola. – Aproximou-se que mim de beijou-me a face.


 - adeus Jason.


 Seria que eu estava a ver bem, o Jason estava a tentar aproximar-se de mim demais, a sua paixoneta por mim notava-se a um quilómetro de distância, pensava naquilo que ele me tinha dito o que quereria a irmã dizer com aquilo, estava a ver que há noite teria de ir falar sobre muita coisa com o Tom.


 Parei a meio lembrando-me de algo que tinha estado a falar com Jason no dia anterior, já sabia de onde vinha os olhos cinzentos, porque razão estaria ele em perigo. Não havia nada que o pode-se fazer mal.


 Meti a correspondência em cima da bancada e sentei-me no sofá. Comecei a relacionar as coisas, antes de o Jason vir o Ryan e os pombinhos, a Natasha e o Tomé, saíram a correr ao verem-no no fundo da rua, será que o Ryan não se dá bem com o Jason e por isso é que os seus olhos estavam assim.


 Em relação a conversa do meu pai pensei ontem a Jennifer tinha dito que não podia vir e hoje de manhã o meu pai disse que tinha de ir convencer e agora a irmã do Jason disse que é melhor resolver as coisas entre nós, só queria dizer que ela viria visitar-me. Desta noite não passava teria de falar com Tom sobre muitas coisas.


 Já eram nove hora o céu ainda estava claro a lua brilhava entre as poucas nuvens que eram visíveis.


 - Tom. – Não tive outra maneira para começar se não chama-lo a atenção 


 - Sim, há algum problema? – Tom dobrou o jornal e colocou-o no seu colo.


 - Não é um é uma data deles.


 - Então diz.


 - Bem – não sabia por qual começar, pensei que o melhor era dar-lhe primeiro o recado de Rose e como tinha corrido o jantar de ontem e depois falar sobre a Jennifer – a Rose telefonou – mentira, não lhe ia contar que Jason tinha estado aqui se tinha um problema – e disse que não havia problema e que percebia que quisesses resolver os problemas entre elas.


 - Foi só isso?


 - Sim, esperavas mais alguma coisa?


 - Não, não.


 - Como é que correu o jantar com rose?


 - Bem. – Tom pegou novamente no jornal para que não lhe pudesse ver a cara de felicidade ao falar na Rose.


 - Hum. – Parecia que Tom não estava muito inclinado para falar sobre o assunto, por isso, decidi enfrenta-lo com a Jennifer – a… – não sei seria capaz de dele perguntar aquilo – a Jennifer vem cá a casa?


  Tom tirou novamente o jornal da sua frente e enroscou-se entre as almofadas. – O quê? Como é que sabes.


 - Quer dizer que é verdade? – Afinal estava certa, separou-se dela e já está a coloca-la dentro de casa, outra vez – eu sabia nem penses que eu vou passar um minuto que seja a partilhar o ar com essa senhora.


 Tom levantou-se mandando o jornal para o chão e metendo-se há minha frente, com o dedo indicador apontado


 - é verdade, e essa senhora é tua mãe, quer te custe ou não mas é a vida minha menina foi ela que te criou.


 - sim mas não penses que eu vou-me voltar a dar bem com ela, ela deixou-nos pendurados em todas as festa que tivemos e agora queres que eu fale bem com ela, nem penses.


 - nina tu tens a opinião errada da tua mãe.


 - e que ideia é que eu tenho?


 - tu culpas a tua mãe de não estar presente nas festas mas sabes que o trabalho não ajuda.


 - e qual é a impressão que devia ter?


 - Bem… numa coisa está certa – a expressão de Tom era inconfundível, era a que ele fazia quando morria alguém ou sentia-se traído por alguém – tu não sabes a verdade sobre a razão do divorcio.


 - o quê! – não podia ser tanto tempo e agora Tom diz-me que o que eu sai não é a realidade. – Afinal qual é a verdadeira razão?


 - a Jennifer há dois meses atrás teve fora como te deves lembrar – a Jennifer viajava muito passava a vida na Europa a fazer negócios – e durante essa ausência ela conheceu muitas pessoas. – Tom parou por ali como se o assunto lhe tivesse a incomodar, fiz sinal com a cabeça apoiando o cotovelo no seu ombro para que prosseguisse – o empresário com que a Jennifer foi fazer a compra – a Jennifer trabalhava numa empresa de tecido, e os tecidos europeus eram os melhores – era de Milão – e mais uma vez parou, Milão era a capital da moda por isso é claro que era um bom negocio. Ainda não conseguia perceber onde Tom queria chegar, por ter outro assunto na cabeça – ela viajou com ele até Milão para verem algumas fabricas, lojas, desfiles, etc. até que o empresário olha para ela de maneira diferente e tratava-a como se fosse de porcelana, está a entender onde eu quero chegar? – Agora sim estava a perceber tudo o empresário estava a ficar apaixonado pela Jennifer, eu tinha de admitir, a Jennifer sempre foi uma mulher muito bonita, morena de olhos verde vivo com um com de pele escura, ao que eu não tinha herdado, e bastante alta, Tom continuo – a Jennifer já tinha reparado no “fraquinho” – disse a ultima palavra levantando as mãos e erguendo dois dedos de cada mão para fazer as aspas – depois ela começou a acha-lo atraente e pronto o resto acho que não preciso de dizer. – Tom estava a fazer um grande esforço para que as lágrimas não lhe corressem pela face.


 Não conseguia acreditar a Jennifer deixou o Tom sofrer, como podia ser capaz agora é que não falava com ela, de maneira nenhuma.


 - Desculpa, mas como é que não a queres culpar disto tudo, foi ela que… – hesitei sem saber que palavra seria mais adequada – ela virou-te as costas.


 - não Nina não é bem assim – os seus olhos já não aguentavam mais, quando que elas lágrimas começaram a cair pela face como cristais. – Nina promete que vais falar com a tua mãe e perdoa-la.


 - eu prometo – depois é que reflecti eu tinha prometido e eu não sabia se estaria a fazer bem.


 - eu também me afastei da tua mãe depois de… - e ai as lágrimas começaram a escorrer com mais frequência – quando ela foi ao medico por causa da queda que deu na Califórnia.


 A Jennifer tal como eu era muito desajeitada e a queda era o nosso forte não passávamos uma semana sem uma nódoa negra, um arranhão ou algo partido. O que se sucedeu na Califórnia foi uma queda que podia ter sido muito pior, a Jennifer caiu de um vau de escadas batendo com a cabeça no chão, ficou inconsciente e teve dois dias em coma.


 Tom prosseguiu o seu raciocínio, com a voz roca e muito baixa quase um murmurinho.


 - Depois do coma o medico esteve a falar comigo e contou-me que… ela tinha um tumor na cabeça que podia ser fatal ao desenvolver-se, a partir dai ela começou a vigiada e está á espera para retirar aquela maldita coisa da cabeça.


 O quê? Não podia estar a acreditar no que estava a ouvir a Jennifer tinha um tumor cerebral, dai a razão porque ela andava tão mal encarada e não comia nada, e agora vai ser operada.


 - a lista é muito vaga por isso ainda vai ter de esperar um ou dois meses, o pior é que não saberemos como é que ela vai sair de lá.


 - como assim?


 - ela pode sair a andar pelo seu próprio pé, numa cadeira de roda ou… dentro de um cachão – estremeci quando proferiu a ultima palavra, um cachão?


 - mas qual é a maior probabilidade?


 - sair pelo próprio pé. – respirei fundo para me tentar controlar sentia-me mal por tudo o que lhe tinha dito no dia anterior.


 Em sinal e encerramento do assunto Tom levantou-se e disse a frase final.


 “e esta é a realidade sobre o divorcio, a nossa família e vida”  


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