Do Seu Lado escrita por Ana Mellark Cullen Lovegood


Capítulo 7
Cinema


Notas iniciais do capítulo

E aí, meus leitores? Voltei antes do esperado! Como eu disse, eu estou tentando, quem sabe eu não consigo? Bem, não quero enrolar ninguém, então aí vai a história.



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Ainda não tinha entendido muito bem porque o Finnick Odair estava num encontro comigo, mas não comentei nada sobre o assunto. Estávamos vendo uma típica comédia romântica, onde todos os casais do cinema se beijam do início ao fim do filme, porém eu estava nervosa e ria bastante, mesmo quando era uma piada sem graça. No entanto, Finn parecia não perceber o meu desconforto e simplesmente levantou o encosto de braço e passou o seu traço ao meu redor. Eu sabia o que aquilo significava, ele estava fazendo o movimento dele, mostrando que estava afim, porém eu não me senti segura ainda, então apenas me aconcheguei nele.

Acho que essa não foi a reação que ele esperava, pois pouco tempo depois ele se mexeu meio incomodado, e quando eu olhei para ele para tentar entender o que estava acontecendo, ele me beijou.

A princípio eu fiquei meio surpresa, afinal, ele me beijou do nada e eu não estava esperando, mas depois comecei a apreciar o beijo, contudo, no fundo eu estava sentindo como se aquilo fosse errado, como se eu não devesse beijá-lo. Fiquei tentando ignorar aquela sensação, mas ela parecia muito forte e eu não entendia o porquê daquilo. Só sentia que não estava certo, mas não deixei transparecer, o beijei da mesma forma que ele me beijava, com desejo. Pouco tempo se passou e ele ficou mais atrevido, descendo a mão do meu pescoço para o meu peito, e eu recuei.

—Opa, pera aí, o que você está fazendo?

—Desculpe-me, eu me deixei levar demais, não queria insultá-la.

—Ok.

Voltamos a assistir o filme e passaram-se alguns minutos estranhos, até ele dizer:

—Sei que num cinema devemos assistir o filme, mas eu queria muito saber mais de você.

—Então por que não me convidou para jantar?

—Isso não seria estranho, não?

—Na nossa idade talvez sim, mas eu leio tantos livros que isso me parece romântico.

—Sério? Então da próxima vai ser um jantar.

—E quem te garante que vai ter uma próxima? Eu disse que parece romântico e não que eu iria gostar. Além disso, o segundo encontro depende do primeiro.

Acho que eu falei demais e falei besteira, pois isso deixou ele quieto por mais uns minutos.

—Ei, eu não queria falar desse jeito, só… bem, você disse que queria saber mais sobre mim, então, pode perguntar o que você quiser.

—O que eu quiser?

—Sim, o que você quiser.

E ele me olhou com uma cara que eu me arrepender de ter dito isso.

—Ok, vou fazer uma fácil. Se você lê muito, e imagino que leia romance porque disse que eu te convidar para jantar seria romântico, por que não gosta de romance na vida real?

—Bem, eu nunca disse que não gosto de romance na vida real, só que eu não me sinto confortável em muitos situações românticas, e também, fico pensando que se for para viver um romance, teria que ser com a pessoa certa.

Depois de ter falado isso tudo eu fiquei envergonhada, percebi que me abri mais do que esperava e não sei se gostei. Mas ele pareceu gostar da minha resposta.

—Faz todo o sentido, já que gosta tanto de ler, me conte, quais são os seus livros favoritos?

—Sério? Essa pergunta?

—Você disse que poderia ser qualquer uma, mas se não quiser responder não precisa.

—Tudo bem, não é uma pergunta ruim, só é difícil, porque eu não consigo escolher, gosto muito de uma variedade enorme de livros, mas ok, deixa eu pensar… Bem, acho que um dos meus favoritos mesmo é Harry Potter, mas também gosto muito de outros como A Maldição do Tigre, A Seleção e A Rainha Vermelha.

—Nossa, não conheço os últimos, mas também gosto de Harry Potter, não os livros, nunca li, mas os filmes são muito bons.

Fiquei espantada com essa resposta.

—Como assim você nunca leu os livros de Harry Potter? São maravilhosos!

Acho que falei muito alto, pois nessa hora a mulher que estava sentada a duas fileiras pediu silêncio e eu pedi desculpas.

—Bem, eu não leio muito, só leio os livros da escola, não gosto muito de ler. Acho meio chato e entediante.

—Como assim? Ler é maravilhoso. Te falar um negócio, quando eu estou lendo, eu esqueço o meu mundo, esqueço tudo que está acontecendo comigo e sinto como se eu fosse o personagem. É como se eu estivesse em outro mundo.

—Nossa, isso é lindo, acho que nunca li os livros certos.

—Provavelmente não - respondi rindo. E ele riu comigo.

Continuamos conversando até o fim do filme, sem nos importar com a mulher que sempre pedia silêncio, rimos bastante e assim eu consegui esquecer tanto a mão boba dele, quanto a sensação estranha que tive durante o beijo. Mas não por muito tempo.

Saímos rindo da cara de irritada da mulher, pois não a deixamos assistir ao filme direito e ela não ficou nada satisfeita.

—Então, espero que tenha gostado do filme - ele disse com a cara de inocente.

—Sendo sincera, não lembro muito do filme, mas gostei bastante sim, obrigada por perguntar.

—Ainda temos um tempinho ou você tem que ir?

—Infelizmente eu tenho que ir, mas gostei muito de te conhecer melhor, Finn.

—Eu também, Anna.

Então ele se aproximou para me beijar e eu aceitei, mas aquela sensação de que isso estava errado ficou mais forte e eu não consegui me controlar, então me afastei com a desculpa de que tinha que ir.

—Que tal sairmos amanhã de novo? Dessa vez podemos jantar?

—Desculpa, mas não posso, tenho um compromisso muito importante.

—Tudo bem, fica para uma próxima então.

—Ok, tchau.

E então eu fui para a entrada do cinema e liguei para Cashmere avisando que ela já podia me buscar, se eu enrolasse muito ela ia querer me matar por ter deixado ela esperando.

Sozinha em casa me ajeitei para dormir e deitei na minha cama. Meu celular estava cheio de mensagens, mas não estava afim de responder nenhuma delas aquela hora, então mandei apenas uma mensagem para o Gale.

“Te vejo amanhã então?”

Poucos segundos depois ele me responde.

“Sim, confirmado. Voltou para casa cedo, como foi o encontro?”

“Foi bom, rimos bastante”

“Fico feliz que tenha gostado”

Não sei porque, mas não gostei muito daquela frase.

“Bem, estou com bastante sono, vc vem umas 14h?”

“Pode ser, boa noite, Jojo”

“Boa noite, Liam”

E durmo sem olhar mais nada, mas deveria ter feito, pois se tivesse feito isso poderia ter mandado elas não fazerem isso. No dia seguinte eu teria uma surpresa.


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Notas finais do capítulo

Qual será essa surpresa? Por que será que a Johanna não se sente confortável em beijar o Finnick? Bem, veremos...



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