As Crônicas do Guardião de Mundos escrita por godjjjita


Capítulo 10
Capítulo 10




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Ao entrarmos em sua cabana nos deparamos com uma das cenas mais horríveis que já presenciei em minha vida, ambas esta e a que se passou, corpos mutilados pendurados por todos os cantos, ao adentrar tive que desviar de uma braço que se encontrava pendurado rente à entrada.

–Pelas nove luas de Arasthan Midas, você acha que a neta do ancião sobreviveu à este monstro?

–Os corpos aqui pendurados parecem ser de várias épocas diferentes, as roupas rasgadas dos cadáveres são estranhas, algumas mais e outras menos mas nenhuma corresponde ao estilo da sua tribo, não parece que ele se alimentou de nenhuma dessas mulheres, então só podemos assumir que ele as matou quando as mesmas perderam sua utilidade, seja lá qual for a utilidade em questão.

Em nossas cabeças cada um definiu e meditou sobre os horrores que estas mulheres devem ter passado, só podíamos esperar que a neta do ancião ainda tivesse utilidade ao monstro, detestaria ter que levar um cadáver de volta à meu castelo só para ver um pobre velho morrer do coração então continuei procurando, agucei minha visão e ampliei minha audição, meus sentidos se encontravam em um novo patamar, não precisei de comandos pois Deus havia me dado o controle sobre meu novo corpo como eu desejasse, não precisando usar um comando de fé para mudá-lo, esse poder não era ilimitado mas certamente me era útil, as batidas de seu coração estavam aceleradas e foi fácil distingui-las das de Valerik, seu cheiro era mais suave e a cada passo que eu dava em sua direção mais agitada ela ficava, me agachei e falei calmamente.

–Não se preocupe minha querida, o monstro não mais pode lhe machucar, nós vamos te levar de volta para sua casa, para seu povo.

A pele se um animal morto que se assemelhava muito à um cervo se mexeu, debaixo dela surgiu uma jovem aparentando estar na casa de seus dezessete anos, coberta de sangue, com suas vestes rasgadas expondo partes de seu corpo que não deveria estar à mostra, sem demora Valerik dispôs de sua capa para a jovem, que se cobriu e com um rosto pálido e sem vida agradeceu ao jovem que ao julgar pela vermelhidão em seu rosto nunca havia visto uma mulher ao seu natural.

–E qual seria seu nome jovem?

–Shayla Daens, mas pode me chamar de Shay.

–Nós vamos te levar de volta Shay, seu avô lhe espera.

Seus olhos cansados se fecharam, sentindo-se segura novamente ela pôde finalmente descansar, tomei seu corpo em meus braços e lhe carreguei enquanto Valerik nos guiava para casa. Mesmo possuindo uma excelente memória não pude recordar o caminho para casa, não fosse por Valerik provavelmente ainda estaria perdido pela floresta, andando sem rumo pelo resto da eternidade.

Após mais dois dias de caminhada por uma floresta densa, finalmente podíamos ver uma bela formação rochosa que se destacava entre as florestas que o cercavam, o ar começou a mudar, arrepios tomavam nossos corpos, a atmosfera intensa nos circundava com uma sensação de vazio extremo, parecia que nossas almas haviam sido sugadas, após algum tempo essa sensação sumia e quanto ao resto era possível se acostumar, mas qualquer criatura com juízo não ousava se aproximar daquela região, a energia residual da criação do castelo certamente deixaria marcas naquela região por muitas eras, ao adentrar o átrio do palácio usei de meus comandos para destruir as grades que prendiam meus convidados e como no estouro de uma boiada eles correram, quando viram minha figura parada ao lado de Valerik e uma mulher sua corrida cessou e o sorriso em seus rostos deixou de existir, o ancião como de costume tomou a dianteira analisando friamente a situação, por alguns segundos nos encarou enquanto andava e então seus passos assumiram uma forma lenta, seus olhos se encheram de lágrimas enquanto sua neta corria em sua direção e quase foi de encontro ao chão quando Shayla se jogou em seus braços, o resto do clã também a abraçou e assim todos regozijaram, uma membra do clã resgatada e um novo aliado se mostrava digno de confiança.

–Essa é uma ocasião digna de uma celebração, ancião, mande seus homens buscarem lenha, Eu e Valerik vamos caçar, hoje à noite comeremos e celebraremos o retorno de Shay para seu clã.

–Todos ouviram o homem, Midas cumpriu sua promessa e nos trouxe Shay de volta, o mínimo que vocês podem fazer é buscar alguns galhos de madeira na floresta, Vamos, mexam-se.

E assim foi o resto do dia, os homens do ancião cortaram lenha enquanto Valerik e eu trouxemos carne à mesa, na despensa do castelo haviam barris de cerveja e hidromel que eu mesmo preparara pouco tempo após minha chegada à este mundo, a festa foi longa e com a chegada da manhã nossas celebrações acabaram, mostrei à todos seus novos aposentos no castelo, agora que eram meu povo não morariam mais em um lugar primitivo no meio da floresta, eram membros da minha recém fundada corte e à cada um deles seria dada uma função.

O ancião, por suas habilidades na liderança de seu povo se tornou meu chefe conselheiro; Valerik manteve sua posição como Rastreador, pois segundo o próprio ancião, não havia ninguém no clã à sua altura; Shay era muito instruída e dentro do clã era a que melhor escrevia e a que mais entendia de números, então foi nomeada a mercadora chefe se tornando responsável pelas futuras negociações entre a corte e outras tribos; Leith Rören Foi nomeado chefe da armada, onde comandava os soldados que o clã proveu e os que ainda entrariam no exército; a maior parte dos homens se uniu ao exército, os mais velhos se encarregaram de tarefas menores como cortar lenha e preparar armadilhas para caçar animais menores, a maior parte das mulheres ficou encarregada dos afazeres domésticos do castelo como cozinhar, limpar e também cuidar de seus filhos, algumas mulheres mais instruídas como Shay se tornaram responsáveis por registrar todas as histórias conhecidas pelo seu povo para a criação de minha nova biblioteca, e Shay por não estar envolvida em nenhuma negociação no momento estava ajudando seu avô e eu com a acomodação do seu povo no castelo, e assim alguns meses se passaram.


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