Tapiando o Destino escrita por caroline_03


Capítulo 9
Capítulo 8 -nada que alguns pontos não resolvam...


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem do Cap gente...



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[Jackson]

Dallas –Texas, quer cidade mais estranha do que essa?

Peguei o endereço que tinha no bolso da Escola de Dallas, onde era a ultima escola, segundo o Google, que Bryan tinha estudado. O taxista falou que nunca tinha ouvido falar sobre ele, e eu suspirei frustrado. MAS QUE DROGA DE CIDADE GRANDE!

Paguei o quanto devia e corri para a escola, que aparentemente estava em aula. Depois de bons dez minutos tentando achar a secretária, uma mulher baixinha de cabelos avermelhados e enrolados me olhava por trás dos óculos quadrados. Sorri para ela da forma que achei melhor e me apoiei sobre o balcão.

-oi, preciso de uma informação. Bryan Smith ainda estuda aqui? –perguntei piscando os olhos duas vezes.

-Bryan Smith? Não, ele se mudou há alguns meses. Você é amigo dele? –engoli em seco. Essa era a resposta que eu não tinha preparada.

-é, na verdade sou um primo distante. –ela ergueu as sobrancelhas e assentiu.

-sinto muito, mas parece que ele mudou de cidade também. –ela deu de ombros como se não se importasse.

-entendo. –ela sorriu para mim educadamente. –saberia me dizer de onde ele veio antes de vir para cá? –ela pensou um pouco, depois semicerrou os olhos.

-não tenho certeza senhor...

-John.

-John... Mas se o senhor é primo dele, deveria saber, certo? –engoli em seco novamente. A mulher era mais esperta do que eu pensei.

-na verdade, meu bisavô é primo do bisavô dele... –sorri sem graça. Que desculpinha esfarrapada Jackson, pelo amor...

-ahn ta. –ela me analisou mais um pouco. –sinto muito, mas não posso dizer informações sobre alunos ou ex-alunos da escola. –suspirei.

-não sobrou nenhum amigo dele aqui? –escutei o sino da porta tocar, mas não dei muita importância, queria saber mais sobre o menino que eu pretendia arrebentar naquele dia.

-sinto muito. –ela voltou a me ignorar, prestando atenção apenas na tela do computador a sua frente. Dei um chute na mesa de leve e saí da sala bufando.

DROGA, DROGA, DROGA! Já tinha sido difícil o suficiente convencer a minha mãe de que eu não precisava que ninguém viesse comigo na viagem, e agora eu voltaria para casa com as mãos abanando. Peguei o celular no bolso e vi que estava em horário de almoço da escola, resolvi ligar para John e saber o que estava acontecendo por lá.

-alô? –ele atendeu parecendo entediado.

-como estão as coisas aí? –perguntei me sentando em um banquinho qualquer, em uma cidade qualquer.

-calmas, Maggie ainda não gritou com ninguém, mas imagino que é por que você não está aqui. –ele riu um pouco e eu fiz careta.

-isso é ótimo. Bryan? –olhei em volta e tudo estava vazio. É, as pessoas estavam mesmo em tempo de aula.

-tentou falar com ela vez ou outra, mas ela se esquivou, dizendo que Clara estava com problemas e precisava da ajuda dela... –ele riu e eu sorri. –e aí? Descobriu alguma coisa?

-nada, a mulher da secretária não quis me passar as informações do cara. –suspirei frustrado.

-Brother, isso é mal. – assenti para mim mesmo

-é, mas...

-com licença... –uma voz fininha chamou em minhas costas e eu me virei.

-John, tenho que ir. –desliguei o telefone vendo a menina sorrindo.

-sim? –perguntei ainda com os olhos arregalados.

Ela tinha os olhos claros e o cabelo em um tom de mel, segurava os livros da escola sobre o peito e mordia o lábio inferior como se estivesse com vergonha de alguma coisa. Não entendia por que diabos estava tentando falar comigo, mas mamãe me ensinou a ser educado.

-eu vi você falando com a secretária sobre Bryan Smith. –VIVA A EDUCAÇÃO QUE MAMÃE ME DEU!

-ah, você o conheceu? –perguntei curioso e quase pulando em cima da menina para que ela me falasse tudo o que sabia mais rápido.

-sim... –ela deu a volta no banco e se sentou ao meu lado, olhando para seu fichário mexendo as mãos freneticamente. –você não é primo dele de verdade, é?

-hm, não. –confessei minha única mentira pronta, assim... Do nada.

Ela suspirou pesadamente ao meu lado e alguma coisa me fez pensar que talvez ela conhecesse melhor Bryan do que eu havia pensado. Ela olhou em volta, como se procurasse por alguma coisa, e depois desviou o olhar para suas mãos novamente.

-ele não tem parentes. –ergui uma sobrancelha.

-o pai dele mora em Nova Iorque, não é? –ela riu um pouco, como se o que eu tinha falado fosse terrivelmente errado.

-eles se vêem apenas no fim do ano. –ela murmurou e depois me olhou.

-vocês eram amigos?

-acho que sim. –ela deu de ombros como se nem ao menos soubesse isso.

-você se importaria de me dizer... Contar, o que sabe sobre ele? –ela me olhou sobre saltada.

-o que você quer com ele?

-EU? Graças a deus nada, mas é que, hm, uma amiga está, é, você sabe... –era impossível terminar a frase, mas acho que ela entendeu o recado, por que jogou a cabeça para trás e riu.

-tenho dó de sua amiga, sinceramente. –arregalei os olhos tentando entender o que suas palavras queriam dizer na verdade.

[Maggie]

A escola estava bem calma naquele dia... Calma demais, se é que você me entende. Eu poderia jurar que alguma coisa ruim iria acontecer e é claro que isso me envolveria por que Jackson Bennett estava fora da cidade e algo me dizia que não era para comprar gibis raríssimos, como Eric me contou.

-talvez ele esteja apenas visitando algum parente. –Clara disse colocando uma torrada na boca, enquanto Simon lia sobre aparecimentos de naves espaciais no Chile.

-acho que não. –murmurei enquanto olhava para as mesas ao lado e encontrava os olhos de John em cima de mim. –menino mais estranho.

-quem?

-John... Fica olhando para cá. –Clara olhou para a mesa e depois sorriu para mim.

-deixa o Bryan descobrir. –ela riu e eu fiz careta.

-nem brinca com uma coisa dessas, já arrumei três desculpas diferentes hoje para os três dias que ele tentou marcar alguma coisa. É tão difícil deixar para lá e simplesmente escolher outra menina para sair? –falei em um fôlego só franzindo a testa indignada. Clara riu alto.

-você está fugindo e eu estou aqui pensando o porquê... –ela piscou os olhos para mim com um sorriso fraco.

-por que eu não estou afim? –chutei a fazendo rir outra vez.

-talvez minha avó caísse nessa. –ela riu e Justin nos olhou com um sorriso fraco. É AGORA, É AGORA... Esquece, ele voltou a se perder em Justinlândia.

-mas é a verdade... Eu simplesmente não quero sair como ele, me parece tão... Errado. –bufei tirando a franja da frente dos olhos.

-Errado? Você está precisando de terapia. –Justin assentiu concordando com a irmã.

-EI, como vocês vão ao baile de mascaras? –Simon perguntou do nada tirando a cara do meio de sua revista.

-eu estou pensando em ir de Santine. –Clara falou sorrindo. Nós a olhamos com as sobrancelhas arqueadas.

-Mouling Rouge? Está falando sério? –perguntei tentando imaginar sua roupa.

-é claro que não. –ela riu. –eu vou de... Sabe aquele filme “A Bela e a Fera”? –assenti. –então...

-Justin vai de fera? –Ele fez careta em um sonoro “PFFFFFFFFF”

-não, felizmente... Ele vai de Batman, de novo. –Justin sorriu. Para ele seria fácil, bastava uma mascara sem graça.

-e você Maggie? –Simon perguntou me olhando com curiosidade.

-não tenho certeza. Talvez de noiva do Chuck. –dei de ombros sorrindo.

-se quiser, pode ir de Alienigena, assim como eu... Nada do que um pouco de tinta verde não resolva. –ele disse analisando meu rosto enquanto eu erguia uma sobrancelha.

-ah, não obrigada, prefiro ir de Noiva cadáver mesmo. –ri fraco e ele bufou.

Continuamos conversando sobre o baile de mascara e o que deveríamos fazer. Na verdade eu nem queria muito ir, mas realmente seria engraçado ver todas as meninas vestidas de princesas ou coisas do tipo. Quando eu estava quase sentindo como se fosse um dia normal, a pessoa mais irritante do mundo, após Jackson é claro, se sentou ao meu lado.

-OI MAGGIE! –John disse sorrindo.

-deixe-me adivinhar... Jackson viajou e deixou você encarregado de me atormentar? –ele riu.

-na verdade não. –ele pegou uma batata frita do meu prato. –vai comer isso?

-é sério, o que DIABOS você está fazendo aqui? –ele piscou os olhos comendo mais uma batata.

-só vim dar oizinho, oi docinho. –ele piscou os olhos para mim rapidamente. Eu arrancaria o pescoço desse... Desse... AAAAH!

-John... –ele me olhou esperando. –VAI COMPRAR UM TAMAGOTCHI! –ele riu saindo correndo. AAAH se me pega em um dia que estou de mau humor.

[Jackson]

-você poderia explicar, especificadamente, por quê? –perguntei tentando voltar a respirar. A menina, que agora eu descobrira que se chama Anna, ainda sorria olhando para a foto de Bryan que tinha em seu caderno. CRUZ CREDO!

-ele se muda em poucos meses na maioria dos casos. Você não é o único a ter Google em casa, sabia? –ela sorriu me olhando com o canto dos olhos.

-imaginei. –sorri para ela.

-ele nunca fica muito tempo em cada lugar, sua mãe está sempre se mudando e acaba o arrastando junto. –ela comentou perdida em pensamentos. –nunca soube de ninguém permanente em sua vida... Nenhum amigo, parente... Ninguém. –não entendia exatamente o que aquilo tinha a ver comigo, mas esperei pacientemente que ela terminasse de contar. –e então ele tenta deixar marcas por onde passa.

-marcas como? Tipo pixando as paredes do banheiro? Isso não é uma grande idéia, já fiz isso e na outra semana fui obrigado a pintar tudo. –dei de ombros fazendo careta. Até mesmo a lembrança era dolorosa.

-em pessoas, é claro. Marcas físicas podem simplesmente sumir, mas o que fica... São lembranças, sejam elas boas ou ruins. –engoli em seco antes de fazer a pergunta crucial.

-que tipo de lembranças? –murmurei e tive duvidas se ela conseguiu ouvir, mas logo os olhos claros, agora se afogando em lágrimas, estavam cravados em mim, de uma forma que tive que trancar a respiração.

-não é obvio?

-acho que sim, me desculpe. –ela deu de ombros.

-ele não se importa muito quem seja... Desde que ele possa marcar a vida dessa pessoa de forma permanente. –ela disse entre dentes e eu tremi pensando no que ela queria dizer.

-ele machucou você? –meu pensamento foi alto de mais, quando percebi já tinha saído.

-já disse de mais. É melhor você ir atrás de sua amiga. –ela falou limpando os olhos com as mãos e então se levantando.

-você deveria fazer alguma coisa... Eu não sei, talvez conversar com alguém. –dei de ombros pensando no assunto.

-e falar o que? De qualquer forma... Sua amiga tem sorte em ter alguém que se importa com ela. –a menina sorriu e então me deu as costas, me deixando pensar sozinho.

Bem, na verdade não tinha mesmo o que pensar, então eu levantei em um pulo e corri para um taxi qualquer pedindo para que me levasse, por favor, para o meio de transporte mais rápido até Beeville, o que não significava aeroporto, já que minha cidade não tem.

Para a minha sorte, tinha um ônibus saindo para Beeville no instante em que cheguei à rodoviária, o que já ajudou um pouco. Eu não precisava ir para Sunriver ou qualquer outro lugar onde quer que ele tenha ido para saber que eu estava certo o tempo todo e, novamente, Megan estava errada...

[Maggie]

Finalmente o sinal para a saída da escola bateu. Estava muito feliz, pulando até o meu carro. FIM DE SEMANA! Nem conseguia acreditar. Eric veio ao meu lado e sorriu, ao lado de seu maior escudeiro Nerd de todos os tempos.

-Maggie, eu vou para a casa de Alex hoje assistir a ultima temporada de ER, ta? Mamãe já está sabendo. –arregalei os olhos e assenti, imaginando QUEM nesse mundo vai à casa do amigo para assistir a ultima temporada de ER. Se fosse The O. C. eu até entenderia.

-tudo bem. –virei novamente e fui para meu carro igualmente feliz. Ah, liberdade, como é...

-HEY Maggie. –uma voz assustadoramente conhecida ecoou atrás de mim.

-Oi... Bryan. –sorri desanimada, afinal haviam sido três vezes em apenas um dia. Com essa... Quatro.

-meu carro estragou hoje de manha, você poderia me dar uma carona? –por um segundo pensei se fugia ou gritava por socorro.

-é claro. –ele sorriu me acompanhando até meu carrinho.

-quer que eu dirija? –ele ofereceu me vendo relutar com a chave na mão. É difícil de entender que eu simplesmente queria ter paz na vida?

-não, está tudo bem. –sorri e ele entrou no lado do passageiro.

Dei partida e comecei a sair do estacionamento, não antes de quase atropelar John Mitchell que insistia em ficar no meio do caminho com a boca aberta enquanto me olhava. Fiquei com uma vontade imensa de gritar “nunca viu, não?”, mas achei que seria um pouco grosseiro.

Ele ia me dizendo onde eu tinha que virar e comentava como a cidade era pequena e como deveria ter sido difícil para mim me mudar de Nova Iorque diretamente para uma cidade que caberia provavelmente no Central Park. Eu respondia tentando parecer aminada, mas não estava nem um pouco. Quando finalmente chegamos em frente a uma casa branca com um quintal grande e aqueles típicos flamingos de gesso no gramado, ele abriu a porta e sorriu para mim.

-eu preciso te entregar uma coisa. –ele disse e saiu. Confesso que poderia muito bem só ter acelerado e chegado em casa, mas fiquei mesmo curiosa.

Desci do carro olhando tudo em volta e com certa desconfiança, afinal o que ele precisava me entregar? Bryan continuava sorrindo pegando as chaves no bolso da calça e abrindo a porta da casa branca. Ele fez sinal com a mão para que eu entrasse e eu o fiz, com uma sobrancelha levantada.

Ótimo Megan, para quem nem queria ficar perto do menino, agora está sozinha com ele na casa DELE! Realmente, muito esperto. Uma parte do meu cérebro disse enquanto outra calculava o “perigo” que eu poderia estar correndo.

-vem. –ele disse me puxando escadas a cima e parando em frente a uma grande porta de madeira trabalhada. Engoli em seco. Apenas aquela porta fazia com que eu quisesse correr.

Ele abriu a porta e entrou rapidamente continuei parada na porta olhando para o quarto. As coisas estavam empacotadas, e eu não tinha certeza se era AINDA ou JÁ. Ele mexeu em uma caixinha em cima de uma mesinha no canto e de lá tirou alguma coisa de prata. Ele sorriu para mim e veio em minha direção.

-não sei se vai gostar, mas achei interessante. –ele colocou na palma da minha mão uma correntinha.

Demorei pouco mais de alguns segundos para perceber que o pingente não era só um circulo com uma estrela dentro. Parecia mais um animal, que mordia o próprio rabo. Lembrei de um desenho que Eric tinha me feito assistir algum tempo atrás, que explicava alguma coisa como aquela...

-o ciclo da vida? –perguntei entretida com o objeto. Ouvi sua risada baixa perto de mim e automaticamente dei um passo atrás.

-sim. É só para você sabe que talvez... O fim signifique apenas um novo começo. –ele sorriu me olhando e entrou novamente no quarto, enquanto eu apenas olhava para a minha mão.

-obrigada. –sussurrei colocando a corrente no bolso.

-de nada. –ele riu um pouco e eu fitei meus pés.

-Eric me fez assistir uma coisa sobre isso esses dias. –comentei com um sorriso fraco.

-seu irmão é mesmo um pestinha. –ele falou rindo.

Senti minhas orelhas até a nuca esquentarem. Uma estranha sensação de que as coisas iriam mal, mas não estava nem aí para isso no momento. Afinal, SÓ EU POSSO CHAMAR MEU IRMÃO PESTE DE PESTE. Dei um tapa sonoro nele. Afinal, Eric podia ser insuportável quando queria, mas era MEU irmão.

-NUNCA MAIS CHAME MEU IRMÃO DE PESTINHA! –gritei descontrolada. Eric vai ficar me devendo uma para o resto da vida.

No segundo seguinte eu estava completamente arrependida do que tinha feito, enquanto ouvia meu cérebro mandar um alerta para todo o resto do meu corpo: FUDEU LEGAL GALERA!

[Jackson]

O ônibus finalmente parou na rodoviária e eu pulei dele correndo como um abestalhado que esqueceu de ir ao banheiro antes de uma viagem longa. É claro que não tinha sido exatamente esse o fato, mas sim uma ligação muito peculiar de John para mim...

-Jack Estripador, faz alguma coisa... –ele falou com a voz que me parecia entediada, mas vindo dele isso era normal.

-estou chegando aí, CARA você não tem idéia do que eu descobri...

-acabei de ver Megan saindo do colégio com o Bryan. –senti minhas pernas amolecerem e se eu não estivesse sentado, eu tinha caído.

-O QUE? E VOCÊ NÃO FEZ NADA? –berrei me esquecendo as outras pessoas no ônibus.

-o que você queria que eu fizesse, ela quase me atropelou...

A continuação de palavrões e olhares feios para cima de mim por parte dos outros passageiros são apenas detalhes sórdidos nessa parte da história. O fato é que quando o ônibus parou (o que eu estava achando que seria nunca, e estava quase preferindo ir a pé) eu comecei a correr pelas ruas da cidade atrás de Maggie. E é claro que todos sabiam disso...

-MAGGIE, MAGGIE, MAGGIE, MAGGIE... –eu ia berrando que nem um bode descendo uma colina. Quando achei que alguém ia abrir a janela para jogar um sapado em mim, Eric apareceu no meio da rua, saindo de uma casa rosa.

-Ela saiu do colégio com Bryan. –ele avisou de olhos arregalados.

-eu sei baixinho, sabe onde eles foram? –perguntei ainda correndo e ele me acompanhando.

-acho que ela daria carona para ele. –assenti pegando mais velocidade.

-sabe onde ele mora? –Eric revirou os olhos.

-é claro que sim... –ele me explicou certinho onde era e depois fez bico. –eu não posso ir com você, certo?

-desculpa Eric, mas é melhor não. –ele assentiu chateado.

-tudo bem.

E então ele parou me deixando correr sozinho para o outro lado da cidade...

[Maggie]

Eu não podia deixar que qualquer um falasse mal do meu irmão por ai, É CLARO QUE NÃO! E é por isso que eu sempre me meto em confusões desnecessárias. Enquanto eu corria pela casa derrubando tudo o que via pela frente, Bryan corria atrás de mim. Abri a porta em um pulo e saí para o quintal trombando em um dos flamingos de gramado que quebrou com meu peso e acabou cortando meu braço.

Tentei não pensar na dor naquele instante e então voltei a correr indo direto para o portão de madeira branca na minha frente. Estava trancado com cadeado, para meu azar completo. Por sorte, aprendi alguma coisa com meu pai anos antes. Dei impulso na primeira viga na horizontal que encontrei e pulei para o outro lado, o que era apenas um metro de portão, mas já era um obstáculo e tanto para alguém que um metro e sessenta.

Quando ia começar a correr novamente, começando a sentir a dor aguda no braço e alguma coisa escorrendo nele, vi alguém chegar até mim gritando descontroladamente “MAGGIE, MAGGIE, MAGGIE...”. Meu cérebro mandou outra mensagem: ESQUECE GALERA, SEM CHANCE DE SALVAÇÃO.

Bryan parou no portão olhando para meu “salvador” com uma sobrancelha levantada. Para dizer a verdade até eu duvidava que ele fosse meu salvador, mas cavalo dado não se olha os dentes...

-fica atrás de mim. –Jackson sussurrou me ajudando a levantar.

-o que está fazendo aqui? Quer morrer? –sussurrei de volta e quase ouvi um sorriso nascer em rosto.

-obrigada pelo apoio moral Maggie. –ele murmurou enquanto Bryan saia para fora com um pulo também.

-o que está fazendo aqui? –Bryan perguntou olhando o garoto em minha frente.

-só dando uma voltinha. –a voz de Jackson ficou presa na garganta, imaginei no que ele estava pensando.

-caí fora. –o menino que algum dia pensei que tinha o sorriso de Ashton Kutcher silabou.

-não! –Jackson respondeu dando um passo atrás e colocando uma mão em mim, como se quisesse ter certeza de que eu não tinha corrido. Ah ta, como se eu pudesse mesmo... –entre no carro. –ele sussurrou apenas para mim, mas eu continuei ali. –AGORA! –ele “gritou” ainda sussurrando.

-tudo bem, já consegui o que queria mesmo. –Bryan sorriu maliciosamente enquanto o pingente pesava cinqüenta quilos em meu bolso. Entrei pelo lado do passageiro do meu carro e fiquei lá esperando. Pesei a possibilidade de simplesmente dar partida e ir embora, mas achei que não seria muito legal com o Jack Estripador.

-é claro que sim. –ouvi Jackson dizer e depois veio para o lado do motorista. –e a propósito... Anna mandou lembranças. –piscou um olho e então entrou, pegando a chave que eu segurava e simplesmente dando partida, enquanto eu pesava: QUEM É ANNA?!

Respirei aliviada. Pelo menos meu maior problema estava resolvido, já que eu conseguia lidar com Jackson todos os dias. Ele parecia ainda nervoso, mas não disse nada, apenas arriscou um olhar para meu braço e depois suspirou.

-onde está indo? –perguntei curiosa sabendo que aquele não era o caminho da minha casa.

-hospital. –ele falou determinado virando uma rua qualquer.

-HOSPITAL? VOCÊ ESTÁ LOUCO? ME LEVE PARA CASA AGORA MESMO! –gritei desesperada. Hospitais e médicos... Nada legal.

-Megan seu braço vai precisar levar pontos, então se comporte. –suspirei fazendo bico e coloquei os pés em cima do banco.

Segurei meu braço perto do peito com força, como se isso pudesse fazer com que a dor diminuísse. Sabia que não deveria ser tão ruim assim, nada que alguns dias com muitas pomadas e álcool não resolvesse, mas parece que Jackson tinha outra idéia com relação a isso.

O menino simplesmente colocou a mão em meu rádio e ligou em uma emissora qualquer, a culpa não era dele e sim da minha maldita sorte que bem naquele momento estivesse tocando November Rain do guns. Me encolhi ainda mais e lutei contra minhas lágrimas acusadoras. Não sei o que aconteceu, mas ele simplesmente desligou o rádio um segundo depois.

-não tem medo de sapos, nem de tempestades e muito menos de agressores em potencial, agora fala em médico com ela... –ele murmurou sacudindo a cabeça parecendo indignado. O olhei e ergui uma sobrancelha. Ele estava falando de mim?

Mais algum tempo dentro do carro e ele finalmente parou, na frente de um hospital HORROROSO! Tentei fugir, mas ele apenas me segurou e me fez andar até a recepção, onde uma menina simpática sorria para nós.

-posso ajudar? –ela perguntou olhando minha careta.

-sim, ela precisa de pontos. –ele respondeu mostrando meu braço, que só agora eu percebia o tamanho do corte.

-ah... Acho que sei por que pensou nisso... –a secretária disse olhando meu braço com os olhos arregalados. NÃO TÁ TÃO RUIM! ME DEIXEM IR PARA CASA!

(...)

-como você conseguiu isso? – o médico perguntou terminando de “remendar” meu braço, como tinha dito Jackson no telefone para Clara.

-hm... Nem me pergunte. –dei de ombros e ele riu.

Minutos depois Clara estava entrando no pronto socorro com seu irmão, o meu, e mais Simon em seu encalço, todos com os olhos arregalados e voando em cima de mim. É claro que eles acabaram terminando de ferrar meu braço.

-ai! –gemi, passando a mão no curativo recém feito.

-ops... Desculpa. –Clara falou e me abraçou novamente. –você está bem mesmo?

-estou, sem danos permanentes. –disse rindo.

-se não fosse o Jackson...

-eu estaria em casa agora. –respondi a Eric que sorria para Jackson (que segurava o nariz para não rir).

-sangrando até a morte. –Simon falou parecendo animado com a idéia. Justin revirou os olhos, dando um tapa atrás da cabeça do amigo.

-tudo bem, posso ir para casa agora? –perguntei descendo da maca e olhando o médico que parecia amigável. NÃO TENTE ME ENGANAR, EU CONHEÇO MÉDICOS!

-você me parece bem. –ele falou. –passe isso antes da hora de dormir e quando acordar, por favor. E volte para tirar os pontos em quinze dias e tente não coçar também. –ele falou dando uma ultima olhada em meu braço e me dando uma pomada. Depois assinou um monte de papeis que eu precisei entregar na recepção.

-hm... Será que alguém pode me dar carona? –Jackson disse com as mãos no bolso da calça jeans.

-claro que sim, vamos. –Eric falou o levando para meu carro.

Clara (me dando um ultimo beijo estalado na bochecha) arrastou Simon e Justin para seu carro enquanto nós três andávamos calmamente para o meu. Não queria dizer, mas meu braço ainda doía um pouco e eu estava (que minha língua não caia por isso) realmente grata a Jackson por ele ter aparecido naquele momento. Eu nem conseguia sonhar o que teria acontecido...

-esqueci uma coisa... Preciso conversar com Clara, podem ir. –Eric disse antes de sair correndo e que eu pudesse dar uns bons safanões nele.

Suspirei pesadamente e entrei ao lado do motorista, enquanto o Jack Estripador dava a volta no carro indo para o outro lado. Ele sorriu um pouco para mim e então para as luzes da cidade e eu já dava partida no carro.

Liguei o rádio e mudei de estação apenas para não correr o risco de estar passando Guns N’ Roses outra vez. Jackson ia me guiando até sua casa com calma, de vez em quando arriscando um olhar ou outro para o meu braço. Ele pediu que eu estacionasse em frente a uma casa grande e branca aos fundos de um quintal enorme que com certeza Eric iria adorar. Ele soltou o cinto e se virou para mim.

-vai ficar bem? –ele olhou para baixo, sem me encarar.

-acho que sim, não está doendo. –menti. Ele soltou um riso rouco e então se virou para a porta. –ei... Jackson. –ele voltou-se para mim.

-Sim?

-obrigada. Se não fosse você... –sacudi a cabeça sem querer pensar. Ele riu um pouco.

-tudo bem, mas... Se cuida. –assenti e ele saiu do carro, me dando um ultimo aceno com a mão logo após entrar por um portão menor na lateral.

Esperei até que ele estivesse dentro de casa e acelerei com o carro novamente, indo direto para casa sem sequer parar em sinaleiros.

(...)

-MEGAN FULLER! –Minha mãe berrou chegando em casa e correndo para me abraçar. –VOCÊ ESTÁ LOUCA? VAI PARA O HOSPITAL E EU FICO SABENDO PELO MARIDO DA PRIMA DA IRMÃ DA TIA DA MINHA AMIGA? –ela gritava me olhando dos pés a cabeça enquanto eu tentava achar o parentesco entre o homem e a amiga da minha mãe.

-está tudo bem mãe, foram apenas alguns pontinhos. –mostrei o braço.

-ALGUNS? SÃO TRÊS! TRÊS PONTOS ENOOOOOORMES! –minha mãe é um pouco desesperada com machucados, como podem ver.

-é sério mãe, está tudo bem. –Eric ria ao meu lado. Ele estava acostumado com esse tipo de tratamento, eu não.

-se não fosse aquele menino tão bonzinho... Qual o nome dele mesmo Eric? –disse ela estalando os dedos.

-Jackson!

-Isso! Eu preciso mandar fazer um altar para esse menino aqui em casa! Ele é um anjo em seu caminho Maggie. –bufei com essa. ERA SÓ O QUE ME FALTAVA.

-AH, TÁ! E AS VEZES EM QUE ELE...

-como ele é querido, qualquer outro teria te deixado na rua para os leões. –estava pensando em inscrever minha mãe em um daqueles testes para novela mexicana, será que aceitam?

-mãe...

-agora vá descansar querida, vou fazer uma sopinha para você. –ela disse dando um beijo em minha testa. EPA! Não é tão ruim, é?!


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Notas finais do capítulo

HUDASHAUDAHSIDAHUIDASDIAHDUAIS
geeente, espero que tenham gostado do cap! confesso que eu me diverti, apesar de algumas partes estarem meio... Sei lá... HAHAHAHAHAHAHA
beeeeijos e comentem! ++



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