Tapiando o Destino escrita por caroline_03


Capítulo 10
Capítulo 11 -O fantasma da ópera.


Notas iniciais do capítulo

postei rapidinho dessa vez! ++ HDUSHDIUAHSIUSHUIDA



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[Maggie]

Era dia do baile de mascaras, o que significava que eu iria para a casa de Clara e só sairia na hora de irmos para a escola, mas antes eu tinha que esperar o adorado amigo de meu irmão para que ele não ficasse sozinho durante todo o dia. E, não sei se era de propósito ou não, Jackson estava demorando mais do que o normal.

Como não podia fazer nada, resolvi refazer meu curativo no braço. Faltava apenas uma semana para tirar os pontos, e eu já não agüentava mais ficar com aqueles curativos para cobrir. Coçava e era nojento, detestava me machucar.

Com um bolo de algodão na boca, álcool em uma mão e uma pinça na outra, comecei a tentar fazer aquilo. Confesso que não era nada fácil, minha mãe me ajudava todos os dias, mas ela teve que correr para o escritório naquele sábado e não pode me ajudar. Poderia pedir para Eric fazer, mas sabia que ele iria me chamar de desastrada novamente e dizer que eu deveria agradecer pelo resto da minha vida pelo Jack Estripador ter aparecido naquele momento. AFF QUEM AGUENTA?!

Foi quando eu estava quase com os cabelos encharcados de tanto álcool e sem contar nos tufos de algodão que eu já tinha engolido que alguém abre a porta sem nem ao menos bater. Nem preciso dizer que quase enfartei, certo?

-NHAI, MAHNHAI, INAHIAM! –eu queria perguntar se ele sabia bater na porta, mas por causa da minha “boca cheia” não saiu nada no mínimo entendível.

-hein?! –Jackson perguntou rindo e tirando o bolo de minha boca. Cuspindo algodão para todos os lados (se você ainda não fez isso, então nem tente. É NOJENTO!)

-aaah!! Esquece. –resmunguei voltando para meu curativo (que estava saindo mais para “reabrir o machucado”).

-nunca vai conseguir sozinha. –ele resmungou com um sorriso torto no rosto, enquanto ainda olhava o que eu fazia.

-aham... Eric está lá em cima. –avisei molhando o milésimo bolinho branco no álcool para tentar passar.

Por algum motivo que eu não consegui entender, Jackson bufou e se sentou na cadeira ao meu lado, roubando minha pinça e jogando a minha bolinha de algodão que eu levei tanto tempo para fazer no lixo, enquanto fazia outra com facilidade e apenas dava uma encostadinha no liquido.

-EI, eu estava conseguindo. –avisei bufando e colocando o outro braço na mesa.

-com toda a sua habilidade você chagaria para o baile amanha. –ele disse rindo de sua própria piada enquanto eu fazia careta. Que culpa eu tenho se não tenho vocação?!

-eu estava quase conseguindo. –murmurei apoiando a cabeça na mão livre.

-é, deve ser por isso que ainda tem colinha do outro curativo grudado aqui. –ele falou tirando enquanto passava a bola branquinha com cuidado em meu braço.

-é sério, não precisa fazer isso. –disse tentando tirar meu braço com cuidado, mas ele apenas segurou com mais força e o puxou novamente.

-não me importo e de qualquer forma você sempre pode fazer alguns favores para mim, certo?! –ele piscou um olho e eu fiz careta.

-oras...

-eu estou brincando, agora se aquiete. –e dito isso ele começou a fazer meu curativo com um cuidado que eu só tinha visto em minha mãe, e isso não é exagero.

De vez em quando ardia um pouco e eu tentava tirar o braço, mas ele apenas o puxava novamente e começava tudo de novo. Estava começando a ficar desconfortável, por que afinal de contas ele ainda era meu arquiinimigo, não era?!

-pronto, agora é só passar a pomada quando for dormir outra vez. –ele disse sorrindo e terminando de colocar a coisa grudenta por cima.

Dei uma olhada rápida tentando achar algum defeito ou coisa do tipo, é claro que não tinha nada, mas esperança é a ultima que morre.

-hm, obrigada por isso. –tentei sorrir simpática, mas era estranho sorrir e não rosnar para ele.

-está tudo bem. –ele sorriu também colocando as mãos dentro do bolso da calça. –e você está... É, bem?!

-sim, por que não estaria?! –dei de ombros sorrindo um pouco e começando a subir as escadas com ele me acompanhando.

-eu não sei, talvez Bryan...

-nunca mais ligou e nem o vi depois daquele dia. –dei de ombros suspirando, não querendo me lembrar da minha terrível burrada. Ainda tinha a correntinha que ele tinha me dado, nem coragem de jogar fora eu tive.

-talvez seja melhor assim... –ele murmurou mais para si mesmo. Suspirei e esperei enquanto ele resolvia o que fazer parado na porta do quarto do meu irmão.

-bem, eu vou para a casa de Clara, pode avisar Eric para mim? –perguntei indo para o meu pegar minhas coisas.

-tudo bem. –ele disse assentindo e abrindo a porta, correndo para o lado do meu irmão que pelo jeito perdia feio no vídeo game.

MENINOS!

Coloquei minha mochila nas costas e desci as escadas correndo, indo direto para meu carro e o ligando de imediato. Estava meia hora atrasada do horário que tinha dito para Clara, mas não minha culpa e sim dos algodões e Jack Estripados.

Virei na única avenida da cidade e atravessei, virando na segunda rua a direita. Eu precisava passar por onde era a casa de Bryan para chegar até a de Clara, e agora a única coisa que tinha no quintal era uma placa de “vende-se” e nada a mais. Nem mesmo mais um dos flamingos assassinos.

Estacionei meu carro atrás do de Justin, sabia que ele não iria sair de qualquer jeito, a menos que fosse com Simon, mas ainda duvidava disso. Toquei a campainha e esperei que uma boa alma viesse me atender, o que demorou pouco mais de cinco segundos, com Justin colocando a cabeça para fora e antes que ele pudesse apertar o botão do controle para o portão abrir, Clara já estava em cima dele, pulando e berrando por meu nome.

-MAGGIE! –ela gritou me abraçando, e quase fazendo com que nós duas caíssemos.

-Oi Clara. –disse rindo, enquanto via Justin subir as escadas passando a mão no braço. Clara deveria ter derrubado ele... De novo.

-vem, temos muito que fazer. –ela disse me puxando escadas a cima.

A minha idéia de ir de noiva cadáver babou, isso por que eu estava com um curativo no braço nada legal e não queria ter que sair por aí dando explicações. E então minha mãe me convenceu a ir de um clássico (é claro que eu não deixei ela me vestir de Julieta), me colocando em uma roupa de Christine Daaé, do Fantasma Da Ópera...

 

-MÃE, eu não tenho vocação para a donzela indefesa. –resmunguei enquanto ela arrumava as fitas do meu vestido. Ela riu alto.

-na verdade, tem sim. –e continuou rindo. –e para dizer a verdade Christine não tem nada de indefesa.

-é, eu tenho dó do fantasma. –minha mãe riu outra vez...

...

-vamos, me deixe ver sua roupa. –Clara cantou tentando olhar para dentro de minha sacola.

-não é exatamente o que eu estava planejando, mas... –tirei de dentro da sacola e o estiquei na cama.

O vestido ia apenas até o joelho em um tom bege, de mangas cumpridas para esconder o maldito machucado, com um espartilho vermelho escuro preso por fitas nas costas. Minha mascara era branca e cobria apenas os olhos, com pequenas aplicações em toda ela.

-uou, parece ter saído diretamente de um daqueles filmes que agente vê na TV. – Clara falou tocando na saia com cuidado. –é tão...

-comum. Preferia a noiva cadáver. –resmunguei me jogando na cama.

-eu ia dizer bonito. –ela sorriu para mim. –quer coisa mais comum do que princesa?

-mas você que escolheu... –eu disse confusa. Quem entende essa menina?!

-sim, mas eu gosto. –ela disse sorrindo e tirando um vestido amarelo todo brilhoso do closet.

-WOW! Mandem o desenho se aposentar. –comentem vendo seu vestido. Imagina aqueles vestidos bolo fofos que você vê por aí, agora imagina ele amarelo e cheio de coisinhas brilhantes... Bem, você está visualizando o vestido de Clara.

-para boba, Justin disse que é muito exagerado. –ela suspirou pesadamente o olhando também.

-ele falou?! –perguntei descrente. O máximo que já o tinha visto fazer foi mímica e mesmo assim não eram para frases longas.

-ele fala Maggie, apenas é um pouco inseguro. –ela deu de ombros pegando sua mascara e me mostrando.

-faz mais de um mês que ele me conhece. –eu disse descrente. Ninguém era inseguro a esse ponto, é loucura.

-é sério, aqui em casa ele até canta no banheiro. –ela disse rindo. Arregalei os olhos e assenti. –Ei, quem fez seu curativo?! Eu estava me preparando psicologicamente para te ajudar nisso hoje.

-hm, acredite se quiser, mas foi o Jack Estripador. –comentei suspirando. Clara arregalou os olhos e deixou a boca cair.

-estamos pensando na mesma pessoa? Você está mesmo falando de Jackson Bennett? –assenti desajeitada.

-sim, exatamente a pessoa que eu acreditaria que causaria meus machucados. –falei suspirando.

-eu hein, para mim vocês são tudo é LOUCOS! –ela falou rodando o indicador no ar, me fazendo rir. – VEM QUE EU VOU ESCOVAR SEUS CABELOS.

(...)

-É MUITO CASTIGO! O MEU PAR NO BAILE DE MASCARAS DO COLÉGIO É O SIMON! –Clara ainda choramingava ajeitando a coroinha na cabeça.

-o meu é seu irmão! –eu disse rindo.

-ah, por sinal eu tenho que te agradecer por isso, se não eu teria que ir com ele novamente. –ela suspirou arregalando os olhos e sacudindo a cabeça, como se a idéia fosse terrível para ela. Ri um pouco prendendo a fivela da sandália.

-não foi nada, eu já disse. –levantei em um salto e fui ajeitar o meu grampo no cabelo.

-você está tão linda. –Clara disse com os olhos brilhando e eu ergui uma sobrancelha.

-está falando sério?! Você é a princesa aqui, lembra? –disse rindo e colocando um fio de cabelo atrás da orelha.

-é claro que tenho certeza, olha só para mim, quantas meninas não vão estar iguaizinhas? –ela suspirou pesadamente pegando sua mascara e segurando no cabinho.

-bem, de amarelo eu não sei, mas belas adormecidas... –nós rimos e começamos a descer as escadas.

Lá embaixo Simon e Justin esperavam por nós sentados no sofá quase dormindo. Justin vestido de alguma coisa que me parecia o lanterna verde da liga da justiça ou alguma outra coisa parecida. Ele sorriu para mim e se levantou esticando o braço para que eu o pegasse.

-você está mesmo falando sério?! –perguntei rindo e ele assentiu, com o sorriso aberto.

Olhei para Simon, que usava um capuz verde com uma lanterna em cima de um ferrinho, um colam todo verde, que ia até as pernas e que ficavam muito largos nas pontas dos pés, fazendo que sobrasse um pouco de tecido lá na ponta.

-Eu-sou-um-alien... –ele falou com uma voz robotizada, até mesmo Clara riu com essa.

Entramos no carro e fomos para a escola, onde aparentemente todos os alunos já tinham chego. Desci do carro e esperei por Clara, que estava tendo problemas em puxar a barra do vestido de trás do banco.

Na porta do ginásio estava Joseph com uma peruca branca daquelas de rolinhos na cabeça com uma mascara que me lembrava um pavão, cumprimentando todos que chegavam. Ele ainda murmurava para a senhora ao seu lado que deveriam ter frisado melhor o “BAILE DE MASCARAS” e não de fantasias, mas nos deu um sorriso educado quando entramos.

O local estava inteiro decorado em estilo de bailes antigos, com luzes amareladas e até castiçais improvisados pendurados no teto. A mesa longa no canto, tinha frutas e até uma bacia com ponche. Corri os olhos pelo salão tentando achar alguém conhecido, mas as únicas pessoas que encontrei foram Britanny, vestida de (ta-nãn!) princesa e suas fieis escudeiras de alguma coisa parecida com isso. Soltei um suspiro pesado pensando até que horas eu teria que ficar ali.

-vem, vamos dar uma circulada. –Clara disse pegando em minha mão e começando a me guiar pelo salão.

Não tenho idéia do que ela queria que eu fizesse ou visse, já que ela não deu muito tempo para isso e começou a tagarelar. Olhava em volta e não tinha nada de interessante. Alguns Power Ranges dançando desajeitados e até mesmo algumas fadas dançando com doendes. Incrível... Todos sem mascaras.

-por que acho que fomos as únicas a cumprir a coisa de “Baile de MASCARAS”? –perguntei olhando para uma bruxa que tinha apenas um nariz postiço.

-não sei, mas achei bem legal isso. –Clara riu mandando um beijinho e piscando um olho.

-caos completo. –apontei para a minha que pinicava um pouco. Clara de repente ficou tensa e deixou o lábio em uma linha fina.

-preciso ver uma coisa, já volto. –e assim, antes que eu pudesse ir atrás dela, ela tinha simplesmente desaparecido entre uma princesa e fada, correndo para sei lá onde.

Comecei a voltar pelo caminho que tínhamos ido, mas nenhum rosto que eu tinha visto antes apareceu, apenas Justin, com um copo de alguma coisa vermelha nas mãos, (que eu torci para que fosse alcoólico e quem sabe assim ele não resolvia falar?) olhando para o meio da pista com cara de entediado. Suspirei pesadamente e dei as costas, se eu ficasse lá parada com ele provavelmente ficaria entediada também e ia ligar para minha mãe para que fosse me buscar.

Do outro lado do salão Simon brincava com alguma coisa em uma telinha pequena. Imaginei que fosse seu celular e que estava jogando Snake de novo e resolvi ir lá atrapalhar ele. Pelo menos, quando está com agente, ele não fica perdido no mundo tecnológico que ele criou em sua cabeça.

Sorri um pouco e comecei a andar em sua direção, segurando um pouco o vestido para que não ficasse preso na mão postiça de um capitão gancho que conversava animado com sininho. Foi quando eu estava apenas há três passos de Simon, que alguém se colocou em minha frente, chamando totalmente minha atenção.

Olhei para cima e paralisei o encarando com os olhos arregalados e estudando cuidadosamente cada detalhe de sua fantasia. Ele era o perfeito Erik para uma Christine totalmente desajeitada como eu.

A máscara escondia a parte superior do rosto e uma pequena camada escura cobria os buracos da mascara que deveria ser seus olhos. Ergui uma sobrancelha e sorri, será que ele tinha me confundindo com alguém ou estava apenas esperando passagem como eu?

-opa. –ri um pouco e me virei de lado, esperando que ele passasse. Ele nem sequer se moveu, apenas movimentou a cabeça para continuar olhando em meu rosto.

Engoli em seco e pensei: já não bastava um esquisito?

-pode passar... –incentivei, mas ele não me respondeu. –tudo bem.

Tentei passar por seu lado, mas ele me impediu, dando um passo e ficando novamente ao meu lado. Em seu rosto, os lábios estavam esticados em um sorriso torto, o que fez com que um sombrio arrepio corresse por minhas costas.

-hm, você está me assustando, é sério. –falei, olhando para o chão. CADÊ A CLARA, SENHOR?

Novamente ele não respondeu, apenas estendeu a mão em um gesto antigo, pegando a minha e levanto até os lábios. Minha intenção original era tirar minhas mãos das suas e dizer: “ECA!”, afinal, beijo na mão é meio nojento, mas ele me girou em meu próprio eixo, e eu perdi o foco.

-hm, Justin? –perguntei olhando em volta tentando achar meu amigo. Ri um pouco percebendo que seus lábios estavam franzidos em sinal de descontentamento. –é sério, quem é você?

Ele negou com a cabeça, voltando a sorri e agora se aproximou mais de mim, ainda segurando minha mão. Engoli em seco, afinal aquela pessoa era a mais estranha que eu tinha conhecido nos últimos tempos (e isso inclui Simon, Justin, Bryan, Jack Estripador, John e Clara). Sua outra mão veio para a minha cintura e me manteve próxima, enquanto ele começava a nos movimentar.

-eu não sei dançar. –sussurrei, mas ele não me deu ouvidos (e nem respondeu também).

Quando percebi novamente estávamos girando pelo salão sem muitas dificuldades. Apesar de não poder ver o rosto daquele meu estranho acompanhante, sentia como se já o conhecesse. Olhei em volta rapidamente, e não vi nem Clara, nem Justin e nem mesmo Simon estava em seu lugar anterior. Ninguém que eu conhecia, ou já tinha visto o rosto estava por perto.

-eu conheço você? –perguntei estudando a parte de baixo de seu rosto com cuidado. Mas quantas pessoas não têm o queixo quadrado nessa escola? Ele deu de ombros com o sorriso torto brincando nos lábios. –é sério, esse monólogo está começando a ficar chato. –avisei suspirando enquanto ele ria.

(http://www.youtube.com/watch?v=iZMWXqy8jdM primeira música que eu posto aqui! :O escutem gente, é linda! ++)

Continuei me movimentando enquanto era guiada por aquele ser estranho e totalmente insano. Quem faz essas coisas nesse século? Será possível que ele resolveu incorporar de verdade os personagens? Porque eu não to nem um pouco a fim de ser trancada por aí não.

Pensei em dar uma desculpa qualquer e sair dali de fininho enquanto podia, vai saber, poderia ser o Bryan que tinha voltado para puxar meu pé durante a noite... Ou me perturbar durante o baile do colégio?! Mas, O fantasma da ópera já tinha me virando outra vez e colocando uma mão sobre meus olhos, enquanto a outra continuava em minha cintura com ele me levando.

“FUDEU!”, pensei. Era mesmo o Bryan querendo terminar de me matar. Engolindo em seco e abrindo a boca para gritar, ouvi um “SHIU” e alguma coisa realmente me fez ficar quieta. Quase como uma calma vinda de não sei onde, enquanto meu fofíssimo Ghost continuava me levando. Deus me ajude.

Quando ele tirou as mãos de meus olhos tínhamos apenas deixado o ginásio e agora estávamos no gramado, que estava iluminado apenas pelas luzes do baile. Suspirei, ouvindo a fontezinha que tinha há poucos metros de nós.

Ainda segurando minha cintura, ele me levou até um banquinho e se sentando lá, tirando a capa que ficara presa entre as pedrinhas. Aproveitei o tempo para poder analisá-lo bem, cada detalhe, que talvez fosse importante mais tarde quando eu fosse pensar em quem era ele.

Não conseguia ver a cor de seus olhos, mas podia ver o queixo em forma reta, os dentes perfeitos quando ele sorria, e a postura despreocupada que tomava quando estava ao meu lado. Com um sorriso despreocupado como se me conhecesse bem de mais, ou esperava que eu fosse o que ele achava. Ele estava com a perna cruzada sobre a outra, o cotovelo sobre o joelho e os dedos batucando o queixo, exatamente da forma que eu fazia. Ri um pouco ao perceber isso.

Ele me olhou com um sorriso torto e sorriu, pude ver seus olhos revirando mesmo atrás da camada escura que protegia os olhos. Um brilho estranho estava iluminando seu rosto, olhei para o céu e apenas vi a lua, lá em cima iluminando todo o céu. Ele a olhou por um segundo também e voltou a sorrir para mim. Achei que seria o momento em que ele diria alguma coisa, mas apenas tocou meu rosto com uma das mãos usando luvas pretas, o toque frio fez com que eu me encolhesse.

Ele usava sapatos pretos, jeans pretos, uma camisa preta e a maldita capa com capuz preta, apenas a máscara branca quebrava. Os cabelos de um castanho que antes me pareciam mais claros, agora estavam escuros por causa do escuro, levemente iluminados pela luz branca da lua. Esse espírito Justin que às vezes se apoderava das pessoas me irritava, e por isso fiquei apenas o olhando, sem dizer nada.

Ele pareceu perceber minha tática e riu, um riso rouco e novamente despreocupado, que eu não vira ninguém dar até agora. Eu era detalhista, mas nada nele pareciam com alguém que eu conhecia no momento, apesar de ter a leve impressão de que o conhecia de alguma maneira.

-é sério, esse monologo está começando a ficar meio cha... –e então ele me beijou, foi apenas o tempo de eu arregalar os olhos e notar o que estava acontecendo.

“EU TO BEIJANDO UM COMPLETO DESCONHECIDO” um lado de mim berrou, mas sempre achei que o lado Maggie (irresponsável, que não mede conseqüências, e terrivelmente chateada com coisas consideradas seguras) falasse mais alto, e no momento ele estava gritando um típico “Foda-se” para o lado racional.

Quando percebi meus braços estavam em volta de seu pescoço e eu quase arrancado sua mascara, mas sinceramente aquilo parecia estar colando com super Bonder (tão bom, que cola até a tampa), pois apenas fez com que ele risse.

Senti as pontinhas de minhas orelhas queimarem até as pontas dos meus dedos ficarem moles, minhas pernas pareciam tremer e eu agradeci por estar sentada. Eu era estúpida ou o que?! É A CIDADE, SÓ PODE!

Ele segurou minha cintura e uma de minhas mãos correu para seu rosto, dessa vez sem a intenção de tirar a mascara, apenas por costume. Tentei não pensar em minha auto-critica mais tarde. Clara, Eric, Simon e muito provavelmente Justin (se ele falasse) poderiam fazer isso por mim, eu iria apenas curtir meu fantasma da ópera, já que a ocasião permitia.

-MAGGIE! –era a voz de Clara. Abri os olhos de repente e virei, vendo minha amiga saindo do ginásio segurando o vestido e com Simon segurando Justin logo atrás.

Meu fantasma se levantou em um salto e fez menção de correr. Queria bater em Clara por nem ter me dado tempo de conseguir tirar a mascara dele, mas de qualquer forma... Ele deu um passo para longe ainda me olhando, a boca entre aberta.

-Ei, espera... Como eu vou... –ele tirou alguma coisa da mão e pegou a minha, colocando em meu dedão um anel de prata. Um dos meus maiores defeitos: nunca olhar para a mão de um menino para ver se usa aliança antes de achá-lo bonito. Nunca reparo em anéis de qualquer forma. –hm, tudo bem...

E então ele sumiu, correndo entre o gramado e depois indo para o estacionamento... EU HEIN, QUE GENTE MAIS LOUCA!

 -quem era seu amigo? –Clara quis saber parando ao meu lado.

-é o que eu quero saber também. –murmurei e me virei para ela.

-Bem, Justin está bêbado...

-MAAAAAAAAAAAAAGGIE! –ele gritou com a voz rouca e rindo.

-Clara, esse não é seu irmão. –avisei revirando os olhos.

-está louca? Eu conheceria meu irmão até do avesso... –ela falou cruzando os braços sobre o peito.

-Clara, seu irmão não fala. –e com isso ela riu dando um tapa no ombro do suposto Justin.

-É CLAAAAARO QUE EU FALO MAGGIE! –ele respondeu com um sorriso aberto.

-pensando bem, acho que o prefiro mudo! –murmurei para a gêmea do próprio, que o olhava com pena.

-vamos Justin. –Clara falou dando um jeito de o enfiar no carro como quem tenta empurrar uma mala muito grande para o porta malas... Com o pé.

-mas...

-sem mas... Vai logo. –eu disse rindo me sentando ao seu lado.

Fomos para casa ouvindo Justin cantando ópera (e olha que de ópera eu estava até o ultimo fio de cabelo), e quando não era Simon que tentava fechar a boca do coitado com durex que sobrara de sua fantasia, era Clara tentando amordaçá-lo com a faixa da cintura de seu vestido.

-ELE NÃO PARA! –ela choramingou, com o carro parando em frente em minha casa.

-LÁLAÁLÁLÁLÁLÁLÁLÁLÁLALÁLÁLÁLÁLÁLÁLÁAAAAAAAA – Justin ainda fazia enquanto eu ria saindo do carro.

-vejo vocês na escola. –disse rindo e indo para a porta de minha casa.

-até. –Clara e Simon murmuraram, ambos segurando a cabeça de Justin.

-TCHAU MAGGIE! –Justin gritou e eu ri, provavelmente ele ficaria sem falar comigo pelos próximos dois anos depois dessa.

Tomei um banho rápido, fui olhar Eric dormindo em seu quarto e desliguei a luz do quarto de minha mãe, e depois fui dormir, não demorando muito por estar cansada. Me lembro apenas, que a ultima coisa que vi naquela noite, foi um anel de prata em meu dedão.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado gente! ++ comentem por favor!
beeijiinhos



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