Tapiando o Destino escrita por caroline_03


Capítulo 4
Capítulo 3- Falta.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura...



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[Maggie]

Não sei o que me deu quando a noite caiu. Bem, na verdade eu sei sim e para dizer a verdade eu sabia BEM o que era aquilo. Fazendo o jantar para nós, mamãe resolveu ligar o rádio, tinha pedido minha ajuda e eu resolvi fazer seu gosto pelo menos naquele dia.

Eu ajudava cortando legumes, enquanto ela fazia milhares de perguntas sobre Clara, Simon e até mesmo sobre Justin, quando o solo de uma música muito conhecida para mim começou a tocar no rádio. Sweet Child O’ Mine me pegou de jeito, fazendo com que eu até mesmo cortasse meu dedo com a faca.

-mas por que ele não fala... Maggie o que é isso? –minha mãe perguntou pegando minha mão para ver o corte.

-não é nada, eu vou... –minha voz já estava saindo meio engasgada. –Lavar isso.

Subi escadas a cima como um foguete, até mesmo trombando com meu irmão na porta da cozinha. Não queria que nenhum dos dois me visse agora. Eles estavam bem, eu estava bem... Mas a música fez com que a tristeza e a falta me atingissem como uma bola no estomago, e tudo o que eu poderia fazer era correr para meu quarto e chorar a noite inteira sozinha.

Fechei a porta em minhas costas e olhei para o teto, tentando tirar da cabeça o ritmo da minha antiga canção de ninar. Você deve estar se perguntando: Quem canta Guns N’ Roses para uma criança dormir? Bem, meu pai cantava e tudo o que posso dizer é que eu gostava tanto que sabia toda a letra. Não é surpresa que eu não consiga ouvir aquela música até hoje.

Quando o primeiro susto tinha passado fui caminhando lentamente para o meu banheiro, onde eu pretendia lavar minha mão para tirar o sangue que tinha escorrido. Não tinha sido um corte muito grande, mas...

Deitei na cama e resolvi ir dormi sem jantar. Não queria olhar para Eric e ter que explicar o motivo do meu choro. Como eu disse, meu irmão tinha apenas sete anos quando meu pai morreu e tinha poucas lembranças dele, mas minha mãe... Essa era outra história. Então resolvi ficar quieta, trancada em meu quarto e esperando que fosse embora sozinho.

Peguei uma caixinha que guardava embaixo da cama. Eu sabia que aquilo só ia piorar tudo, mas algumas vezes era bom me lembrar de seu sorriso da forma que era e não apenas através de minhas memórias turvas e distantes.

Os cabelos castanhos com alguns fios já grisalhos eram desajeitados, em um ondulado bonito e cheio. Os olhos castanhos olhavam diretamente para a câmera e dessa forma parecia que olhava diretamente para mim também. Passei a mão por cima de sua imagem e uma lagrima ou dias atingiram a foto.

-sinto sua falta. –sussurrei dando uma ultima olhava para a imagem antes de devolvê-la para a caixinha em que estavam outras coisas que eu considerava importante.

(...)

Quando acordei no outro dia estava um caco... Na verdade eu estava mais para a Cover do Mick Jagger após um atropelamento. Lavei bem o rosto e comecei a fazer a maquiagem. Por causa das olheiras eu teria que colocar muito mais base do que estava acostumada, o que significava que eu precisaria de muito mais tempo, coisa que eu não tinha.

Quando desci para tomar meu leite, Eric e minha mãe me olhavam curiosos. Sorri minimamente para eles, como se não soubesse o motivo de tanto cuidado e falei o meu melhor “bom dia família”, para o qual eles responderam com um suspiro aliviado.

-como está seu dedo querida? –minha mãe perguntou olhando minha mão.

-está bem, foi só um cortinho de nada. –ela sorriu.

-Maggie, nós vamos em seu carro hoje de novo? –meu irmão perguntou sorrindo, no minimo tentando puxar algum assunto também.

-podemos ir. –falei e olhei para mamãe, que assentia.

-acho bom, assim vocês não precisam voltar a pé para casa. –assenti e voltei para meu copo. –Maggie você está bem? –minha mãe perguntou , fazendo com que eu a olhasse novamente.

-estou, por? –desviei o olhar. Ela sabia detectar mentira no ar.

-não... É nada querida. –ela disse com um sorriso simples, mas eu sabia o que aquele olhar de rabo de olhos significava... Você está me escondendo algo.

Eu e o pestinha fomos para a escola e, como estava se tornando costume, Clara e Justin esperavam por mim na porta do prédio de nossa primeira aula. Ela ainda me perguntava sobre o que tinha acontecido na diretoria, mas eu tentava ignorar e dar respostas que não fossem assustá-la. Como eu poderia dizer: “Ah, o diretor negou meu pedido de suspensão. Mas que droga!”. Entende meu drama?!

-então... Você vai no acampamento? –ela perguntou com um sorriso no rosto.

-ahn... Minha família não costuma acampar nos fins de semana. –falei tentando parecer doce.

-nem a minha... Mas é organização para o colégio. É uma forma de unir os aulos pelo menos por dois dias sabe... –ela deu de ombros com um sorriso fraco, olhando para frente. Tenho que ressaltar... Agora Justin me olhava como se eu fosse uma idiota por não saber daquilo. O que eu poderia fazer? Eu jurava que acampamentos fosse uma coisa comum para eles!

-eu não sei sabe... Não sou do tipo natureba. –ela riu.

-vale um ponto na média na matéria que você escolher.

-quando vai ser?! –perguntei rapidamente, enquanto ela gargalhava.

Um ponto na média por passar um fim de semana no meio do mato e de animais relativamente perigosos? É, parece um preço meio baixo para mim também, mas eu com toda a certeza não estava em condições de reclamar.

-você precisa passar na secretaria e a dar seu nome. Eles vão te dar uma listinha do que você precisa levar. –Clara avisou com um sorriso compreensivo no rosto.

-hm... Obrigada.

Logo no intervalo tratei de ir à secretaria e conseguir tudo o que precisava. A secretaria avisou que eu precisaria da autorização de minha mãe, já que era menor de idade... O problema era: Eu precisava da autorização dela até o fim da aula e sabia que minha mãe nunca sairia do escritório só para assinar uma autorizaçãozinha boba. Então, corri para a mesa do meu irmão e o puxei para o banheiro feminino, mandando que ele assinasse no lugar de nossa mãe.

-Maggie, o que você andou fumando?! –ele perguntou indignado. –eu não vou falsificar a assinatura da mamãe.

-ah, você vai sim... Ou eu falo para ela que o motivo da minha reprovação foi você. –ele automaticamente ficou vermelho, mas assinou a porcaria.

-se eu for preso, a culpa é sua. –revirei os olhos.

-eu te mando uma lixinha de unha para tentar fugir... Obrigada irmãozinho, às vezes você é tão bondoso. –ri e beijei seu rosto, o deixando bravo e roxo para trás.

Corri novamente para a secretaria e entreguei a autorização para a secretaria, que me olhou com um olhar mortal e depois foi colocar meu papel em algum lugar.

-conseguiu a autorização rápido, não é?! –ela observou me olhando com aqueles olhinhos escuros quase inteligentes.

-pois é... O trabalho de minha mãe fica aqui perto. –ri um pouco e ela me olhou de cima a baixo por um segundo.

-ok, aqui está a lista. –ela me entregou e eu quase comecei a berrar ali mesmo.

POR QUE DIABOS ALGUEM PRECISA DE UMA GARRAFINHA DE AGUA?! BARRACA? SACO DE DORMIR? ONDE EU VOU ACHAR TUDO ISSO?

Sai da secretaria ainda meio abestalhada. Fala sério como eu vou conseguir isso tudo em apenas dois dias? Simon estava lendo alguma coisa quando cheguei a nossa mesa. Justin e Clara pareciam ter acabado de brigar, mas como Justin não falava nada achei meio impossível. Clara sorriu para mim e pegou minha lista dando uma olhada.

-circula aquilo que você não tem, assim fica mais fácil e eu posso te ajudar com o resto. –ela pegou uma caneta que estava na mão de Simon e me deu. –vai, começa a circular.

Não precisei olhar outra vez para a lista para saber o que eu precisaria circular. Com um movimento único eu fiz um circulo envolta da lista, que Clara olhou com os olhos arregalados.

-é... Talvez isso seja um pouco mais desesperados do que eu estava imaginando.

Passamos o resto da semana tentando achar as coisas daquela maldita listinha. Estava começando a pensar que talvez ficar em casa em segurança valesse mais pontos para a escola, por que, veja bem... Eu estaria viva para fazer as provas pelo menos, não é?!

Mas Clara não deixava que eu desistisse. Até dividir a barraca comigo ela faria, e assim Justin teria que dividir com Simon, e afinal de contas seria uma boa coisa... Vai que Justin começasse a matraquear.

-tudo bem, o saco de dormir pode deixar que eu pego o de Justin para você e...

-e ele vai dormir onde?! –perguntei começando a me sentir uma intrusa.

-do meu pai, não se preocupa com isso... Ele dormiria no chão sem reclamar. –ela riu um pouco e piscou para o irmão, que estava começando a ficar roxo.

Achei que esse seria o momento em que eu o veria começar a falar alguma coisa, mas ele apenas bufou e olhou para outro lado.

-por que ele não fala? –perguntei a Clara. Sabia que ele não tinha nenhum problema e nem nada do tipo.

-é tímido. –ela respondeu sorrindo.

-tímido com o que?! –perguntei indignada.

-ele a conhece há apenas uma semana Maggie, não se preocupe, até o fim do mês ele dirá alguma coisa. –assenti. UAU!

Bem, normalmente quando não se conhece uma pessoa você tenta no mínimo aparentar ser simpático, certo? Errado. Eu não sou um poço de simpatia também.

Eric e eu já estávamos prontos para o acampamento. Não que Eric precisasse de nota assim como eu, mas ele achava que “fazia bem para sua aparência social!”. É, eu também achei o cúmulo, mas...
O que eu ainda não me conformo foi o método como ele conseguiu uma autorização a tempo...

Estávamos no jantar quando Eric deu a noticia do acampamento para mamãe. De fato eu já tinha minha autorização entregue e minha vaga reservada (não que eu achasse que alguém fosse querer ficar com ela, mas é sempre bom preservar), mas Eric até onde eu sabia não iria ao acampamento.

-mamãe, eu posso ir ao acampamento da escola no fim de semana? –ele pediu com os olhinhos azuis piscando. Golpe baixíssimo, devo ressaltar, já que mamãe nunca nega nada a ele quando faz isso.

-eu não sei...

-Maggie também vai, ela pode cuidar de mim... –ele me lançou um olhar azul faiscante.

-isso é verdade Maggie? –mamãe perguntou com um sorriso nos lábios.

-claro mamãe... –disse fuzilando Eric com os olhos. –mas se você for ficar sozinha...

-não, vou sair com uma amiga do escritório. –agora eu e Eric a encarávamos tentando entender alguma coisa. –é uma amiga nova, vocês não a conhecem.

-ahn... Claro. –respondi ainda a olhando.

-quer dizer que eu posso? –Eric perguntou com os olhos brilhando novamente.

-claro querido, sua irmã vai cuidar de você. –ela sorriu para mim calorosamente.

Eu ainda não sabia como ele iria sem entregar a autorização a tempo, mas daria um jeito de descobrir e rápido...

-como conseguiu a autorização? –perguntei enquanto ele colocava as louças sujas dentro da maquina.

-não consegui... Não pedi para ninguém falsificar a assinatura da mamãe. –ele falou me lançando um olhar duro.

-ah, claro... –ergui uma sobrancelha.

-apenas conversei com Joseph e ele permitiu que eu entregasse a autorização amanha. –ele sorriu torto, me lançando um olhar de canto de olhos.

-e por que eu não consegui isso?! –perguntei embasbacada.

-por que eu sou o irmão lega, lembra? –mostrei a língua para ele e fui terminar de arrumar minhas coisas.

Irmão legal! Quem precisa ser legal para conseguir alguma coisa?


E assim nós entramos no ônibus que nos levaria até lá. Com Clara pulando de animação ao meu lado, Simon tentando tirar algumas palavras de Justin, que apenas assentia para tudo o que o outro menino dizia. Estava até confortável, olhando meu irmão conversando com alguns menininhos lá nos primeiros bancos, quando entra mais duas pessoas dentro do ônibus... Jackson Bennett e seu fiel escudeiro (que eu não tenho idéia de como se chama), ambos me lançando um olhar pesado e malicioso, que fez com que Clara parasse de falar ao meu lado. Não senti medo do que eles poderiam fazer, se é que eles estavam pensando nisso, não seria nada pior do que eu talvez fizesse...

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Notas finais do capítulo

geeeeeeeeente, muito obrigada pelos Reviews, li e adorei todos eles!!!!++
por favor... Comentem outra vez, ok?! HAHAHAHAHAHAHAHA

beeeeeeeeeeeeeeeeijos



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