Tapiando o Destino escrita por caroline_03


Capítulo 3
Capítulo 2 -sucos são sucos... Sapos a aparte!




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Após a escola nós fomos direto para casa, não que eu pensava em levar meu irmão mais novo para algum lugar, mas sabe como é...

Mamãe chegara minutos mais tarde, quando eu já tinha tomado um banho e Eric também. Eu estava pensando em fazer alguma coisa para comer, mas como meus dotes culinários se resumem em macarrão e sopa instantânea, acho que eu não tinha muitas opções.

Foi quando eu estava decidindo entre frango com macarrão ou carne e macarrão, que minha mãe chegou perto de mim, com um sorriso aberto e ficou me observando. Por um segundo imaginei se tinha um pernilongo em minha testa... Vai saber não é?!

-como foi o primeiro dia de aula? –ela ergueu uma sobrancelha. ALERTA VERMELHO: ela sabe de alguma coisa.

-o que o BOCA ABERTA DO ERIC disse? –fiz questão de dizer algumas palavras mais altas apenas para que ele tivesse certeza de que eu sabia que tinha sido ele.

-só me falou que você não foi exatamente o exemplo de simpatia esperado, que achou encrenca com uma menina no almoço...

-ela me chamou de marmota! Tem noção que eu precisei correr para o Google para descobrir o que é uma marmota? –minha mãe riu alto.

-MAS ele me falou também que você achou amigos. –ela sorriu orgulhosa.

-ah... Claro. –olhei para baixo, onde a panela estava quase cheia de água.

-estou orgulhosa de você. –ela deu um beijo em meu rosto – e deixe isso aí, vamos sair para comer alguma coisa.

(...)

Mais um dia de escola. Meu segundo dia em Beeville’s school, mas Clara logo veio me entregar o livro que teríamos que fazer um trabalho para a aula de literatura. É claro... Romeu e Julieta era um livro tedioso e com palavras que eu provavelmente teria que procurar no dicionário o tempo inteiro, então sentei em um banco no lado de fora, enquanto o sinal não batia, e fingir ler o livro, o colocando no rosto.

[Jackson]
-ela tá ali oh. –apontei para o banco em que a menina fingia ler o livro, mas que na verdade dormia. –vai lá John.

John era meu melhor amigo desde... Bem, sempre. Então, é claro que ele iria me ajudar no que quer que fosse. O melhor é que ele não se importava se a menina era nova e nem se o que agente ia fazer seria nojento e pudesse causar problemas... Ele queria apenas diversão.

-ela vai nos ver. –ele falou olhando em volta e para todas as pessoas que estavam ali.

-não vai não. –olhei em volta e logo vi o sistema de irrigar a grama do colégio. –quer apostar?

(...)

Com o sistema de irrigação ligado e todos fora do campo, menos a estranha que nem tinha percebido a fina “garoa” que a atingia, John foi até lá e largou nosso “presente” de boas vindas a ela, dentro de sua bolsa. É claro que eu estaria por perto quando ela fosse abrir...

[Maggie]

O sinal bateu e eu fui para a aula. Artes e até onde eu estava sabendo o senhor “sou gostoso e daí?” faria aula comigo. Fui andando calmamente pelos corredores, sem me importar com as pessoas a minha volta ou com os comentários que faziam. O que podia fazer? Eu nasci assim.

Assim que entrei na sala, logo vi Clara em uma bancada acenando para mim para que eu fosse me sentar com ela. Não precisei de mais um minuto para ver o Jack Estripador me encarando com mais um de seus sorrisos pretensiosos. Minha vontade era ir até lá e dar uns belos tapas nele até que aquele sorrisinho ridículo saísse daquele rosto ridículo daquela pessoa ridícula. Mas respirei fundo e consegui manter a calma.

Me sentei ao lado de Clara, que como eu já tinha percebido que era costume, começou a tagarelar e contar empolgada sobre o que iria fazer no fim de semana. Pasmem... Ela estava feliz por que iria acampar. QUEM FICA FELIZ POR QUE VAI ACAMPAR?! Com toda a certeza eu não.

-isso é realmente muito legal Cla... –paralisei abrindo minha bolsa e vendo o que encontrava ali.

-Maggie isso é um...

-é! –suspirei pesadamente, me levantei fechando a bolsa e sai porta a fora. Aquele era um trabalho para o Formiga Atômica, mais conhecido como meu irmão.

Andei calmamente pelos corredores, sabendo que não tinha nada a temer, afinal de contas meu irmão tinha um sapo de estimação antes e a pior coisa que ele já fez foi sujar minhas roupas de uma gosma nojenta, mas nada de perigoso.

Bati na porta da turma da sétima série e logo uma professora baixinha e de cabelos loiros veio me atender. Ela tinha um sorriso caloroso e alguma coisa em sua expressão fez com que eu sorrisse. Pedi para falar com meu irmão e logo Eric estava fora da sala me olhando com uma sobrancelha levantada.

-não vou te ajudar a fugir da escola. –ele foi logo dizendo cruzando os braços.

-não é isso miniatura de gente. –revirei os olhos. –tem algo em minha bolsa que eu acho que vai te agradar. –entreguei a bolsa a ele, que me olhou desconfiado, mas logo a abriu.

-FROG! –ele falou pegando o animal em suas mãos, maravilhado. Sorri por um instante, vendo os olhinhos dele brilharem.

-não é exatamente o Frog, mas... –dei de ombros e ele sorriu para mim.

-sabe Maggie, esse é um daqueles raros momentos em que eu te amo. –ele falou sem tirar os olhinhos do sapo.

-a tá... Bem, obrigada. –disse sem jeito e comecei a sair pelo corredor, voltando para a minha sala de aula.

Quando entrei na sala Clara me olhava com os olhos arregalados, o professor me fuzilou com os olhos e, lá do canto da sala, Jack Estripador erguia uma sobrancelha para mim, me olhando de cima a baixo, quase como se... Como se procurasse por alguma coisa. Devolvi o olhar que ele me mandava e sentei.

-o que você fez? –dei de ombros com um sorriso fraco.

-meu irmão adora sapos. –nós rimos, mas tinha apenas uma coisa que não saia da minha cabeça.

Obviamente o sapo não tinha aberto o zíper da minha bolsa e pulado lá dentro por livre e espontânea vontade... Então... Quem tinha sido a ameba?

E logo em seguida meus pensamentos voaram para alguém... Britany!

Essa era com toda a certeza uma ameba.

Esperei até o almoço para fazer alguma coisa, afinal eu não tinha mesmo nenhuma aula com a loira oxigenada. Clara ao meu lado estava impaciente, apesar de eu não ter dito nada. Justin estava mudo no corredor, como sempre, é claro. Simon estava alegre, contando coisas sobre sua aula de matemática e de como as matrizes eram magníficas. Foi quando ele começou a falar sobre multiplicação que a lagartixa albina entrou.

-já venho. –falei com doçura, levando apenas meu suco comigo.

A coisinha sentava a mesa que eu tinha sentado no outro dia. O grande motivo de nossa pequena discussão. É claro que eu não estava com raiva por causa do sapo, sabe como é... Quando se tem um irmão que cria animais estranhos em casa, o sapo é o menos problemáticos. Os piores ainda ficavam entre as baratas e as malditas aranhas, que eu sempre passava veneno quando ele ia para o treino de futebol.

Cheguei bem perto com um sorriso doce no rosto. Ela me olhou dos pés a cabeça novamente com a mesma cara de nojo. Estava debruçada sobre a mesa apoiando a cabeça com uma mão. Suas amigas também olhavam para mim.

-olá meu bem. –despejei o suco em sua cabeça. Percebi que uma de suas amigas segurou a risada.

-VOCÊ... VOCÊ... VOCÊ FUGIU DE ALGUM HOSPÍCIO POR ACASO? –ela falou me olhando entre as mechas de cabeço ensopado.

-não, só queria que você soubesse que eu sei que foi você que colocou aquele sapo em minha bolsa. Que coisa mais infantil... Não sabe que meu irmão tem doze anos e como toda a criança normal coleciona animais? –bufei batendo o pé no chão impaciente.

-SAPO? VOCÊ ACHA QUE EU IA SUJAR AS MINHAS MÃOS COM UM SAPO PARA POR EM SUA BOLSA? –para dizer a verdade, foi a primeira vez que eu parei para pensar no assunto.

-Opa, erro meu. –ela bufou. –mas se não foi você então... –ouvi alguns tossidos vindos de uma mesa próxima, e lá estava o Jack Estripador morto...

Peguei o suco da Britany e comecei a ir para cima do menino, era agora que ele ia conhecer Megan Fuller quando está errada.

-ei! Espera. –Britany chamou. Me virei para ela e ela colocou outro suco em minha mão. –manga... Sabe como é... Deixa manchas. –deu de ombros e eu sorri.

-obrigada Britany.

-Tifanny... –dei de ombros.

-acredite... Nem um é melhor.

(...)

Entrei na sala do diretor e esse segurava a cabeça com as duas mãos. Credo, mas que gente estressada.

-Sente-se Senhorita Megan. –sorri para ele e me sentei.

Ele parecia estressado, especialmente pelo modo como ele me olhava, como se fosse arrancar minha cabeça, eu sabia que estava em encrenca. Bem... Também, eu tinha dado um banho de suco em duas pessoas em um intervalo de dois minutos.

-já me fazendo visitas especiais? –ele perguntou sarcástico e eu sorri encantadoramente.

-ah, qual é? Sei que você queria me conhecer. –sorri mais um pouco e ele revirou os olhos.

-Megan, você acaba de jogar suco em Jackson Bennett e em Tifanny Young. –ele sacudiu a cabeça.

-e o Jack Estripador colocou um sapo em minha bolsa... Foi apenas um acidente de percurso o que aconteceu com Britany. –dei de ombros.

-não se responde infantilidade com infanti...

-ai ai, tá bom, escuto isso todos os dias de minha mãe, mas vamos combinar... Ele mereceu! –o diretor passou as duas mãos na cabeça bagunçando tudo.

-minha nossa... O que eu vou fazer com você? –ele perguntou para si mesmo, mas por que não dar minha opinião?

-Suspensão? –perguntei feliz.

-sabe... Você me lembra alguém. –ele constatou, depois sacudiu a cabeça. –vamos considerar isso como uma advertência verbal.

-quer dizer que eu posso ir? Assim... Sem nenhuma semana em casa para pensar no que fiz? –pedi incrédula.

-é claro que não. –sacudiu a cabeça sorrindo e depois deu a mão para eu apertar. –boa aula Megan.

-obrigada. –murmurei cruzando os braços sobre o peito, chateada.

(...)

A aula finalmente tinha acabado e agora eu e Eric íamos sozinhos para casa, ele ainda segurava o sapo em suas mãos fazendo carinho na cabeça do animal.

-não vou contar para mamãe o que aconteceu hoje na escola. –ele falou com um fio de voz.

-o que? –perguntei fazendo a curva na esquina.

-sobre você ter ido para a diretoria. –mostrei a língua para ele. –é sério Maggie, você foi legal comigo hoje. –mostrei a língua outra vez. –o que aquelas pessoas fizeram para você? Eles parecem ser legais. –mostrei a língua mais uma vez. –sabe, tenho uma duvida. Quando eu chegar aos dezessete anos eu vou ser tão maduro quanto você?

-nem pensar, meninos demoram mais para amadurecer do que meninas. –sorri estacionando em casa.

-amém senhor. –ele murmurou. Lancei um olhar de canto de olho para ele, descendo do carro.

[Jackson]

John ainda gargalhava enquanto eu tentava limpar o suco do meu rosto.

-você tinha que ter visto a sua cara... Foi mais ou menos assim. –ele arregalou os olhos e abriu a boca mostrando todos os dentes, em uma... Uma típica cara de desespero. –E a Tifanny... Essa foi a melhor, com os cabelos colados no rosto todo.

E ele voltou a gargalhar. Lancei um olhar furioso para ele, mas era impossível para uma crise de risos daquelas. Sentei no chão do banheiro pensando em alguma coisa. Que tipo de menina não tem medo de sapos?

-bem, pelo menos ela foi para a diretoria dessa vez. –John falou tentando se controlar.

-é... O que faz uma menina correr desesperada? –perguntei inconformado.

-animais? –revirei os olhos.

-aparentemente ela não se encaixa nessa categoria. –suspirei e olhei para um azulejo em minha frente.

-vamos dar um jeito cara... Mas agora admita. Foi legal, não foi? –ri um pouco e o olhei.

-admito que ela tem personalidade. –e então começamos a gargalhar.

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Notas finais do capítulo

comentem geente!



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