Tapiando o Destino escrita por caroline_03


Capítulo 27
Penultimo Capítulo -Despedidas.


Notas iniciais do capítulo

Não me matem!!! HAHAHAAHAHAHAHAHA



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Disquei o número de minha avó lentamente, tentando não errar nenhum número e acabar ligando para um desconhecido e passando uma vergonha desnecessária. Esperei pacientemente enquanto chamava.

Eu não tinha idéia do que poderia ser tão urgente que minha avó não poderia nem sequer esperar que eu tomasse um bom banho, comesse alguma coisa e então, só mais tarde, bem mais tarde, eu retornasse a ligação. Mas uma coisa que eu aprendi com a vovó Nara é que não é bom deixá-la esperando.

-alô? –ela falou com a voz mansa. –essa coisa está ligada? Mas que...

-Oi vó, sim... a coisa está ligada. –ri baixinho. Tecnologia nunca fora o forte dela.

-AAAAH! MAGGIEZINHA! Que saudade que eu estou de você, minha pequena. –ela falou com a voz doce. Sorri para o nada e me sentei na poltrona ao lado da mesinha do telefone.

-também estou com saudades vó! A senhora poderia nos visitar no verão, não é mesmo? –convidei, mesmo que nenhuma esperança brotasse em mim. Eu sabia que no verão ela iria para algum hotel em alguma praia longe dos Estados Unidos. Já era tradição.

-veremos, veremos... Nesse ano estou pensando em inovar! Estava pensando em fazer um cruzeiro pela costa européia. Não acha maravilhoso? Ou quem sabe passar algum tempo nas Ilhas Gregas...

-ual... Super inovador. –ri baixinho.

-também achei! Dizem que o mar das Ilhas gregas...

-eu já te mostrei fotos. –a lembrei com um sorriso. –algumas milhares de vezes. Lembra?

-ah! É verdade... Tinha me esquecido que havia sido você e não Eric. –ela riu. –mas então querida, liguei mais cedo e sua mãe disse que você estava viajando.

-pois é. O seu madru... Digo, o Sr. Daves me deu dois ingressos para o show da Britney, em Dallas, então eu e meu namorado e mais um casal de amigos fomos para lá e...

-quem é Sr. Daves?

-o Seu madruga. –respondi dando de ombros.

-hein?

-quer dizer... O novo namorado da mamãe. –cocei a cabeça envergonhada e aliviada por nem minha mãe e nem o próprio namorado dela estar por perto naquele momento.

-ah! Finalmente ela achou alguém! Eu estava realmente preocupada com ela! Sua mãe é uma mulher tão jovem e tão bonita, não seria justo ela ficar sozinha pelo resto da vida. Estou realmente muito feliz por ela ter encontrado alguém. –e ela realmente parecia. A voz de minha avó parecia até mesmo empolgada, como a de Clara quando eu tenho que contar alguma novidade.

-é, eu também acho. –foi tudo o que eu achei para dizer.

-mas agora me conte, você disse que estava namorando...

-ah, sim. Bem, na verdade a história é um pouco engraçada, nós...

-viviam brigando? –ela chutou.

-como sabe? –ergui uma sobrancelha para o telefone. Minha avó virou vidente agora?

-bem, eu e seu avô éramos iguais, e como você tem a personalidade de seu pai, era de se esperar que você achasse algumas confusões pelo caminho. –ela riu mais um pouco e eu ouvi um chiado do outro lado da linha. –epa... Acho que deixei alguma coisa no fogão, só um minutinho Maggie... pronto, era só a chaleira...

-vovó, o que era de tão urgente que a senhora precisava me falar? –perguntei começando a ficar impaciente. Quanta enrolação!

-ah! Isso... Bem, você se lembra daquela minha amiga de clube do crochê que tinha um filho reitor de uma das faculdades daqui de Nova Iorque? –ela indagou curiosa.

-e como eu poderia esquecer? A senhora vive falando sobre ela. –falei com a voz doce, me sentando melhor na poltrona. –mas o que tem ele?

-bem, ele me deve alguns favores por causa do pai dele... Bem, depois eu te conto a história inteira com mais calma. E ele me disse que (se você quiser, é claro) ele pode conseguir uma vaga para você.

-WOW! –tirei os cabelos do rosto sorrindo feito uma idiota, já em pé dando vários pulos pela sala. –é por isso que eu gosto de ter uma avó com contatos. –ela riu.

-é eu sei... Bem, tudo o que você precisa fazer é uma daquelas cartinhas de inscrição e terminar o ensino médio. –pelo tom de voz, eu praticamente podia vê-la dando de ombros.

-isso é... Maravilhoso! Então, no fim do ano, quando eu for para aí...

-ahn, Maggie, eu acho que você não entendeu o que eu quis dizer, querida... Você precisa voltar para cá... O mais rápido possível. –o sorriso vacilou em meu rosto. Caí sentada na poltrona, sentindo o peito apertado.

-o mais rápido possível? –repeti, respirando pela boca.

-de preferência até o fim da próxima semana. Temos muito o que ver, até mesmo o seu dormitório na faculdade, já que você não vai poder ficar voltando para casa todos os dias e também tem todas aquelas coisas que você precisa para est...

Enquanto minha avó continuava falando, deixei que minha mente vagasse por aquilo que estava acontecendo. Naquela mesma manha, minha maior preocupação era que eu tinha medo de dormir com meu namorado, e agora, poucas horas depois, a minha maior preocupação era que eu estaria a quase três mil quilômetros dele talvez ainda naquela semana.

Senti como uma bolada no estomago e, repentinamente, meu cérebro foi programado para pensar e em sofrer pro motivos totalmente diferentes daqueles em que vivi em toda a minha vida.

Eu sempre dissera que eu era incapaz. Eu sempre dissera que eu era forte, mas pude mudar o curso de minha vida. E agora eu o poder de escolha em minha mão, mas ao mesmo tempo... Eu não o tinha.

-eu vou ver o que posso fazer vovó. Eu te ligo mais tarde. –disse mordendo a ponta da língua para não tremer a voz.

-mas Maggie...

Não esperei pelo o que ela iria dizer, apenas bati o telefone no trinco e corri para meu quarto. Olhei no relógio e ainda era muito cedo para Jackson vir me visitar ou apenas pular a janela de meu quarto.

Enquanto eu tinha tempo, fiz algo que nunca havia feito em minha vida. Comecei a pesar os dois lados da balança.

Por um lado, a chance de entrar em uma das melhores faculdades de Nova Iorque, estar novamente em minha cidade, reencontrar minhas amigas que há muito não via, poder ficar com a minha avó que tanto me fazia falta e tudo isso sem contar a possibilidade de um futuro  pela frente.

Mas, o outro lado, que era bem mais simples, era justamente aquele que parecia fazer mais estragos em mim. O possível amor de minha vida, aquele que me permitia ser frágil quando necessário sem achar que isso fosse um problema, aquele que, mesmo me odiando, corria para me ajudar se eu estivesse em problemas, aquele que me fazia rir com apenas uma frase, ou que fazia eu me sentir amada com suas músicas do Bon Jovi e frases sussurradas em meu ouvido. Aquele que tinha o melhor abraço do mundo e que, mesmo por um curto período, me fazia esquecer todos os problemas que eu tinha.

No fim, poderia ser uma escolha sem simples para alguns, mas só quem está entre a cruz e a espada sabe o que é de verdade passar por isso.

Abracei minhas pernas e encostei minha testa nos joelhos, fechando os olhos e tentando acordar daquele sonho. Mas, se o que Eric diz está certo, os pesadelos em geral duram mais tempo do que os sonhos bons.

Não ouvi a porta sendo aberta e nem fechada, tudo o que sei, é que apenas percebi que tinha alguém ali comigo quando uma pequena mãozinha tocou meu ombro, tentando chamar minha atenção para ele.

-Maggie, você está bem? –Eric perguntou com uma sobrancelha levantada, um pouco afastado de mim, como se temesse que eu passasse mal em cima dele.

-está. –murmurei voltando a abaixar a cabeça.

-não está não! Você está tentando me enganar, mas eu conheço você! –ele disse autoritário.

-não é nada Eric, logo vai passar. –eu disse, puxando o ar com força e fazendo aquele barulhinho nojento com o nariz.

-oh céus! Eu vou buscar um lenço para você! –e com uma careta ele correu para fora do quarto, só para voltar com uma caixinha inteira de lenços de papel.

-obrigada. –eu disse pegando um e já limpando o nariz.

-agora vai, me conte o que aconteceu. –ele falou se sentando próximo a mim na cama.

-eu não briguei com Jackson. –murmurei mordendo as bochechas para não ter uma crise de choro.

-bem, isso eu deduzi já que você estava falando com a vovó no telefone! –ele revirou os olhos, sorrindo de canto de uma forma doce.

-ah Eric! –franzi o nariz e abracei seu pescoço, aproveitando para contar tudo o que eu havia conversado com nossa avó no telefone e até tudo o que havia acontecido no fim de semana. Para a minha surpresa, Eric ouviu tudo com muita atenção, sem fazer caretas, sem me condenar, sem demonstrar surpresa ou raiva. –então é isso... Eu posso estar voltando para nova Iorque até o fim dessa semana e eu não sei se quero.

Eric soltou um suspiro pesado e eu pensei que então começaria um longo discurso sobre “como eu teria coragem de deixar o Jackson, um menino tão legal, para ir para uma faculdade”, apesar de que eu acho que esse não seria exatamente um bom discurso para Eric, já que ele sempre defende os benefícios de uma vida acadêmica.

-eu imagino como você deve estar se sentindo. –ele falou baixo. –eu não posso lhe dizer o que fazer, Maggie, isso seria errado e depois... Eu e você somos muito diferentes, nós damos prioridades a coisas diferentes. Então... Tudo o que eu posso lhe aconselhar é que você pense bem, para que não haja arrependimentos mais tarde. –ele sorriu fazendo carinho em meu cabelo.

-mas... –nesse ponto eu já soluçava. Eu não tinha certeza do que estava acontecendo comigo, mas nos últimos dias eu estava a maior chorona.

-vocês deveriam conversar e ver o que vai acontecer. E quem sabe no fim do ano Jackson não se inscreva para essa faculdade também, não é mesmo? –Eric sorriu, me dando um beijo no rosto antes de levantar.

Eu sempre tive consciência de como meu irmão e meu pai eram parecidos, mas naquele momento em especial, com Eric sendo todo carinhoso comigo, parecia que eu realmente estava vendo meu pai refletido ali. E aquilo não me deu vontade de chorar. Talvez eu simplesmente não seja capaz de ficar triste por duas coisas ao mesmo tempo.

Eu sabia que o que Eric falara fora apenas para me animar. Jackson não se inscreveria para uma faculdade há três mil quilômetros de casa, e eu também não era adepta a namoro a distancia (ou sofrimento a distancia, como muitos chamam), o que nos deixava poucas opções.

Fechei os olhos com muita força e apenas rezei para que, já que tudo era a realidade e não um sonho, então que no mínimo acabasse bem para todos os lados. Não era pedir de mais, era?

(...)

Esperei que Jackson pulasse a janela naquele dia, como ele sempre fazia e logo depois da meia noite ele estava lá, com seu pijama de bolinha e chinelos de coelhinhos pedindo por um espacinho em minha cama.

-sua mãe foi dormir tarde hoje. –ele comentou puxando o edredom para cima de nós.

-é. –foi tudo o que eu disse, com a testa franzida e procurando por seus olhos.

-e Eric também. –ele riu abraçando minha cintura.

-Eric está sempre inquieto. –eu murmurei sem humor. Jackson riu baixinho e beijou minha testa.

-está tudo bem? –ele perguntou. A testa franzida com a baixa luz do abajur.

-eu acho que nós precisamos conversar. –eu falei me sentando na cama, desviando o olhar do seu.

Jackson me acompanhou, se sentando também logo ao meu lado e puxando as pernas para perto do peito, apoiando a bochecha no joelho enquanto observava meu rosto com muito cuidado.

-o que aconteceu?

-quando eu cheguei em casa hoje, tinha uma ligação da minha avó...

-sua avó de Nova Iorque? –ele ergueu as sobrancelhas e apoiou o queixo nos pulsos.

-isso.

-e o que ela queria?

-Bem...

Contei toda a conversa para ele. Desde o favor que o homem devia a minha avó até a proposta que ela me fizera. Jackson ouvira a tudo com muita atenção, sem desviar o olhar de meu rosto. Contei também a conversa que tivera com Eric e o que ele me dissera. Quando finalmente terminei, Jackson simplesmente continuou olhando para meu rosto, esperando por uma resposta.

-anda Jack... Me diga o que fazer. –pedi entrando em desespero.

-por que você espera que eu te diga o que fazer? –ele murmurou. –eu não posso mandar em sua vida. Eu não posso pedir para você ficar, se você quiser ir.

-mas...

-Maggie, escuta... Talvez as coisas sejam melhores assim afinal. Talvez o tempo passe um pouco e então nós nos reencontremos. Quem sabe nem passe tanto tempo assim. Eu não posso impedi-la de ir.

-o que você quer dizer que talvez seja melhor... –o olhei assustada, sentindo o desespero na garganta.

-que talvez, nosso namoro estivesse fadado ao desastre desde o começo. –ele sussurrou, abaixando os olhos.

-isso não é verdade, você sabe que não é! –quase gritei, dando um soco em seu braço. –você sabe que a coisas não foram fáceis, mas nós chegamos até aqui, não é? Por que você acha que eu vou desistir agora?

-não é desistir Maggie. –ele voltou a falar, dessa vez com a voz baixa e calma. –é só que... Nós estamos indo por caminhos diferentes.

-mas... –eu tentei argumentar com a voz embargada, mas tudo o que Jackson fez foi me abraçar novamente.

-shiu. Está tudo bem. Vai ficar tudo bem, não precisa ficar assim...

-não vai ficar. –chorei molhando seu pijama. –você sabe que não vai, então não minta para mim.

-Maggie...

-eu vou ficar bem, ok? Só vai embora. –pedi virando para a parede, fechando os olhos com força.

Senti o colchão afundar e então voltou ao normal, e não tinha nenhuma parte do corpo de Jackson em contado comigo. Depois apenas ouvi a janela sendo aberta, até que finalmente eu estava sozinha novamente. Fechei os olhos com força e deixei que as lágrimas corressem livremente.

(...)

Seu madruga terminou de colocar minhas malas no carro e abraçou os ombros de minha mãe que já insistia em começar a chorar. Olhei para Clara e dei um passo a frente para abraçá-la. Por incrível que pareça, minha amiga chorava mais do que tiete em enterro de ídolo.

-Ah! Maggie, por que você tem que ir embora? –ela fungou. –eu vou sentir tanto a sua falta todos os dias no colégio!

-eu também vou. –falei tentando não cair no choro de novo.

-promete que vai me ligar todos os dias? Promete que vai me mandar cartas, e-mails, bilhetinhos, mensagens e tudo mais o que a gente inventar? –ela pediu ainda me abraçando.

-é claro que sim.

-ótimo! E promete que não me esquecer? –ela começou a chorar mais ainda, o que despertou as lágrimas em mim.

-é claro que eu não vou te esquecer sua maluca! Como eu poderia? –falei dando um beijo em seu rosto. –Tchau John. –dei um abraço rápido e desajeitado nele.

-ahn... Tchau cabeção. –ele coçou a cabeça e eu me afastei para abraçar Justin e Simon de uma só vez.

-e vocês... Tratem de criar juízo, tudo bem? –falei dando um beijo na bochecha de cada um.

-claro, claro. –Simon revirou os olhos. Justin apenas assentiu desconcertado.

Deixei por ultimo Jackson, que estava um pouco afastado dos olhos, olhando ara o céu por trás das lentes dos óculos escuro. Em outra ocasião eu tiraria seus óculos apenas para poder ver a cor de seus olhos, mas ali, naquele momento, talvez fosse arriscado fazer isso.

-bem, acho que é isso. –eu disse me aproximando lentamente.

-é, acho que sim. –ele concordou com um suspiro, mudando o peso do corpo para o outro pé.

-então, até mais. –dei um passo a frente, abraçando seu pescoço.

Jackson simplesmente fechou os braços ao redor de minha cintura em um abraço forte e acolhedor. Nossas bochechas estavam coladas, de forma que me dava mais facilidade para sentir seu perfume. Eu não fazia idéia da importância que ele tinha em minha vida. Eu não tinha idéia da falta que ele iria me fazer.

E, naquele dia, eu não sabia que aquela seria a última vez que eu veria Jackson Bennett, com lágrimas embaçando meus olhos, sob o por do sol de Beeville.


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Notas finais do capítulo

E agora?
Será que Jackson realmente vai deixar com que Maggie vá embora? Maggie realmente vai ter coragem de ficar longe de Jack Estripador?

TUDO ISSO, NO PRÓXIMO CAPÍTULO!

—-*--*--*--
tudo bem, chega desse finalzinho de novela mexicana! HDSUAHDIUASHDUISHDSAUIDASHIUDSAHDUIDSAHUDASHUSAIHDASUIDHIASDHUI
gente, eu preciso confessar que eu chorei horrores escrevendo esse capítulo HDSAHDSAUIDASHUDASHDUASIDSAHUIDSAHDISAHUASI
só para variar né, eu nunca chorei na vida!!!!
Então, ali está ultimo capítulo, mas assim... O próximo capítulo vai ser grande e vai ser Ultímo capítulo e mais Epílogo! HDSIAUHASUIASHIUDSAHDASUIDASHUDASIHDAUIDASHUDASHDU
então, não me matem! ++

espero que tenham gostado!!!!
COMENTEM! :D



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