Tapiando o Destino escrita por caroline_03


Capítulo 18
Parque de diversão?!




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-eu to sonhando, eu to sonhando, por favor, DIGA QUE EU NÃO TO SONHANDO! –Clara pulava ao meu lado enquanto eu tentava achar minha voz.

-morri, e vim para o céu sem fazer escala. –finalmente consegui dizer com a voz ainda meio engraçada.

-é um sonho se tornando realidade. –Britany falou ao meu lado, os olhos igualmente brilhantes.

-é melhor do que um sonho... É... É... É O PARAÍSO! –a amiga de Britany falou pulando.

-prestem atenção, o ônibus vai sair em de minutos, ou seja, nós temos esse tempo para entrar e então... –comecei olhando para elas com os olhos arregalados e o sorriso aberto.

-vocês só podem estar brincando. –ouvi a voz do Jack Estripador atrás de mim, mas não dei muita atenção.

-então vamos?! –perguntei agitando as mãos no ar.

-VAMOS! –elas gritaram e no segundo seguinte estávamos tentando passar todas ao mesmo tempo pela porta da loja.

O que foi?! Não é sempre que achamos uma loja de chocolate dando sopa por aí, sabia?! Tudo bem, essa foi péssima...

-o que eu pego primeiro? –Clara perguntou olhando em volta.

-pensa rápido. Nove minutos e trinta e três segundos. –falei pegando uma caixinha e colocando em baixo do braço.

-NÃO ME PRESSIONA MAGGIE! –Clara gritou colocando as mãos nas orelhas.

-não to falando nada. –ri um pouco.

-PARA! –ela gritou de novo.

-parei, parei. –ri baixo outra vez e dei a volta em uma sessão.

[Jackson]

-acha que é uma boa idéia deixar elas soltas lá dentro? –John perguntou apontando para a vitrine de onde podíamos ver as meninas fazendo um “estrago” na loja de doces por quilo.

-o que pior do que espinhas poderia acontecer?! –perguntei dando de ombros.

-espinhas já é um grande mal. – John comentou suspirando.

-mas o que seria da indústria de maquiagem sem os chocolates?! –ri um pouco dando as costas para a vitrine.

-de qualquer forma, eu tenho que fazer uma coisa ali do outro lado da rua. –John falou me puxando pelo braço.

-ei, ei, ei... Essa de ir ao banheiro em grupo é coisa de meninas. –falei jogando os braços para o alto.

-não quero ir ao banheiro idiota. –John revirou os olhos bufando.

-ah, não? –ergui uma sobrancelha.

-é claro que não. –ele revirou os olhos mais uma vez e depois sorriu fraco. –quero comprar uma coisa.

-hm... Nada bom. –murmurei vendo a loja de jóias que ele me arrastava. –já vou avisando, só uso ouro branco. –pisquei um olho e mandei um beijinho.

-você está impossível hoje, não?! –John comentou antes de me empurrar para dentro da loja.

-faço o possível. –dei de ombros e abri a porta, ouvindo o barulho de um sininho tocar.

Olhei em volta e soltei um suspiro pesado. O que diabos eu estava fazendo ali?! Por que eu não estava do outro lado da rua, comprando chocolates ou então incomodando a vida de Maggie dizendo que ela ficara com ciúmes de mim?! Por quê? Por quê? Por que eu tenho que ser um amigo tão legal?!

-alguma coisa em especial meninos? –uma mulher de idade mediana perguntou, nos olhando curiosa.

-hm, sim... Nós gostaríamos de ver alianças. –John sorriu para a mulher que arregalou os olhos, os passando de mim para John.

-ahn, claro. Tenho umas especiais aqui. As preferidas para pessoas como vocês. –ela falou se abaixando no balcão. Eu e John trocamos um olhar confuso.

-na verdade, eu gosto das tradicionais. –John comentou colocando um cotovelo sobre o tampo de vidro.

-as tradicionais são pequenas, querido, uma delas ficaria muito apertada. –novamente eu e John trocamos um olhar nervoso.

-ahn... –comecei, mas fui interrompido pela mulher que levantou em um salto com uma caixinha preta retangular.

-aqui está, muitos gostam de usar uma pulseira de prata no lugar de alianças, mas já que vocês querem assim. –ela abriu a caixinha e tirou duas alianças masculinas de lá. Eu e John trocamos um olhar apavorado!

-NÃÃÃO, NÃO, NÃO! –John gritou de uma vez.

-ISSO ESTÁ ERRADO! –falei dando um passo atrás.

-hein?! –a mulher soou confusa.

-não somos um casal. –tratei de explicar. A mulher olhou para nós e piscou três vezes, mas então suspirou e sorriu.

-ah, me desculpem. –colocou uma mão sobre o peito. –eu nem sei o que dizer.

-tudo bem, tudo bem. –Sorri sem graça.

-seria realmente uma pena... Quer dizer, vocês são tão novinhos. –ela sorriu carinhosamente e engolimos em seco. –nesse caso...

-é, essas vão ficar um pouco grande para a minha namorada. –John apontou para as alianças masculinas e eu comecei a rir.

Conhecia alguém que iria rir muito quando eu contasse sobre isso.

Enquanto John olhava as alianças comecei a andar pela loja vendo as coisas que estavam penduradas. Algumas correntes femininas e outras masculinas. Alguns anéis dentro de mostruários e relógio fechados a sete chaves.

Me apoiei sobre um balcão de vidro e fiquei olhando algumas daquelas plaquinhas que se usa em corrente. Sorri imaginando mil coisas sem sentindo que eu poderia mandar gravar naquilo. Coisas que não iriam fazer muito sentido daqui dois dias como “alianças masculinas” ou “John idiota”, mas ainda assim ri comigo mesmo. Apesar de que John idiota faria sentido para o resto da vida...

-gravo em cinco minutos. –uma voz cansada soou em algum lugar muito próximo a mim. Dei um pulo e arregalei os olhos, ao perceber um senhor sentado em uma cadeira do outro lado do balcão.

-hm, desculpa... O que o senhor disse? –perguntei coçando a cabeça timidamente.

-eu gravo algumas coisas nessas plaquinhas, se estiver interessado. –ele sorriu abertamente, o que fez com que ficasse mais jovem alguns anos.

-na verdade, eu estou apenas acompanhando um amigo. –apontei com a cabeça para onde John estava conversando com a mulher.

-tudo bem. –e então o homem enfiou a cabeça dentro de um livro muito velho, voltando a ler.

Olhei em volta e percebi que John estava completamente perdido em uma conversa sobre o tamanho da aliança feminina e não prestava atenção em mim. Olhei novamente para a plaquinha e para o senhor e então pensei... “por que não?”

-senhor... –chamei baixo.

-sim? –ele respondeu igualmente baixo, sorrindo para mim por baixo dos grossos óculos.

-o senhor poderia gravar para mim? –mordi o lábio inferior e apontei com o indicador para as plaquinhas embaixo do vidro.

-claro que sim. –ele se levantou de sua cadeira vagarosamente e pegou a caixinha para que eu escolhesse.

-essa aqui. –peguei uma prateada, grande o suficiente para que apenas uma palavra fosse escrita com um pouco de sobra.

-sabe o que vai escrever? –ele perguntou sorrindo, me passando uma folha de papel.

-acho que sei. –sorri pegando uma caneta que estava jogada sobre o balcão.

Fiz uma escrita rápida, com a letra cortada, mas que ele pudesse entender. Ele sorriu um pouco e assentiu para si mesmo, girando a plaquinha nos dedos grossos e me lançou um olhar do tipo “eu sei o que você fez no verão passado”.

-nome da mãe? –ele perguntou sorrindo fraco.

-ahn, não, não. –ri sem graça. Que droga.

-entendo. –ele sorriu mais abertamente e então me deu as costas, pegando um objeto de metal qualquer.

O que diabos eu estava fazendo eu não sei, mas já que Megan estava com meu anel e, de certa forma, ela poderia estar sempre com alguma coisa minha, eu queria ter alguma coisa que fosse dela também... Mesmo que fosse apenas o nome.

Olhei para o outro lado da rua e ela parecia ocupada de mais para notar qualquer coisa em volta... Olhava para uma embalagem azul e outra vermelha com uma ruguinha na testa. Ri baixo ao vê-la dar de ombros e enfiar as duas em uma cestinha.

-aqui está. –o senhor chamou minha atenção, mostrando uma etiquetinha na plaquinha indicando o valor.

-mais quanto pela gravação?! –perguntei pegando a carteira no bolso de trás da calça.

-deixa isso para lá... –ele piscou um olho por trás das lentes grossas.

-ahn, obrigada. –falei lhe passando o dinheiro e colocando a corrente em volta do pescoço e dentro da camiseta.

-não foi nada. –e então ele voltou a se sentar em sua cadeira, novamente colocando o velho livro em frente ao rosto e se perdendo em um mundo que eu não imaginava.

Pensei por um segundo naquele senhor, ali sentado em uma loja qualquer no centro de uma cidade da Califórnia. Pensei em como eu estaria daqui cinqüenta talvez sessenta anos. Eu estaria igualmente sentado em uma cadeira lendo um livro que talvez tivesse feito sucesso em minha época? Ou, se não, o que eu estaria fazendo?

Quando se tem dezoito anos tudo dará certo em sua vida. Você vai para a faculdade, vai se dar bem, achar um bom emprego, ser reconhecido, casar, talvez ter filhos, ou se não, vai alugar um apartamento na capital e viver de festas e bebidas por toda a sua vida... Mas até onde isso é o suficiente? Quando se tem dezoito anos, sua vida não é perfeita... Mas ainda existe um longo futuro pela frente.

-comprou alguma coisa? –John perguntou me tirando de meus pensamentos.

-ahn, sim. Achei uma coisa para minha mãe. –sorri sem graça sacudindo a cabeça. Desde quando eu sou tão racional?!

-ah, deixe eu ver?! Eu tenho que comprar alguma coisa para a minha também, então talvez eu tenha uma idéia. –ela pediu olhando minhas mãos. –cadê a sacola?!

-QUE MANÉ DEIXAR VOCÊ VER! –me alterei um pouco colocando uma mão sobre o peito e sentindo o volume que a plaquinha fazia. –quer dizer... É, eu coloque no bolso John, e já está embalado. Depois eu deixo você ver, vamos agora.

-já falaram que você é muito estranho? –ele brincou enquanto íamos para a porta e eu dava uma ultima olhada no senhor.

Mal deu tempo de colocarmos a mão no trinco e a porta abriu, tocando o maldito sininho outra vez e fazendo com que déssemos um passo atrás. Clara sorriu para John e pegou sua mão, o arrastando para o ônibus enquanto eu e Maggie riamos logo atrás deles.

-ei, parece que acordar cedo foi proveitoso. –comentei olhando as sacolas em sua mão.

-Eric adora esses chocolates. –ela falou revirando os olhos e ficando vermelha.

-deve ser genética então. –ri um pouco esperando que ela subisse no ônibus antes de mim.

-ou alguma coisa assim. –nós rimos e fomos nos sentar em um banco vazio lá atrás, já que Clara enfiava alguns bom-bons na boca de John, que parecia estar se divertindo bastante com isso.

Ela se sentou na janela e ficou quieta por algum tempo, enquanto eu me apoiava sobre o apoio de braço para falar com John (que ainda estava com a boca cheia e o rosto todo sujo de chocolate). Perguntei se ele estava com os tíquetes do parque e ele assentiu. Quando voltei a me sentar normalmente Maggie me olhava com uma sobrancelha levantada.

-o que é isso em seu pescoço? –ela perguntou colocando a mão sobre a correntinha.

-ahn, isso... Só uma coisinha que eu comprei para ajudar um velhinho. –dei de ombros tentando não pensar em minha mentira. Ótimo Jackson, agora acha uma desculpa.

-me parece que... –segurei suas mãos antes que ela conseguisse chegar ao pingente.

-alguém já disse que você é terrivelmente curiosa? –perguntei segurando suas mãos em seu colo e o rosto próximo ao seu. Tão próximo que eu podia sentir sua respiração bater em meu rosto.

-é só uma questão de ponto de vista. –ela falou rindo um pouco, os olhos parados em meus lábios. –nunca se tornou obsessivo por alguma coisa?

-depende do que você está falando. –ri um pouco segurando suas mãos com apenas uma mão e a outra colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. DO QUE DIABOS ELA ESTAVA FALANDO?!

-estou falando, Jackson Bennett, que...

-você fala de mais para alguém que sempre quis me matar. –pisquei um olho e me livrei da distancia entre nossos lábios, soltando suas mãos e segurando sua cintura com firmeza, enquanto suas mãos corriam para meus cabelos.

Não demorou muito para que uma estranha “animação” tomasse conta de mim e fizesse com que eu a puxasse para mais perto, quase a sentando em meu colo. É claro que eu ainda estava semi-consciente da presença de outras pessoas a nossa volta, mas para dizer a verdade eu não sabia se me importava com aquilo.

-AHAM! –deixei essa passar.

-Jack... –ignorei outra vez. –JACK!

-O QUE FOI?! –gritei entre dentes me separando de Maggie (que ria descaradamente) contra minha vontade.

-o treinador está fazendo a chamada para que possamos ir para o parque. –John falou sorrindo. Alguma coisa me dizia que Disneylândia era o que ele mais queria fazer naquele momento. POBRE CLARA... Ah ta, como se ela não estivesse igualmente animada.

-ahn, to aqui, to aqui. –bufei me ajeitando no banco.

-como se ele já não soubesse. –Maggie murmurou ao meu lado, mexendo em uma sacola.

-o que está procurando? –perguntei curioso, vendo sua bochecha assumir uma estranha coloração de vermelho. MAGGIE VERMELHA? O INFERNO CONGELOU!

-eu comprei isso para você. –ela falou fazendo careta e tentando desviar o olhar.

A caixinha era retangular e vermelha. Sorri para ela e passei meu braço em volta de seus ombros, o que fez com que a intensidade da cor em seu rosto aumentasse. CARA! Megan precisa me dar mais presentes, ela fica realmente uma gracinha quando não está gritando comigo.

-ei, obrigada. Adoro chocolate. –sorri um pouco a soltando e olhando novamente para a caixinha. Já que ela me deu...

-é, eu sei. Sabe, eu ainda estou com seu anel... –ela falou mostrando o dedão para mim. Ri um pouco dando um bom-bom para ela.

-e... –insisti para que ela terminasse.

-você não vai querer ele de volta, vai? –seus olhos estavam cravados ao meu e eu me segurei para não engasgar com o chocolate.

-não. É seu. –falei sorrindo rápido.

A olhei por mais alguns segundo e então sorri fraco olhando para meus pés apoiados no banco da frente. Nossa paz não duraria muito tempo, é claro, afinal ainda éramos Jackson Bennett e Megan Fuller convivendo sobre o mesmo teto por alguns dias, mas até lá... As coisas estavam muito boas do jeito que estavam.

-isso é bizarro. –falei sorrindo pra ela.

-sabe, uma coisa eu aprendi assistindo a todos aqueles seriados médicos com Eric. –ela falou pedida em algum lugar entre nossas pernas uma do lado da outra.

-e o que é? –perguntei curioso.

-que alguma coisa bizarra é boa... Para o normal você pode achar milhares de explicações, para aquilo que é estranho não. –ela sorriu virando o rosto para mim. Franzi a testa pensando no que ela estava falando.

-você andou mesmo assistindo Dr. House? –perguntei rindo. (N/A: tudo bem, vocês venceram... Sou viciada em Dr. House. Eu admito, eu admito! HAHAHAHAHA)

-o que posso fazer? Eric andou comprando algumas temporadas novas. –ela revirou os olhos rindo um pouco.

-eu sou um idiota. –comentei a acomodando em meu abraço.

-eu sei. –ela riu dando um beijo em meu rosto.

(...)

[Maggie]

-Jack Estripador, quer fazer o favor de me dar espaço? –pedi o empurrando para o lado que o pertencia no banco.

-você estava dormindo tão bem até agora... –ele reclamou me olhando torto.

-por que você não tava com metade do peso em cima de mim. –revirei os olhos e o empurrei com minhas costas, os pés apoiados na parede do ônibus.

-eu só troquei meu braço de lugar. –Jackson reclamou revirando os olhos.

-e soltou o peso em cima de mim, eu mal consigo respirar. –falei tentando novamente o empurrar, o que apenas ocasionou comigo em seu colo outra vez.

-agora sim, está muito mais confortável. –Jack Estripador ironizou bufando.

-HUNF! –fiz tirando a franja dos olhos com um assopro.

-HEY, vocês dois. Querem, por favor, parar de brigar?! –John pediu nos olhando com fogo nos olhos. –NÓS CHEGAMOS! –ele pulou sorrindo, mudando sua expressão instantaneamente.

Eu e Jackson trocamos um olhar de “O QUE DIABOS?!” e então o ônibus parou com um solavanco bruto, fazendo com que nós fossemos lançados para frente. Tirei meu rosto com cuidado do banco da frente e bufei. EU VOU MATAR AQUELE DESGRAÇADO DO MOTORISTA!

-MAS QUE...

-vamos logo! –Clara falou me puxando pela mão, fazendo com que eu pisasse no pé de Jack Estripador e passasse por cima de John que tentava segui-la.

Minha boca caiu assim que eu vi a fachada do parque. TIPO ASSIM... COMO EU PODERIA NÃO ESTAR TÃO ANIMADA PARA ISSO?! Dei um pulo e corremos para a fila para entrar, afinal já estávamos com nossos tíquetes comprados.

Clara empurrou uma criança ou outra para fora da fila e se enfiou nas roletas, sem nem esperar pelo o que a mulher tinha a falar. QUEM SE IMPORTA?! Fiz o mesmo que ela e um segundo depois estava olhando em volta com um fio de baba escorrendo pelo canto da boca.

-isso é... –comecei.

-tudo! –Clara terminou tão abobada quanto eu.

-o que eu to fazendo aqui?! –Simon reclamou com os braços cruzados.

-Aposto que tem algum lugar com jogos virtuais. –falei sorrindo para ele e vi seu rosto se iluminar com um sorriso.

-ESSE LUGAR É TÃO LEGAL! –ele pulou jogando uma mão para cima. Justin ao seu lado assentiu freneticamente.

-o que vamos fazer primeiro?! –perguntei olhando todas as opções que tínhamos. A resposta foi em um coro único.

-MONTANHA RUSSA! –até John e Jackson falaram e eu percebi que eles tinham conseguido nos alcançar.

-montanha russa?! –ecoei em desespero.

-é claro que sim, é o melhor! –Clara falou sorrindo abertamente.

-mas... Deve estar com uma fila gigante. –tentei inutilmente.

-Megan, hoje é quarta feira, quem vem à um parque na quarta-feira?! –Jackson falou revirando os olhos sorrindo.

-bem, nós viemos. –murmurei fazendo bico.

-deixa de ser boba. Depois nós vamos à torre. –ele disse pegando minha mão e me rebocando para a gigante montanha russa.

-NÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!

(...)

 -eu vou com você. –Clara anunciou me empurrando para um banquinho.

-mas, mas, mas... –choraminguei me sentando e olhando para a grande montanha de trilhos que começaríamos a subir.

-relaxa Maggie. Estaremos aqui atrás. –John tentou ser amigável, colocando a mão sobre meu ombro do banco de trás do meu.

-isso realmente não ajuda em nada. –falei engolindo em seco.

Uma mulher com orelhinhas da Minnie travou a trava de segurando em mim e depois sorriu encorajadoramente. Senti meu coração dar um salto triplo dentro do meu peito, até a Daiane dos Santos ficaria com inveja do pobrezinho. Ótimo, tudo o que eu queria. Era por isso que eu não gostava de parques de diversão... Eu sempre passo mal em algum momento. E sem contar no pânico de altura, é claro.

O carrinho deu um estralo e começou a se movimentar. Segurei com mais força a barra de segurança, emitindo um gemido de desgosto baixo. Ouvi a risada de Jackson do banco de trás, mas tentei ignorar. Eu iria morrer em alguns segundos mesmo.

O carrinho foi subindo lentamente e eu senti todo meu corpo se travar em adiantamento. As pessoas lá em baixo pareciam miseras formiguinhas agora, e o Looping lá na frente fez com que minha boca ficasse seca. FU-DEU!

-cinco, quatro... –Clara contou sorrindo abertamente.

-três, dois... –Jackson fazia a mesma coisa.

-UM! –John gritou feliz.

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! –berrei, é claro. –AAAAAAAAAAAAH, aaah?! –abri os olhos e vi que ainda estávamos no topo da montanha russa e todos me olhavam como se eu fosse retardada. –epa... Hihi.

-O QUE VOCÊ...                -Clara começou a dizer, mas um segundo depois eu tava gritando para valer, com os olhos fechados e tentando identificar se tinha sido meu estomago ou meu fígado que tinha sido deixado para trás.

-SOCORRO! –gritei mentalmente. MENTIRA, gritei de verdade mesmo.

-A GENTE VAI MORRER! –Ouvi Simon gritar com a voz de felicidade lá atrás.

-PFFFFFFFFFFFFFF! –Acho que foi Justin, não consegui entender por causa do vento forte que batia em meu rosto.

-IUUUUP! –Clara fez ao meu lado feliz, jogando os braços para cima.

O carrinho parecia que ia sair do trilho, fazendo um barulho digno de filme de terror. Eu tinha a impressão que a vingança da física por eu nunca ter prestado atenção em uma aula estava se realizando, já que minha cabeça parecia que ia estourar, ou sair voando por aí.

Não era um bom momento, mas o que se passava em minha mente era se aquele era o parque em que os turistas ficaram presos por algumas horas na montanha russa, esperando o resgate chegar.  É claro que o fato do meu medo ter apenas se intensificado é apenas uma coincidência desastrosa.

Fechei os olhos quando percebi que estávamos chegando à parte em que ficaríamos de ponta cabeça. Não queria ver, não queria ver, não queria MORRER! Senti meu corpo sair do banco por um segundo e depois voltar. Alguns segundos se passaram e percebi que a velocidade ia diminuindo. Quando julguei ser seguro abri apenas um olho e vi que novamente estava dentro da cabine dos carrinhos.

-acabo?! –perguntei feliz.

-AH! –Clara fez bico. –VAMOS DE NOVO?!

(...)

-não podemos simplesmente ir no carrossel?! Clara você ia adorar o carrossel, John você também... –Implorei tentando me agarrar a uma placa de direção, o que não funcionou já que eu estava sendo rebocada por Jackson e Clara e Justin empurrava minhas costas.

-não, depois eu vou. –John falou sorrindo abertamente. Ele tava falando sério?!

-mas...

-Maggie, torre, AGORA! –Jackson disse sorrindo maliciosamente.

-vocês querem me matar. –chorei ao ser jogada em um banquinho. Jackson se sentou ao meu lado sorrindo abertamente e logo fechou a trava de segurança em mim.

 Olhei em volta mordendo o lábio inferior. Algumas pessoas paravam para assistir a queda e eu só pensava em como podemos gostar tanto da desgraça alheia. Clara sacudia os pés sorrindo e John, bem... John cantava Ragatanga.

-todos prontos?! –um menino de cabelos ensebados perguntou nos olhando. É claro que todos ignoraram meu “NÃÃÃO”

-eu quero descer. –pedi quase chorando para ele.

-desculpe moça, mas agora já está travado. –ele falou estourando uma bolinha de chiclete.

-MAS EU NÃO QUERIA! –fiz bico sentindo meu coração falhar uma ou duas vezes. Jackson ao meu lado riu.

O negocio fez um estalo e então meus pés saíram do chão. Colei minhas costas no encosto do banquinho enquanto as pessoas lá embaixo iam ficando cada vez mais parecidos com farelinho de pão. Jackson tranquilamente sorria, olhando em volta e eu pensei... “Talvez, se eu falar, isso acabe logo”.

-estava pensando... Não sei muita coisa sobre você. –refleti olhando seu perfil.

“são apenas cem metros, são apenas cem metros” tentei me tranqüilizar e não olhar para baixo.

-o que quer saber?! –ele perguntou sorrindo. Arrisquei uma olhada para cima e cheguei a conclusão que não tínhamos subido nem um terço do brinquedo ainda.

-o que você conseguir falar até agente chegar lá em cima. –falei sentindo a respiração falhar uma vez.

-bem, sou filho de Liza e Ethan Bennett, sou filho único... –ele riu um pouco.

-por que é filho único?! –perguntei desesperada.

-Como eu posso saber?! –ele riu. –bem, minha mãe fala que nunca quis ter outro filho, e meu pai diz que eu era o suficiente para eles. –deu de ombros suspirando.

-o que mais?! –perguntei voltando a respirar mais normalmente.

-hm, se você não sabe, eu posso tocar violão. –deu de ombros olhando para frente.

-você toca violão? –me impressionei arregalando os olhos.

-desde criança. –ele riu um pouco. –e tenho uma estranha fixação por Bon Jovi.

Clara gritou e eu voltei minha atenção para o outro lado. É agora?! Mas antes de qualquer coisa, vi um vulto passar por nós e então percebi que tinha sido apenas a rasteirinha dela que tinha caído. Olhei para baixo bem a tempo de ver a coitadinha quicar no chão. Engoli em seco.

-nada bom. –suspirei fundo, puxando o ar. –EU QUERO DESCER DAQUI! ME TIREM DAQUI!

-calma Maggie. –Jackson riu. –daqui alguns segundos, você vai estar lá embaixo. –os olhos verdes refletiam a luz do sol e por um segundo ou outro eu me perdi ali. Céus, como podia ser tão bonito?!

Não pude pensar muito, já que com um solavanco o negocio parou de subir e novamente senti todo meu corpo congelar. De repente o ar me faltou e senti a estranha sensação de boca seca. Ótimo, bom momento. Continuei com os olhos fechados.

-Maggie, você está perdendo o melhor da vista. –Jackson avisou em um sussurro.

Abri um olho e me deparei com uma visão para todo o parque. E nas laterais o mar claro se estendia até o horizonte, refletindo o brilho incansável do sol. Deixei um sorriso escapar. Se aquele não fosse uma maquina de tortura, provavelmente seria uma vista que eu gostaria de ver.

-isso é tão...

TECK – o estalo foi alto.

-epa. –e antes que eu pudesse completar a frase anterior senti que estava caindo em queda livre.

Não deu tempo de gritar, pensar e muito menos chorar. O vento passava por nós tão rápido que eu realmente acreditei que nada nos sustentava, além da resistência do ar. E eu estava errada o tempo todo... Eu não perdi meu estomago na montanha russa, ah não! Eu perdi ali mesmo.

Bem, mas de uma coisa eu tinha certeza agora... Se eu pensasse em me matar algum dia, eu nunca pularia de um prédio. Não que Beeville tivesse muitos, é claro.

Quando finalmente pude gritar já descíamos lentamente. Meu estomago já estava em seu devido lugar, só o coração que não tinha voltado ao normal, mas se bem que eu duvidava que isso aconteceria novamente.

-isso foi muito legal. –Clara sorriu ao meu lado.

-NUNCA MAIS... ISSO AQUI! –John balbuciou tremendo. Ri alto e sacudi os pés, sentindo que as pontinhas já alcançavam o chão.

(...)

-QUEM QUER IR NO... –Clara começou. Para ser sincera estava cansada das idéias da minha amiga.

-eu vou no passeio dos patinhos. –John anunciou correndo para um barquinho em formato do Nemo.

-EU TAMBÉM. –corri atrás dele e me joguei dentro do barquinho.

Ouvi a risada de Simon, mas não dei atenção. Algum tempo depois eles entraram no barquinho com a gente, segurando a risada é claro. Não sei o que era pior, meu pânico de altura ou o repentino medo de John de ir em qualquer brinquedo que tinha censura por tamanho. Agora, ele prometera, só iria nos de crianças.

-vocês são tão medrosos. –Jackson reclamou passando o braço por meu ombro.

-é a vida. –dei de ombros e ele riu, beijando minha bochecha e procurando meus lábios. É, bem melhor assim...

(...)

O resto do dia foi relativamente calmo. Agora eu não precisava mais me arriscar com brinquedos perigosos, já que eu tinha um cúmplice para os de criança e Clara tinha achado um bom parceiro para os que envolviam altura e giros e velocidade e o diabo a quatro. John ficava comigo nos fliperamas e Jackson ia com Clara. Separados na maternidade era uma boa definição para eles.

-e então?! –John perguntou enquanto tentava me ultrapassar.

-e então o que?! É claro que eu sou melhor motorista que você, dã. –revirei os olhos fazendo uma curva fechada e impedindo que ele me passasse pela direita.

-estou perguntando se você e Jackson vão assumir o namoro quando chegarmos a BeevilleCity.  –não basta ser Ville, tem que ser city!

-não acho que as coisas vão mudar. –comentei dando de ombros. –não assumimos o “namoro” – revirei os olhos ironizando a palavra.

-Megan, querida, você é a única que não percebeu que vocês SÃO namorados. –ele bufou batendo a frente de seu carro na traseira do meu.

-EI, jogue limpo. E até onde eu sei, nós não somos...

-fofura, olhe para seu dedão. –ele pediu e eu obedeci por impulso.

-o que quê tem? –franzi a testa vendo o anel de prata.

-troque esse anel para seu dedo anular e você vai entender o que estou falando. –ele sorriu e bateu na lateral de meu carrinho vermelho.

-você acha que...

-que ele gosta de você?! Eu SEI disso. –ele sorriu e piscou um olho para mim e então o brinquedo apitou, anunciando que ele tinha ganhado.

-droga, você me distraiu. –franzi a testa.

-não estava mentindo, só para te vencer. –ele riu e saiu do brinquedo e quando eu fiz o mesmo, dei de cara com meu excelentíssimo amigo com benefícios.

-ahn... Oi. –sorri sem graça, pensando se ele tinha escutado alguma coisa.

-hey, vamos comer. –ele piscou sorridente e pegou minha mão. Ele parecia normal, pensei, se ele tivesse ouvido alguma coisa, estaria estapiando John.

O resto do dia foi normal, a medida do possível. Jogamos alguns joguinhos eletrônicos com Simon e até ganhei de Justin uma vez, não de Simon, claro que não, de Simon eu perdi feio. O que John tinha me dito –se é que era verdade- não foi simplesmente esquecido depois de um tempo. O assunto voltava e voltava em minha cabeça e eu pensei se talvez não fosse hora de conversar de verdade com Jack Estripador sobre aquilo.

Mas... Não agora... Não, não. Agora que estávamos dentro do ônibus para voltar, eu queria apenas deitar e dormir um pouquinho, com sorte talvez, eu até conseguisse que ele ficasse quietinho enquanto me abraçava para que eu dormisse.


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Notas finais do capítulo

gente, espero que tenham gostado do Capítulo... Eu realmente me diverti muito escrevendo ele HSAIHAIDASHIDASHDUIHDUAIDAHSUI desculpem a demora, mas é que eu me enrolei um pouco, já que ele meio que aconteceu em dois lugares e tal, e esse capítulo teve mais de 10 paginas! acho que teve 11 se eu não estou errada! DHSAISAHDAUSIDAHSIUDASHIUHDSAUIHAIUDASHIASHIUAHDASUI
Bem, o próximo capítulo vai ser o último em que eles ainda estão viajando, depois do próximo cap, a história vai voltar a acontecer em Beeville! HUSDIHAIUDASHIAUSADHSIDSAHDSUAIDHUIDSAHUISAHAUI
beeeeijos beeeijos beeeeijos e, por favor, comentem! ++



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