Tapiando o Destino escrita por caroline_03


Capítulo 17
Ciúmes NÃO! Cuidado!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem docinhos! ++



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/59661/chapter/17

[Maggie]

-sabe qual é a vantagem de estar de férias longe de casa?! –Clara perguntou enquanto arrumava o cabelo no banheiro.

-ser seqüestrada e sua mãe não ficar sabendo?! –chutei e ouvi sua gargalhada.

-é, tem essa vantagem também, mas eu estava falando de outra coisa... –ela saiu do banheiro, desligando a luz quando passou, enquanto com a outra mão tentava colocar o brinco na orelha.

-o que?! –perguntei curiosa, fazendo uma careta pra a sandália de salto alto que teria que usar.

-podemos sair todos os dias e nossos pais nem podem reclamar. –ela falou sorrindo abertamente e eu não me agüentei e ri alto, deitando na cama com a mão em cima da cama.

-não tinha pensado nisso. –falei rolando um pouco e colocando o rosto em meu travesseiro. Era incrível, mas o cheiro de Jackson estava impregnado ali.

-você não me contou o que aconteceu aquele dia em que eu fui procurar a carteira com John e deixei vocês aqui sozinhos. –Clara falou se sentando em sua cama, enquanto eu ainda sentia o cheiro daquele que (suspiros pesados) eu já tinha me conformado que era minha sina.

-nada de muito interessante. –dei de ombros me lembrando. –ele apenas me contou algumas coisas que eu não sabia. –sorri fraco, piscando os olhos algumas vezes.

-algumas coisas que você não sabia?! O que?! –Clara estava obviamente interessada no assunto. Me olhava pelo reflexo do espelho enquanto terminava de pentear os cabelos.

-o motivo de ter se vestido de fantasma da ópera e até que Eric contara a ele sobre meu pai... –falei de repente perdida naquela tarde chuvosa há poucos dias.

-e qual foi a conclusão? –Clara sorria, me olhando com um sorriso totalmente aberto.

-que ele queria me conhecer não sendo ele mesmo... Como seria estar ao meu lado se ele não fosse uma pessoa que eu odiasse. –conclui fitando o teto.

-mas você não o odeia. –Clara falou como se fosse obvio de mais.

-agora eu sei disso. –levantei em um pulo e fui em direção as sandálias.

-E DEMOROU TUDO ISSO PARA PERCEBER? –Clara falou com a voz um pouco mais alta, arregalando os olhos, descrente.

-o que é?! Eu passava maior parte do tempo brigando com ele para perceber que eu não o odiava de verdade. –dei de ombros. –e ele não fazia nada para facilitar também.

-bem, pelo menos agora estamos caminhando para algum lugar. –Clara falou bufando e depois murmurou alguma coisa como “teimosa”, mas deixei passar.

-é, já é uma vantagem. –bufei revirando os olhos. –então... Vamos?!

-vamos. –ela falou sorrindo.

(...)

-onde está seu namorado? –perguntei percebendo que eu e Clara já estávamos sozinhas há um bom tempo.

-bem, da ultima vez em que olhei para o lado ele ainda estava com Jackson, Maggie. –Clara revirou os olhos rindo e eu bufei.

-será que ele acha que não somos bonitas o suficiente para que alguém venha falar com a gente?! –perguntei erguendo uma sobrancelha e Clara bufou me dando um tapa.

-Terra para Maggie. Eles estão a cinco metros de nós, você acha mesmo que alguém seria louco a esse ponto?! –ela falou rindo alto e eu suspirei frustrada.

-tudo bem, chega de neurose. Vamos ao banheiro?! –falei olhando em volta e nenhum perigo eminente em vista.

-vamos. –Clara fez sinal para John e então começamos a caminhar lentamente para as portas cor de rosa do outro lado da pista de dança.

Bem, eu não poderia reclamar muito. Em Beeville nós não tínhamos muitas opções de “festas” e agora que estávamos longe de casa tínhamos que aproveitar, o que nos levava as festas quase todas as noites. Estava cansada de verdade, mas e daí?! No outro dia teríamos uma excursão pela cidade e não poderíamos sair, e a festa daquele dia em especial era aberta para a cidade inteira, então a boate estava cheia.

-isso não é o máximo? –Clara falou apontando para alguns dançarinos profissionais em cima de um palco.

-parece que realmente se empenharam hoje. –falei assentindo e a empurrando porta a dentro.

-isso é tão legal. –Ela pulou algumas vezes e eu ri me olhando no espelho. –é claro que poderia ser melhor se meu irmão não estivesse escondido atrás do balcão do bar, fugindo da menina. –ela completou bufando e eu ri alto.

-ele só é tímido. –falei imitando o tom de voz que ela sempre usava comigo.

-e ele é... Um pouco de mais. –Clara sorriu sem graça ajeitando a roupa antes de entrar em uma das cabines.

-exagero, você quer dizer. –revirei os olhos me encostando na parede e vendo outras meninas entrarem no banheiro.

-não fale a... –Clara começou.

-você viu aquele menino?! Ele é TÃÃÃÃÃO liiiiiiiindo! –uma delas falou e eu bufei. Era só o que faltava.

-e aqueles olhos verdes?! Parece que ele pode ler seus pensamentos. –AFF! Bufei outra vez revirando os olhos.

-sim! Parece com a cor de uma folha! Que sorte que a Sam tem. –estaquei em meu lugar.

-e aquele de olhos azuis que estava com ele? Quando nós sairmos daqui vou falar com ele. –Clara abriu a porta da cabine com um chute.

-ESCUTA AQUI SUA PU... –tampei sua boca com minha mão antes que ela começasse um escândalo ali.

-desculpe, ela está um pouco bêbada. –comentei e tratei logo de tirá-la dali, já que parecia que ela iria me morder a qualquer momento. –piro?! –sussurrei para ela na porta.

-VOCÊ NÃO PERCEBEU DE QUEM ELAS ESTAVAM FALANDO?! –Clara berrou descontrolada.

-relaxa Clarinha, existem muitos meninos de olhos claros por aí. –falei a puxando por um braço.

-ah é fofa?! Então por que tem uma menina se jogando em cima de seu amigo com benefícios?! –ela apontou para onde Jackson e John deveriam estar. De fato, Jack Estripador conversava com uma menina... Uma FULANINHA qualquer. E John... Bem, esse estava em um canto conversando com Simon e escondendo atrás de sua cadeira Justin.

-filha de uma lagartixa! –exclamei com a visão inteira vermelha. Alguém vai perder a cabeça hoje!

-o que vamos fazer?! –Clara perguntou encarando o perfil de John.

-você vai e fica com John, daqui cinco minutos me encontra na cozinha. –falei dando um tapinha em seu ombro.

-tudo bem. –Clara forçou um sorriso e começou a ir em direção ao namorado, enquanto eu ia abrindo caminho entre as pessoas para chegar até meu destino.

(...)

-as coisinhas já viram você com John?! –perguntei ao ver Clara entrar na cozinha sorrindo.

-sim, uma delas até tentou me dar uma rasteira enquanto estava vindo para cá. –ela sorriu e veio ao meu lado para a janelinha que dava para a boate. –e aí, o que vai fazer?

-não tenho idéia. –falei entre dentes, vendo um bracinho voando para o redor do pescoço do Jack Estripador. –EU VOU LÁ...

-espera aí! –Clara me segurou. –não pode ir simplesmente e fazer um escândalo. –ela revirou os olhos.

-e por que não? –perguntei incrédula. Não é isso que eu sempre faço?! Simplesmente ir lá e fazer um escândalo?!

-por que não vai funcionar, dã! –Clara fez revirando os olhos enquanto sorria. –precisamos pensar em alguma coisa.

Bufei e olhei pela janelinha outra vez, vendo que dessa vez Jackson fazia até um pequeno esforço para ter espaço pelo menos para que pudesse respirar! FILHO DE UMA MÃE! Eu mato ele! Olhei um pouco para a mão da menina e então uma idéia veio em minha mente como uma luz.

-precisamos de uma farmácia. –falei sorrindo angelicalmente.

-está passando mal? –Clara perguntou inocentemente, sem perceber minha idéia.

-eu?! Não. Só vou ajudar alguém. –pisquei os olhos três vezes e Clara arregalou os olhos sorrindo.

-ahn... Entendo... –e então ela riu me puxando para a porta que dava nos fundos da boate.

(...)

-por que você comprou tantos?! –Clara perguntou enquanto eu pegava um copo de plástico na bancada.

-não sei, acho que é melhor prevenir, não?! –pisquei um olho e peguei uma faca, dando apenas uma passadinha na água da torneira.

-é, acho que até concordo com você... –Clara foi em direção a janelinha e deu uma avistada nas coisas. –mas aparentemente, Jackson não está muito animado com a idéia.

-por quê? –peguei alguns comprimidos e tirei da cartelinha.

-ele parece estar procurando alguma coisa... Ou alguém, se é que você me entende. –ela piscou um olho.

-ahan... Deve estar procurando o Puro Osso* MENININHO DO CARAMBA GENTE! –bufei sentindo meu rosto esquentar. Clara riu alto colocando uma mão sobre meu ombro.

*Puro Osso: No Desenho Billy e Mandy o Puro Osso é a morte e ele vem para ceifar a vida do Hamister caquético do Billy. HAHAHAHAAHHA

 -Maggie isso tem nome, sabe não?! –ela falou ainda rindo enquanto eu amassava alguns comprimidos com a lateral da faca.

-tem, tem sim! ASSASSINATO! –gritei a ultima palavra colocando o pozinho no copo plástico. Clara riu outra vez revirando os olhos.

-eu estava falando de outra coisa... EI, EI, EI, maneire aí no negocio, não queremos matar a menina. –ela falou segurando minha mão quando fiz menção de pegar mais uma cartela.

-quem não quer matar ela?! –perguntei fingindo inocência e ela me deu um tapa na cabeça.

-não brinca com coisa séria. –ela sorriu de canto e cruzou os braços sobre o peito. –como vamos fazer para que ela tome isso?!

Parei para pensar por um segundo. Tudo bem, a primeira parte do plano tinha sido realmente muito fácil, tão fácil que eu me prendi completamente a ela e não a segunda e totalmente complicada... Como ela iria beber a porcaria?! Bem, eu poderia ir lá e simplesmente derrubar o pó em seu copo se eu quisesse que ela desconfiasse de alguma coisa, e acho que enfiar garganta a baixo não era uma opção também.

-não tinha pensado nisso. –murmurei franzindo a testa.

-é bom pensar logo, por que ela está com a mão nos cabelos do seu namorado. –Clara avisou arregalando os olhos. Finquei a faca na bancada e fuzilei o chão com os olhos.

-MAS QUE... Tive uma idéia. –murmurei feliz.

-quando você ergue as sobrancelhas desse jeito significa que vai dar rolo. –Clara murmurou suspirando. –vai, manda...

-onde está o Simon? –pisquei os olhos, animada.

-atrás de alguma mesa jogando algum joguinho no celular. Provavelmente só o veremos novamente amanha. –Clara deu de ombros frustrada.

-Seu irmão?! –perguntei ainda pensando em meu plano quase infalível.

-ainda escondido atrás de John pelo o que estou vendo. –ela falou apontando pela janelinha.

-acha que ele poderia ajudar?! –perguntei entretida.

-se ele não precisar falar nada. –Clara deu de ombros calma.

-de um jeito de chamar a atenção dele para cá, e tente ver o que a perereca albina ta tomando. –falei indo para o freezer para ver o que eu poderia usar ali.

Clara foi até a porta da cozinha e pediu para que um garçom fosse até Justin, enquanto ela dava uma boa olhada no copo da menina, que estava em cima do balcão do bar. Bati as unhas impacientemente, pensando que se a guriazinha desavisada se aproximasse do Jack Estripador eu iria lá e mostraria o que uma menina de Nova Iorque pode fazer com aqueles cabelos. E não estou brincando!

-é alguma coisa verde. –Clara falou vindo ao meu lado e olhando para dentro do freezer também. –pelo amor de Deus Maggie, não vai misturar aquilo com bebida alcoólica... Queremos que ela fique indisposta e não que morra.

-não sou nem louca. –respondi franzindo a testa. Será mesmo?!

-aham, como se eu não te conhecesse. –Clara murmurou e então a porta da cozinha se abriu, mostrando um John e um Justin (escondido atrás do primeiro, é claro) com os olhos arregalados.

-o que diabos a tranqueira está aprontando agora?! –John perguntou vindo para perto de nós.

-Ei, olha lá como fala comigo. –rosnei ofendida. TRANQUEIRA?!

-eu não estava falando de você, mas já que a carapuça serviu... –ele deu de ombros sorrindo abertamente. RETARDADO!

-tudo bem vocês dois, vamos voltar no que interessa. –Clara disse me apontando novamente o freezer.

-tudo bem, eu preciso de uma soda. –peguei meu cartão da boate e pedi para que Justin fosse até o bar passar para mim.

Comecei a explicar o que eu tinha pensado a Clara e John (por algum motivo que era um mistério para mim) ria. Justin apareceu alguns minutos depois pedindo desculpas (sussurrando para mim, já que ele ainda não fala com John) que tinha uma fila imensa e ele precisou usar suas táticas de persuasão para passar na frente... Nem queria saber que “táticas” eram essas.

-ok. –abri a soda e despejei dentro do copo com o pó do remédio. –agora Justin, vai lá e troque a bebida dela. –sorri angelicalmente.

-EU?! –ele gritou se esquecendo da presença de John.

-sim você. Ela está tão entretida com o Jack Estripador que nem vai perceber que você não fala e, pior, não é garçom. –bufei revirando os olhos.

-AAAH, ENTÃO É DISSO QUE SE TRATA! –John falou alto sorrindo abertamente. –A MAGGIE TÁ COM C...

-não é nada docinho, nada não. –Clara tampou sua boca antes que ele assinasse o próprio contrato de morte.

-só não quero que ele se culpe pelo resto da vida por ter beijado alguém como... Aquela coisinha sem sal! –empinei o nariz passando o liquido para Justin. –vai lá.

-SEM SAL?! –John falou indignado. Eu e Clara o fuzilamos com o olhar.

-o que quer dizer, querido?! –Clara perguntou com um sorriso diabólico nos lábios. CORRE FILHO!

-bem, então eu vou lá entregar isso a menina. –Justin sussurrou para mim, sacudindo o liquido verde borbulhante com um pequeno rastrinho branco no fundo. Ela nem ia saber o que a atingiu. Sorri para mim mesma. Aquilo tinha que dar certo.

[Jackson]

Nunca, em toda a minha vida, quis tanto que Maggie tivesse um ataque daqueles e viesse me bater ou tentar me matar. Juro! Se ela tivesse feito isso, com toda a certeza, eu iria me ajoelhar e beijar seus pés.

-mas você é tãããão alto! Comeu fermento, é?! –a menina riu. Tentei sorrir, mas estava começando a ficar difícil. Que conversa de avó!

-é, acho que minha mãe colocou um pouco extra em minha mamadeira. –falei tentando me livrar de seu braço, mas parecia mais com “tentáculos” como diria a Maggie. EU NÃO ACREDITO QUE EU TO PENSANDO NELA EM UMA HORA DESSAS!

-ah, que...

-com licença. –alguém pediu tocando seu ombro.

A menina, que eu não tinha idéia de como se chamava (alguma coisa como Lú, Sú, Jú...) arregalei os olhos quando percebi que era Justin dando alguma coisa para a menina em um copo. Ele deu de ombros em um “não tenho idéia” e então deu as costas, enquanto a menina tomava um longo gole de sua bebida.

Ergui uma sobrancelha pensando se era seguro deixar aquela coisa em suas mãos. Quer dizer... Vai saber o que era aquilo e quem tinha dado?! Mas antes que eu pudesse falar alguma coisa ela já tinha bebido tudo com um segundo longo gole.

-tava com um gosto amargo. –ela falou fazendo careta, depois deu de ombros jogando o copinho por cima do ombro. –ah, tanto faz.

-olha só, hm, Mary, é melhor eu ir atrás da minha amiga, sabe como é... –tentei me soltar de seus braços, mas estava difícil.

-Sam, querido, Sam. Ah, deixe ela curtir. –ela falou dando de ombros. Senti uma estranha sensação de o rosto queimar com o pensamento de “curtir”.

-é esse o problema meu bem, deixar ela curtir. –falei tirando um braço do meu pescoço.

-mas... Epa! –ela fez careta e colocou o braço sobre a barriga. –hm, eu preciso ir ao banheiro.

Ela me soltou rapidamente e começou a se afastar. Ergui uma sobrancelha tentando pensar no que poderia ter sido meu grande salvador ou alguma coisa como essa. E foi então que vi Maggie bem em minha frente, com um sorriso aberto e tomando o lugar que a menina estava um segundo antes.

-ufa, achei que ela não iria mais sair. –ela falou colando o corpo no meu.

-nem me fale, mas... O que está fazendo aqui? –perguntei desconfiado. Aí tem...

-o que?! Ainda tenho prioridades, lembra?! –ela disse colando sua bochecha a minha.

-ahn, claro. Prioridades. –ecoei enlaçando sua cintura com meus braços. Daquele jeito estava bem melhor.

Tentei não olhar em volta para evitar olhares desnecessários. Clara estava com John, que aparentemente estava se divertindo com alguma piada interna... Sobre mim, já que ele não parava de me olhar e tentar segurar a risada.

Olhei o perfil de Maggie e percebi que ela tinha um sorriso malicioso no rosto. Tinha alguma coisa acontecendo e parece que eu seria o último a saber... De novo. Dei um beijo em seu rosto o que fez com que sua atenção se voltasse para mim.

-o que foi?! –ela perguntou piscando os olhos rapidamente. Sacudi a cabeça sorrindo e toquei seus lábios com os meus finalmente.

Para ser sincero desde nossa conversa em seu quarto no hotel daquele dia eu estava um pouco temeroso em me aproximar com a mesma freqüência dela. Se você não conhece Megan Fuller, aí vai um aviso... Esteja sempre preparado para constantes mudanças de humor. Em um segundo ela te adora, no próximo tem uma faca voando em sua direção. Mas eu estava aliviado por finalmente ter conversado com ela e colocado as coisas em pratos limpos... Ou pelo menos enxaguados.

-sabe que gosto quando você está assim. –comentei lhe dando um selinho e encostando a ponta do meu nariz no seu.

-assim como?! –ela perguntou sorrindo fraco.

-calminha. –respondi rindo vendo sua careta.

-é apenas um disfarce, daqui a pouco eu já te ameaço de morte. –ela piscou os olhos sorrindo cínica. Ri alto com sua expressão e então notei uma presença ao nosso lado.

Olhei para o lado lentamente e não pude deixar que um resmungo de “ah, não” escapasse por meus lábios. Maggie desgrudou o rosto do meu e também olhou para a menina, que agora nos olhava com os olhos semicerrados.

-mas o que...?! –ela começou a gritar, mas por causa da música parece mais baixo do que deveria.

-ah fala sério. –Maggie bufou. –olha você tem cinco segundos para dizer tudo o que quer.

-O QUE?! –a menina berrou e dessa vez saiu alto de verdade.

-cinco, quatro, três, dois, um... –Maggie contou nos dedos e então a menina fez uma careta e saiu correndo novamente trombando com as pessoas.

Continuei com os olhos arregalados para o lugar onde a menina estava parada há poucos segundos. Megan suspirou alto e apertou mais o abraço em volta de meu pescoço, enquanto eu tentava começar a raciocinar o que tinha acontecido.

-o que foi isso?! –perguntei olhando sua expressão inocente.

-pressentimento. –ela respondeu sorrindo timidamente.

-aham... –fiz desconfiado, ainda com a sobrancelha levantada.

Corri os olhos pelo salão da boate por um segundo, parando os olhos em Clara e John que riam de alguma coisa (ainda nos olhando). Justin estava com os olhos arregalados atrás do bar, escondido atrás de Simon que parecia estar jogando em um Game-boy. O copinho plástico da garota ainda estava jogado atrás de nós e então tudo veio até mim como uma pancada forte.

-o que você fez?! –perguntei fechando os olhos e respirando fundo.

-eu?! –ouvi sua voz indignada e segurei a risada.

-vai, pode dizer, eu sou forte... O que você fez para a pobre menina? –perguntei novamente dessa vez colocando toda a força que eu podia em meus olhos.

-pobre menina! HUNF! –ela bufou tirando os braços do meu pescoço e os cruzando sobre o peito. Olhei bem para seu rosto tentando achar algum motivo, qualquer um para que ela pudesse ter feito qualquer coisa a talzinha. Sorri maliciosamente e aproximei meus lábios de seu ouvido.

-Meganzinha está com ciúmes? –perguntei tentando fingir uma voz de indignação.

-Oras! Até parece que não sabe que eu não sinto essas coisas. –ela bufou novamente e revirou os olhos. Percebi que as bochechas estavam levemente rosadas e segurei a risada.

-aham, aham... –disse revirando os olhos soando irônico.

-oras! Essa palavra não existe em meu vocabulário, e mesmo se existisse o que faz você pensar que eu sentiria ciúmes de você?! –ela revirou os olhos e bufou outra vez. Ual, três vezes em menos de cinco minutos. Estamos chegando a algum lugar.

-bem, nesse caso vou ver qual o problema com a tal menina. –dei de ombros e soltei sua cintura, fingindo olhar em volta.

-se fazer isso, é um homem morto! –ela falou segurando meu rosto com uma das mãos. Ri alto e a abracei novamente.

-por quê? Achei que não se importasse. –sorri com um canto dos lábios observando sua expressão mudar.

-e não me importo... Mas é que... –ela engasgou fazendo careta.

-mas é que... –insisti erguendo uma sobrancelha.

-é... AH cala a boca e me beija de uma vez! –ela abraçou meu pescoço mais uma vez e colocou seu corpo ao meu como tinha feito da primeira vez, procurando com os lábios os meus.

Estava seriamente tentando reprimir a risada, mas não era fácil. Megan Fuller com ciúmes de Jackson Bennett?! De que universo paralelo estamos falando?! Bem, acredite ou não, é a realidade.

(...)

[Maggie]

-sabe quem estava no banheiro quando eu fui antes de virmos para o hotel? –Clara perguntou tomando um pequeno gole de seu suco enquanto torrava no sol da praia. Estava começando a sentir meus pés fritarem por causa da areia quente, mas estava agradável de mais ali.

-não sei do que está falando. –falei ajeitando os óculos de sol no rosto.

-a tal da Sam. –Clara riu alto. –aparentemente você exagerou um pouco no remédio, já que até o papel higiênico tinha acabado. –ri com ela dessa vez.

-não me controlo quando estou com raiva, sabe disso. –falei entre gargalhadas. O que eu poderia fazer?! Era a forma mais rápida de fazer com que ela sumisse e não voltasse por um bom tempo.

-eu achei que você tinha matado a menina, é sério. –ela falou novamente começando a ficar vermelha.

-bem, ela obviamente vai pensar uma segunda vez antes de chegar perto do que é...

-do que é... –Clara insistiu antes que eu pudesse pensar no que estava falando.

-meu, ué! –dei de ombros sorrindo torto. –indiscutivelmente meu.

-droga, perdi a aposta. –Clara bufou, tirando uma mecha da franja da frente do rosto.

-que aposta?! –perguntei erguendo uma sobrancelha.

-uma aí que eu fiz com John. –ela deu de ombros. –por que você simplesmente não admite que gosta dele e acaba com grande parte de seus problemas, hein?!

-já disse... Por que eu não sei. É realmente bom estar com ele assim, ter o tempo todo que eu quiser e ter que esconder apenas do pestinha do meu irmão, mas não vejo como poderíamos ter alguma coisa a mais sem que um de nós saia machucado (no sentido físico da palavra). –dei de ombros franzindo a testa.

-e você acha que dessa forma você vai evitar todos esses hematomas?! –Clara perguntou séria.

-acho que sim. –conclui assentindo.

-é, talvez alguns hematomas você realmente evite... Mas não se iluda achando que vai evitar outro tipo de machucado. –Clara piscou um olho e se levantou de sua cadeira de praia.

Soltei um suspiro pesado pensando em suas palavras uma ultima vez. Do que diabos ela estava falando?! As coisas já não estavam muito bem da forma como estavam? Por que teria que mudar tudo agora?!

-ei, vai ficar aí ou vai para a água também?! –Clara piscou um olho apontando para o mar, onde John, Jackson, Simon e Justin estavam acenando para nós. Sorri um pouco, desistindo completamente de qualquer pensamento inútil.

-vamos! –sorri e comecei a correr, puxando Clara pela mão comigo.

Um último pensamento que me ocorreu foi... Se alguma coisa valesse à pena, qual era o limite para ir atrás dela? E qual era a extensão do meu “ódio” por Jack Estripador? Seria ele uma dessas coisas que valeria à pena?

De qualquer forma, alguém algum dia me disse que se fosse para me arrepender, para pensar depois de agir. Pois mais vale um arrependimento de um feito, do que a pena de uma oportunidade perdida.

“Linda menina abra as asas. Voe o mais alto que puder. Acredite que você pode ir ainda mais alto. Feche os olhos, imagine-se. Nunca olhe para baixo. De a mão ao céu. Alcance o universo, almeje o infinito. Transpasse as barreiras da realidade e siga seu coração.”                       

Daniel Lessa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

amores da Carol! espero que tenham gostado! HDSAUISAHIDSAHDIAUSHIUDASHIUASHDIASUDHSAUISAHUDI
aaah, deu vontade de colocar uma frase pra vocês, espero que tenham gostado! ++
beeeeeeeeijos e não esqueçam de comentar! ++
:*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tapiando o Destino" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.