Tapiando o Destino escrita por caroline_03


Capítulo 13
Jantar em família.


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem gente! ++



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[Maggie]

Tudo bem, isso era realmente muito desagradável. Eu estava começando a me arrumar para ir ao jantar de apresentação do JOHN para a família de CLARA, e agora eu me pergunto: como foi que eu me meti nisso mesmo? AH, claro...

-Maggie, por favor, por favorzinho... Justin escuta apenas a você e você sabe que meus pais não me deixarão ir à viagem de turma se você não me ajudar nesse jantar. –Clara pediu fazendo bico. EPA... Se clara não for a viagem, significa que eu vou ficar sozinha... EEEPA.

-mas Clara... Justin nem sequer fala comigo. –tentei me livrar, quem sabe eu simplesmente não pudesse ligar para os pais de Clara e dizer que estava tudo bem... John era o menino mais legal e inteligente que existia (eles não precisavam saber da verdade e eu duvidava muito que iam perguntar a ele a raiz quadrada de quatro no jantar).

-mas Maggie... –ela fez um bico gigantesco e eu suspirei vencida.

-tudo bem... Mas você vai sofrer comigo nessa viagem. –avisei sorrindo torto.

-AAAAAAAAH! –ela gritou abraçando meu pescoço...

E agora, aqui estou eu... Tentando domar minha franja para poder ficar apresentável a família de meus amigos. Eric já tinha vindo ao meu quarto mil vezes ver o que eu estava fazendo. Alguma coisa me dizia que ele queria me falar alguma coisa, mas conversaria com ele mais tarde, de todas as formas.

Desliguei o secador de cabelo e me levantei do chão, dando uma ultima olhada no espelho de corpo todo que tinha em minha parede. Peguei o vestido que tinha separado mais cedo e o coloquei, prendendo um pouco do cabelo com uma presilha de strass.

Coloquei a sandália e suspirei pesadamente, vendo Eric sorrir para mim da porta. Olhei para ele com uma sobrancelha levantada, o que o pestinha poderia querer comigo?

-tudo bem... Diga logo, o que você quebrou? –perguntei desconfiada. Para ele vir aqui tantas vezes? Sim, ele quebrou alguma coisa minha.

-eu?! –ele perguntou sem entender.

-claro. –disse revirando os olhos.

-meu deus Maggie, você precisa colocar um pouco de confiança em mim. –ele bufou cruzando os braços sobre o peito.

-por que deveria? –perguntei passando o rímel.

-por que eu sou seu irmão. –ele disse como se fosse obvio.

-e...

-e eu quero o seu bem. –ele falou baixinho com a testa franzida e olhando para o chão. Suspirei pesadamente o olhando com o canto dos olhos.

-tudo bem, venha cá. –me sentei na cama e o chamei para sentar ao meu lado. –o que está acontecendo?

-não é nada não. –ele falou sorrindo para mim. Ergui uma sobrancelha desconfiada.

-aham... –disse o olhando.

-é que... Hoje eu estava pensando na mamãe... –ele comentou mordendo o lábio inferior parecendo envergonhado.

-o que quer dizer? –aí tem!

-ela vai sair com um cara hoje... Sabia? –sorri vendo o obvio ciúmes que meu irmão tinha.

-sabia. –falei ainda o analisando. –você não minar o...

-é claro que não. –ele disse revirando os olhos. –é que eu estava pensando no... Papai. –suspirei pesadamente.

-imaginei que ia pensar nisso. –comentei suspirando pesadamente e passando o braço em volta de seus ombros, em um raro momento de compreensão fraternal entre nós.

-não é que eu não goste dele, mas é que papai...

-papai morreu há muito tempo Eric. –falei tombando a cabeça na sua.

-eu sei que não gosta de falar sobre isso, mas achei que seria pior se eu conversasse com a mamãe. –ele disse suspirando.

-está tudo bem. O que quer saber? –perguntei me virando para ele, tendo a estranha sensação de que não seria tão difícil aquela conversa.

-acho que não sei muita coisa sobre ele... –meu irmão disse fazendo bico e eu ri um pouco.

-você era tão pequeno Eric, parecia uma pulga. –comentei rindo e ele me fuzilou com o olhar.

-muito engraçado Maggie. –ele falou entre dentes, depois parou franzindo a testa para suas mãos. –por que você não gosta de Guns? –mordi o lábio inferior. Assunto delicado a vista.

-eu gosto de Guns... E muito. –falei dando de ombros. Ele era meu irmão, poderia saber.

-mas você sempre muda de rádio quando começa a tocar... –ele falou confuso coçando a cabeça.

-eu convivi mais tempo com nosso pai, e eu me lembro de muitas coisas... Como seus CDs favoritos e as músicas que ele cantava quando ia me por para dormir. –sorri e ele arregalou os olhos parando de respirar.

-eu não sabia. –ele comentou chateado.

-tudo bem, duvido que mamãe saiba também, afinal não é todo pai que canta Guns N’ Roses para a filha dormir. –sorri para ele, desajeitando seus cabelos.

-bem... Obrigada Maggie. –ele falou se levantando e coçando a cabeça.

-não foi nada. –sorri voltando para o espelho terminar de fazer minha maquiagem.

-você está bonita. –arregalei os olhos. AQUELE NÃO ERA MEU IRMÃO!

-quem é você? O abominável homem das neves? –perguntei indignada e ele riu alto.

-você realmente deveria começar a namorar Jackson, ele é tão legal. –ele falou bufando e eu revirei os olhos.

-desde quando eu estar bonita tem a ver com eu namorar o legal do Jackson? –perguntei tentando achar conectividade entre as duas frases distintas.

-por que eu acho que ele gosta de você. –Eric respondeu sorrindo apertado.

-aham... E eu sou a mamãe Noel. –comentei passando uma ultima camada de pó.

-é sério Maggie... –e a buzina soou no andar de baixo.

-falando no diabo... –peguei minha bolsa e dei um tapinha na cabeça do meu irmão.

-você vai com ele para a casa de Clara? –Eric perguntou correndo atrás de mim.

-vou, mamãe pediu para que eu deixasse o caro em casa, já que ela vai sair com aquela pessoa misteriosa... –fiz sinal de aspas com os dedos.

-Sr. Daves. –Eric me corrigiu revirando os olhos. –já fiz a ficha completa. –arregalei os olhei pegando minha chave dentro do potinho da sala.

-ual, você é rápido. –comentei piscando um olho para ele.

-não estamos falando sobre isso, o que eu quero dizer é que vocês e Jackson poderiam desviar o caminho um pouquinho quem se importa? –ele falou sorrindo abertamente.

-escuta o que você é? Meu irmão ou o santo casamenteiro? –falei um pouco mais alto abrindo a porta.

-no momento os dois, já que desconfio que você tem sérios problemas para encarar a realidade. OI JACK! –continuei olhando para a pestinha enquanto ele acenava para o menino dentro do carro.

-e aí baixinho? –Jack Estripador respondeu enquanto eu fazia careta para meu irmão. Ele ia pagar mais tarde.

-não encostem em meu carro, mamãe deixou dinheiro para vocês pedirem pizza dentro da fruteira e não se esqueça que tem alergia a pimenta. –falei indo para o portão.

-Maggie, eu sei ao que eu tenho alergias e eu e Victor vamos pedir comida japonesa. –ele avisou esperando eu sair para que pudesse trancar o portão.

-tudo bem, tudo bem... Tanto faz, mas cuidado com meu carro. –avisei novamente o fuzilando com os olhos.

-o que você acha que eu faria com seu carro? –ele gritou indignado, mas e já estava fechando a porta do carro e não conseguia ouvi-lo.

Eric voltou para dentro de casa bufando e Jackson esperou até que ele fechasse a porta para dar partida com o carro. O olhei com o canto dos olhos, vendo que ele sorria torto sem nem sequer me olhar. Ótimo, lá vamos nós de novo.

Ele deu uma acelerada, passando antes que a ultima bolinha do sinal virasse vermelha e logo após virou uma rua qualquer, que eu nem sequer estava dando muita atenção. Passou pouco mais do que um minuto, até que ele parou no acostamento de uma rua afastada e soltou o cinto, enquanto eu apenas virava para ele.

-sabe que está quebrando o coração do seu irmão. –ele comentou sacudindo a cabeça com os olhos semi-abertos.

-ele sobrevive. –respondi o olhando com o canto dos olhos e sorrindo presunçosamente.

-acho que tem razão. –ele respondeu perto de mais, com a ponta do nariz quase encostando ao meu, enquanto olhava meus lábios.

Ri um pouco, segurando seus braços com as pontas dos dedos enquanto ele alisava minha bochecha com o dedão. Finalmente tínhamos achado uma forma que nos dávamos bem e sem maiores confusões. Sempre adorei aquela coisa de “amigos com benefícios”, mas se nunca tentou isso... Na prática é ainda melhor.

Ele continuava alisando minha bochecha quando eu o puxei pela nuca. Qual é? Ele é mesmo muito bonito, não sei como eu não tinha percebido isso antes. Nunca pensei que iria dizer isso em toda a minha vida, mas naquele momento fora um alivio sentir seus lábios nos meus mesmo que fosse apenas momentaneamente.

A mão que estava em meu rosto desceu para a minha cintura, enquanto eu segurava a gola de sua camisa, pensando na falta que uma gravata fazia quando queríamos puxar alguém para mais perto.

Provavelmente vendo o que eu pretendia, ou talvez pensando na mesma que eu (o que eu sinceramente duvido), ele me puxou até que eu estivesse praticamente sentada em seu colo, isso sem deixar de me beijar.

Uma das “clausulas” de nosso trato, foi que Eric seria a última pessoa a saber. Isso por que quando ele descobriu que Jackson tinha me beijado no Baile de mascaras ele simplesmente surtou, correndo pela casa gritando que estávamos namorando. E outra parte foi que John e Clara poderiam saber, já que eles já tinham visto de qualquer jeito, e que não estávamos ficando as escondidas. O que significa que de qualquer forma teríamos que nos cuidar por causa de Eric, mas o resto tanto faz.

Fiquei feliz por deixar claro para minha amiga e seu digníssimo namorado que nós NÃO ESTAVAMOS NAMORANDO, como eles estavam dizendo. Era legal simplesmente poder sair por aí, sem me irritar com ele e ainda poder beijá-lo de vez em quando. Tem coisa mais legal do que sair às escondidas?

-tem alguém irritada hoje. –ele comentou afastando uma mecha de cabelo do meu rosto.

-bem, estou prestes a mentir para os pais da minha melhor amiga... É, acho que isso pode ser um pouco irritante. –comentem assentindo e ele riu alto.

-o que de tão ruim pode acontecer? –ele perguntou revirando os olhos e eu ergui uma sobrancelha, fazendo o contorno de seus olhos com meus dedos. –tudo bem, alguma coisa bem ruim pode mesmo acontecer. –nós rimos.

Bem, não precisava dizer a Eric que tinha saído de casa meia hora mais cedo do que Clara combinou com agente. Tem certas coisas que simplesmente não precisamos contar a nossos irmãos mais novos, principalmente se eles estão em idade de “formação social”.

-ainda temos dez minutos até que eles comecem a subir pelas paredes. –Jackson disse olhando para o visor do carro.

-acho que eles podem esperar um pouco, não acha? –perguntei rindo, segurando sua cabeça com minhas mãos.

-acho que não vou me importar. –ele riu também, voltando a me beijar com os braços em minha cintura.

Bem, o fato de eu estar de vestido não fazia as coisas mais fáceis, principalmente quando o menino que você está saindo tem tentáculos e poderia muito bem atender pelo nome de Polvo. Era realmente meio difícil segurar suas mãos, beijá-lo e me concentrar para não rir o tempo todo, principalmente por ele ficava meio irritado quando estava impossibilitado de usar as mãos.

-não abuse do contrato. –avisei rindo.

-maldita a hora que eu concordei com você. –ele bufou tirando um pequeno cachinho caído sobre a testa.

-deveria ter pensado nisso antes. –ri mais um pouco soltando suas mãos e indo para meu lugar.

-eu nunca concordo com você, deveria ter desconfiado que tivesse alguma coisa errada. –ele disse com o sorriso malicioso habitual. Me limitei a rir, enquanto colocava o cinto. Ele deu partida novamente no carro, e logo estávamos de volta à avenida, tomando o caminho tão conhecido para mim.

Quando paramos na frente da casa de Clara, logo percebi toda a confusão que estava armada. Desde quando John tem tantos integrantes na família? Ergui uma sobrancelha para Jackson, que apenas deu de ombros saindo do carro.

Fomos andando em passos lentos até o portão, que foi onde vi Justin correr até nós com a expressão desesperada. Suspirei pesadamente, já pensando nas mímicas que eu teria que decifrar. Jack estripador sorriu torto e Justin parou bem em minha frente, segurando minhas mãos.

-Socorro. –ele falou. Arregalei os olhos.

-você bebeu. –disse indignada. Quem bebe no jantar de sua própria irmã? Justin revirou os olhos e bufou.

-é claro que não. –ele falou baixo de mais olhando para dentro da casa.

-então... Fumou? –chutei erguendo uma sobrancelha.

-nããão. –ele falou ficando um pouco mais bravo.

-tudo bem então...

-o que aconteceu? –Jack Estripador perguntou me cortando. Ergui uma sobrancelha para ele.

-muita gente desconhecida. –ele falou desesperado.

-e...

-e que eu demorei mais de um mês para falar com você, e agora a minha casa está infestada. –ele disse ficando vermelho.

-calma Justin, é só sorrir. –falei o empurrando, mas ele empacou segurando no portão.

-não posso... É gente de mais. –ele falou entre dentes e olhos arregalados.

-Justin é a Clara...

-Justin, da uma volta, e depois venha. –Jackson lhe deu a chave do carro e piscou.

-não sei se quero. –ele falou olhando para o carro desconfiado.

-por quê? –perguntei indignada.

-hm, deixa para lá... Já volto. –e com isso ele correu nos deixando ali olhando para o nada.

-eu hein. –falei dando de ombros.

Dentro da casa a confusa não estava menor. Clara conversava com uma mulher alta de cabelos escuros e olhos azuis, que Jackson me apontou como sendo a mãe de John. Os pais de Clara faziam sala para mais pessoas, que eu não tinha idéia de quem eram, e nem Jackson por falar nisso.

-ah, finalmente vocês chegaram. –Clara falou quando sua sogra se afastou.

-movimentado aqui, não? –comentei circulando com o dedo indicador.

-ah, você não vai acreditar! Nem acredito que ele fez isso comigo. –Clara falou bufando, fuzilando seu pai com os olhos.

-quem fez o que? –Jack Estripador quis saber.

-meu pai... Ele resolveu marcar essa porcaria de jantar bem no dia em que os parentes da mamãe vinham nos visitar. –ela falou desesperada apontando para o mar de gente.

-hm... Poderia ser pior. –falei tentando parecer otimista, mas que apenas ocasionou em um olhar mortal por parte de Clara para mim.

-onde está John? –Jackson quis saber olhando em volta.

-provavelmente tentando convencer meu irmão a...

-Justin acaba de fugir com o carro do Jack Estripador. –falei sentindo que Jackson me olhava com a sobrancelha levantada.

-mais essa agora. –Ela falou batendo a palma da mão na testa. – ONDE DIABOS ELE...

-oi gente. –John falou aparecendo logo atrás de nós.

-onde você estava? –Clara quis saber entre dentes.

-no banheiro. –John respondeu coçando a cabeça.

-eu estava louca atrás de você...

Clara foi arrastando seu namorado pelo braço até um grupo de pessoas, que no mesmo instante em que a viram, ela mudou sua expressão para a amável Clara de sempre, enquanto eu ria baixo olhando em volta.

-não acredito que ainda me chama dessa forma. –ele sussurrou encostando seu peito em minhas costas.

-o que é? É seu apelido desde sempre. –disse sorrindo.

Ele bufou e eu ri, me virando para ele e percebendo a careta que fazia, enquanto fitava John conversando com os pais de Clara. Aquilo era engraçado, principalmente por que Clara parecia mais nervosa do que nunca tentando agradar a todos.

-você, hm, vai para a viagem de turma? –ele perguntou me olhando com curiosidade.

-vou, por isso estou aqui... Ajudar com que John de uma boa impressão para os pais de Clara, para que eles a deixem ir. –ri um pouco e ele assentiu. –você...

-garota eu vou para a Califórnia... –ele cantou e nós rimos.

-isso está mais chato do que a última conferencia sobre guerra nas estrelas. –Simon disse aparecendo do nada ao nosso lado.

-Simon? Achei que não viria... –comentei e ele bufou.

-e não vinha, mas Clara me obrigou. –ele disse com os braços cruzados.

-entendo. –respondi, vendo o pai de minha amiga chamando a todos para a mesa de jantar.

Pensei que não caberia todos na mesa, mas assim que chegamos na sala de jantar me impressionei ao ver o tamanho da mesa nova que tinha bem no centro. Um dia antes não tinha nada daquilo ali, o que aconteceu?

Vi Justin chegar de mancinho, dar as chaves a Jackson e bufar mais uma vez, indo tomar seu lugar ao lado de seu pai, enquanto Clara se sentava ao lado de John. Sorri vendo a cena e me sentei ao seu lado, com Jackson bem na minha frente.

A senhora Julia, mãe de Clara, começou a nos servir com um sorriso no rosto, enquanto eu olhava para a expressão de completo desespero de John. Jackson parecia extremamente relaxado, mesmo vendo a situação que seu amigo se encontrava. Justin parecia ainda não estar gostando nada de estar ali, mas permaneceu calado (aaah, sério?!) ao lado de sua mãe e Simon olhava para tudo e todos com uma careta.

Marcos, pai de Clara, começou a fazer perguntas ao pai de John, que parecia feliz em estar ali. Tentei não prestar atenção na conversa, mas confesso que estava engraçada de mais para deixar passa... Desde quando John toca piano?!

-mas então... Me digam como é esse namoro de vocês. –Marcos perguntou diretamente para John que agora começava a ficar vermelho.

Soltei e garfo e fiquei esperando a resposta, essa seria muito boa...

-então... –John tossiu um pouco. –eu realmente gosto muito de sua filha. –Clara ficou roxa. –e, eu queria muito, que você desse a sua benção para nós e... –ergui uma sobrancelha para ele. Era a minha família que era estranha ou ele tinha problema?

-claro. –Marcos sorriu para ele. –o que mais?

TEM MAIS?!

-e então, nós, hm, é...

-poderiam ir ao cinema! –Marcos falou com um sorriso aberto. Ergui uma sobrancelha. Desde quando pais dão idéias para o namorado levar sua filha?

-claro...

-e você poderia segurar a mão dela enquanto ninguém vê. –não agüentei e gargalhei alto, mas, por incrível que pareça, tinha uma segunda risada junto com a minha.

-muito boa. –falei engasgada, vendo Jackson assentindo para mim ainda rindo.

Enquanto voltava a respirar dei uma olhada em volta. Clara parecia que ia me matar a qualquer segundo, com o rosto vermelho e os olhos arregalados, enquanto John fazia bico olhando para seu amigo, como se realmente pudesse chorar. Marcos e Julia me olhavam com uma sobrancelha levantada e Justin sacudia a cabeça, indicando para não entrar em detalhes.

-desculpa. –comentei tossindo e sentindo o rosto esquentar.

A mãe de John me deu uma ultima encarada e voltou a sorrir feliz para Jackson, que ainda estava vermelho tentando conter as risadas. O que foi?! Acha que eu sou a única que achou que isso fosse piada?

-então Jackson, e sua mãe querido? –ela perguntou tomando um pequeno gole de seu refrigerante. Coloquei uma alface na boca e tentei não escutar novamente, mas estava difícil...

-então dona Lúcia, ela está muito bem. –ele disse sorrindo, limpando a boca delicadamente com o guardanapo. Na frente dos outros ele é super educado, não?

-ah, que bom! Espero que esteja melhor desde aquele incidente no natal passado em que ela se afogou com uma uva-passa, que episódio lamentoso. –a mulher sacudiu a cabeça e Jackson sorriu sem graça para ela.

-sua mãe se afogou com uma uva-passa? –sussurrei e ele deu de ombros rindo.

-ah, que linda. –a “dona Lúcia” falou me olhando com um sorriso apertado. –essa é sua namorada Jackson?

Forcei o refrigerante que estava em minha boca descer pela garganta, enquanto pensava em um modo de sair daquela situação educadamente. Até Clara e John pararam de comer para ouvir o que iríamos responder, Clara com um sorriso cínico e John piscando os olhos azuis freneticamente.

-não! –afirmei.

-absolutamente não. –Jackson concordou tão rápido quanto eu.

-de forma nenhuma. –completei suspirando e sacudindo a cabeça. ELA É TONTA?

-hm... –ela falou nos olhando com curiosidade. Clara e John riam baixo nos olhando.

Fuzilei minha amiga com os olhos, mas sabia que não poderia culpá-la mais tarde. Eu tinha soltado vinte bolas foras em um prazo de cinco minutos, e eu nunca tinha feito isso... Definitivamente isso não é normal.

Finalmente a conversa voltou ao foco inicial, ou seja... O novo casal. Agora a discussão era sobre a viagem de turma para a Califórnia daqui algumas semanas, e eles discutiam sobre o que fariam. Eu poderia dar minha sugestão... Se quisesse que Clara arrancasse minha cabeça naquele momento mesmo. POVO VIOLENTO!

O jantar foi se tornando um pouco mais agradável, e finalmente os pais de John disseram que estava indo embora, o que era uma coisa, já que a “dona Lúcia” não parava de me olhar com aquele olhar cínico de pessoa que parece ler sua alma e acha alguma coisa de errado. O pai de John apenas bagunçou meu cabelo, depois de dizer um “juízo” que eu realmente não entendi porcaria nenhuma, mas não podia brigar com ele já que ele parecia ser bem legal.

-John, você vai ficar? –Jackson perguntou se acomodando na parede no lado de fora da casa de Clara.

-eu vim sem carro. –ele respondeu dando de ombros.

-eu te levo, só tenho que deixar Maggie em casa primeiro. –Jackson respondeu me olhando com o canto dos olhos.

-haha, não, não, obrigada. –John respondeu dando um riso falso.

-hm... –Jackson fez erguendo uma sobrancelha. –não seja estúpido.

E então eu entendi do que eles estavam falando... Ou pensando.

-oras... Vá embora de uma vez. –falei cruzando os braços sobre o peito.

-AGORA EU FICO! –John respondeu me encarando com os olhos faiscando. Sorri para ele, vendo que seus pais já estavam dando partida no carro.

-está me devendo uma. –falei para Jackson estendendo a mão.

-depois de pago. –ele respondeu batendo a mão na minha. John continuou nos olhando com o nariz franzido. ELE TINHA MESMO CAIDO NESSA?!

-MAGGIE! –Clara berrou me olhando com os olhos vermelhos... To ferrada.

-foi sem querer. Não achei que seu pai estava mesmo falando sério. –me defendi encolhendo os braços.

-EU VOU, EU VOU, EU VOU... AAH! –ela sacudiu a cabeça abraçando John. –eu não mereço.

-desculpa. –pedi novamente.

(...)

-Tudo bem, então vamos de uma vez. –falei indo para o carro do Jack Estripador.

Vi quando John beijou novamente Clara e ela o abraçou. Justin deu um tapa nas costas do “cunhado” e depois acenou para mim de dentro do portão. Simon aparentemente tinha saído correndo logo após o jantar e ido para casa sem falar nada. Ele era uma pessoa que eu nunca ia conseguir entender.

John veio vindo para o banco da frente e eu o dei um empurrão, o colocando em seu lugar de direito, lá atrás.

-EI! –ele falou, dando três passos para trás.

-nem pense nisso... Meu lugar. –falei abrindo a porta e ouvindo a risada de Jackson.

(...)

-Jack, me deixe em casa primeiro cara. –John continuava incomodando. Estava começando a me dar dor de cabeça para ser sincera.

-John, estamos na quadra da casa de Megan, agüenta ai. –Jack Estripador falou bufando.

-mas eu quero ir para casa... –John choramingou fazendo bico.

-me deixa aqui na esquina, assim ele para de reclamar. –falei fazendo careta para o futuro namorado morto da minha amiga.

-não, eu disse a Eric que te deixaria em casa. –Jackson respondeu erguendo uma sobrancelha para John que gemeu alto.

Finalmente o carro parou em frente a minha casa e eu olhei para dentro. As luzes da sala estavam acesas o que me fez pensar que os pestinhas estavam assistindo a algum seriado de ficção cientifica ou médico. Suspirei pesadamente e coloquei uma mão no trinco para sair.

-Tchau para você também. –Jackson disse erguendo uma sobrancelha.

-hm, tchau. –falei o achando a pessoa mais estranha do mundo.

-eu quis dizer... –ele falou segurando minha nuca, e dando uma olhada para dentro da casa. –Tchau.

E então ele me beijou, rápido e sorrindo, mas ainda assim ele me beijou. Ouvi John gemer enjoado do banco de trás e eu ri, dando uma ultima mordida no lábio inferior do irritante.

-era isso que eu estava tentando evitar. –o menino gemeu com a voz estranha. Rimos mais alto e eu revirei os olhos para ele, dando um peteleco em sua testa e saindo do carro.

-boa noite. –disse piscando novamente e abrindo o portão.

Para a minha surpresa, quando entrei em casa, Eric e Victor dormiam com livros no rosto. Ri um pouco e dei duas batidinhas de leve na porta, fazendo com que os dois dessem um pulo.

-então os cnidários não têm sistema digestivo completo. –meu irmão falou piscando os olhos freneticamente. Ri alto.

-vão dormi na cama pestinhas. –falei indo para as escadas. Eles estavam mesmo estudando em um sábado à noite? É, acho que meu irmão terá problemas no futuro.


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Notas finais do capítulo

comentem, comentem, comentem! ++ (caps em breve... Confesso que estou louca para escrever os proximos casp também! HAHAHHA)



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