Tapiando o Destino escrita por caroline_03


Capítulo 12
Cheiro de tinta...


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem do Capítulo gente! HDASUDHUASHDUI ++



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[Maggie]

Nunca entendi porque escola insiste em fazer atividades recreativas obrigatórias nos sábados a tarde. E se eu já não entendia isso em Nova Iorque, quando eu podia passar o dia com minhas amigas, aqui, que a melhor coisa que posso fazer é falar com Clara por telefone (mesmo que eu pudesse simplesmente abrir a janela e gritar para ela lá do outro lado da cidade), é que eu não entenderia mesmo.

-Veja pelo lado positivo Maggie... –Minha mãe falou com um sorriso aberto enquanto dirigia. –você vai poder passar mais tempo com seus amigos.

-mãe, eu passo oito horas por dia, cinco dias por semana com eles... E fora quando Clara vai passar o fim de semana comigo. –murmurei franzindo a testa olhando alguns cachorros passando pela rua.

-bem, vai poder passar mais tempo com seu namo...

-SE TEM AMOR A MINHA VIDA NÃO TERMINA ESSA FRASE! –gritei desesperada, vendo que ela reprimia o riso.

-tudo bem, estava apenas brincando. –ela disse sem perder o sorriso.

Suspirei frustrada, fazendo uma nota mental para que me lembrasse de matar Eric mais tarde por essa história de namorado. Até Simon acreditou na miniatura e olha que Simon passa o dia inteiro comigo.

Olhei para minha mãe por um segundo e percebi que ela mordia o lábio inferior, segurando o volante com força enquanto olhava fixamente para a rua. Aí tem coisa. Ela queria me dizer alguma coisa e não estava achando um jeito.

-mãe... Fala de uma vez. –falei erguendo uma sobrancelha e sorrindo torto.

-tudo bem, tudo bem. Mas prometa que não vai ficar sem falar comigo por um mês... De novo. –ela falou me olhando de canto de olhos.

Qual foi a ultima vez que fiquei sem falar com ela um mês? Ah, claro. Quando ela jogou fora “acidentalmente” meu moletom EXCLUSIVO do time de futebol americano do Sant Monica School... Tudo isso por que quem tinha me dado fora Pietro, o garoto italiano, LINDO DE MORRER, que estava morando na casa de Anne. É um bom motivo para ficar sem falar com alguém, se você quer saber...

-você não jogou fora minha bolsa prad...

-não! –ela falou revirando os olhos. –e o que aconteceu com o moletom que aquele menino estranho te deu foi mesmo um acidente, se quer saber. –ela bufou sacudindo a cabeça.

-aham... –concordei sarcástica, sem nem me dar ao trabalho de lembrar por que ela o achava estranho... Ele já estava do outro lado do atlântico mesmo.

-Maggiezinha linda da mamãe... –ela começou mordendo o lábio inferior. Me afastei um pouco. MAGGIEZINHA LINDA DA MAMÃE? Deus me ajude.

-hm... –gemi temerosa.

-o que você falaria se eu dissesse que vou sair com alguém, mas assim, alguém MUITO legal mesmo! –ela falou depressa como se temesse minha reação instantânea.

Olhei para ela por um segundo pensando em suas palavras. Era apenas a minha impressão ou ela estava mesmo me pedindo permissão para sair com alguém? Eu até podia entender o medo dela, por que meu primeiro pensamento foi em meu pai, mas depois pensei nela por um segundo... Ela estava sozinha há muito tempo, cuidando de nós em tempo integral e sem demonstrar (ou tentando) qualquer tipo de fraqueza. Seria justo eu me colocar contra isso, agora?

-mãe... –comecei mordendo o lábio inferior.

-se você não concordar eu vou entender. –ela falou com a voz baixa, fitando apenas a rua.

-eu não iria contra alguma coisa assim. –falei sorrindo, vendo que ela soltava um suspiro de alivio.

Ela merecia mais do que ninguém ser feliz, apenas pelo fato de ter tido paciência comigo por todos esses anos sem tentar me matar. Eu não poderia, nem se quisesse, negar isso a ela, principalmente agora, que parecia estar tão feliz, mesmo que isso significasse que eu ficaria nesse projeto de cidade para sempre.  

-Ufa, não sabe como estava nervosa para te perguntar isso! –ela falou com o sorriso novamente no rosto.

-devia ter falado logo, tenho certeza que se martirizou por semanas... –disse rindo.

-na verdade apenas uma, mas achei que com essa história de namoro você poderia ser mais compreensiva. –ela disse mordendo o lábio inferior e me olhando com o canto dos olhos.

-eu vou matar o Eric... –murmurei fechando a cara.

-não culpe o pobrezinho. Ele realmente gosta do Jackson e aposto que é o desejo dele. –ela falou rindo baixo.

-ENTÃO QUE ELES CASEM E ME DEIXEM EM PAZ! –joguei a mão para cima e minha mãe gargalhou.

-acho que seria considerado pedofilia, mas para todos os casos acho que não é exatamente essa a intenção de nenhum dos dois. –ela deu de ombros rindo.

-o que quer dizer? –rosnei, me perguntando como uma simples ida até a escola poderia demorar tanto.

-Maggie, tem noção que Eric comprou a quinta temporada de Dr. House com o dinheiro que Jackson deu a ele? E ainda encomendou um livro pela internet. –ergui uma sobrancelha. Tudo isso por que queria saber minha fantasia? John tinha razão, Jack Estripador era completamente idiota... Era só dizer que ia ajudá-lo a passar de fase no computador.

-sorte de Eric. –dei de ombros rindo.

-tem noção que esse era o presente de aniversário que eu daria a ele? E mais algumas roupas, é claro, não entendo como ele pode não se importar com sua imagem. –minha mãe parecia completamente indignada e eu apenas ri.

-mãe, ainda não se conformou que Eric é o inteligente da família? Ele conquista com o cérebro... E não os músculos. –tentei imaginar meu irmão bombado, mas tenho que admitir que meu estomago embrulhou.

-mas o fato, é que Jackson fez isso por você. –ela falou sorrindo novamente.

-correção: para me irritar. –falei bufando. Como ela poderia se enganar tanto com ele?

-ah ta... Que tal me irritar? O dia das mães está chegando, sabia? –ela piscou para mim e eu ri alto.

-tudo bem, talvez ele tenha investido um pouco alto dessa vez. –ela bufou batendo uma mão no volante.

-teimosa e cega. –ela murmurou estacionando em frente a escola.

-tchau mãe, te vejo depois. –e com isso dei um beijo em sua bochecha, correndo para o carro de Clara, onde meus amigos me esperavam.

(...)

-isso é realmente muito frustrante. –Clara reclamou cruzando os braços sobre o peito enquanto percebia que Justin segurava a risada.

-o que é tão frustrante? –perguntei olhando em volta, percebendo que o colégio estava vazio pela falta das outras turmas... Apenas ensino médio... INJUSTIÇA TOTAL!

-meus pais insistem que querem conhecer a família do John, e o pior... Ele está apavorado. –tive que segurar a risada com a cara que ela fez. Uma mistura de apavoramento, com indignação e ainda medo.

-até eu ficaria... –disse tentando não deixar o clima tão pesado. Ela ergueu uma sobrancelha para mim. –eu digo... Fala sério, você é filha única... –Justin me fuzilou com os olhos. –estou falando de menina.

-MAS AINDA ASSIM... –ela falou chorosa jogando as mãos para cima. Ri alto e peguei seus braços, ao abaixando e rindo mais ainda quando vi seu bico. Com certeza a América inteira caberia ali dentro...

-relaxa Clara, o que pode ser tão ruim? –indaguei pensando... Eu poderia pensar no mínimo em dez coisas, mas achei melhor não comentar.

-VOCÊ VAI ESTAR LÁ PARA ME APOIAR! –ela gritou apontando um dedo em minha direção.

-EU?!

[Jackson]

-EU?! –berrei olhando o retardado do John andando de um lado para o outro do ginásio.

-é claro que sim, ou acha que eu vou mesmo passar por isso sozinho? –John disse me olhando com os olhos arregalados.

Quando assinei o contrato de melhor amigo, ninguém me disse que eu teria que comparecer em jantares de família... Principalmente quando é para se apresentar para a família da namorada nova.

-John, veja bem... O QUE É QUE EU VOU FAZER LÁ? –perguntei completamente indignado. Ele se mete em encrenca e me coloca no meio?! Que ódio!

-você vai me dar apoio moral, e concordar com tudo o que eu disser, além de dizer que eu sou uma boa pessoa e o ultimo príncipe da Dinamarca! –ele falou fitando seus pés, com os braços cruzados nas costas.

-mas você não é... –ele me fulminou com o olhar. –mas já que faz tanta questão...

-quem eu estou tentando enganar? Onde é que eu fui me meter? –ele falou com a voz engraçada e sentando no chão. Sorri para ele.

-foi você que inventou de começar a namorar. –dei de ombros, jogando o peso do corpo para o outro pé.

-ah, como você é bondoso. E aí, vai assistir a quinta temporada de House com o Eric? –ele ergueu uma sobrancelha e sorriu cínico.

-IDIOTA! Vamos mudar de assunto. –cruzei os braços sobre o peito, sentindo meu rosto queimar. Ouvi quando John começou a gargalhar, mas antes que eu pudesse jogar alguma coisa nele, ouvi o grito da Sra. Tunner.

Atrás da coordenadora de aulas extraclasse, vinha um monte de alunos, entre eles a namorada do meu melhor amigo, e sua melhor amiga, mais conhecida pelas tentativas de assassinato diárias contra a minha pessoa. John automaticamente se levantou e correu para o lado de Clara, que sorriu para ele. É incrível como toda a preocupação de segundos atrás o idiota conseguiu esquecer. Isso pega?!

-oi docinho. –Clara falou sorrindo abertamente, enquanto John passava o braço por seus ombros.

-oi pinguinzinha. –ele respondeu.

Coloquei a língua para fora e fiz careta, ouvindo uma risada baixa. Olhei em volta, apenas para ver Megan com a mão no rosto e vermelha, tentando parar de rir, enquanto Justin revirava os olhos, sacudindo a cabeça para o lado oposto de sua irmã. O estranho, vulgo Simon, parecia nem estar prestando atenção. Confesso que eu estava impressionado de mais no momento... EU fiz MEGAN FULLER rir? Isso é verdade?

Pensei em começar a falar alguma coisa, mas bem naquele momento, a maldita Sra. Tunner gritou novamente, nos chamando para mais perto. Ela achava que nos enganava com aquela coisa de gincana... Ela queria que agente fizesse o trabalho dela! Revirei os olhos e cruzei meus braços esperando.

[Maggie]

-quero que até as cinco horas... –a professora começou a falar enquanto eu fazia um esforço surreal para me lembrar o nome dela. Taylor, Kutner, Jones...

-meu deus, que saco. –Clara sussurrou para mim. Ri um pouco e suspirei, olhando para o relógio e vendo que eu estaria livre daquilo em no máximo uma hora.

Justin ao meu lado bocejou, estalando as costas e depois se apoiou sobre seus joelhos, enquanto eu pensava se alguém sentiria minha falta se eu fugisse assim... Sem querer, errando o caminho para as arquibancadas e indo, acidentalmente, para a saída.

-cada ano é um time. Vejo vocês em uma hora. –e com isso ela assoprou um maldito apito tirado de sei lá onde.

-VAMOS LÁ TIME! –uma menina que sempre era líder nos times de educação tomou partido dando a cada um de nós uma atividade. Não entendo por que ela deu para eu e Clara o mais fácil e rápido, mas não iria reclamar de qualquer jeito.

-o que nós temos que fazer? –perguntei para Clara, que riu baixo.

-apenas pegar algumas coisas na cozinha e depois pegar as latas de tintas que estão embaixo da arquibancada. Quinze minutos e estamos livres. LIVRES! –ela cantarolou dando um pulo, enquanto nós corríamos para a cozinha e eu tentava não rir, para não ficar sem ar.

Abrimos a porta da cozinha com um chute e Clara correu para os armários velhos e quase caindo atrás dos malditos copos plásticos, enquanto eu olhava em volta suspirando pesadamente. Podia ter umas latas de tinta mais perto, não?

-vamos! –Clara falou com um pacote inteiro na mão.

-por favor, não diga que vamos ter que pintar alguma coisa. –falei suspirando, enquanto pensava no trabalho que teríamos.

-acredite, tem gente que adoraria fazer isso por nós. –ela sorriu, correndo em direção as arquibancadas, comigo logo atrás.

(...)

-sabe de uma coisa? –perguntei engolindo em seco.

-o que? –a voz de Clara tremeu um pouco.

-nunca pensei que esse lugar fosse tão, mas tão...

-assustador? –uma voz atrás de nós respondeu.

-AAAAAAAAAAAAAH! –nós gritamos juntas, virando a lanterna para a cara da pessoa.

-John? –Clara perguntou com a voz nitidamente aliviada. –achei que ia morrer. –ela falou o abraçando.

-sabe que eu não deixaria nada acontecer a você. –ele respondeu sorrindo. Era bonitinho, mas não podia deixar de dizer que... Hm, bonitinho de mais para mim.

-EW! –alguém falou perto de mim e eu pulei, olhando para o lado vendo o Jack Estripador rindo da minha cara.

-AH, claro. Tinha que ser. –bufei, enquanto Clara ria ao meu lado.

-oras, sua felicidade não poderia ser completa sem eu aqui. –ele piscou um olho e depois riu, enquanto eu fazia careta.

-oh, é verdade. Como eu poderia sequer pensar o contrario? –disse sarcástica e todos riram, enquanto John começava a fuçar em volta tentando achar alguma coisa.

Teias de aranhas, latas de refrigerantes tão velhas quando minha avó e muito pó. Era assim que se encontrava a salinha atrás da arquibancada. Fiz careta, percebendo o arrepio que corria minha coluna naquele lugar.

-podemos simplesmente pegar as latas e dar o fora daqui? –perguntei mordendo o lábio inferior.

-fato histórico ocorrendo... Eu concordo comela. –Jack Estripador falou, olhando em volta tão desconfortável quanto eu.

-tudo bem, medrosos. Está aqui. –John falou mostrando as latas embaixo de uma prateleira de madeira caída.

-ótimo, agora peguem e vamos. –falei dando um passo para o único ponto de luz...  A porta aberta.

-como assim “peguem”? –Jackson perguntou indignado. –você poderia fazer o favor de ajudar? São cinco latas! –ela falou me mostrando os cinco dedos.

-e vocês têm juntos... Quatro mãos. É só carregar uma na cabeça. –cruzei os braços revirando os olhos.

-vai começar de novo. –Ouvi John resmungar.

-isso está começando a se tornar rotina. –Clara concordou bocejando, mas ignorei completamente.

-está louca? São apenas cinco quilos Megan, você poderia, por favor, ajudar? –ele perguntou tremendo uma sobrancelha e colocando as mãos na cintura.

-ALÔ! Eu sou uma menina, não deveria carregar peso. –bufei assoprando a franja para longe dos olhos.

-CINCO QUILOS! –ele falou novamente um pouco mais alto.

-vamos dar o fora daqui antes que eles se virem para nós. –John sussurrou pegando alguma coisa no chão e então os dois saíram da sala.

-COMO PODE SER TÃO MIMADA E EGOISTA? –ele gritou, mas senti que falava com ele mesmo.

-OLHA QUEM FALA! –gritei de volta sentindo todo o meu rosto esquentar.

E então eu tive uma estranha sensação de que aquilo já tinha acontecido antes, e me lembrei de algum tempo antes, quando eu tinha acabado de chegar à Beeville e tinha a impressão que Jackson, que logo viria a se chamar (pelo menos por mim) Jack Estripador, me lembrava alguém. Naquele segundo eu consegui pensar com clareza em quem ele me lembrava... Eu mesma.

Fiz uma careta para a idéia, como se não quisesse sequer pensar naquilo. O que eu iria dizer era terrível, mas ainda assim, naquele momento, achei que fosse verdade. Ele era igual a mim, com pequenas exceções algumas vezes talvez, mas ainda éramos parecidos em essência.

-O GATO COMEU SUA LINGUA? –ele gritou, muito perto e (pelo o que eu podia ver de suas sombras) as sobrancelhas juntas, quase como se estivesse me estudando. Percebi apenas naquele momento que estava com um bico, as sobrancelhas juntas e os olhos molhados. –Maggie?

-vamos embora de uma vez. –disse e me virei, indo em direção a luz, mas... Tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra...

Meu pé enroscou em alguma coisa, acho que foi na lata de tinta que só agora percebi que era a única que tinha sobrado, e quando percebi estava indo de cara em todo aquele pó e latas de refrigerantes velhas. Senti que uma mão me segurou, mas não foi forte o suficiente e logo tinha um peso de BOI em cima de mim.

-Ai! –gemi, colocando uma mão no chão e percebendo que tinha uma poça de água ali.

-será que algum dia eu vou conseguir ficar ao seu lado por cinco minutos e não sair machucado? –Jackson perguntou saindo de cima de mim e esticando uma mão para que eu segurasse.

-veja pelo lado positivo, você não está todo molhado. –falei batendo as mãos em minha roupa.

-ah ta... Doce ilusão. –ele murmurou fazendo careta e me arrastando até a porta.

(...)

A luz forte do sol me cegou por um instante. Fechei os olhos por um segundo ou dois, apenas para que meus olhos se acostumassem com a claridade. Ouvi um gemido baixo ao meu lado e sabia de quem vinha, mas não estava disposta a abrir os olhos e ver qual era seu problema.

-Megan, continue com os olhos fechados. –ele falou. Ah ta, como se isso fosse realmente acontecer...

-O QUE... POR QUE VOCÊ ESTÁ COBERTO POR TINTA? –perguntei sorrindo abertamente, vendo que até o cabelo claro estava vermelho. Ele sorriu abertamente para mim, colocando uma mão sobre a cintura.

-querida, é obvio que ainda não se deu uma boa olhada, não é? –ele riu enquanto eu arregalava os olhos e olhava para baixo.

-MAS QUE DROGA! –gritei quase chorosa, vendo que estava toda coberta de vermelho também. –COMO ISSO FOI ACONTECER?

-acho que a suposta “poça de água” era uma poça de tinta. –ele falou bufando, sacudindo as mãos e jogando pequenos pingos de tinta para todos os lados.

-mas que droga. –murmurei vendo que até meu rosto estava grudento.

-deve ter aberto a tampa quando você tropeçou na lata... Isso é realmente...

-uma grande porcaria. –completei bufando. Ele riu.

-MEGAN, JACKSON O QUE VOCÊS... Ah meu deus, o que aconteceu? –a professora correu até nós. Arregalei os olhos, encontrando o verde folha me fitando. Era bom acharmos uma desculpa... Rápido e convincente.

-a lata de tinta estava no alto e... –comecei gaguejando.

-e acabamos esbarrando na prateleira com a... –Jack Estripador completou.

-outra lata e caiu tudo em cima de nós... –falei tentando parecer a vitima.

-quase morremos. –Jackson completou suspirando pesadamente.

-ah meu deus. Já falei para o treinador mandar arrumar aquele lugar... Acho melhor vocês irem se limpar. Por sorte nada pior aconteceu a vocês. –a professora falou nos analisando.

Tomara que ela não pergunte como estamos todos sujos, por favor, por favor, por favorzinho...

-vão rápido, antes que essa tinta seque. –assentimos rapidamente e corremos para o lugar mais perto com uma torneira.

(...)

-esse é exatamente o tipo de coisa que só acontece comigo. –falei fazendo careta, tentando limpar uma mancha do meu braço.

-e esse é exatamente o tipo de coisa que acontece quando você está em um raio de cinco metros de mim. –Jackson bufou molhando os cabelos.

-EI! Na noite do baile não aconteceu nada. –falei e no mesmo instante me arrependi, vendo que ele ficou roxo e sentindo minhas bochechas arderem.

-é, acho que tem mesmo exceções. –ele falou baixo dando de ombros e tentando esconder o rosto. Que besteira... Era só falar que era o reflexo da tinta.

Queria perguntar por que diabos ele tinha feito aquilo, mas achei que isso apenas iria fazer com que ficássemos mais roxos e mais sem graça. Pensei se algum dia eu teria a oportunidade de perguntar isso a ele, mas acreditei que não, sendo que quando estávamos perto alguma coisa desastrosa acontecia ou saíamos nos tapas.

-sabe de uma coisa... –ele falou se sentando ao meu lado. –desisto da minha roupa, não vai sair a tinta de qualquer forma. –ele falou fazendo careta.

-aposto que Eric conhece alguma coisa para me ajudar. –disse sorrindo, agradecendo por meu irmão gostar de ir ao laboratório e fuçar na internet sobre essas coisas.

-aposto que sim. –ele riu, passando o pano no tênis.

Olhei para ele por algum tempo, vendo que estava tranqüilo e não com a guarda levantada, como normalmente estava quando eu estava por perto. Sorri para a cena, mas apenas por que ele tinha uma gota escorrendo pela testa, parecendo sangue e imaginei que ele daria um susto em sua mãe quando chegasse em casa.

Ri um pouco e limpei a mancha, chamando toda a sua atenção para mim e para meu ato. Ele ergueu uma sobrancelha, como se estivesse desconfiado de alguma coisa. Revirei os olhos, tentando não ligar. O que ele achava? Que eu ia matar ele?

-uma gotinha. –falei rindo. Ele revirou os olhos e riu também, erguendo uma mão e tocando meu nariz com o indicador.

-tem uma manchinha aqui. –ele disse rindo e eu o olhei com um sorriso de canto.

Nos olhamos assim por algum tempo, ele ainda com o sorriso no rosto enquanto eu tentava segurar a risada. O que eu poderia dizer? Ele parecia até humano cheio de manchas e sem dizer alguma coisa para me provocar. E aquela história de ele parecer comigo, já era praticamente caso antigo.

Franzi a testa por um segundo, tendo um pensamento estranho e que mais tarde eu iria me matar por isso. Se eu soubesse, no dia do baile de mascaras, que o meu fantasma era na verdade Jackson Bennett, eu teria gostado da mesma forma de tê-lo beijado?

Percebi que ele me olhava da mesma forma agora, com o sorriso perdido e o olhar vago, enquanto pensava em alguma coisa que parecia não o agradar. Engoli em seco sentindo que meu coração se acelerava pouco a pouco, enquanto me via refletida naqueles olhos tão claros.

Não me pergunte o que aconteceu exatamente no segundo seguinte por que simplesmente não sei... Me dei conta do que estava acontecendo apenas algum tempo depois, quando percebi que estava ajoelhada no chão, ainda segurando o pano molhado e com um par de braços fortes em volta de minha cintura.

É, eu sou insana, mas disso eu já sabia.

Meus braços estavam em volta de seu pescoço também, enquanto sentia seus lábios nos meus com cuidado, mas ainda assim uma certa urgência. Eu não tinha certeza se fora eu que o agarrei (o que era bom, já que eu não poderia me culpar mais tarde) ou se fora ele, mas de qualquer forma...

[Jackson]

Definitivamente, ela é bipolar.

Uns minutos atrás eu tinha a certeza absoluta que ela poderia arrancar minha cabeça sem sentir nem ao menos um pinginho de remorso, e pouco depois ela simplesmente agarra meu pescoço e me beija?! Ou será que eu estou tendo alucinações?

Segurei com um pouco mais de força seu quadril e... Não, ela realmente me agarrou. Suspirei e a puxei para mais perto sem medir nenhum tipo de conseqüência, ela muito provavelmente não estava pensando nisso também. Aquilo que me motivara no outro dia era mais forte agora, não era apenas curiosidade, eu realmente queria beijá-la (é claro que mais tarde vou achar outra desculpa).

Uma de suas mãos brincava com meu cabelo enquanto a outra se mantinha fixa em meu pescoço, me segurando perto de seu rosto. Meus joelhos estavam doendo, mas é para isso que tem pomada em casa... Apesar de eu acreditar que esse não era exatamente a finalidade dela, mas tanto faz.

Ainda estava pensando na familiaridade com a outra vez que eu a beijei. Uma parte de mim (tenho certeza que foi minha consciência há muito esquecida) gritava comigo, enquanto outra (juro que acho que é meu estomago... Um pouco mais para cima talvez) falava um “VÁ CAÇAR SAPO” em bom som.

-JACKSON? MAGGIE? –ouvi uma voz feminina gritar. Abracei-a com mais força, tentando deixar qualquer coisa do lado de fora.

-Jack? –era, com toda a certeza do mundo, a voz de John.

Nos separamos como se tivéssemos levado um choque. Ela ainda com os olhos arregalados sentada no chão me olhando como se eu fosse um ET, enquanto eu tentava lembrar o que estava pensando um segundo atrás.

-isso nunca aconteceu! –ela falou respirando rápido, erguendo apenas uma mão.

-definitivamente. –concordei e nós nos levantamos.

[Maggie]

O QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO COMIGO? Foi meu primeiro pensamento, enquanto eu me levantava, completamente roxa dos pés até o ultimo fio de cabelo, e comecei a bater a poeira que se instalou em minha calça. Não que fosse ajudar muito, já que eu estava inteira pintada da vermelha de qualquer forma.

Olhei para cima por um segundo e percebi que Jackson estava tão vermelho quanto eu, olhando para o outro lado coçando a cabeça. Queria poder entender o que estava acontecendo aqui, mas não conseguia entender nem que dois mais dois era quatro naquele instante. Principalmente por que eu acabara de descobrir que não era apenas por que eu achava que meu Fantasma era desconhecido... Foi por que... Ah, esquece!

Nos olhamos por um segundo e eu mordi o lábio inferior tentando me situar novamente. Quando voltei a encontrar seus olhos, ele sorria para mim (o maldito sorriso malicioso de novo), e não pude deixar de retribuir ao sorriso.

-NÃO! –dissemos ao mesmo tempo e um segundo depois sua mão estava na minha e ele me puxava, para perto, colocando seus lábios aos meus novamente.

[Clara]

Eu e John continuávamos procurando nossos amigos perdidos. Só esperava que não estivessem jogados por aí em algum lugar se batendo ou já mortos de qualquer forma. É, acho que sei ser pessimista quando quero. O que aconteceu com aquela coisa de príncipe encantado? Ah, claro... John. Ele segurava minha mão sorrindo torto, olhando em volta tentando achá-los.

-acha que estão vivos ainda? –perguntei tentando não passar minha insegurança.

-claro... Eles sabem se cuidar. –ele sorriu fraco, o que me fez pensar que ele realmente não acreditava naquilo.

Andamos o que me parecia a eternidade até chegarmos ao fundo do ginásio que a professora falou que eles foram. Alguma coisa sobre pintados de vermelho que eu realmente não entendi. Tinta ou sangue? Esse era meu pensamento.

-aquilo é o que eu to pensando que é? –John perguntou embasbacado me apontando duas pessoas bem em nossa frente.

-é... –concordei deixando minha boca cair.

Jackson segurava minha melhor amiga pela cintura enquanto ela estava abraçada ao seu pescoço com força. Engoli em seco, pensando se aquela era o novo método de morte por asfixia. John limpou a garganta e ambos abriram os olhos, se soltando rapidamente e virando para nós.

Percebi que eu estava da mesma forma que um minuto atrás, deveria até estar escorrendo uma baba pelo canto da boca. Olhei pelo canto de olhos para meu namorado e percebi que os olhos azuis estavam arregalados e o nariz retorcido.

-É... –Maggie gemeu olhando para nós, enquanto Jackson permanecia imóvel.

-não é o que parece. –Jackson finalmente falou. Minha sobrancelha se ergueu.

-UM CISCO! –Maggie gritou olhando para ele.

-cisco? –ecoei indignada.

-sim, isso! Eu estava tirando um cisco dos olhos dela. –Jackson concordou sem graça. Eu e John nos olhamos por um segundo e começamos a gargalhar, enquanto os outros dois bufavam.


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Notas finais do capítulo

gente... Me perguntaram por que a Maggie insiste em trocar o nome da Tifanny... Confesso que isso é baseado totalmente em mim... HAIUHIUDASHIUASHDASIHIUDSHDISUA eu tenho um professor que se chama Gaiola (pelo menos é assim que ele fala que se chama) e toda a vez que eu vou chamar ele tenho que cuidar para não chamar de cadeia... É, a coisa é realmente séria... Principalmente pela cara de assassino que ele faz quando me olha! :S HDUISAHDUSAIAHSIUDSAHIUDSAHUIDASHDUIASHUI
espero que tenham gostado do capítulo!!! ++
comentem!



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