Gravity escrita por Ju Dantas


Capítulo 2
Capítulo 1




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Cinco anos depois...

Bella

O aeroporto de Seattle esta tranquilo àquela hora. Enquanto eu caminho pelo desembarque apressadamente, mexo freneticamente no celular com uma mão, procurando Alice, que já devia ter dado sinal de vida e com a outra mão puxo minha mala azul. Até que tropeço em algo.

Ou alguém, para ser mais exata.

–Oh, me desculpe, eu...

–Bella?

Eu levanto o olhar e arregalo os olhos de surpresa.

–Edward?

–Este ainda é meu nome - ele sorri

–Quanto tempo!

–Sim, muito tempo.

–Nossa, quanto tempo não nos vemos... Dois anos?

–Ou quase isto...

–Uau... Que surpresa...

–Também não esperava vê-la por aqui... E com este uniforme. – ele parece divertido ao me fitar.

Eu fico vermelha e relanceio os olhos para mim mesma e minha roupa ainda bem asseada de comissária de bordo.

–É meu trabalho.

–Acho que ouvi algo sobre isto...

Eu levanto a sobrancelha, meio curiosa.

–Minha mãe ainda me mantém informado de todas as novidades de Forks. – eu não corrijo que não moro mais em Forks. E nem digo que minha própria mãe também tem aquele hábito de me atualizar sobre as fofocas da cidade. Ou de quem não mora mais lá. Como Edward por exemplo. Oh. Olha que coincidência!

–Como está?

–Tudo bem... E você? Parece ótimo!

Ele ri, passando a mão pelos cabelos. Ainda eram os mesmos cabelos perfeitamente bagunçados. Eu sinto uma pontada de nostalgia. Daquelas que se tem quando reencontramos pessoas que não vemos há muito tempo. Pessoas que um dia foram muito próximas, mas que não são mais.

–Você também parece ótima.

Eu dou de ombros, também passando a mão pelos cabelos, que estavam presos num coque elaborado sobre meu quepe azul.

–O que faz aqui? – indago. – Achei que estivesse em algum lugar tocando por aí – eu espero que não tenha nenhum traço de ressentimento na minha voz.

Eu já superara aquilo há tempos, claro.

–Estou embarcando agora. Eu moro aqui, talvez saiba disto.

–Ah, claro – eu respondo casualmente.

Obvio que eu sabia que ele morava em Seattle. A rádio Renée me informara disto também.

Mas Edward tinha uma banda que fazia muito sucesso agora e ele passava mais tempo em lugares como Los Angeles ou Nova York, ou em alguma turnê do que ali em Seattle.

Eu realmente achava que a gente nunca ia se trombar.

Mas olha só quem estava errada.

–Cadê seus irmãos?

–Ainda vão aparecer.

–Diz que eu mandei um abraço. Muito tempo que não os vejo. Parece... anos – repito, me sentindo meio idiota agora.

Mas ele apenas sorri.

De repente caímos no silêncio.

Aquele silêncio constrangedor de quem um dia tivera muita coisa pra falar e agora já não tem quase nada.

A voz no alto falante anuncia um voo.

–Acho que este é meu voo. – ele diz

–Ok, eu também preciso ir... Foi... Bom ver você.

–Foi bom rever você também. Se cuida.

Ele se afasta em direção ao embarque eu fico parada vendo-o desaparecer.

Com uma estranha sensação de irrealidade a minha volta.

É quase como um deja vu de cinco anos atrás.

É estranhamente perturbador.

–Bella?

Eu dou um pulo.

–Alice, que susto!

–Nossa, parece que viu fantasma.

–Mais ou menos. Acabei de ver o Edward.

–Que Edward?

Eu rolo os olhos e continuo caminhando enquanto Alice me segue.

–Meu ex. namorado.

–Wow... Aquele Edward! O Edward da banda Cullen Brothers, que tem um irmão gatinho que toca gaita maravilhosamente bem e que me faz querer saber o que mais ele faz com aquela boquinha...

–Arg, Alice.

–O Edward que partiu seu coração – ela acaba por completar e eu coloco meus óculos escuros quando saímos para rua, o que faz com que ela não veja meus olhos a fuzilando naquele momento.

–Sim, este Edward. – eu coloco minha mala no porta-malas.

–O que ele faz aqui? Não estão em turnê ou algo assim?

–Não sei. Talvez tivesse indo pra algum lugar... - nós entramos em seu carro - não faço ideia. Vamos?

Mas ela mantém os olhos curiosos fixos em mim.

–Mas é só isto? Você encontra seu primeiro namorado, que agora é tipo assim, o cara mais sexy da música e só tem isto a dizer?

–O que quer que eu diga?

–Ah sei lá! Podia ter o chamado pra tomar um café, saber se ele tem uma namorada...

–Ah, Alice não viaja! Eu terminei com Edward há cinco malditos anos! Por favor!

–Não foi ele que deu o fora em você?

Desta vez eu tiro os óculos para que ela veja meu olhar

–Oh, me desculpe, só é esta a verdade não é?

–Não interessa mais – eu desconverso – faz tanto tempo, não faz diferença alguma – resmungo, cruzando os braços. – Não é como se não tivéssemos nos visto nestes cinco anos. Sabe que Forks é minúscula, nós nos esbarramos por lá, duas ou três vezes nestes anos. Não é grande coisa.

–Hum, mas...

–Dê logo partida neste carro e me leva pra Forks, antes que eu saia e pegue um ônibus, Alice, que saco!

–Ah, ok, não fica brava! Só queria um pouco de diversão.

–Então liga o rádio! – resmungo.

Ela dá partida e liga o som.

A voz de Edward Cullen preenche o ambiente, logo acobertada pela voz estridente de Alice que canta junto.

Eu quero desligar o rádio. E talvez ainda costurar a boca de Alice, mas eu apenas fecho os olhos e me recosto no banco.

Eu estava viajando há uma semana, e seria ótimo tirar um tempo na casa dos meus pais, antes de voltar a minha escala.

**

Estou sentada na cozinha da casa dos meus pais, onde minha mãe se mexe de lá pra cá, me encarando estranhamente de vez em quando, enquanto eu como em silêncio. Aquela porra de sexto sentido materno era realmente um saco.

Então resolvo logo abrir o jogo.

–Sabe quem eu encontrei hoje? O Edward.

–O Edward? Como ele esta?

Eu dou de ombros

–Parece bem.

Minha mãe ri

–Tenho saudade dele. Era um bom garoto.

Reviro os olhos. É realmente bizarro ouvir minha mãe se referir a Edward como bom garoto. Provavelmente ela não lembra o dia que chegou mais cedo de sua aula de yoga e nos pegara no flagra transando em sua cama.

Graças a Deus ela tivera o bom senso de nunca ter contado esta história ao meu pai.

Mas Edward passou três meses sem aparecer em casa com medo.

–E você?

–Eu o que?

–Como se sentiu?

–Normal

–Sei...

–É sério. Já faz muito tempo, mãe. Eu estaria com sérios problemas se ainda pirasse ao vê-lo né?

–Quanto tempo vocês terminaram mesmo?

–cinco anos.

–Nossa, parece que foi ontem. Sabe, eu sempre achei que iam ficar juntos.

–Nós ficamos. Um tempo. Não deu certo. Fim da história.

–Foi uma pena. Uma pena mesmo.

–Sim, você me disse isto já umas mil vezes.

–Acho que faz uns dois anos que eu não falo.

–Graças a Deus. Se dependesse de você eu ainda estaria chorando pelos cantos.

–Claro que não! Eu só gostava dele.

–Eu sei. Agora vamos mudar de assunto.

Sim, todo aquele assunto Edward, passado e bla bla bla, estava me estressando. Eu não fico muito remoendo o passado. Obvio que nenhum fim é fácil. Mas a vida continua. Depois daquele tempo básico de sofrimento, a gente volta a seguir em frente. Mas também é esquisito dar de cara com alguém que não víamos há muito tempo e que tinha significado tanto um dia.

–Quando você viaja?

–Daqui dois dias

–Só vai ficar dois dias em casa?

–Não começa? - eu empurrei o prato

–Tudo bem.

Me levanto olhando o relógio.

–Vou pro meu quarto

–Nem acabou de comer.

–Perdi a fome. Eu queria só um pouco de paz, mas você fica me atormentando!

–tem sua própria casa, porque não vai pra lá?

Eu ignoro o comentário e topo com meu pai na porta da cozinha, mas continuo em frente, irritada.

–O que deu nela? - ainda ouvi a voz curiosa de Charlie.

–Ela reviu o Edward – minha mãe cochicha.

Agora ia começar com aquilo de novo. Qualquer mau humor meu seria “por que ela reviu o ex”. Ainda bem que em dois dias eu estaria em Nova York. Uns dias de descanso da minha família.

**

Entro no saguão do hotel, retirando o quepe da cabeça, aliviada por finalmente todos os meus voos terem acabado por enquanto. Agora eu teria um dia de folga na cidade. Tudo o que eu quero neste momento é um banho bem quente e cama.

–Esta me seguindo?

Eu nem preciso olhar pra ver quem é.

Reconheceria aquela voz em qualquer lugar do mundo. Mas me viro para encontrá-lo sorrindo pra mim.

–Acho que é você que esta me seguindo! O que faz aqui?

–Tenho um show na cidade.

–Devo estar mesmo desinformada, não sabia que sua banda teria um show aqui.

Ele apenas dá de ombros.

–Engraçado encontrar você em tão pouco tempo.

–mundinho pequeno este.

–O que esta fazendo?

–Vou fazer meu check-in e subir. Está neste hotel também?

–Estou.

Hum. Mundo pequeno e ficando cada vez menor.

–Vou pegar uma bebida... Não quer me acompanhar?

Eu mordo os lábios, dividida entre aceitar ou declinar. Mas que mal havia em tomar uma bebida com ele?

Nenhum, decido.

–Ok. Eu vou apenas subir e trocar de roupa.

–Certo. Eu te espero.

Eu dou entrada no hotel com a minha equipe e subo para o quarto.

Abro minha mala e espalho tudo de qualquer jeito, tentando achar uma roupa para usar. Inferno, não tem nada que preste! Apenas um jeans e agasalho.

Eu pretendia apenas fazer turismo na cidade com Alice que chegaria no dia seguinte, então não trouxera nada atraente ou...

Mas que diabos eu estava pensando?

Eu não precisava estar atraente para tomar uma bebida com meu ex. namorado.

Nós havíamos estabelecido quando nos reencontramos um ano depois de nosso término que ainda podíamos ser amigos, não é?

Fora esquisito e desconfortável e um tanto perturbador rever Edward naquela época. Ele estava na cidade para o dia de ação de graças com seus irmãos e nos encontramos sem querer na festa beneficente que a mãe dele organizava. Parece que ela forçara eles a fazer um show ou algo assim. Eu não fazia ideia que ele estava de volta senão nem teria ido.

Mas eu fui e quase tivera um pequeno ataque cardíaco ao vê-lo de novo.

Ainda lindo. Ainda o cara de fora dono de cada suspiro meu, de cada pedacinho do meu corpo, de cada palavra de amor que saíra da minha boca até aquele dia.

O cara que partira meu coração para cair no mundo com sua banda.

Que se dane, Edward Cullen, foi o que eu dissera a mim mesma, ao encará-lo e começar uma conversa bem simples “oi, Edward, quanto tempo? Tudo bem? Como vai indo a banda? Ah, eu? Estou ótima, vou viajar para a Europa num intercambio no verão e vai ser ótimo! O que? Ressentimento? Claro que não. Tomamos a decisão certa naquele dia. Tinha que ser assim. Olhe só, você esta acontecendo e minha vida esta ótima. Ótima mesmo! Claro que ainda somos amigos. Oh, estão me chamando, até mais, a gente se vê por aí?”

E foi isto.

Um ano depois de novo no dia de ação de graças, nos esbarramos na loja dos Newtons desta vez. De novo um certo momento estranho de constrangimento, mas eu já não sentia vontade de socar a cara dele, ou de sorrir feito idiota afirmando que minha vida era ótima. Ou aquela vontade escondida bem lá no fundo de beijá-lo até sufocar ou algo assim.

Eu apenas o cumprimentei, falamos um pouco sobre nada realmente interessante. Seus irmãos apareceram e eu os cumprimentei também e eles partiram.

Eu não sei até hoje porque não disse a ele que estava saindo com Mike Newton.

Talvez por que meu romance com Mike não durara mais que um mês, já que eu rapidamente vira que ele não era lá grande coisa. Em nada. Nada mesmo se é que me entende.

Ah, naquela altura do campeonato, e uma viagem de mochileira pela Europa na companhia de Alice, a quem conhecera no intercambio, Edward já não era mais o dono exclusivo e absoluto dos meus suspiros ou de pedaços estratégicos do meu corpo. Digamos que eu estava mostrando a casa a quem estava interessado em alugá-la temporariamente, porque permanentemente eu não queria ninguém. Não ainda.

Não quando Edward infelizmente, eu tinha que admitir, ainda era dono de cada palavra de amor que já saíra da minha boca.

Este pensamento me fez hesitar por um instante ou dois olhando minha mala.

Mas por fim eu decido pelo jeans e moletom e solto os cabelos sob o capuz.

Era apenas uma bebida e uma conversa entre velhos amigos. Eu não posso negar que estou curiosa. Que estou quase ansiosa enquanto desço pelo elevador e entro no bar.

Ele esta sentado numa mesa afastada e o bar àquela hora esta quase vazio.

–Oi – eu sento a sua frente e ele sorri.

–Você parece ter dezessete anos de novo com a blusa deste jeito.

Eu bufo e retiro o capuz, meu cabelo caindo solto sobre os ombros.

–Melhor?

Ele ri

O garçom se aproxima e eu peço um cosmopolitam.

–O que foi? – eu noto seu olhar estranho e divertido

–É esquisito ver você assim. Uma hora parece que voltei no tempo e você ainda é aquela adolescente com capuz e então pede uma bebida, toda adulta.

–Talvez não devesse ter me convidado para beber com você se isto te perturba – digo quase acidamente – não sabia que ainda era aquele Edward Cullen que queria ser todo certinho comigo.

Eu ainda podia me lembrar de quando eu apareci em um dos nossos encontros com uma garrafa de uísque roubada do meu pai embaixo do braço.

Edward ficara furioso e me fizera jogar tudo fora.

Eu o chamara de chato e hipócrita porque eu sabia que ele bebia com seus irmãos e até fumava às vezes quando faziam show ou iam a festas.

Mas como tudo o que se relacionava a mim, Edward tinha um estranho senso de preservação.

Era enervante e fofo ao mesmo tempo.

Ele coça a nuca, tomando um gole de sua cerveja.

–Velhos hábitos

O garçom volta com a minha bebida.

–Desnecessários. – eu me inclino para frente – totalmente. Para seu governo, eu já tomei tantos porres que nem posso contar. E adivinha? Sobrevivi a todos. Ainda estou aqui viva e pronta para outro! – eu tomo vários goles da minha bebida para enfatizar minhas palavras e torço pra não engasgar.

Certo, eu sabia beber, mas esta historia de milhões de porres era um certo exagero. Na verdade fora apenas um, na despedida de solteira de uma colega comissária há um ano e Alice tivera que me levar para hospital totalmente desmaiada.

Obviamente meu pai e minha mãe nem sonhava com isto.

–Estou percebendo – ele me estuda por um momento. Eu continuo a beber porque me sinto meio perturbada por seu escrutínio. – porque quis ser aeromoça?

–Comissária – corrijo – eu gosto de viajar. Muito. Fiz uma viagem a Europa quando me formei e foi uma experiência incrível. E eu conheci minha melhor amiga lá e ela tinha este sonho infantil de ser comissária e eu achei que podia ser uma boa ideia para mim também.

–Sempre imaginei você como uma professora de literatura, ou algo assim.

Eu não queria dizer pra ele que eu também. Mas os sonhos mudam. Assim como tudo na vida.

Nada é permanente. Veja nós dois.

Fomos tão íntimos como dois seres humanos podem ser. E agora éramos só companheiros num bar.

Ah, eu precisava de mais uma bebida.

–e então, o que tem feito nestes últimos tempos? Tenho ouvido falar de você... – brinco

–você sabe... Trabalhando sem parar. Estamos em meio à divulgação do novo CD e começaremos uma turnê em breve. Depois entraremos em estúdio de novo. O show de amanhã vai ser legal. Devia ir.

–Eu não sei se estarei aqui amanhã... – não é uma mentira tão grande. Alice estará chegando amanhã e nós vamos passar o dia juntas perambulando pelas lojas, como ela gosta de fazer e depois indo a museus, que é o que eu gosto de fazer.

Penso que Alice ia amar ir ao show dos Cullens. Mas realmente não sei se é uma boa ideia...

–Devia mesmo ir. É um show para convidados. Eu estou te convidando, claro. Leve quem quiser.

–Vou ver... - digo casualmente

–Espero que vá.

–Me fale da sua musica. – peço - É tão incrível como sempre sonhou que seria?

Ele começa a falar, daquele jeito dele, entre entusiasmado e envergonhado de estar falando de si mesmo e um sorriso nostálgico se forma em meus rosto. Algumas coisas nunca mudam. E enquanto Edward continua a falar, rindo dos seus próprios comentários bobos, eu me dou conta que senti falta disto. De conversar com ele.

Sinto uma pontada incomoda no estômago. Não, não ,não.

Eu estava evitando cuidadosamente não pensar no passado, desde que o reencontrara no aeroporto em Seattle. Óbvio que eu não imaginava que iria encontrar com ele de novo tão cedo. Mas cá estamos nós.

Nesta cidade fria, bebendo juntos num bar quase vazio, a altas horas da noite. E conversando como não fazíamos há anos. E eu estou gostando disto. Muito.

–Oh, eu amo a Alemanha – digo entusiasmada, quando ele conta que um dos melhores shows que fez foi em Berlim. – Eu estive lá com Alice quando viajamos pela Europa e foi extraordinário. Ainda tinha a Love Parade...

–Você esteve na Love Parade – ele parece chocado que eu tenha ido em um dos festivais mais fantásticos que já existiu e que infelizmente não acontece mais.

– A parada foi concebida como uma manifestação política para a paz e a compreensão internacional através do amor e da música – defendo usando as palavras que Alice me convencera a ir e Edward ri.

–Vinte pessoas morreram pisoteadas no ultimo ano que teve, Bella.

–Foi um acidente. Uma pena.

–Fico aflito de imaginar você lá

Eu rolo os olhos

–Já estive em lugares piores.

–Ah é? Então me assombre – ele pede e eu começo a rir, sentindo minha cabeça girar.

Oh Oh. Termino minha bebida e peço outra. E mais outra. E mais outra. Enquanto continuamos falando e falando e falando. Sobre os lugares em que estivemos como se tivéssemos acabado de nos conhecer. Como se não houvesse uma história. A nossa história.

–Cadê os garçons? Vamos pedir mais uma garrafa – eu falo a certo momento, quando vejo a garrafa vazia. Desde que horas eu estava tomando cerveja? Não me lembro disto

–Acho que eles querem ir dormir. – Edward diz

Olho em volta e os garçons nos observam com cara de poucos amigos no bar vazio.

–Ops – eu rio e Edward também.

–Melhor a gente ir – ele se levanta e eu o sigo para o elevador.

Sinto minhas pernas meio bambas e minha cabeça girando mais ainda agora. O que aumenta a sensação e irrealidade

–Estou completamente bêbada – fecho os olhos e me encosto-me à parede atrás de mim.

–Qual andar? - Edward pergunta

–Vigésimo.

Ele aperta o botão e o elevador começa a subir com um solavanco e eu vou pra cima dele, rindo.

–Ops – abro os olhos.

De repente ele esta muito perto, perto demais.

E ficando cada vez mais perto, até sua boca tocar a minha.

Fecho os olhos, minha cabeça rodando. Seus lábios sobre os meus tem gosto de uísque. Ele tinha bebido uísque?

Era tão, tão... deliciosamente embriagante.

E sinceramente, eu nem sei como, mas de um beijo inofensivo, estamos nos amassando loucamente no elevador.


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