Gravity escrita por Ju Dantas


Capítulo 17
Capítulo 16




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Edward

— Acho que por hoje é só! – Riley entrou na sala, depois que o último jornalista saiu e suspirei aliviado.

— Que tal irmos jantar? - Jasper sugeriu. Eu olhei o relógio.

— Preciso ir para casa, Bella está me esperando.

— Emmett também já tem compromisso – Rosalie entrou na sala, puxando Emmett que sorriu malicioso, fazendo Jasper revirar os olhos.

Riley me encarou.

— Eu topo. E acho que devia vir Edward, quero discutir alguns detalhes com você. Ligue e avise que iremos jantar. Ela não se importará. Aliás, ela ligou e pediu que retornasse.

 - Por que não me avisou?

— Estava no meio da entrevista.

Peguei o celular, que havia desligado para a entrevista e o liguei. Tentei contato com Bella um tanto preocupado, ninguém atendeu. Teria saído? A essa hora?

— O que foi? – Riley questionou curioso.

— Não consigo falar com a Bella...

— Vai ver saiu com aquela amiga... Alice, não é? Por isso estava te ligando para avisar.

— Eu não sei...

— Vamos Edward. Vamos jantar. Precisamos comemorar, pois finalmente conseguimos resolver tudo para a turnê! – Jasper passou por mim, colocando o casaco.

Eu os acompanhei para fora do estúdio ainda preocupado. Então meu celular tocou. Eu atendi achando que era Bella. Não era seu número.

— Edward, é Renée. Finalmente consegui falar com você!

 Eu gelei ao ouvir sua voz aflita.

— O que aconteceu com a Bella? - Perguntei assustado.

— Ela está no hospital.

— Hospital? – questionei com um calafrio percorrendo minha espinha.

— Ela passou mal.

— Como assim passou mal? O bebê...? – não consigo continuar.

— Alice nos ligou. Bella sangrou e conseguiu chamar uma ambulância. Do hospital não conseguiram falar com você, então contataram Alice que, graças a Deus, foi até lá. Nós estamos na estrada indo para Seattle.

— Como ela está? Alice disse algo...?

— Quando Alice nos ligou ainda não tinham nada de concreto.

— Em qual hospital estão?

Ela me falou o nome do hospital.

— Estou indo para lá! – Desliguei Riley e Jasper me fitavam curiosos.

— O que aconteceu? – Riley perguntou.

— Bella está no hospital. Alguma coisa com o bebê – respondi já me apressando para o carro. Infelizmente eu tinha vindo com Riley e não em meu próprio carro. - Preciso ir imediatamente pra lá.

— Claro. Eu levo você se prontificou.

— Quer que eu vá também? – Jasper perguntou.

— Não. Vá para casa e avise Emmett. Eu ligo quando tiver noticias.

Enquanto percorríamos as ruas de Seattle eu me amaldiçoava mil vezes por tê-la deixado sozinha. Sem contar que ela ligou e eu não atendi.

— Sinto muito, Edward, quando Bella ligou não me disse nada.

 Eu não respondi. Eu só queria chegar logo no maldito hospital e me certificar que estava tudo bem. E se Bella tivesse perdido o bebê? Nosso bebê. Eu fechei o punho com força.

Chegamos ao hospital minutos depois e encontramos Alice lá, muito pálida.

— Alice, como ela está? E o bebê?

— Está tudo bem, Edward. Estão fora de perigo.

Eu consegui respirar aliviado. Bella estava bem. O bebê estava bem.

— O que aconteceu?

— Eu nem sei direito ainda. Ela sangrou e sentiu dor. Conseguiu chamar uma ambulância. Foi a única coisa que me informaram, depois de eu insistir muito, foi que ela não perdeu o bebê.

— Preciso vê-la.

— Está sedada.

— Não tem problema. Vou ficar com ela.  – Me virei para Riley – você pode ir, obrigado pela carona.

—Tudo bem, me avise se precisar de algo.

— Ficarei aqui também.

Me dirigi até o quarto onde Bella estava e meu coração doeu ao vê-la dormindo. Seu rosto parecia ainda mais pálido contra os lençóis insípidos do hospital. Passei a mão por seus cabelos, meus dedos procurando os seus.

Um médico entrou no quarto em seguida.

— Olá, sou do doutor Burke - se apresentou – Você é o marido de Isabella, presumo.

— Sim, sou Edward Cullen. Está realmente tudo bem com ela?

— Sim, está. Ela teve uma hemorragia. E realmente poderia ter pedido o bebê. Felizmente, conseguiu segurar.

— O bebê está bem?

— Está. Vamos monitorá-la essa noite, amanhã ela poderá ir pra casa. Precisará fazer repouso quase absoluto. Sua situação é delicada, qualquer esforço pode acarretar em uma nova hemorragia e a gravidez estaria em risco.

— Eu me certificarei de que ela faça o que precisa ser feito.

— Bom, vou ver outros pacientes. Isabella está sedada vai ficar umas boas horas dormindo, caso deseje ir para a casa descansar.

— Não, eu ficarei aqui com ela.

Os pais de Bella chegaram em seguida e os acalmei dizendo que Bella e o bebê estavam bem agora.

— Eu fiquei apavorada! – Renée tocou a mão da filha.

— O médico disse o que aconteceu? – Charlie indagou.

— Disse que Bella teve uma hemorragia e que terá que fazer repouso a partir de agora, pois sua situação é delicada.

— Ela já acordou? – Renée perguntou.

— Ainda não. O médico disse que está sedada e vai dormir durante umas boas horas.

— Certo, acho que a gente vai tomar um café – Charlie diz – Vamos, Renée, precisa se acalmar. Bella está bem.

— Eu chamarei vocês quando ela acordar.

Eles se afastaram e me sentei em uma poltrona, mandando um recado para meus irmãos e Riley sobre a situação de Bella.

— Edward? – Bella acordou algum tempo depois e me chamou sonolenta. Eu me levantei da poltrona indo para seu lado.

— Oi. Como está se sentindo?

— Não sei... Edward... o bebê...

— Está tudo bem.

— Eu não abortei?

— Não, claro que não.

— Eu tive tanto medo, quando senti a dor, vi o sangue...

— Eu sinto muito, Bella, por não estar lá.

— Eu liguei pra você...

— O Riley me disse. Você devia ter dito a ele o que estava acontecendo.

— Não queria contar a ele...

O médico entrou no quarto em seguida.

— Vejo que acordou. Como está se sentindo? Alguma dor abdominal? Algum desconforto?

— Não... eu deveria sentir? O que foi que aconteceu?

O médico a encarou com o semblante grave

— Você sofreu uma ameaça de aborto, Bella. Não perdeu o bebê. Precisa entender que sua gravidez é de risco agora e tomar certas precauções.

— Eu ainda posso... perdê-lo?

— Sim, é um risco. Se tomar os devidos cuidados sua gravidez irá até o fim.

— Está tudo bem com o bebê?

— Sim, está.

— E com a Bella? – questionei.

— Não há mais sangramento e nem dor. Ela poderá voltar para casa amanhã. Precisará fazer repouso total.

— Repouso? - Bella o fita confusa. -Tipo ficar o tempo inteiro na cama.

— Não precisa tanto. Pode andar pela casa, nada de esforço ou de movimentos bruscos. Evitar muitos movimentos, na verdade. E também nada de relações sexuais.

Nós nos entreolhamos e eu sorri. Não tinha a menor preocupação com isso nesse momento.

— Nós faremos tudo o que for preciso.

O médico saiu do quarto e eu a fitei.

— Eu estou com medo, Edward – murmurou – acho que...

— Shi – eu segurei sua mão – não vamos perdê-lo. Vai ficar tudo bem. Ela fechou os olhos, seus dedos apertando os meus. E eu quis desesperadamente acreditar em minhas próprias palavras.

Bella

Eu voltei para casa no dia seguinte. Embora nada de grave tivesse acontecido, eu me sentia abalada pelo choque que foi aquela ameaça de aborto. Ainda podia me lembrar do momento em que vi o sangue, senti a dor e achei que estivesse perdendo meu bebê.

Tudo aconteceu muito rápido depois que consegui ligar pedindo ajuda. Em algum momento entre a ligação para a emergência e a tentativa de ligar para Edward de novo, eu apaguei. Simplesmente era mais fácil me manter alheia a tudo. À ideia aterrorizante de eu estar perdendo meu bebê.

Era incrível. Passei tanto tempo rejeitando a ideia da gravidez e agora não conseguia lidar com a realidade de que ele poderia não existir mais. Era insuportável.

Eles chamavam meu nome, na sala iluminada do hospital, enquanto mãos frias me examinavam.

— Eu o perdi? - perguntei sentindo meus sentidos amortecidos por algo intravenoso em meu braço.

— Fique tranquila, estamos examinando você.

— Eu estou abortando, não é?

— Ainda não sabemos. - Senti algo gelado sobre minha barriga - Está ouvindo Isabella.  – Eu tentei escutar alguma coisa acima do barulho dos aparelhos médicos - É o coração batendo. Está tudo bem. Então senti meu próprio coração batendo aliviado. Ainda estava grávida. Meu bebê ainda estava ali. Fechei meus olhos mergulhando na inconsciência de novo. Quando acordei, estava num quarto diferente e silencioso. Virei a cabeça e vi Edward sentado numa poltrona com a cabeça entre as mãos. E senti um alivio extremo por finalmente constatar que ele estava ali comigo.

Só não esperava pelo o que o medico falou depois, sobre minha gravidez agora ser de risco e eu teria que ficar o tempo inteiro de repouso. Eu não gostava nada daquilo.

— Não vou ficar o dia inteiro na cama! – reclamei, quando cheguei em casa. Meus pais ainda estavam com a gente. Os irmãos de Edward foram me visitar no hospital cedo, Edward os havia dispensado, pois ambos estavam ocupados com os últimos preparativos para a turnê. E Alice saiu bem cedo do hospital tinha uma viagem agendada.

— Vai sim – minha mãe falou bem séria - nem que eu tenha que ficar aqui com você pra ter certeza.

— Não precisa.  – Ficar de repouso já seria terrível, aguentar minha mãe o tempo inteiro me vigiando, seria pior ainda.

— Não se preocupe Renée, eu cuidarei para que ela siga as ordens médicas – Edward falou e fiz uma careta.  – Vocês podem voltar para Forks tranquilos.

Edward foi levá-los até a porta e eu suspirei, já entediada.

Levantei da cama e olhei pela janela. Meus pais e Edward estavam parados em frente ao carro e pude ouvir a conversar deles.

— Acho que ela deveria ficar lá em casa – meu pai dizia.

— Ela não vai querer ir – Edward respondeu.

— Mas você já vai entrar em turnê.

— Estou tentando adiar.

— Não vai conseguir adiar pra sempre e Bella não vai poder viajar com você.

— Eu sei. Daremos um jeito.

— Eu deveria ficar...

— Não se preocupe. Eu cuidarei dela. E Alice volta amanhã.

 Meus pais se despediram e entraram no carro. Eu saí do quarto e desci as escadas. Edward me encarou.

— O que faz aqui?

— O médico disse que eu podia andar. Vou comer alguma coisa.

— Podia ter me pedido.

— Quando começa a turnê?

Ele passou a mãos pelos cabelos.

— Eu teria que ir amanhã, vou dizer ao Riley para adiar.

— Não pode fazer isso.

— Não vou deixar você sozinha.

— Terei que ficar de repouso os próximos meses, não vai poder adiar a turnê por cinco meses. Se precisa ir melhor que vá agora.

— Não posso te deixar sozinha neste momento difícil.

— Terá que deixar em algum momento.  - Falei lhe dando as costas e indo para a cozinha. Minhas mãos tremiam enquanto abria a geladeira, retirando algumas coisas lá de dentro. Edward as tirou da minha mão.

— Deixe que eu faço.

— Tudo bem.

Eu me sentei, vendo-o se movimentar pela cozinha. Tentando não pensar que em breve ele não estaria mais por perto. Eu teria que me acostumar com esse fato, pensei, sentindo uma pontada no peito.

Nós comemos em silêncio até que o telefone tocou e Edward me passou o celular. Era Alice.

— Como você está se sentindo?

— Bem.

— E o bebê? Que susto hein?

— Sim, foi só um susto.

— Sua mãe me contou que terá que fazer repouso.

— É, um saco.

— Imagino. Mas você não quer perder o bebê quer?

— Claro que não! - rebati sentindo uma dor horrível só em imaginar.

— Desculpe-me, é que... sei lá. Você sempre foi meio reticente...

— Eu mudei. - E era a mais pura verdade. A possibilidade de perdê-lo me fez ficar consciente do quanto eu o queria. Mesmo não sabendo bem como eu ia fazer.

— Tudo bem. Amanhã eu apareço. Pedi uns dias de folga, consegui remanejar minha agenda. Vou poder ficar aí com você.

— Ai, Deus, em que eu fui me meter – brinquei e ela riu.

— Preciso desligar, tchau!

Edward me fitava quando coloquei o telefone na mesa.

—Vamos subir você precisa descansar.

Revirei os olhos, quando ele me pegou no colo.

— Posso andar, ok?

Ele riu.

— Você fala demais Bella.

— Quem vai me carregar quando estiver em turnê?

Ele ficou sério me colocando no chão.

— Eu realmente não queria ir.

— Você vai. E está tudo bem. – Menti. Não estava nada bem. O que eu podia fazer?

— O que quer vestir? – ele foi para o closet.

— Aquela camiseta cinza sua.

Ele me ajudou a vesti-la e me colocou na cama.

— Aonde vai? – indaguei.

— Preciso ligar para meus pais.

— Contou a eles?

— Claro que sim, antes que ficassem sabendo por aí.

— Por aí você diz a mídia?

— E quem mais?

— Droga, eu tinha me esquecido deles! Eles sabem?

— Sim – Edward falou cauteloso e eu soltei um palavrão.

— Como já podem saber?

— Eu não faço ideia, as pessoas me viram no hospital e sempre tem alguém com a língua solta. Eles não vão falar por muito tempo, Bella. Não fique nervosa.

Eu respirei fundo.

— Tem razão. Não vou ficar.  - Ele saiu do quarto e eu fechei os olhos. Uma vontade louca de chorar.

Uma vontade imensa de pedir a ele que não saísse em turnê. Que ficasse comigo. Era impossível.

Edward voltou para o quarto e deitou ao meu lado um tempo depois.

— Está dormindo?

— Estou – resmunguei e ele riu, passando os braços a minha volta. Eu fiquei tensa.

— Eu só vou te abraçar, Bella.

Eu me virei para ele, pousando a cabeça em seu ombro.

— Eu sinto muito – murmurei. E ele sabia que eu estava falando do fato de o médico ter dito que a gente não poderia mais transar.

— Não tem importância.

Claro que não tinha, pensei. Embora o sexo entre nós fosse fantástico. Edward não estava comigo pelo sexo. Estávamos juntos por causa da gravidez! Claro que ele no fundo nem deveria estar se importando tanto por não poder mais me foder.

— Durma Bella – murmurou contra meus cabelos e eu fechei os olhos. Edward podia não se importar. Mas eu me importava.

***

No dia seguinte, Riley apareceu para buscar Edward e veio me dizer que havia ficado preocupado. Eu não acreditei em nenhuma de suas palavras.

— Este cara é tão chato – confidenciei para Alice.

— O Edward confia nele.

— Infelizmente.

— Vou ver se sua mãe precisa de ajuda - ela entrou.

Sim, minha mãe não havia se conformado e estava de novo na cidade. Pelo menos meu pai tinha ficado em Forks.

 Edward colocou a mala no carro e se aproximou.

— Consigo uma folga em cinco dias.

— Não se apresse, faça seu trabalho direito.

Ele riu, abaixando a cabeça para me beijar levemente.

— Cuide-se.

Parecia que ele ia falar mais alguma coisa, enquanto estava ali, a mão pousada em minha nuca. Mas apenas me beijou novamente e partiu com Riley.

Eu tentei ignorar o déjà-vu, ele me deixando para seguir sua música outra vez.

Era diferente agora, não era?

Eu tentava desesperadamente acreditar que sim.

Continua...


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