Luna estava na cozinha quando Marcos desse as escadas carregando sua irmã, ao entrar na cozinha marcos puxa uma cadeira e senta sua irmã que logo se debruça sobre a mesa, marcos vai até a prateleira e pega os pratos, colocando-os sobre a mesa e depois se senta.

O garoto pega o controle e liga a televisão no canto da parede, Luna esta usando um avental amarelo e mexendo ovos numa frigideira.

– tem cheiro de queimado... – diz Blue torcendo a boca.

– é da cama do seu irmão – diz Lena com um sorriso debochado.

Blue se vira para o seu irmão que da de ombros, depois muda de canal, colocando no noticiário.

“estamos aqui, onde em uma semana meios sangues do mundo inteiro virão a cidade do vaticano, onde receberão a chance de fazerem o teste de aptidão, sendo assim, se sobreviverem, receberão a chance de estudar na escola da fronteira, onde receberão treinamento e escolhendo assim lutar por um mundo melhor” diz a repórter andando lentamente para o lado, deixando a basílica de são Pedro a vista atrás dela, onde varias barracas e trailers estavam armados em uma praça circular.

“O teste de aptidão” pensou Marcos, “Em uma semana seremos mandador pra lá, e se passarmos no teste inicial poderemos estudar na fronteira, uma dimensão que separa o Céu e o inferno da Terra... Em media cinco mil adolescentes vão pra lá todos os anos para fazerem os testes inicial, metade não sobrevive, e menos ainda chega ao final dos 5 anos de estudos... A quem se atreva a dizer que isso não passa de uma forma de controlar e diminuir a população meio sangue, como um campo de concentração... não que a Terra seja um lugar seguro.

Os meios sangues precisam vigiar a fronteira para que os demônios mais fortes não passem, porem os mais fracos conseguem entrar por fissuras menores escondidas sobre a Terra, e são esses vermes que matam e possuem humanos e meios sangues, muitos de nos morrem ainda crianças, sendo devorados em suas camas enquanto dormem, ou estraçalhados num beco escuro”.

Alguém toca a campainha, interrompendo seus pensamentos.

– deve ser Ângelo – diz Lena, Ângelo era um meio sangue que trabalhava como representante no vaticano, nos últimos anos ele aceitou ser nosso anjo da guarda, funcionava como um tutor, sempre que nos metíamos em problemas ele tinha de resolver, Lena possuía um poderoso poder de cura, e costumava viajar pelo país como médica voluntaria, passava meses fora, e quem cuidava de nós nesse tempo era ele.

Blue levanta meio desajeitada pelo sono, porem quando se dirigi ao corredor Marcos passa a perna a fazendo cair de cara no chão.

– acorde... Vai atender a porta de olhos fechados? Se foce um demônio te mataria sem nem você perceber.

. . . . . . . . . .

Ângelo espera alguns segundos, porem quando pensa em tocar a campainha novamente à porta abre com tanta força que acerta sua testa e o faz cair pra traz, quando tenta se levantar um grande lobo pula por cima dele, e mais outro logo atrás, o homem se senta no gramado e olha para trás.

O lobo de traz alcança o maior e pula em cima dele, os dois rolam no chão e o maior é jogado para o alto, caindo pesadamente com as costas no asfalto da rua, ouve-se um estrondo e ele permanece caído.

– quem esta dormindo agora?! – diz o lobo menor de olhos azuis, porem o outro permanece imóvel e com os olhos fechados, blue faz uma expressão de surpresa e corre para vez se seu irmão esta bem.

Num rápido movimento o lobo maior se levanta e se joga por cima do menor, prendendo suas patas para que não possa se soltar, então rosna olhando no fundo de seus olhos. O de baixo possuía lindos olhos azuis e o pelo cinza quase preto, era Blue, e o de cima era marcos, com um pelo branco e olhos vermelhos alaranjados, como se chamas queimassem dentro de seus olhos, sendo sugados por sua íris negra.

Marcos rosna para Blue, dando um momento de tensão no ar. Porem ela apenas lambe seu focinho num gesto carinhoso, isso o surpreende marcos, que solta um forte espirro, jorrando catarro por todo o rosto de Blue fazendo seu pelo ficar melado.

Ângelo olha a cena com um sorriso no rosto, pareciam duas crianças, embora agora tivesse a forma de enormes lobos, quase tão grandes quanto um cavalo. A vizinha da frente aparece na janela procurando o motivo de tanto barulho.

Quando vê os dois grandes lobos sentados em volta de um gramado cheio de buracos e marcas de fogo, apenas se limita a torcer a boca e balançar a cabeça em um tom de reprovação, já estava acostumada a ser vizinhos de seres que não focem humanos.