MESES DEPOIS...

–Lana, volta aqui. – Estava correndo atrás de Lana que corria com uma fralda limpa na boca. Por fim consegui alcança-la e tirei a fralda de sua boca. Não era a primeira vez que isso acontecia, e quando acontecia Henry e Liv sempre davam leves risadinhas, o que incentivava ela a fazer mais vezes. Joguei a fralda no lixo e dessa vez prendi Lana na coleira para que eu pudesse terminar de trocar eles, já que Emma estava tomando banho e não podia me ajudar.

Henry e Liv cresciam saudáveis, e cada vez mais lindos, os cabelos de Liv eram mais escuros que o de Henry, os dois tinham os olhos verdes bem claros, eles já estavam completando 6 meses, já produziam alguns sons, e sempre davam risadas, eram poucas as vezes que ouvíamos eles chorarem.

Liv continuava mais agitada que Henry, agora que já sabia rolar de um lado para o outro o cuidado com ela tinha que ser redobrado. Os dois adoravam ficar perto um do outro, sempre resultava em “conversas” que não entendíamos nada, o que nos arrancava boas risadas.

Depois que Lily se foi, tudo ficou na mais perfeita paz, tínhamos nossas vidas de volta, sem ter que nos preocupar com ela. Não queríamos que ela tivesse tido um final tão trágico, mas não poderíamos negar o quanto ficamos aliviadas, ela nos assustava e muito. Killian ficou triste por uns dias, mas logo superou, já que não eles não eram tão ligados assim.

Assim que terminei de trocar a fralda dos dois, os levei até a sala, os deixei no sofá, com alguns brinquedinhos que eles já conseguiam manusear com facilidade. Estava calor, a porta que dava acesso a praia estava aberta, assim como algumas janelas. Liguei a TV em algum canal de criança que estivesse tocando alguma musiquinha.

–Morena? – ouvi Emma me chamar.

–Na sala amor. – logo ela apareceu, com um shorts e uma camiseta larga, seus cabelos estavam molhados ainda, veio até mim e me deixou um casto beijo nos lábios e sentou do outro lado do sofá.

–Lana está na coleira? – assenti e voltei a atenção para Henry e Liv que brincavam um com o outro.

–Ela saiu correndo com uma fralda de novo. – Emma caiu na gargalhada. – Você ri porque não tem que correr atrás dela toda vez. – revirei os olhos e joguei uma almofada nela. Ficamos em silêncio por um tempo.

–Eles estão cada vez mais lindos. – comentou e eu sorri. – Liv tem sua boca, só falta à cicatriz e fica igualzinha. – e era verdade, Liv tinha meus traços e os olhos verdes, era uma mistura perfeita.

–Eles tem seus olhos. – comentei e ela me olhou com os olhos brilhando e um sorriso enorme.

–Você escolheu bem o doador. – comentou, confesso que eu não queria que fosse assim, queria que ela fosse a “doadora”, mas ela não tinha espermatozoides, então isso nunca seria possível.

–Sendo do doador ou não, os olhos são iguais ao seu. – falei. – Emma, gosto de pensar que nós os fizemos, esqueça essa coisa de doador, e que não somos homem e mulher para reproduzir normalmente, eles são nossos, são meus filhos e são SEUS filhos, mesmo não tendo seu sangue, esqueça isso, o que importa é que eles têm duas mães lindas que os amam incondicionalmente. – pronto, ela já estava com lagrimas nos olhos e com seu maldito sorriso que enchia meu coração de alegria.

–Tudo bem. – falou e eu enxuguei algumas lagrimas que resolveram escorrer por seu rosto. Quando íamos nos beijar fomos interrompidas por duas lindas criaturas que estavam entre nós. – Antes era a Lana que me interrompia, agora são vocês. – revirou os olhos e em um gesto infantil mostrou a língua para os dois, tive que rir da cena. – O que acha de irmos tomar um “café da tarde” lá na cafeteria? Levar eles passear um pouco.

–Pode ser. – concordei. – Vamos dar banho e arrumar eles, e depois nos arrumamos. – falei e já peguei Henry no colo, Liv foi com Emma. Deixamosos dois em seus respectivos berços e fomos arrumar as banheiras, assim que estava pronta, tiramos as roupas dos dois e os levamos tomar banho.

Emma se atrapalhava no começo, assim como eu, mas agora já tínhamos nos acostumado e pegado prática. A maioria dos banhos de Liv era eu quem dava, já que era difícil ela parar quieta, voava água para todo o lado e Emma não tinha o menor jeito com ela.

–Céus, essa menina não para. – Emma ria enquanto Liv era quem estava me dando um banho.

–Quero nem ver quando ela crescer e souber andar, correr e pular. – não queria nem pensar nisso, aposto que ela iria dar o maior trabalho, assim como eu dei quando era pequena, agora sei o que minha mãe “sofreu” nas minhas mãos.

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Depois de banhos tomados, e vestidos com roupas de passeio, os levamos até os carrinhos, iríamos a pé, assim poderíamos levar Lana para um passeio.

O sol já estava se pondo, conforme seguíamos nosso caminho vários sorrisos foram direcionados a nós, já éramos conhecidas, todos sabiam que éramos uma família, sem mais olhares tortos e caras de nojo, as coisas realmente estavam mudadas por aqui.

Assim que chegamos deixamos Lana presa no lado de fora e entramos com os carrinhos. Dona Elena veio nos receber com abraços e beijos, logo Ingrid veio nos cumprimentar e mimar Henry e Liv, que sorriam abertamente para ela.

–Meu Deus, eles são umas graçinhas. – comentou e nós sorrimos a ela. – Mas então, vão querer o de sempre? – assentimos e ela se foi com os nossos pedidos.

Henry começou a chorar, estava na hora de amamenta-los, Emma não gostava da ideia de eu ter meus seios expostos em publico, mas teve que se acostumar. Peguei o pequeno no colo e o amamentei.

–Odeio que fiquem te olhando. – sussurrou baixinho, ela encarava com cara feia todo mundo que sorria para mim nesse momento.

–Emma, é só uma mãe amamentando seu filho. – falei me segurando para não rir da cara dela.

–É, mas “essa mãe” esta com os seios para fora, e “essa mãe” é minha mulher. – fez aspas com os dedos e falou um pouco mais alto as ultimas palavras. Dessa vez não teve como não rir, em resposta recebi um olhar nada agradável vindo de minha esposa.

Logo que Henry terminou, pegou no sono, e foi a vez de Lily, repeti o mesmo processo e Emma continuou com a cara fechada para as pessoas ao nosso redor. Logo Liv pegou no sono e Ingrid veio com nossos pedidos, Emma desfez a cara fechada e tivemos um delicioso “café da tarde” em família.