DIAS DEPOIS...

–Emma, troca a fralda do Henry. – pedi para Emma enquanto embalava Liv, tentando acalma-la, ela acordou chorando, tentei amamenta-la, mas não consegui, Emma tentou acalma-la e também não conseguiu, não sabia mais o que fazer, e para ajudar Henry estava começando a chorar também. – Hey pequena, eu estou aqui, pare de chorar por favor, esta doendo em algum lugar? – como se ela fosse me responder, claro.

–Ai que fedor Henry. – tive que dar risada, era sempre assim, Emma quase vomitava quando tinha que limpar o numero dois das crianças. – Céus, eu vou vomitar. – Liv ainda chorava desesperada em meu colo. Henry parecia se divertir com Emma que tentava não respirar.

Lembrei que poderia ser cólica, logo a peguei com a barriga para baixo, deixando sua barriga em meu antebraço e sua cabeça em minha mão, com a outra eu tentava massagear sua barriga. Ela foi se acalmando, anotei mentalmente que quando isso acontecesse, provavelmente seria cólica.

–Pronto, está cheiroso agora rapaz. – Emma por fim terminou de trocar Henry, e agora estava com ele em seu colo. – E sua irmã parece ter se acalmado. – se virou para mim. – Tudo certo? – assenti.

–Deve ser cólica. –falei com a minha princesa quase pegando no sono em meus braços.

–Vou levar Henry lá na sala. – falou e deixou um beijo em minha bochecha. – E levar essa coisa fedida no lixo do banheiro. – torceu o nariz e me mostrou a fralda em sua mão.

Nesses primeiros dias já pudemos perceber que Henry era bem mais tranquilo que Liv, era difícil ver Henry chorando, ao contrario de Liv, que sempre que podia começava a chorar.

Por sorte foram poucas as noites que tivemos que acordar de madrugada, tinham dias que eles dormiam a noite inteira. A baba eletrônica ficava ligada direto. Quando os dois estavam acordados íamos para sala brincar com os dois no sofá. Estava sendo uma experiência e tanto, e a cada dia que passava eu me apaixonava cada vez mais por eles. Emma estava sempre por perto me ajudando, Dona Elena apareceu algumas vezes para ajudar, nossos amigos vinham nos visitar também.

Quando Liam veio aqui em casa ele ficou encantado com os bebes, falava baixinho com eles e seus olhinhos brilhavam, sua alegria foi quando Liv apertou um de seus dedos. Ele disse que não via a hora de poder brincar na praia com os dois.

Por fim decidimos que August, Killian, Tinker e Ruby seriam padrinhos de Henry e Liv, Belle e Ariel falaram que seriam madrinha também. August e Ariel estavam em um relacionamento sério e pareciam muito apaixonados, e não daria outra para Ruby e Belle noivarem logo. Killian nos informou que Lily estaria deixando a cidade hoje, para nosso alívio.

–Esta tudo bem agora, você vai ficar bem. – virei minha filha e deixei um beijo em sua testa antes de deita-la em seu berço, ela havia pegado no sono em meus braços. Dei uma ultima checada antes de sair do quarto, fui até a sala, mas não ousei interromper o momento de Henry e Emma.

–Hey príncipe. – Emma estava ajoelhada no sofá conversando com Henry. – Você sabe que quando crescer vai ter que cuidar da sua irmã, para que ninguém machuque o coraçãozinho dela. – Ela estava tão entretida, falava com ele como se ele pudesse responder ela, meus olhos logo se encheram de lágrimas e um sorriso de orelha a orelha apareceu em meu rosto. – E claro, vai ter que me ajudar a cuidar da sua mãe, porque vamos combinar né garoto, ela é muito gostosa para que ninguém cuide dela. – nessa hora meu coração estava batendo tão forte e tamanha felicidade não cabia em mim, e claro escorreu pelos meus olhos. – E ela acha que eu não a vi parada ali nos observando. – levantou aqueles olhos verdes até se encontrarem com os meus.

–Não queria atrapalhar a conversa. – falei limpando as lagrimas que insistiam em escorrer, e indo até eles.

–Senta aqui. – Apontou para o seu lado. – Ele gosta de conversar. – falou e beijou minha bochecha. Limpou algumas lagrimas que ainda rolavam pelo meu rosto. – Ela é ou não é linda, Henry? – ele brincava com suas próprias mãozinhas e olhava para nós duas, ele tinha os olhos verdes como os de Emma, alguns cachinhos estavam se formando em seu fino cabelo loiro.

Nosso momento foi interrompido por batidas na porta. Emma levantou e foi atender, logo reconheci de quem era a voz, peguei meu filho no colo e fui em direção a porta. Era Lily que estava ali.

–Oi. – falou, parecia envergonhada.

–Oi. – respondi seca, com meu filho em meus braços, estava um pouco afastada, a presença dela não me agradava.

–Ela veio se despedir. – Emma falou me encarando. – e pedir desculpas. – minha loira cruzou os braços e encarou a menina na sua frente.

–Bom, eu estou indo embora e agora é de vez, irei me mudar para Paris, pegarei o avião hoje mesmo. Vim me desculpar por tudo que fiz a vocês. Estou muito arrependida, de verdade. – falou e abaixou sua cabeça, mas aquilo simplesmente não me descia.

–Tudo bem esta desculpada. – percebi que Emma falava seca.

–É, esta desculpada. – falei meio desconfiada, Henry brincava com a gola de minha blusa enquanto eu encarava a garota em nossa frente.

–Vou indo. – sem nos olhar virou as costas e foi embora. Emma trancou a porta e me fitou com o olhar.

–Está tudo bem? – me pediu e eu assenti. – Acho que agora estamos em paz, de novo. - falou e se aproximou de mim, quando íamos selar nossos lábios ouvimos o barulho de algo sendo quebrado e o choro estridente de Liv. Emma correu para o quarto onde ela estava e eu a segui.

–O que foi? – ela estava paralisada na porta olhando para a janela, logo que percebi o que ela estava olhando paralisei também. A janela estava quebrada, olhamos para o chão e havia uma pedra com um papel junto, deixei Henry em seu berço, peguei Liv no colo enquanto Emma lia o que tinha escrito no papel.

–Ela disse que pode estar indo, mas irá voltar para pegar o que é dela. – essa DOIDA iria voltar para pegar Emma, com certeza. Emma arregalou os olhos e me olhou assustada. – Regina, ela é doente. – falou com a voz mais elevada que o normal. Eu estava assustada também, minha filha estava assustada e não deu outra para Henry começar a chorar também. Emma o pegou, estávamos nos encarando sem saber o que fazer Henry e Liv choravam e nós estávamos prestes a chorar também.

–O que foi que aconteceu? – Dona Elena apareceu instantes depois , nos olhou assustada. – Céus, quem fez isso? – perguntou indignada.

–Lily. – Emma respondeu, suspirando e embalando Henry, para que o mesmo parasse de chorar. Dona Elena pegou o bilhete e leu, o dobrou e guardou em seu bolso.

–Essa menina é doida. – comentou com as mãos na cabeça. – Ah meu Deus, me de esse menino aqui. – pegou Henry de Emma, e começou a embala-lo, logo ele se acalmou e pegou no sono. Ninguém conseguia falar nada. Liv estava se acalmando aos poucos. – Me de essa garotinha, vão tomar algo, eu tomo conta deles. – passei Liv para os seus braços, segui com Emma para a cozinha, preparei dois copos com água e viramos tudo de uma vez.

–O que iremos fazer? – pedi a Emma que só me encarava.

–Eu... eu não sei. – respondeu perdida em seus próprios pensamentos.

–Ligaremos para a policia? – sugeri e ela negou.

–Ligarei para Killian antes. – assenti, ela ligou, deixou no viva voz, contamos o que havia aocntecido e novamente ele se desculpou, pediu se tudo estava bem, se alguém estava ferido, falou que ela já havia embarcado no ônibus e dentro de algumas horas pegaria um avião direto para Paris, falou para deixarmos a policia fora disso, falou que iria dar um jeito de não deixa-la voltar mais, disse que apesar de tudo ela ainda era sua prima. Concordamos dessa vez, mas Emma deixou claro que se ela se aproximasse mais alguma vez acabaria com a vida dela.

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Henry e Liv dormiram em nossa cama, eu e Emma não pregamos os olhos a noite inteira, estávamos assustadas, poucas palavras eram ditas, apenas nos encarávamos e olhávamos os bebes dormindo tranquilamente, Liv acordou de madrugada com fome, mas logo voltou a dormir, Henry dormiu direto.

Já era de manha quando o sono falou mais alto e eu acabei cochilando ao lado de meus filhos e Emma que ainda estava acordada assistindo algo na televisão.

–Hey, morena. – Emma me chamou. Resmunguei e ela parecia assustada. – Olha o noticiário. – falou apontando para a TV, assim que percebi do que se tratava levei minha mão à boca e meu coração acelerou por alguns instantes.

“Tragédia na noite de ontem: voo com destino a Paris cai e explode em alto mar.”