Enquanto o pessoal do acampamento continua com o que quer que estejam fazendo, no centro de Atlanta, Merle está algemado num cano do telhado, enquanto o grupo observa no parapeito do terraço do prédio, Glenn e o cara novo, o policial valente, caminhar com os mortos.

Glenn, assim como Rick, está muito nervoso andando no meio daquelas coisas, vestindo um jaleco coberto de pele, entranhas e sangue de errante para disfarçar seu cheiro.

Rick só tem uma coisa em mente: tirar aquele grupo dali, ele os colocou naquela encrenca, dispersando os mortos e bloqueando a saída deles, ele é obrigado a ajudar.

– Não acredito - diz Glenn - Vai dar certo.

– Não… Fale - murmura Rick entredentes

Um errante com a pele bem seca se aproxima de Glenn e dá uma fungada nele, sem saber se vai funcionar ou não, Glenn se curva para a frente, revira os olhos e começa a grunhir e gemer imitando eles. A mulher morta vai embora.

Uma trovoada forte inicia a chuva.

No acampamento todos se amontoam em suas barracas ou no trailer. Em Atlanta, eles tomam chuva, Glenn começa a se preocupar, a “fantasia” deles está derretendo.

– Tá saindo cheiro, né? - ele sussurra para Rick

– Não, não tá… - Rick responde e um errante passa cheirando ele.

Outros na rua já estão entrando em colapso, virando suas cabeças para todos os lados procurando os corpos que emanam aquele cheiro.

– É… Talvez um pouco.

Um dos cadáveres atrás de Rick ruge e parte pra cima, no exato momento, Rick se vira e crava seu machado na cabeça dele. A movimentação chama a atenção de todos os mortos que estavam ali, e os dois não tem outra opção a não ser correr feito loucos.

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“Cervo do caralho, para de se mexer”. Já fazia um dia que Daryl estava caçando um cervo que, pelos rastros, era grande e ficar andando em círculos o irritava. Muito. Ele não sabia se iria compensar caso ele não conseguisse o cervo, mas carregava uns 2Kg de esquilo no ombro.

Ele até queria que Marie tivesse vindo junto, mas precisava se concentrar 100%, então quando ela perguntou “Posso te acompanhar?” ele disse “Não!” ríspido demais e ela saiu um pouco magoada.

Pensava também em Merle na cidade com o Japa Ligeiro e os outros do acampamento, torcia para que ele não fizesse nenhuma merda.

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Quando Rick e Glenn tiveram um plano, eles avisaram os demais do prédio pelo rádio que . Estavam todos correndo para sair dali, e Merle ainda algemado no cano.

– Ei! Não me deixa aqui!

T-Dog foi o único a se virar, mesmo depois de apanhar pra ele, que foi o que fez Rick prende-lo ali. Merle agora implorava para que ele voltasse e T-Dog não poderia deixar o cara ali, isso não se faz com ninguém, no entanto… ele fez.

Com peso da mochila e o ferro no meio do caminho, T-Dog acaba caindo e a Lei de Murphy é acionada, se uma coisa deu certo, tenha certeza que outra dará errado. A pequena chave cai dentro de um bueiro e se vai.

Pedindo perdão a Deus, Merle e o mundo, T-Dog deixa o prédio.

Rick já está na saída quando ele chega, eles pulam pra dentro do caminhão e partem em disparada. O policial olha em volta procurando um.

T- Dog balança a cabeça - Eu derrubei a maldita chave.

– Ninguém vai sentir falta dele - fala Andrea brincando, mas havia um tom de seriedade em sua voz.

– Talvez o Daryl - avisa Morales

– Daryl? - Rick pergunta

– Irmão dele.

– Cadê o Glenn? - pergunta Andrea

Glenn está se chacoalhando para frente e para trás, empolgadíssimo dirigindo a máquina que é o Dodge Challenger, enquanto o alarme apita.

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Depois da chuva todos voltaram para o centro do acampamento. E menos de vinte minutos depois, enquanto arrumavam a acampamento novamente, tirando as coisas das barracas, Marie ergue o rosto.

– Shh! - ela murmura com um dedo pra cima

– Que foi? - pergunta Drake

– Tem um… alarme tocando?

– Eu não to ouvindo nada.

– Ela sempre ouve antes da gente - diz July

– Tá se aproximando.

July, Drake e Ana se concentram e então ouvem, Shane do outro lado do acampamento se vira, bravo - O que…?

Vai ficando mais alto, até que fica quase ensurdecedor e então o carro entra no campo de visão deles, Glenn desce sorrindo, pulando de alegria. Shane já chega esbravejando para ele desligar aquilo, Amy perguntando onde estão os outros e a esposa de Morales também.

– Abre o capô! - grita Shane

Glenn fica quieto e faz como ele pediu, Jim desconecta um cabo do carro e o som acaba.

– O que aconteceu?

– Cadê a Andrea?

– Calma, calma, estão todos bem!

Nesse momento um caminhão de transporte de alimentos talvez, entra no acampamento e desce o pessoal que faltava. Marie enruga atesta, falta um.

Carl se afasta e começa a chorar, ele queria seu pai, ver todos se abraçando e Morales com seus filhos era demais já. Não suportava a ideia dele estar morto. Lori o afasta do grupo para conversar.

– Como conseguiram? - pergunta Dale

– Tivemos ajuda - Morales se vira para o caminhão - Pode descer!

Rick sai com as mãos na cintura olhando pra baixo. Shane gela, não podia acreditar no que via… Carl vê aquele uniforme de relance e ergue o rosto no exato momento que Rick os vê. Ele cambaleia, as lágrimas tomam conta de seus olhos.

– PAI!

Eles não sabem se riem ou choram enquanto correm um pro outro. Lori está atônita, ela não chora nem ri, só abraça o marido e fica ali.

Marie seca uma lágrima do rosto e depois olha para T-Dog, falando sem emitir som “Cadê o Merle?”

T-Dog balançou a cabeça e franziu os lábios.

Era isso? Carl reencontrando o pai e Daryl perdendo o irmão? Merle está morto?