Sob a Máfia escrita por Deih


Capítulo 40
39




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/595831/chapter/40

BELLA

Acordei sozinha mais uma vez, tendo o café da manhã me esperando e ouvindo sons vindo do pátio. Precisava de um banho – e urgente. Me arrastei para o banheiro tomando um banho rápido, comi duas torradas e engoli o suco de caixinha. Quando deixei meu pequeno lá, encontrei Edward arrastando caixas e mais caixas para um lado só do pátio, haviam marcas de tiros por todos os lados – algumas recentes, dele provavelmente. Encarei suas costas, algumas marcas pegavam de seu ombro esquerdo, aleatoriamente, até sua cintura.

Depois de soltar uma das caixas, ele percebeu minha presença. E sorriu, ainda havia toda aquela autoridade em seu olhar.

—Boa tarde. –Falou.

Me aproximei, afastando seu cabelo caindo em sua testa colada pelo suor do esforço que fazia. Edward afagou minha bochecha.

—O que está fazendo? –Perguntei girando no lugar para ver as pequenas mudanças.

—Abrindo passagem.

O fitei.

—Vamos precisar, achei alguns pontos onde vamos colocar alguns brinquedinhos. –Se afastou apontando para duas saídas. Uma delas eu conhecia bem, Phill me arrastou para lá e dava no rio. –Bloqueando possíveis saídas.

—Isso não irá nos prejudicar?

—Não, estou mapeando e mandando e vou mandar para os outros.

—Vai falar com Felix agora?

—Sim.

—Se conseguirmos sair, para onde vamos?

—Antiga usina. Mas eu quero que a polícia te ache, só assim teremos um fim de sequestro.

—E você?

—Eu vou precisar mata todos para voltar a minha vida, não é só você que teve a sua privada. Eu sou um cara rico que dirige uma empresa segundo a sociedade. Se eu for pego, serei o cara rico que trabalhava para o crime. Se eles forem presos eles dirão isso, é claro.

—De qualquer forma vamos nos separar?

—Exatamente isso. –Se virou a mim. –Então se eu não for preso, minha secretaria fará uma nota parabenizando a polícia por te encontrar e eu farei uma visita a você.

Suspirei.

—E ninguém saberá o que aconteceu.

—Não. –Seus braços me envolveram. –Consegue me acompanhar, agora?

Assenti.

—Vamos ficar bem.

—Precisamos caminhar. –Me soltei de seus braços. –Todos vão seguir pelo mesmo caminho na fuga. Vamos achar outra saída.

—Você que manda.

Edward tomou o Sul, direção contraria ao rio. Não havia saídas fáceis, a não ser que tivéssemos grandes carros que conseguissem derrubar grandes arvores. A outra opção era a pé, abrimos um mapa no meio de abeto e conferimos os pontos mais fáceis, a pé encontraríamos a mesma estrada só que com um tempo maior do que faríamos de carro e ambos sairiam na ponta velha desativada que daria no rio.

—A polícia provavelmente já tem esse caminho, porque não são saídas.

—Aí que ta, faremos saída não há.

Edward me encarava.

—Que foi?

—É, talvez você me assuste. –Pegou o mapa. –Escolha suas direções. –Pediu.

—Norte e Oeste. Depois podemos abandonar os carros, avise Felix e os outros para trazer motos e deixar em pontos estratégicos. –Apontei as direções. –E voalá.

Edward me encarava.

—Apesar de ser só uma jornalista, fui treinada para isso, Ghost. –Antes que eu pudesse dar mais um passo, Edward me puxou.

—Eu sou um idiota completo.

—Sabemos disso. –O beijei.

—Estou repensando algumas coisas. –Me soltou.

—Tipo? –O segui.

—Abriria mão do certo, pelo errado? –Perguntou.

—Está falando sobre a polícia e você?

Deu de ombros.

—Levando em consideração que o lado certo está terrivelmente errado, eu não sei Edward. Podemos descobrir isso no futuro.

—Me um motivo a mais para lutar por ele. –Piscou fazendo o mesmo caminho que nos levou até ali.

Voltamos ao galpão por volta das quatro da tarde, Edward me mostrou o pequeno estoque de comida e eu não fazia a mínima ideia de como ele havia conseguido isso. Eu sabia que ele estava decidindo, e quando os outros chegassem, não haveria volta.

—Se isso der errado e eles descobrirem que temos alguma ligação...

—Você continua inocente. –Virou a arma na minha mão. Segundo ele, meu tiro estava saindo errado.

—Acho que não. –Atirei. –Eles podem dizer que fui sua cumplice.

—Começando por não saberem como um empresário que ajudou nas suas buscas lidera uma máfia antiga? Sim, eles vão achar que somos cumplices.

—É uma possibilidade, Edward.

O vi acertar o mesmo alvo cinco vezes sem errar.

—Eu negarei até a minha morte.

—E se eu disser que sim, eu estive com você?

—Eles ouvirão a verdadeira história.

—E qual seria?

—Um dia... –Se afastou pegando outra arma. –Uma jornalista que trabalhava para polícia fez uma busca inteligente a mim, isso que me causou sérios problemas e decidi arrasta-la até meu império. Tortura-la até que me dissesse tudo o que sabia, depois iria matá-la e deixaria exposta a todos como prova de que eu não estava brincando. –Atirou mais algumas vezes. Parou para carregar. –Então eu me apaixonei no meio do plano e estava traindo a mim mesmo e aos homens que perdi por causa da intromissão de seus amigos. –Atirou. –Precisei devolve-la porque não podia lidar com isso, porém, ela sabia muito sobre mim e minha outra vida estava comprometida já que ela era a única que sabia quem eu realmente era. –Me encarou. –Mas três anos nunca foram sua liberdade quando coloquei todos os olhos possíveis em sua direção, porque com tudo isso, eu a pus em perigo. E ela era qualquer alvo que poderia me atingir. Então... –Carregou a arma novamente atirando. –Eu a sequestrei uma segunda vez, dessa vez eu não sabia se ela me odiava realmente ou se era um jogo. Como acreditar em uma cria da polícia? Eu não acreditava, mas isso não importava, ela não precisava saber que ainda a amava.

Sim, eu o amava.

—Tudo mudou quando ela fugiu, quando quase morreu. Eles precisam sabe dessa parte, a perdi tantas vezes que provei a mim mesmo que eu odeio essa merda. Vou resumir os outros acontecimentos, vou citar alguns nomes. Vou falar sobre toda a pressão psicológica que eu causei a ela. –Senti o cano da arma morno em minha testa. –Vou dizer que está psicologicamente afetada.

Bati no cano da arma e ele sorriu.

—Não estou afetada...

—Sim, como uma síndrome de Estocolmo.

—Eles saberão que é mentira.

Edward beijou minha testa.

—Eles acreditarão em mim e você estará livre. Tem noção de quanto estrago te causei?

Sim, eu tinha.

—Não quero que mude nada. Eu vou sair de lá se me pegarem.

—E se não pagarem?

—Eu estarei com você. Agora levante esse tiro, você vai acertar. –Me beijou.

—Obrigada.

Treinamos corpo a corpo, Edward me acertou três vezes e pensei que morreria. Descobri que sou melhor com brigas em pé – ele também entendeu isso. Mesmo me dando toda a brecha de controle, uma parte dele tentava me esconder do que estava vindo – mesmo não demonstrando isso.

Minha intenção era pegar Heidi, eu não me importava com o que aconteceria com Phill. Ela era o motivo maior, sua cabeça me pertencia. Acabei demonstrando todos os meus pensamentos o atingindo tantas vezes que o vi desabar na minha frente. Edward segurou o estomago e tossiu tantas vezes que pensei que não pararia nunca. Mesmo assim se pôs de pé e encerrou a luta ali.

—Isso tudo é sobre mim? –Perguntou.

—Não dessa vez.

—Quem seria?

—Você não vai gostar de saber. –Sorri.

Um pouco antes das nove da noite, Edward me esperou sair do banho. Ele tinha feito, tinha avisados os outros e isso me deixou nervosa. Fazia meu estomago se revirar como se fosse a primeira vez. As luzes de emergência estavam acesas, a porta estava aberta e Edward saiu primeiro. Demorei um longo tempo para deixar nosso pequeno quarto e descer.

A luz da lua iluminava boa parte das arvores do lado de fora, fiquei cinco passos de Edward esperando, meus olhos não piscavam. Edward não me obrigou a ficar a seu lado e agradeci mentalmente por isso. Quando ouvi os primeiros sinais de motor, rodas amassando as folhas e galhos. Quando vi a primeira luz se aproximar, me senti pequena.

Três carros.

Cada vez mais perto.

Perto demais.

Quando o primeiro entrou no galpão as luzes demoraram a se apagar, depois o outro. E o outro, lado a lado. Meu coração estava batendo rápido, minhas mãos estavam suando e meus olhos estavam ficando cheios demais. Felix e Jasper foram os primeiros a descer. Jasper estava boquiaberto e Felix gesticulou a cabeça algumas vezes abrindo os abraços para mim.

Acho que não passei de um borrão ao passar por Edward e me jogar contra ele. Felix me tirou do chão e seu abraço me tirou todo o ar, mas eu não queria deixa-lo. Nunca pensei que me fariam tanta falta, por nenhum segundo nunca consegui odiá-los. E eles estavam ali, não todos, mas o suficiente para me sentir segura novamente.

—Você está viva!

—Sim. –Prendi meus braços em seu pescoço. –Não me deixem nunca mais.

—Não vamos, eu prometo.

Ele parecia mais alto, bem mais alto. Droga! Eu estava chorando como uma criança. Jasper me puxou para ele e foi três vezes pior.

—Diz que tudo isso é um sonho?

—Não, eu estou viva. –Sussurrei.

—Eu senti sua falta.

—Eu também... todos os dias. –Confessei.

Um a um, acenaram, me chamaram de senhora Cullen. Sorriam, todos estavam ali, mas minha atenção estava no terceiro carro. Parado e isolado.

—Jake.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sob a Máfia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.