Sob a Máfia escrita por Deih


Capítulo 41
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Notas iniciais do capítulo

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BELLA

Jacob se moveu apenas alguns passos, era o suficiente para ver metade de seu corpo. Não parecia ferido nem nada, apenas cansado. Apenas privado – eu sabia como ele se sentia. Jasper deu um passo ao lado quando avancei, Jacob me esperou – ele esperaria.
–Jake. –O abracei. –Você está bem?
–Esta perguntando se eu estou bem?
Me afastei.
–Sim, estou.
–Eu devia fazer essa pergunta. –Afagou meu cabelo. –Como você esta?
–Bem.
–Eu fiquei desesperado... você não estava lá.
–Eu estou bem.
–Bella, ela já tem as provas que precisa e a policia vai caça-los. Vamos embora.
Dei um passo atrás, senti Edward se mover mesmo Jacob tendo sussurrado essa parte.
–Não Jake, não posso.
–Por que não? O que você planejou já vai acontecer. Não tem que ficar nisso...
–Eu tenho.
–Podemos resolver as coisas lá dentro.-Edward tentou afastar o assunto.
–Bella.-Jacob não tirou os olhos de mim.
–Entrem, nós vamos depois. –Avisei. –Vamos dar uma volta.
Ouvi Edward chamar, mas deixei sua voz se perder. Jacob estava a meu lado em um segundo, em silencio ainda. Mas sabia que sua cabeça estava explodindo de porquês. Eu tinha respostas para todas elas, mas não sabia se ele iria gostar de ouvi-las.
–Ele fez alguma lavagem em sua cabeça?
–Se esta tentando discutir Edward e eu, aconselho a parar. Você não conseguiria ter metade do que já passamos nem em todos os anos que você tem. –O cortei. Tudo o que menos precisava era de uma briga, posse ou qualquer merda vindo de testosteronas em alerta.
–Bella...
–Jacob! Eu quase fui morta! Se não fosse por Edward a essa hora Phill estaria comigo em qualquer lugar desse mundo. Não estou discutindo a relação e se você acha que isso é uma discussão de relacionamento começo te dizendo que não temos um...
–Mas você...
–Nunca te dei esperanças. Se eu fosse escolher entre sua companhia e um relacionamento, escolheria sua companhia. Se ela não fosse uma opção, a escolha seria estar sozinha.
–Mas não pensaria duas vezes em voltar com ele. O cara que quase, se não, te matou. –Se afastou. –Isso é uma bola de neve, Bella. Acha que as coisas vão ficar legais depois disso?
–Você acha que eu espero por coisas legais, Jacob? Você já parou para analisar toda a minha vida? Quantos momentos legais eu tive depois que fugi? Eu não acho nada, mas sei que só terei paz quando isso acabar. E se você acha que discutir sobre Edward e você vai ajudar alguma coisa, a resposta é não. Eu gosto de você, como gosto de Jasper, como amo Felix. Se esta procurando sentimentos além disso, pare.
–Está me pedindo para desistir?
–Estou pedindo para aceitar.
–Esta usando aquele lance do: todos precisam de uma segunda chance? –Zombou.
–Não, Jake. Estou usando aquele lance do: é a minha vida e eu decido o que fazer com ela. No momento decidi conserta-la. Se você quiser ficar, eu vou ficar feliz. Mas se você quiser ir, não irei insistir. E não, isso não prova que não prefiro você. Na verdade, eu não tenho preferencias, mas resolvi não me envolver em escolhas alheias, assim como não quero que se envolvam nas minhas. É você que decide agora.
Por um momento eu pensei que ele iria, Jacob era orgulhos demais para ficar – para aceitar qualquer coisa fora de seus padrões. Mas ele se aproximou e me abraçou, não precisava dizer mais nada, nenhuma das partes.
Quando voltamos ao galpão, Edward me encarou tentando encontrar algo diferente. Jacob piscou para mim indo para a ponta do grupo, me encolhi entre Jasper e Felix. Eu senti falta desses dois, era insuportável, real.
–E então? –Perguntei.
–Edward já passou o bastante, vamos dividir os homens. Na fuga você vai com o Jasper.
–Como?
–Vamos em cinco carros, você e Edward irão se separar por segurança.
Fitei Edward e ele desviou o olhar.
–Espero que isso não seja alguma merda que você está planejando. –Minha voz saiu alta.
–Calma, Bella. Esta tudo sob controle. –Jasper afagou minha nuca. –É só mais fácil não os deixar juntos na hora da fuga.
–Jacob. –Edward chamou. A contragosto ele o encarou. –Você fica encarregado de trazer as motos. –Jasper lhe entregou um mapa. –Esses são os pontos. O caminho pelo rio não é uma escolha, então vamos evita-lo o máximo possível.
–Aconselho deixar um barco nos esperando caso seja preciso. –Jasper teve sua vez.
Aos poucos cada um tendo ciência de sua função. Jacob não interagiu, apenas escutava em silencio. Felix me abraçou uma ultima vez, listou tudo o que eu deveria saber para me manter segura. Então se foi.
–Espero que tudo isso dê certo no fim. –Jacob me abraçou.
–Vai dar. Tudo vai ser como era antes.
–Não conto muito com isso.
–Devia ser um pouco positivo. –Tentei sorrir.
–Só vejo a realidade de uma forma diferente que a sua.
–Acho que vemos muitas coisas de formas diferentes, Jacob. –Me afastei.
O ouvi me chamar, mas estava longe, passando por Edward e evitando qualquer nova pergunta. Tudo o que menos precisava era me preocupar com os outros – nesse tipo de caso -, tínhamos um plano mais importante.
Muito mais.
Ouvi as luzes do galpão sendo apagadas uma a uma, então Edward entrou e fechou a porta. Estava com o dedo no enviar quando passou os braços por meu pescoço beijando meu cabelo. Estávamos indo por um caminho sem voltas.
Enviei.
–Dois dias. –Sussurrei.
–Dois dias. –Virou minha cadeira. –Vai ficar tudo bem.
–Não quero me afastar de você.
–Eu vou estar logo ali.
–Logo ali pode te matar.
Sorriu.
–Eu não vou deixar, logo ali vai ser nossa válvula de escape.
Fechei os olhos me encostando na cadeira.
–Você vai ver seus pais, sua irmã. Seus amigos.
–Eu mal me lembro de como agir com eles.
–Você consegue.
Tudo havia mudado, minha cabeça, meu jeito. Minha visão.
–E se eu não conseguir? A polícia já me afastou e...
–Vai ficar tudo bem. –Me beijou. –Eu prometi. Agora vamos descansar, a polícia já sabe onde nos encontrar só temos que esperar.
–Como avisar o Phill?
Edward se afastou.
–Jasper estar cuidando disso, mas eles estarão aqui.
–Ainda vai manter sua palavra sobre Heidi?
–Ela não me pertence mais. –Abriu a camisa. –Toda sua.
–Obrigada.
–Estava te devendo essa. –Piscou.

Na manhã seguinte Jacob voltou, o levei aos limites onde deveria deixar as motos. Jasper conseguiu um barco, a polícia estava sobrevoando a cidade. Pelo que Jasper me contou Felix chamou atenção no centro da cidade como uma represália as prisões de vários clientes, mas era só uma forma de chamar atenção. Tentei não parecer nervosa, mas eu estava. Poderíamos lidar com Phill e os outros, mas tínhamos que lidar com a polícia também.
Seria a queda ou a gloria e nos últimos tempos eu não conseguia ser positiva com nada além da queda. Edward tentou ao máximo não se esbarrar com Jacob, mas era visível a forma ficava sempre que precisava citar seu nome e eu os evitei ao máximo ficando ao lado de Jasper, enterrando bombas ou escalando as paredes do galpão para alcançar as câmeras.
Ninguém parou para descansar nem para falar – apenas o necessário. Felix avisou que Phill havia entrado na fronteira do México e estava voltando. Ele não era muito esperto.
–Duas das pessoas que estavam com ele foram presas. Mas não falaram nada sobre vocês.
–E não vão falar, não sabem o suficiente e não terão tempo de qualquer forma.
–Como assim? –Encarei Edward.
–Infiltrados.
–Voltou a confiar neles?
–Nesses eu confio.
–Como a polícia vai chegar na hora que queremos?
–Serão avisados, você deu a primeira pista, daremos a localização pela manhã. Phill estará aqui antes disso.
–E depois?
–Não teremos uma conversa. O único objetivo é mata-lo, Bella. –Jacob falou. –É o que fazemos.
–Eu posso mata-los.
Jacob deu de ombros.
–Acha que depois de tudo vou me importar com as consequências?
–Só acho que não deveria...
–Eu matei pessoas, Jacob. Para estar aqui, ou pelo menos acho que minha pontaria serviu para alguma coisa. Eu prefiro acreditar que os matei. A essa altura não me importo muito.
–Certo, sabemos o único objetivo que temos aqui.
Essa noite a maioria dos homens passarão no galpão, fiquei sozinha dessa vez. Ouvia Edward dando voz de comando, rádios chamando a cada meio segundo avisando sobre uma nova apreensão. Sobre a polícia nas principais rodovias e me dei conta de que Edward estava deixando isso acontecer. A maioria dos seus clientes – pelo menos que entendi assim – estava sendo presos ou mortos. Grandes carregamentos de armas e drogas estavam sendo apreendidos, apesar de não conseguir ver Edward nisso, era o que ele fazia. E pela primeira vez isso pareceu me chocar. O homem por quem me apaixonei era um mafioso, disso eu não poderia fugir.

EDWARD

Bella estava se arrumando, lhe entreguei roupas novas e ela as encarou por um tempo. Era um conjunto simples de moletom.
–Serio? –Me encarou.
–Uma pessoa sequestrada não usa jeans e sapatos. –Me afastei pegando as armas na gaveta. Eram cinco da manhã e o galpão estava vazio. –Eles retornam em meia hora.
–Certo.
A observei se trocar e o pensamento de perde-la me perturbou por algum tempo. Quando terminou pegou a arma da minha mão enfiando em sua cintura. Percebi a lamina brilhando em seu pulso e puxei lentamente a manga do casaco.
–Uma faca?
–Segurança.
Suas mãos estavam frias, seus olhos disparavam para todos os lados. A puxei para mim afagando suas costas e sussurrando que ficaria tudo bem.
–Me explica uma coisa. –Se afastou para me olhar. –Eles sabem que estamos aqui diretamente ou acham que vão nos pegar?
–Acham que estamos escondidos.
–Isso significa...
–Emboscada. Mas não estarão sozinhos, vamos descer e esperar.
Assentiu.
–Eu amo você. –Precisava dizer isso de novo. A beijei como se fosse a última vez que faria isso. Dado pelo momento deveria ser a última.
Phill era um idiota, mas eu não confiava em sua idiotice as quedas nos ensina a ficar de pé. Ainda estava escuro quando descemos para o galpão, fiz meu último contato, conferi as saídas e esperei Bella retornar de sua inspeção. O dia estava cinza e agorento, ouvi o primeiro tiro e então a Bella corria de volta ao galpão.
–Eles estão aqui, cedo demais. –Seus olhos eram duas pedras frias. –Não podemos esperar os outros. Ou vamos morrer. Eles são muitos.
–Quem disparou? –Corri para os portões soltando as correntes.
–Eu.
–Certo, eu quero que suba...
–Não. Eu vou te dar cobertura e você atira. Estamos juntos nessa eu não vou te deixar agora.
O rádio tocou.
–Felix, eles foram mais espertos dessa vez, precisamos de vocês aqui!
Bella sumiu de minha visão, ainda estava escuro pelo tempo, assim que os primeiros sinais de carros se aproximando chegaram ela voltou. Carregava uma arma cinco vezes maior do que a que dei a ela carregando e atravessando o galpão puxando a lona de um dos carros. Estava carregado.
–Segurança. –Piscou. – Contei três carros, se cheios estão em quinze.
–Isso me parece divertido.
–Chamaria de suicida. –Me passou outra arma. –Apenas atirar.
Ela mirou por entre as arvores.
–Acerte o chão a quinze metros.
–Por que?
Ela atirou quando o primeiro carro entrou em sua visão, ela atirou no chão a quinze metros e o carro explodiu.
–Bombas.
–Como?
Se afastou indo para o portão do outro lado, seus olhos estavam nas câmeras que ela destruiu uma a uma.
–A polícia é boa nisso, coisas de guerra. Atirei a dez. –Mandou. Mirei e atirei, era o segundo carro. –Eles não estão apenas em carros.
–Eu sei. – Voltou a mim. –Ele sabe o que está fazendo. Acho que subestimamos demais.
–Está com medo?
Negou. Era o som do terceiro carro, Bella atravessou o galpão e se jogou no chão mirando por um longo tempo e atirou. Atirou até sua última bala e percebi pelo seu movimento que ela não conseguiu acerta-los. Corri em sua direção a puxando pelos pés e descarregando minha arma, menos de quatro metros as rodas deslizaram e o carro se chocou contra uma arvore.
–Você está bem? –Ela se sentou respirando fundo.
–Estou.
Ficamos esperando mais carros, mas nenhum som.
–Eles estão aqui. –Murmurou. –Em algum lugar. O galpão é largo, podemos voltar lá para dentro e avisar os outros.
–Não temos tempo. Vamos ter que controlar a situação até eles chegarem.
Ouvimos passos, Bella me fitou. A sombra começou a se formar lentamente até atingi nossos pés. Contei até três e nos levantamos apontando em direção a entrada do galpão. A imagem da mulher destruída sorriu para mim, mas isso não me assustou. Meus olhos se voltaram a Isabella Swan, o olhar e o sorriso que ela tinha era muito mais impactante.
Ela queria matar.
–Heidi. –As palavras soaram acidas em sua voz. –Olá, novamente.


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