Sob a Máfia escrita por Deih


Capítulo 38
37


Notas iniciais do capítulo

Meninas, estou sem net em casa e nao sei quando terei novamente... os caps irao demorar a sair, mas postarei ate o fim!!! Desculpem o hot, nao é muito minha praia rs



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EDWARD

Bella não dormiu o resto do tempo que tínhamos, tentei não perder o foco de tudo o que havia dito. Tudo o que viu antes de voltar para a sala. Seu olhar era uma pedra de gelo crescendo e crescendo conforme as horas foram passando. Ninguém entrou para nos ver, encarei a corrente que a manteve presa enrolada em suas mãos, era sua maior arma no momento.

—Você não precisa fazer isso...

—Não vou receber ordens agora, Edward. Ele vai entrar e eu vou derruba-lo, pegar sua arma e atirar se for preciso. Vamos em direção ao carro e tentar sair daqui. Sem ordens.

A puxei para mim.

—Eu já estou acostumado com essa versão, mas ainda me assusta.

Sorriu.

—Isso não é nada ainda.

—Só vá lá e mostre como você sabe bater.

—Eu vou mostrar.

O primeiro som vindo do lado de fora a fez se afastar de mim, em nenhum momento seus olhos se voltaram a mim. Bella parecia prender a respiração enquanto esperava pacientemente a porta se abrir e em nenhum momento consegui desviar meus olhos dela.

Quando a porta se abriu e nosso mais do que comum guarda entrou na sala, o som do prato se espatifando no chão me fez despertar. Bella enrolou a corrente em seu pescoço e apoiou todo seu corpo em suas costas. Era uma bela cena, para um péssimo momento. O acertei na barriga, mas ela não o soltou, nem quando caiu apenas quando seu corpo parou de se mexer. Novamente ela tinha a corrente enrolada em sua mão direita.

Peguei as armas que ele trazia e a segui, era a hora em que ela guiaria.

—Quanto tempo? –Perguntei.

—Ficam dois na saída do galpão. O que foi? –Perguntou quando percebeu me olhar.

Ajeitei seu cabelo rebelde atrás da orelha.

—Você não vai querer saber o que esta me causando assim.  –Me deu um leve tapa na barriga e seguiu na frente como um gato.

Carreguei a arma, o galpão estava vazio não havia o tanto de carros que vi um dia. Bella contou até três e corremos para o outro lado. Um dos homens que ela havia alertado estava vindo em nossa direção.

—Gastar bala agora ou tentar corpo a corpo? –Perguntou. Mas antes que eu pudesse responder, ela estava saindo do seu esconderijo e o atacando.

—Isso era uma pergunta? –Carreguei a arma.

—Não temos tempo. –Gritou girando a corrente no ar e o acertando.

Ela tinha força ou ele era fraco, foi mais fácil e rápido apaga-lo.

—Ele avisou os outros. –Falou.

—Como você sabe?

—Dispositivos na saída. –Pegou a arma da minha mão acertando dois objetos em forma de bola na saída. –Qual é o seu carro?

Apontei ao volvo a três carros de onde estávamos, ela correu na frente tentando abrir as portas. Com um clique abri a porta.

—Pode apenas respirara? –Pedi.

—Eu acho que vou fazer isso quando sairmos daqui. Pode ser mais rápido?

O primeiro tiro acertou o vidro traseiro assim que ocupei meu lugar, Bella puxou a arma da minha mão colocando o punho para fora e atirando descontroladamente em direção a dois homens.

—Tem um plano de como vamos passar por um exercito? –Perguntou se ajeitando em seu banco.

—Vidros blindados, espero que não tenha nenhum super portão de segurança. –Pisquei para ela. –Vamos sair daqui.

—E depois?

—Depois vamos arrumar um lugar para ficar, avisar os outros...

—E a policia.

A fitei.

—Sim, Edward. Eu vou avisar a policia.

BELLA

Eu sabia que não seria uma saída fácil, assim que deixamos o galpão fomos recebidos por tiros de todos os lados e mesmo estando em um carro blindado era impossível não se assustar com os sons que ecoavam no espaço. Edward parou escolhendo um lado, era um segundo ou com toda certeza eles nos pegaria novamente.

—Se abaixe. –Mandou.

Fiz o que me mandou e ouvi o som do motor antes do carro começar a acelerar e os som de forte impacto fazer o carro balançar levemente. Mais tiros, mais ordens, mais uma vez de ré e de volta ao portão. Encarei a lasca de vidro rachado e o fitei.

—Não vai ser dessa vez. –Edward pisou fundo e acelerou. O portão ficou preso por alguns segundos antes de se soltar.

Me levantei e vi motos deixando o galpão, procurei pela arma em algum lugar no chão do carro ate encontra-la embaixo do meu banco.

—Não Bella.

—Três motos, três balas. Confie em mim.

Seu olhar era um grandioso NÃO, mas abri a janela levando minha mão para fora e mirando, errei meu primeiro tiro mas acertei os outros dois. Apenas uma moto nos seguia agora.

—Acabou a bala. –Avisei. Edward abriu o porta-luvas era uma autorização para pegar a arma escondida lá.

Sem pensar muito a peguei voltando ao meu posto e gastando tudo o que tinha ate ter mais um ao chão. Não vi em que direção Edward havia ido, meu corpo estava tremendo e apenas fechei os olhos e me deixei relaxar por um tempo. Não falamos nada, nenhuma palavra por quase três horas quando o carro parou. Encarei a rua deserta, apenas um cachorro latindo em algum lugar.

—Vem. –Chamou.

O vi ir para o porta malas e pegar uma garrafa, demorei alguns segundos para entender o que ele estava fazendo até o carro começar a pegar fogo. Seus dedos entrelaçaram os meus e fui puxada para a rua, não demorou mais do que um minuto para o carro explodir. Mais silencio, estávamos em outra quadra quando ele parou, encarou o prédio três andares abandonado e me guiou para dentro.

Eu sabia que ele não conhecia aquele lugar, estava apenas em busca de um local seguro. Ninguém iria nos procurar onde deixamos nosso carro. Edward arrombou uma porta no terceiro andar, cheirava a poeira e algo mais forte – urina de gatos, talvez. Quem morou ali deixou algumas coisas para trás, não era muito. Uma cama no quarto, uma única poltrona na sala. E armários impossíveis de tirar na cozinha. Edward olhava cada detalhe, luz, agua. Quando finalmente parou, seus olhos estavam em mim.

—Livres. –Suspirou.

—Ainda não. –Seus braços me envolveram.

—Livres. –Repetiu. –Agora podemos pôr em ordem tudo o que precisa estar em ordem.

Levantei o olhar.

—Mas antes, eu preciso quebrar minhas próprias barreiras. –Seus braços me ergueram. –Não é uma boa hora para me rejeitar. Eu estou morto de lutar.

Deixei uma risada escapar.

—Posso tornar isso impossível.

—Não hoje. –Mordeu meu lábio. –Não agora.

A sensação pulsante em meu estomago parecia algum sinal de contentamento. Meu lado irracional havia gritado com meu lado racional e fazendo o mesmo e afundar em algum lugar não muito importante. Parecia que todo meu corpo havia me traído, como se Edward Cullen fosse seu senhor e ele dizia que sentira sua falta.

Que se dane!

Eu quase fui morta!

Edward quase foi morto!

Eu poderia estar bem longe e ele foi até lá para se redimir quando sabia que era a maior loucura que já havia feito na vida – isso não justificava muita coisa. Mas ele foi e agora poderíamos discutir isso no mesmo nível. Suas mãos me firmaram na pequena mesa no meio da cozinha, puxando meu quadril para mais perto e me mostrando que não poderíamos deixar isso passar.

Eu prometi que isso jamais aconteceria novamente, na verdade minha única vontade – mesmo parecendo impossível em minha cabeça – era colocar uma bala no meio da sua testa. Agora eu já não tinha mãos tanta certeza assim se isso era possível.

Seus lábios se fecharam em meu ombro e senti quando seus dentes pressionaram minha pele, deixei que guiasse o resto das ações – eu poderia simplesmente deixar meu lado escuro voltar e eu já não tinha mais tanta certeza se eu gostava disso. Seus olhos estavam em mim em uma fração de segundos, puxando minha camisa surrada para cima de meus braços – eu precisava de um banho e precisava de roupas limpas. Estava a um passo de pará-lo, mas isso não parecia preocupa-lo muito. Edward parecia um bicho enjaulado.

—Prometo uma cama quente e confortável, mas eu não confio naquele que temos no quarto. –Sussurrou contra meu pescoço. –E eu não posso mais esperar malditos segundos para tê-la novamente. –Pensei em dizer alguma coisa, mas sua mão tapou minha boca. –E nem pense em dificultar isso.

Sorri.

Seus olhos verdes se voltam de relance para mim por um longo tempo, como se eu fosse alguma maldita imagem santificada. Até eu mesma sabia que estava diferente da garota que ele teve em mãos da última vez, e depois para baixo, para o que estava diante dele. Precisei descer da mesa para deixar minha última – e desagradável – peça ir. Seus braços me prenderam novamente me levando de volta a ela.

Seus lábios brincando em meu pescoço, sua respiração em meu cabelo e a satisfação que parecia quebrar as correntes que ele possuía. Estava pensando em perguntar quanto tempo ele me estudaria, mas não precisei ir muito, ele estava se apressando como um adolescente e isso me fez rir – não com tanta intensidade quanto viria, fui interrompida.

Seus dedos cravaram a pele em minhas costas e me puxaram para frente. Deixei apenas um som sair por minha boca quando todo o meu corpo pareceu dormente. Abri meus olhos para encontrar os seus e Edward parecia estar no mesmo estado de espirito que o meu – a diferença era que ele comandava, então quem iria suplicar muito provavelmente era eu. E seu primeiro impulso me provou isso.

Quanto tempo desde a última vez que pude me sentir bem desse jeito? Muito tempo e não totalmente.

—Olhe para mim. –Não foi um pedido. Forcei meus olhos. –Eu senti a sua falta. –Isso parecia doer para ele.

Me agarrei a seu pescoço o acompanhando, cada pequeno movimento parecia uma montanha deslizando.

—Diga que não irá me deixar, nunca mais!

—Não!

—Diga. –Parou.

Droga! Eu vou atirar na sua cabeça. Queria dizer, mas minha voz estava perdida em algum lugar dentro de mim.

—Não... quero dificultar. –Puxei o cabelo em sua nuca e ele sorriu.

—Diga.

—Eu odeio você.

Mordeu meu pescoço.

—Isso nós sabemos... agora diga, -Se mexeu bem lentamente prendendo meu lábio inferior entre os dentes e o puxando.

O grito que estava crescendo em minha garganta faria todos escutarem até o centro da terra.

—Bella... –Sua voz estava arrastada, muito mais dessa vez. –Por favor.

—Eu... não irei a lugar algum.

—Na saúde ou na doença.  –Murmurou me puxando contra ele. –Nem o crime nos separa.

Seus olhos começam a me devorar, ele me puxa mais para perto, me apertando mais nos braços e me beijando com força. Estava selado e ele sabia disso.

**

O colchão estava sem os lençóis agora, depois da pequena aventura na cozinha enfim podemos tomar merecidos banho – mesmo frio era maravilhoso. Edward me obrigou a tentar dormir, mas não conseguia fechar os olhos. Seus dedos se mexiam em minha barriga e eu sabia o porquê, mas evitamos falar sobre isso. Vez ou outra ele sorria contra meu cabelo preso a seus próprios pensamentos.

Ainda não havíamos tocado no assunto do: depois. Phill estava atrás de nós e agora não só ele. Não conseguia vê-lo sair do país ou qualquer outro lugar sem mim, era esse seu plano louco. Não era só ter o que Edward tinha como poder, era a mim que ele queria também.

—Quando vai avisar os outros? –Sussurrei.

—Assim que sairmos daqui.

Me virei para fita-lo.

—Phill deve estar rodando a cidade feito louco.

—Ele me quer.

Seus olhos estavam escuros.

—Eu sei. A única coisa que ele não poderia fazer mal, e nem precisava perguntar. E o entendo. –Seus dedos traçaram caminhos por meu rosto. –Mas precisei mostrar a ele que a única forma de não tê-la, era você me matando e você não me matou.

—Ainda. –Tentei soar seria.

—Já falei que não me importo. Não vou parar enquanto isso não acabar.

—Sem lugares seguros.

—Sem lugares seguros.

—Eu posso atirar. –Alertei.

—Pode.

—Posso matar.

—Não. –Seus olhos voltaram a ficar sérios.

—É a única forma de sobreviver.

—Não a sua. Você pode tudo, e eu acredito nisso. Não posso salvar a alma de ninguém, muito menos a minha. Mas não quero que feche seus olhos e se lembre que matou alguém ele sendo bom ou não.

—Ainda quero matar, Heidi.

Ele sorriu, era quase dizer: quero lutar com Heidi em uma banheira de espuma. Faça suas apostas.

—Eu posso pensar sobre isso, mas ainda não. Ela talvez não mereça.

—Ela merece. –Pensei em me sentar, mas sua mão me puxou e voltei ao colchão.

—Ela merece, ela está com medo de você. E você terá o olhar de pavor que ela lhe dará quando estiver frente a frente. Mas você não é ela.

—Sou melhor do que ela.

—Muito melhor. –Edward sorriu como se concordasse com uma criança de cinco anos. –Podemos decidir nossos lados depois. –Me beijou. –Eu não quero pensar em coisas ruins agora.

Fechei os olhos tentando voltar ao lugar em que estivesse horas mais cedo.

—Falta muito para acabar? -Sussurrei.

—Não. Isso é uma promessa.

—Depois que encontra-los.

—Sim... –Sua voz agora soava preguiçosa.

—Não quero me deixe de fora.

Uma risada escapou.

—Não vou. Ainda não percebeu que não quero que saia debaixo do meu nariz. Você atirou em mim, melhor prova do que essa que pode se defender, eu não tenho.

Pensei em pedir desculpas, mas eram cobranças.

—Obrigada. –Agradeci.

—Não há de que. –Senti seus lábios pressionarem em meu cabelo. –Eu amo você.

Eu também, queria dizer, mas não disse. Ainda não, não parecia ser a hora certa para isso.


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