Sob a Máfia escrita por Deih


Capítulo 37
36


Notas iniciais do capítulo

Vou começar os avisos aqui:

*Estou sem net por tempo indeterminado
*A fic esta passando por um modificaçao no fim dela e por causa disso os capitulos estao mais curtos e bem monotonos (ate eu sei disso)
*Essa mudança fez com que capitulos anteriores fossem acrescentados algumas coisas e por causa disso esta meio dificil passar o que quero na fic.
*Acho que mais tres caps e termina.
*Vou tentar ser rapida e entendo se a fic esta chata, mas é isso por agora



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BELLA

Edward foi acordado aos chutes quando voltamos a sala, por um momento pensei que morreria de tanto tossir, mas então seu corpo se endireitou e ele me encarava sem entender ao certo o que estava acontecendo. Morri duas vezes ao ver seu olhar.

—Você não pode dormir. –Minha voz saiu tremula. Ele estava piscando, ele queria fechar os olhos.- Eles querem saber sobre os outros... eu disse que não sabia então eles ameaçaram te matar como castigo se você dormir.

Seu peito subiu e desceu.

—Eles te, machucaram?

Levantei meu olhar incrédula.

—Eu acabo de dizer que eles querem te matar e você se preocupa comigo?

—Enquanto eu estiver vivo, sim.

—Eles não estão brincando.

—Confie em mim, vamos sair daqui.

Cada segundo que se passava eu duvidava mais disso.

—Eles te bateram e você esta quase desmaiando.

—Se eu preciso ficar acordado para mantê-la respirando.... Então eu vou ficar. –Se ajeitou melhor. –Eu preciso que você faça uma coisa por mim.... Quando sair novamente.

Me aproximei um pouco.

—O que?

—Entre no jogo dele. E diga que Jasper e os outros estarão esperando na estrada no limite da cidade.

—Ele estará lá? –Eu não queria uma resposta positiva quanto a isso.

—Sim. –Suspirou.

—Você planejou isso? –Sussurrei.

—Como minha vida.

Senti o desespero se embolando em meu estomago ate escuta-lo novamente.

—Vem ate aqui, Bella. –Chamou. O encarei. –Por favor.

Demorei um longo tempo até me arrastar para ele.

—Tem um canivete no meu bolso. –Murmurou. –O guarde com você.... Sabe abrir correntes? –Piscou.

Neguei.

—Certo, eu vou te ensinar como se faz.

Ficou o encarando por um longo tempo.

—Ande Bella, não vou fazer nada com você...

—Não achei isso. –Falei.

—Esta relutante por me tocar? –Sua sobrancelha se uniu ligeiramente. Não respondi. –Eu também estou.

Suspirei enrolando meus dedos em seu bolso e sentindo o metal. Edward estava de olhos fechados, suspirando em meu cabelo.

—Eu senti falta... desse perfume.

Me afastei.

—Só... se mantenha acordado. –Pedi.

—Eu vou ficar. Agora guarde isso, não deixe que vejam.

Assim o fiz e esperei que dissesse algo a partir dai, mas ele não disse. Edward estava me encarando, seus olhos estavam mais despertos agora, mas eu sabia que ele não iria durar.

—Me desculpe por tudo isso. –Murmurou.

—Edward...

—Eu sinto a necessidade de fazer as coisas voltarem a ser como antes.

—Antes elas eram horríveis.

—Sustentáveis. Eu podia tocar você, eu podia estar no mesmo patamar. Você tinha um olhar diferente... parecia dar certo... antes.

—O que?

—Tudo. –Piscou.

—Vamos falar sobre isso de novo? –Tentei me esquivar do assunto.

—Quer ouvir uma sinceridade?

Dei de ombros.

—Você tem sorte por eu estar preso. Estar no mesmo lugar que você... não está sendo fácil para mim.

—Está para mim.

—Pare de fingir que não te afeto.

Sorri.

—Não afeta, não mais.

—Eles podem me matar e você se preocupou.

—Me preocupo com o Jasper.

—Jasper está bem, obrigada. – Cuspiu.

A porta se abriu novamente, era nosso segurança. Ele se aproximou deixando minha comida e agua. Edward o encarava como se pudesse mata-lo só com o olhar. E ele não deixou nada a ele.

—Hei. –Chamei. –E ele?

—Ele não come até segunda ordem.

Edward encarou o chão e depois ouvimos a porta se bater e fechar pelo lado de fora.

—Edward...

—Coma. –Mandou.

—Você precisa comer. –Me arrastei para ele.

—Preocupada comigo?

Eu queria soca-lo.

—Acho que desmaiado você não consegue nos tirar daqui.

Me encarou, Deus ele não devia me olhar assim.

—Um pouco pelo menos. –Tentei. –Não estou com fome.

Sem dizer mais nada me sentei a seu lado, eu não queria obriga-lo, mas ele apelaria para isso se não me ajudasse. Na primeira garfada ele se preparou, perdi muito tempo observando como seus lábios se prendiam ao objeto de metal. Como parecia contrariado enquanto mastigava em silencio. Suas mãos abriam e fechavam vez ou outra.

—Coma também. –Mandou.

—Eu estou bem.

—Agora.

—Edward...

—Apenas coma.

Dei algumas garfadas até ele esquecer de mim. Por um momento eu queria chorar e dizer que ficaria tudo bem. Não acreditava muito que estava reconfortando Edward, mas eu estava mentalmente. Seu maior medo era eu.

—Vou te ensinar a abrir correntes. –Falou.

Assenti.

—Vire a ponta do canivete na fechadura. –Me aproximei de seus braços passando as pernas por seu colo. Sua respiração batia em meu peito. –Não quebre a fechadura, force duas vezes para o lado e volte.

Estava difícil me concentrar desse jeito.

—E se alguém vier?

—Não vão. Agora faça.

Girei duas vezes e voltei. Não abriu.

—Tenta o outro braço.

Ouvi um pequeno clique, mas não se abriu.

—Tenta novamente o outro, agora com um pouco mais de força.

Girei duas vezes e voltei fazendo força, outro clique e estava aberta. A puxei do cano e Edward resmungou. Havia me esquecido que deveria estar dolorido.

—Me desculpe.

—Você conseguiu, amor. –Suspirou de olhos fechados. Ele me chamou de... amor.

Não Edward!

Me preparei para me endireitar, mas seu braço estava me prendendo agora, não era forçado – ele não tinha tanta força. Mas parte de mim não queria sair dali.

—Edward. –Ele estava em meu pescoço se afundando em meus cabelos. –Para com isso... –Sua mão deslizou por minhas costas e parou no que possível o último osso de minha coluna. Então me puxou para mais perto.

Não estava conseguindo pensar muito, estava me agarrando a vontade de mata-lo, mas ela se dissipava a cada segundo desde que ele voltou.

—Edward! –Falei firme. Seus olhos estavam em minha, sua mão agora fechada em meu cabelo. Puxando com força.

—Não me peça para parar agora, porque tudo o que me impedia de toca-la era essa maldita algema. Então antes que me prenda de novo, me deixe ter isso.

—Você acha pode ser assim...

—Não, mas não vamos ter tempo de discutir isso.

EDWARD

Não deixei que pensasse muito, estava admitindo a mim mesmo que as coisas possivelmente sairiam do lugar. Phill estaria a usando muito em breve e eu precisa – mais para mim mesmo – faze-la entender que eu não iria a lugar algum sem ela se me houvesse essa possibilidade. Não importava a quão corajosa ela era, eu não conseguia vê-la assim. Era apenas a minha mulher, que falhei miseravelmente e que agora estava onde deveria estar. Comigo!

—Por que fez isso? -Se afastou alguns centímetros de olhos fechados.

—Eu falei que faria. –Não com essas palavras mas falei.

A trouxe para mais perto me afundando em seus cabelos, lentamente suas mãos estavam envolvendo meu pescoço. Obrigado meu Deus!

—Você não devia.

—Eu não devia deixa-la longe de mim.

—Eu queria mata-lo. –Sussurrou contra meu pescoço. –Eu desejei isso tantas vezes.

—Eu sei.

—E você acha que pode mudar as coisas... você não pode.

—Você pode me matar ainda, no fim quando for apenas nós dois... agora não.

—Eu vou fazê-lo sentir...

—Eu sinto. –Respirei fundo. –Você é incrível.

Se afastou me encarando, seus olhos estavam molhados.

—Incrível é o nome que se dá a quem acabou e sair do inferno?

Sequei com as pontas dos dedos as lagrimas em suas maças.

—Não sei. Mas você é, hoje eu posso acreditar que sabe usar uma arma.

—Fui muito bem treinada para isso. –Juntou minhas mãos me prendendo novamente.

Não protestei, era apenas uma aula e eu tive mais do que imaginava ganhar. Bella continuou em meu colo me estudando e comecei a odiar o fato de estar preso. Demorou longos minutos até parecer acordar de seu transe e sair de cima de mim deixando um vazio incomodo.

***

Phill entrou na sala e a levou, uma, duas, três horas e ela não havia voltado. Não se ouvia nada além das tubulações onde eu estava. E um dia se passou, sabia disso porque se lembraram que eu comia e me trouxeram o jantar. Não se ouvia nada. Tentei pensar em algo, qualquer coisa que pudesse nos tirar de lá e nos levar para o onde o plano terminava. Phill gostava de uma competição e em parte, ele estava sozinho ainda. Ninguém se voltaria a mim enquanto não houvesse provas de que ele poderia governar tudo sozinho.

Mesmo que eu morra, homens de meu pai virão atrás deles. Cada um deles, como uma chave mestra. É o que fazem a anos, até que tudo mude. E ainda não havia mudado, simplesmente acabaria uma hora ou outra, mas ainda não.

Meus olhos estavam queimando quando a porta se abriu, não me mexi, dois dias haviam passado. Seus olhos estavam e mim assim que entrou em minha visão. Sua roupa estava suja de sangue e me apressei a me levantar, voltando a meu lugar e sentindo meus braços.

—Inferno! Você está machucada?

Bella se jogou a meu lado segurando meu rosto e me beijando com força. Seus dentes machucaram meus lábios enquanto parecia provar para si mesma que eu estava ali – era isso, não havia outra explicação. Seus dedos finos afastando meu cabelo para trás e segurando meu rosto.

—Vamos sair daqui, amanhã nós vamos sair daqui.

—Você esta machucada? –Perguntei uma última vez.

Negou embolando suas mãos em sua camisa e puxando o canivete sujo com sangue.

—O que você fez? –Perguntei.

Apesar de gostar da ideia de vê-la mais forte, eu não gostava da ideia de vê-la querer matar alguém e sujar suas mãos. Eu poderia fazer isso sozinho porque minhas mãos estavam mais sujas que as ruas da cidade, mas ela era diferente. Forte, corajosa, porem limpa.

—Bella!?

—Eu a acertei! –Gritou me encarando. –Eu a acertei, mas errei. Eu errei meu maldito alvo.

Minhas mãos estavam livres e a segurei.

—Você está chorando porque a acertou ou porque errou?

—Porque eu queria que fosse apenas uma vez.

A puxei.

—Você não vai fazer isso.

—Eu vou, eu preciso, por mim.

—Que seja, eu faço isso por você. Por quem você quiser, mas não vou deixa-la se sujar.

—Eu que decido isso. –Tentou se afastar, mas a puxei de volta.

Conferi cada pequena parte de seu corpo em busca de algo fora do lugar, mas ela parecia bem. Ela parecia muito bem. Então se levantou se arrastando de volta a seu posto e segurando a cabeça entre as mãos. Sua respiração subiu e desceu por um longo tempo.

—Eles sabem onde Jasper esta. –Murmurou. –Eles sabem mais do que poderíamos saber.

—O que?

Bella fechou os olhos.

—Eu não os entreguei. –Me fitou. –Eu não entreguei você, nem sua família... eles vão querer fazer uma queima de arquivo. Eles estão furiosos... querem mata-lo agora.

—Você não me entregou?

Negou.

—Precisamos sair daqui amanhã. –Puxou as correntes que um dia prenderam seus pés. –Precisamos avisar os outros, eu preciso avisar a polícia. Eles precisam cuidar dos meus pais! Phill armou tudo, ele vai me tirar do país com ele. Tem pessoas estranhas aqui, ele está perdendo território e talvez não sejamos os únicos a querer mata-lo agora.

—Nós vamos sair. –Tentei não cair ao me levantar. –Vamos cuidar dos seus pais. E você não vai a lugar algum sem mim.

—Depois que sairmos. –Segurou meu rosto. –Você vai sumir.

—Não.

—Sim! Não me faça quebrar minha palavra, Edward. Não me faça. –Suplicou.

—Pode começar quebra-la agora.

—Eles... vão pega-los.

—Cada um escolhe a forma como quer ver a liberdade.

—Você sabe que não... –A beijei.

—Só confie em mim, só termina quando eu digo que terminou.

—Não se mate. –Sussurrou contra meu pescoço.

—Não morra. –Pedi.

Era apenas promessas em forma de pedido.


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