Sob a Máfia escrita por Deih


Capítulo 35
34


Notas iniciais do capítulo

É agora ou nunca!



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EDWARD

Mais de cinco horas se passaram desde que sai de casa e rodei todos os lugares abandonados da cidade. Felix não acreditava que eles ainda estavam na cidade quando a polícia acabou de revelar que iria explodir suas operações nos próximos dias, mas estava decidido que iria ate o inferno para buscar Bella novamente.

Fechei o mapa depois de riscar mais um nome, o buraco estava aberto e não estava me preocupando em de que forma estava caindo. Eu sabia que iria ser preso quando a policia chegasse na minha parte do dossiê. Isso não estava me importando muito, estava cumprindo a promessa que quebrei diversas vezes.

Acordei com um cachorro latindo para o carro. Minhas costas estavam horríveis, certo você dormiu. Conferi a arma no porta-luvas e encarei o relógio. Mais três galpões e um deles teria que ser eles.

Felix deixou algumas coordenadas onde poderia travar minha inspeção – tudo o que menos precisava era da policia no meu pé a essa altura do campeonato. Encarei o relógio mais uma vez três horas depois, dois galpões e nada.

Acho que temos um lugar. O celular toca, Felix.

—Sim.

—Tem certeza que não quer ajudar?

—Certeza absoluta.

Felix bufou.

—Você está ficando louco?

—Não.

—Edward, eles vão te pegar além de saber quem é você agora.

—Essa é a intenção.

—Faça isso logo.

—Só faça o que pedir, o resto eu posso cuidar sozinho. Já sei onde estão.

—Vou manter os outros em alerta.

Desliguei.

Três horas depois estava no lado mais isolado da cidade movimentada. Não precisei de muito para saber que estava no lugar certo, pequenas movimentações aconteciam enquanto me aproximava, tirei a arma do porta-luvas. Eu não queria atirar – ainda – mas seria um bate e volta, mais do que justo.

Assim que passei alguns carros enferrujados, uma roda se formou a meu redor. Sim, estamos no lugar certo.

—Hei amigos. –Abri a porta. –Poderíamos começar com um, olá?

—É melhor você ficar quietinho aí.

Senti uma arma em minha cabeça.

—Não foi dessa forma que eu queria um, olá. –Consegui pegar a arma em minha cintura e atirar.

Acertei mais dois quando as gritarias começaram e fui jogado no chão em um momento de distração.

—Ora, ora quem veio nos visitar. –Encarei o sapato caro se aproximando enquanto tinha minha cabeça sendo espremida no chão. –O coloquem de pé. –Mandou. –E levem os outros para dentro... se estiverem vivos.

Bufei.

—Se lembra de mim? –Se aproximou.

—Reconheço um fracassado ate de olhos fechados. –Cuspi.

—Oh, isso é muito... engraçado. –Socou meu estomago. –Gosta de ser engraçado? Vou te ensinar a chorar de tanto rir. –Se aproximou. –E eu vou assistir.

Estava no chão, não me importava de chutarem meu estomago – contanto que deixassem minhas mãos livres para atirar depois. Phill estava sorrindo, não foi o suficiente para me apagar mas desejei isso quando vi Heidi gritando, vindo em minha direção.

—Parem com isso. –Mandou. –Os mande parar agora!

Phill a segurou.

—Ainda não querida, você o terá, mas ainda não.

—Você disse que ele não.

—Eu disse que ela não, e você não me escutou.

Bella!

Heidi sorria para mim quando me levantaram. Phill estava me encarando.

—Temos muito o que conversar, não é?

—Acho que sim. –Cuspi.

—Edward, meu amor. –Heidi tentou se aproximar.

—A tire daqui. –Phill mandou.

Um dos homens a puxou para outra direção, mas seus gritos ainda eram ouvidos. Seria fácil acabar com todos ali, mas o fácil não é o bom.

—O leve para cima, mantenham a porcaria da vigilância! Espero que não tenha medo de altura, Edward ou Ghost?

—O que desejar melhor. –Sorri sentindo o gosto de sangue em minha boca.

Não vi para onde estava indo, apenas me vendaram e me empurraram para algum lugar por longos minutos – cheguei a pensar estar andando em círculos. Não se ouvia nada além de ecos e passos. Prenderam meus pulsos e ouvi travas, tiraram a minha venda e pisquei duas vezes sem ter tempo de focar realmente em alguma coisa.

Me empurraram para dentro de uma sala e senti todos os meus ossos se quebrando com a queda. Aquele som irritante ficou mais alto, mas o que chamou minha atenção foi o som de correntes. Apoiei minhas mãos com muito esforço e me virei encarando o teto. Luz baixa e sala fria – não podia apostar em lugar melhor. Um cano passava por mim, mas vi os pés por uma brecha debaixo dele. Me levantei.

Seus olhos estavam em mim e nunca me senti tão forte em toda minha vida. Bella estava me encarando e não sabia dizer o que via em seus olhos – confiança e ódio, talvez. Ela estava vestida, tirando as marcas roxas em seu pescoço, parecia inteira. Seus olhos estavam frios e fundos e agora podia ver melhor. Seus cabelos estavam mais curtos, não era a mesma Bella ao mesmo tempo era. Talvez eu tenha criado esse conjunto todo.

Ela se move me fazendo acordar e seus pés estão presos, levo um segundo para perceber a porta se abrir e meu rosto ser atingindo. Maldito chão frio novamente.

Abri os olhos, por incrível que parece o som estava mais alto – em algum lugar havia uma maldita saída de ar. Pisquei algumas vezes até perceber que estava sentado e meus pulsos presos a um cano. Bella estava me encarando, suas mãos estavam livres, mas seus pés ainda estavam presos.

—Eu sei que quer me matar. –Foi a única coisa que se passou em minha cabeça. –Acho justo. –Tentei me mexer, mas todo o meu corpo estava dolorido. –Primeiro... me deixe te tirar daqui.

Bufou.

—É por isso que estou aqui.

—Cala a boca.

Um sorriso escapou e rápido demais ela se jogou para mim, suas correntes eram grandes o bastante para ela se aproximar o suficiente do meu pescoço.

—Acho isso engraçado?! –Gritou. –Isso não é engraçado, Cullen!

Enlacei meus pés em um pouco acima de sua cintura a puxando para mim. Algumas aulas de Krav Maga estavam fazendo efeito. Suas unhas gravaram em minha perna.

—Me desculpe, mas não posso usar as mãos.

—Me... solta!

—Me escuta! –Mordeu minha perna e a soltei.

Porcaria!

—Não toque em mim!

—Você tentou me enforcar primeiro.

Se arrastou de volta para o seu lugar. Ela ia começar a chorar porque seus ombros tremiam, eu só queria está solto.

—Eu falei sério, vim para tira-la daqui.

—Eles te pegaram! –Gritou.

—Na verdade, eu os deixei me pegar.

Me encarou.

—Era a única forma de ter certeza de que estava viva.

—Como sabia?

—Jacob.

Seus olhos cresceram.

—Onde ele está?

—Preso em uma sala, muito provavelmente.

—O que pensa que está fazendo? Por que o prendeu?

—Porque ele ia atrapalhar tudo e esse não é o plano. Sei que não quer me escutar, sei que não vai entender o quanto estou feliz por estar viva. Mas precisa pelo menos me ouvir, se tiros dessa vez.

Se encolheu.

—Quer começar ou quer que eu comece? –Ela apenas me encarava. –Não tenho muito tempo até apagar de novo, então deixa que eu começo.

Seus olhos estavam longes de mim.

—Depois que a deixei, sabia que nunca conseguiria me livrar de você realmente, porque nunca fomos o suficiente. Quando descobri que iria se casar, achei um passo muito longo parte de mim agiu por impulso, no meio disso tudo descobri que estavam te vigiando para me atingir. Phill entrou na história, com ele mais um bando de loucos por poder. Parte de mim só pensava em não perder o que tínhamos e mantê-la viva, mas você desobedeceu desde o princípio. Colocou meus monstros para fora de mim e nos quebramos todos os dias, e perdi o controle quando a máfia já não era nada que eu queria para mim. Então eu estava brigando para mantê-la em segurança e não deixar Jasper cair como eu.

Suspirou.

—Não podia contar tudo, mesmo te amando você sabia muito sobre mim e eu fui o cara responsável por destruir sua vida. Você tinha um dossiê sobre mim, tinha ligação na polícia e foi treinada para nunca ser moldada por terceiros. –Seus olhos me encontraram. –É o que ensinam. Então eu não podia contar tudo, era manter a mulher que amo em segurança ao mesmo tempo manter meus planos em sigilo porque ela tentou me entregar uma vez e eu a deixei em uma parte da sua vida que virou um inferno. Não importa quem seja, Bella, quando machucado somos monstros. Por que sermos bons com quem não foi bom com a gente. Meu primeiro plano era acabar com Phill, dar um tempo com tudo, forjar sua soltura. Você ficaria bem sem o perigo quando ele fosse resolvido, mas tudo deu errado quando ela chegou.

Bella cuspiu.

—Você sabia da parte que ela existia. Você defende Jacob agora, mudaria alguma coisa se eu contasse meu lado sobre ele? – Deu de ombros. –Não, eu sei. Ele foi especial para você, como Heidi foi para mim. Ela esteve comigo muito antes da minha vida virar, eu a trouxe para o meu mundo e ela não aguentou. Não houve nada que eu pudesse desconfiar dela, mas havia muito que eu pudesse desconfiar de você. Não estou pedindo para entender, estou colocando para fora tudo, apenas isso.

Meus olhos estavam começando a doer.

—O plano mudou novamente para leva-la para um lugar seguro e irmos embora, eu e você. Foi um choque tê-la de novo, foi um choque ouvi-la contar tudo o que passou. Só passou pela minha cabeça que eles fariam de sua vida um inferno, já que você estava comigo. Depois que fomos para o meu apartamento, depois daquela ligação para eu voltar, recebi uma informação de dentro da corporação. –Seus olhos estavam em mim novamente. –Tudo o que recebi, te acusava. Tudo o que fazíamos eles sabiam, foi quando o jogo virou. Eu não sabia se estava com a Bella ou a Isabella da polícia. Não queria acreditar, mas queria confronta-la e isso seria apenas nós dois. E as informações não paravam de chegar, eram pessoas que você confiava e eram pessoas que eu supostamente confiava.

—Eles mentiram. –Murmurou.

—Eles mentiram. Porque eles trabalhavam para Phill e estavam chegando a nós. Porque a mulher que eu achei ter destruído a vida, estava armando o tempo todo. E não importa quantas vezes me digam o contrário, qualquer um seria enganado. Eu fui, você foi.... Sempre voltei aquele dia depois de descobrir a verdade, mas nada parecia mudar. Você estava morta. Se não fosse por Jasper eu nunca saberia a verdade. Não havia mais opções além da dele, Heidi só confessou sob tortura então ela enlouqueceu. Cada passo foi estudado, tudo. E agora tudo o que quero é acertar as contas com cada um deles, por todos os dias, meses, por você, pela minha família... eu vou matá-la pelo meu filho... então se eu estiver vivo no fim, te dou as honras. Já morri tantas vezes que será mais do que merecida. Mas eu nunca deixei de te amar, não é algo que possa deixar...  Nunca.


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