Sob a Máfia escrita por Deih


Capítulo 34
33




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/595831/chapter/34

BELLA

Sabia que estava presa mesmo antes de abrir os olhos, minha cabeça estava pesada e latejando. Pisquei algumas vezes ate conseguir adaptar minhas vistas aio lugar, um som alto vinha dos canos passando no teto e não havia nenhuma saída de ar visível ali. Mexi meus braços – presos. Bem pouco tempo se passou ate a porta se abrir, não conseguia ver nada, apenas pés se aproximando e não precisava de muito para saber quem eram.

Respirei fundo contendo a pontada bem no meio da minha cabeça.

—Boa noite Bella adormecida, como se sente?

—Como sempre fazendo um péssimo trabalho, não é mesmo?

Phill sorriu.

—Espero que esteja falando sobre você.

Heidi me encarava, ela estava horrível – não se parecia muito com a mulher que vi da ultima vez. Mais magra e quebrada – em todos os sebtidos. Seus olhos eram o ápice da loucura e me perguntava se ninguém havia percebido isso antes.

—Me deixe matá-la. –Sussurrou.

—Ela merece, a morte é o que você mais merece nesse momento. Mas não, eu ainda consigo sentir compaixão por você.

—Dispenso.

—Bella, você não esta no direito de ser engraçada, aqui.

Sorri.

—Não estou sendo. Estou apenas mostrando a chance que você tem e esta dispensando.

—Por que fez tudo aquilo? Esqueceu o que eu disse? Edward ia ara baixo em dois segundos, mas não dessa maneira. Não nos entregando e entregando tudo o que preciso nessa maldita cidade! - Gritou. –Teresa teve o que merecia, você deveria ter o mesmo tratamento, mas ainda sinto algo por você.

—O que fez a ela?! –Tentei me soltar.

—Isso não convém agora.

—Eu vou mata-lo.

—Não vai, sabe por que? Confio em você. Primeiro a sede por vingança, depois a por poder. Vamos governar isso aqui.

—Não! –Heidi gritou. –Vamos mata-la, como você disse.

—Cala-se Heidi. Ela esta aqui porque ele virá atrás dela. –Phill afagou seu rosto. –Você o terá e não falaremos mais nisso.

Ela sorriu. Heidi assentia como se fossem verdades o que Phill dizia.

—Mas ela precisa pagar, agora. Me deixei, por favor.

Phill sorriu para mim.

—Teremos tempo para isso. Senti sua falta. –Se virou a mim.

—Não posso dizer o mesmo.

Começou a ficar frio conforme as horas foram passando, aqueles sons das tubulações estavam piorando a dor em minha cabeça, fechei os olhos por alguns minutos e acordei sentindo meu estomago sendo esmagado. Ela estava de volta!

Heidi estava me acertando como fez um dia e nunca desejei tanto esta solta, dessa vez eu não hesitaria em sujar minhas mãos.

—Grita. –Se aproximou. –Ninguém pode te escutar daqui. Ninguém. –Gargalhou.

—Você sabe que se não me matar, eu irei matá-la.

Gargalhou.

—Você nunca vai conseguir, Edward vai te matar. Eu vou te matar. –Choramingou. –E ele vai voltar para mim. Porque ele me ama.

Sorri.

—E por que você está aqui? Porque descobriram o que você fez?

Se sentou a minha frente.

—Tudo sua culpa... tudo sua. Você... você devia morrer. –Se jogou para mim. Suas mãos se fechando em meu pescoço.

Tentei me soltar, mas era inútil. Podia sentir suas unhas cravando em minha nuca enquanto me sufocava. Estava perdendo o foco mais rápido do que achei possível, apaguei novamente. Quando acordei uma segunda vez, uma luz entrava pelo vão da porta – que eu ainda não conseguia ver – e havia um dos homens de Phill na sala. Minha garganta estava seca e uma dor insuportável parecia rasga-la.

—Agua? –Perguntou. Assenti.

Eu não ia machuca-lo, não dessa vez – não ainda. Doeu quando bebi a agua comprovando o quanto estava ferrada. Meus pulsos estavam presos em uma barra de ferro e minhas pernas com enormes correntes – o que não fazia muito sentido já que não poderia ir para lugar algum.

Quando se afastou, tentei pensar em alguma coisa, qualquer coisa. Tentei associar os sons, mas tudo o que ouvia era ecos. Passos ao longe. Não era uma sala comum, era uma sala de controle talvez com enormes canos passando por todos os lados. Era morto e sombrio. Voltei a me sentar e ficar em silencio, nada do que eles dissessem me fariam falar.

Era morrer ou morrer.

Acordei com um forte estrondo, o chão havia tremido e como se um enorme sino tivesse tocado era impossível não gritar de volta ao som.

—Que merda é essa?! –Gritei.

—Pedreira.

O encarei.

—Estamos na pedreira?

Assentiu.

Pedreira!

O som cessou a porta se abriu e o vi deixar seu posto para ir receber quem quer que fosse, voltou com comida e não lembrava a última vez que fiz uma refeição.

—Eles vão querer falar com você depois, então coma e obedece. –Falou me soltando.

—Quem está aqui?

—Os chefes.

Comi, eu aprendi que comer e beber era mais importante do que colocar um armário no chão, afinal não vou conseguir isso sem força. Enrolei o máximo que pude, quando sai tentei cravar tudo o que o vinha. Era como um terceiro andar, havia caixas espalhadas por todos os lados. Vozes viam de fundo, as escadas rangiam conforme íamos avançando. Duas portas – trinco frouxo – até a saída.

A luz doeu minhas vistas.

Atravessamos um pátio, havia alguns carros ali, mas era impossível conseguir alcança-los.

—Como é o seu nome? –Perguntei tentando distrai-lo.

—Desista.

Droga!

Estávamos fora agora, Phill me encarava, Heidi estava lá e tudo o que queria era arrancar seus olhos. Alguns rostos eu conhecia, outros eu não fazia ideia de onde haviam saído. O Grandão a meu lado segurou meio ombro com um pouco de força me obrigando a parar.

—Nossa anfitriã chegou. –Phill sorriu. –Eu prometo que quando enxergar as coisas melhores, vai perceber que só quero o seu bem.

—Não conseguiu da primeira, não vai conseguir da segunda.

Suspirou.

—Bom, gostaria de uma grande apresentação, mas você deve conhecer alguns deles. Estava nos documentos que você roubou. Esses caras querem sua cabeça mais do que minha cara, Heidi. Alguns de nós estão sendo preso e da noite passada até essa manha perdemos grandes amigos. –Fingiu comoção.

Gargalhei.

—Você sabe que chegará sua vez.

—Não minha querida, não irá chegar. Eles não sabem onde estamos, como agimos. Seria muita burrice fazer um trabalho sobre mim mesmo.

—Eles virão atrás deles e chegarão até você.

Deu de ombros.

—Bom, mesmo não merecendo, vamos aos planos. Você será nossa isca, nosso ima fatal. Edward virá até você, não aqui, mas virá. Então vamos pega-lo.

—Você não consegue entender que isso nunca vai dar certo?

—Só saberemos se tentarmos.

—Vou fazer questão de destruir seu império. Vai ser gratificante.

Gargalhou.

—Você estará governando do meu lado. Estará aqui quando senti o gosto que isso tem.

—Amarga já basta a minha vida. –Bufei.

—Você precisa dar um jeito nessa mulher. –Um dos homens falou. Levantei o olhar para vê-lo melhor.

Não me lembrava de seu rosto em nenhuma das fotos que tive acesso.

—Se ela não nos acrescenta nada, não vejo porque não matá-la.

—Ela é o nosso passaporte se algo sair fora dos planos. –Phill o encarou. –Então ela permanece viva.

Seria como Heidi, em um piscar de olhos ele tentaria me matar também. E dessa vez não teria Phill por perto.

—Chefe. – Nós viramos para o galpão. Um dos homens de Phill se aproximava ofegante. –Um carro suspeito se aproximando, montamos a guarda nos dois lados do galpão. Vamos atacar.

—A leve de volta. –Phill mandou.

Fui arrastada de volta ao meu cativeiro, se passaram longos minutos até os primeiros tiros começarem e muito tempo até cessarem.

EDWARD

—Abaixa a arma, Jacob. Vou esquecer a consideração que tenho por você.

—Vá para o inferno! Onde ela está?!

—Bella não esteve aqui, não estamos com ela. –Jasper entrou na frente, mas o empurrei.

—Isso é um assunto particular, Jasper. Atire. Isso vai te fazer sentir melhor por não ter aquilo que quer? Vamos em frente, Jacob. Atire.

Seus olhos estavam vacilantes, consegui desarma-lo mais rápido do que achou possível.

—Isso seria divertido em nossos treinos, mas hoje não. –Puxei a arma de sua mão. Felix o segurou.

—Você a pegou.

—Não, mas vou encontrá-la.

—Ela o odeia!

Não.

—Isso é o que ela quer e o que você deseja. Mas não funciona assim.

—Você não tem mais poder sobre ela.

—Nunca tive. Achou mesmo que a teria? –Sorri. –Sempre tentou, não é mesmo? Mesmo quando trabalhava para mim.

—Você nunca a mereceu.

—Você não é diferente de mim quando vive a mesma vida que eu. Acho que os cargos mudam, apenas isso.

—Eu jamais faria mal a ela.

—Isso te coloca em vantagem. Mas Bella e eu é um assunto particular. Se quer ajudar a encontra-la, preciso que me diga o que ela fez nos últimos meses.

—Eu não vou ajuda-lo.

—Soltei o relógio, Jacob.

Três horas depois Jasper estava em minha sala esperando uma resposta, Peter me passou o mapa e eu podia resolver isso sozinho – precisaria deles como segurança e não haveria segurança com todos juntos.

—O prenda em um dos quartos.

—Edward, ele quer ajuda-la.

—Eu sei, mas eu posso tentar resolver isso sozinho.

—Não sozinho.

Felix pigarreou.

—Faça o que ele está pedindo, Jasper.

—Ele colaborou, por que vamos prendê-lo?

—Porque ele irá atrapalhar. Por favor.

Jasper deu de ombros deixando a sala. Felix esperou alguns segundos antes de me jogar a chave do carro.

—Tem certeza que vai sozinho?

—Sim, deixei minhas coordenadas em suas coisas. Se eu não voltar, já sabe o que tem que fazer.

—Acha que Heidi está com ela?

—Acho que ela está com os dois. Heidi não consegue dar um passo sozinha.

—Quanto tempo até ir em todos os galpões?

—Três dias. Você sabe o que fazer.

—Isso é arriscado.

—Se tudo der certo... isso vai afundar e a única coisa que irá importar, é ela.

—E se ela não te querer?

Guardei minha arma.

—Isso não vai mais existir e ela vai finalmente viver a vida dela.

—Tao fácil assim? –Sorriu.

—Você sabe que não, sei que irá me manter longe por tempo suficiente.

—Oh sim, irei prendê-lo em um dos quartos a pão e agua. –Me abraçou. –Se cuida garoto. Seri o quanto quer sair desse pesadelo.

—Na verdade eu quero tira-la.

—Você vai conseguir. Mantenha Jasper longe, você não sabe onde estou.

—Tudo bem. Boa sorte.

Não era bem de sorte que eu precisava, mas a traria de volta. Se não fosse para mim, seria para vida normal. Ela teria uma.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agora vai.