Sob a Máfia escrita por Deih


Capítulo 22
21




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/595831/chapter/22

Bella

Você não pode fugir do inevital, eu sabia disso. Teresa estava sentada em uma das poltronas na sala, me mantive afastada, perto da escada. Phill era tão patético que não conseguia me assustar, eu tinha pena dele. Apenas isso. Quando a porta se abriu o vi desfilar pela sala, um sorriso dançando em seus lábios, alguma conquista fora de casa muito provavelmente.

–Teresa minha querida.-Phill se aproximou a beijando no rosto.-Ainda por aqui?

–Não vou te deixar nem tão cedo querido.

Pigarreei e seus olhos me encontraram, era uma mistura de surpresa e encantamento por me ver ali.

–Preciosa? – Eu odiava profundamente esse modo de me chamar.-Você acordou para nós.

–Devia ter feito o serviço direito e me matado, seria mais produtivo.

–Jamais permitiria que o equívoco de Heidi a matasse.

Equivoco?

–Você chama aquilo de equívoco?

–Talvez um equívoco grave que foi parado a tempo.

Deixei uma risada escapar.

–Eu sinto muito, de verdade, eu sinto pela criança. Acho que ela seria uma criança feliz se eu soubesse, é claro que não teria a deixado te tocar. Acredite eu tentei salva-lo.

Senti as lagrimas queimando em meus olhos, mas não as deixei cair.

–Eu sei que não confia em mim.-Uniu as mãos, minha presença ainda o deixava surpreso.-Mas eu estou aqui para cuidar de você. Teresa é a prova de que não deixo ninguém respirar por muito tempo, ainda mais alguém que me traiu.

–Devo dizer obrigada?

–Não minha querida, não há nenhuma necessidade disso. Mas quero que se junte a mim.

–Não vou me juntar a você. Você matou pessoas que eu amava.

–Não, aquilo não era amor, era muito pouco tempo para isso. Eu apenas facilitei as coisas para você, serio, você não estaria viva agora. Edward ia matá-la, e posso te dizer que ele não iria querer essa criança.

–Cale a boca! -Gritei.

–Não seja ingênua, Bella.-Falou como se estivesse explicando a uma criança o certo e o errado.- Edward a deixou lá quando tem um bando de revoltados atrás dele. Quando a maioria sabe quem você é.-Gritou andando de um lado a outro.-Ele não se importa com você, ele não se importou. Você é boa, corajosa e isso me encanta. Temos o mesmo objetivo agora. Não gosto de admitir, mas eu te avisei. Olhe onde estamos. Esse é o seu lugar.

Não. Eu não tinha mais um lugar, ele foi se perdendo ao longo dos tempos. Me retirei sem saber se devia ou não dar as costas a ele. Estava em meu quarto novamente, respirando fundo encarando a porta, esperando que passasse por ela. Que gritasse e me batesse, mas ele não o fez. Apenas o silencio se arrastou por longos minutos antes de Teresa aparecer, ela me abraçou, apenas isso.

–Ele não vai te fazer nada.

–Eu não tenho medo de qualquer maneira.-Me afastei.-Eu preciso que me ajude em uma coisa.

Teresa me encarou.

–Preciso que vá a um lugar para mim.

–Um lugar onde?

Peguei o bloco de anotação que achei em uma das gavetas mais cedo, onde anotei meu antigo endereço.

–Preciso que vá até esse endereço e verifique para mim tudo o que está lá. Se alguém esteve lá desde que sumi.

–Que lugar é esse?

–Um péssimo investimento que veio a calhar agora.

–É seguro para você?

–Isso não se trata de segurança, Teresa. Não tenho isso em lugar nenhum.

Depois que ela me deixou, passei um tempo deitada. Os passos no andar de baixo eram fáceis de ser percebidos. Eu não queria dormir, mas não queria Phill ali, me encarando com aqueles olhos luxuriosos, não queria suas mãos em mim, seria capaz de arranca-las. Me sentia totalmente fora do lugar. Só precisava pensar em uma forma de sair dali, se Teresa iria realmente me ajudar, me aproveitaria de todo o custo no fim. Tudo o que preciso fazer é descobrir onde eu realmente me encaixo nisso, e eliminar o máximo de perigo que me cerca. Começando pelas pessoas que trabalhei. De alguma forma Edward tinha razão, eu poupei muita gente que não estava pensando em me poupar. Ele se enquadrava nelas.

Duas semanas e três dias

–Essa é minha quarta visita e não há nada lá, tinha algumas coisas destruídas como te disse e uma mulher disse que o apartamento havia sido invadido por vândalos, mas os proprietários não haviam aparecido.

–Invadido?

–Sim, ela disse ser por jovens. Mas não sei se ela apenas chutou esse palpite ou se foi isso realmente. –Teresa falou enquanto trançava meu cabelo.

–Tudo bem.-Suspirei.-Alguma coisa maior?

–Não. Phill está desconfiado de mim, andou me questionando sobre nossa amizade.

–E o que disse?

–Que a muito tempo eu não tinha uma amizade duradoura. Ele acreditou.

–Eu preciso ir até a sala dele.-Me virei.-Pode me ajudar?

Teresa segurou meus ombros.

–Ele quase a pegou da última vez, não vou poder intervir se ele a pegar agora. Não se esqueça o que eu disse e o que repito sempre.

–Eu preciso correr os riscos.

–Com cautela. Ele está em reunião agora, não posso deixa-la ir.

–Reunião?

Assentiu se afastando recolhendo meu cabelo no chão, ele cresceu bastante, mas nunca gostei dele tão grande, então estávamos de volta ao seu cumprimento abaixo do ombro.

–Posso sair, certo?

–Não.-Falou firme.-Vou buscar alguma coisa para você comer, se eu conseguir qualquer coisa eu te falo.

Assim que deixou o quarto me apressei para sair também. Phill teve duas reuniões nas últimas semanas com pessoas que eu não vi entrar nem sair da casa. Dois de seus homens estavam distraídos a base de cerveja, então deslizei para a lateral da sala em direção ao corredor principal. Era possível ouvir o falatório vindo do escritório, a porta não estava trancada, e havia uma fresta o suficiente para mim.
A sala estava cheia, a enorme mesa muito bem ocupada. Havia um homem negro na ponta da mesa encarando a porta e isso me fez recuar. Passei um longo tempo assim até tomar coragem e me aproximar novamente, sua atenção estava voltada a outro ponto. Eu não entendi o que eles diziam, cada um dizia uma coisa mas ouvi sobre carga e fronteira. No meio disso tudo uma voz me chamou atenção e precisei me aproximar mais para ter certeza. Senna? Meu coração estava batendo em meus ouvidos quando a vi.
Senna esteve comigo a maior parte do tempo em minha profissão, ela me falava sobre a máfia, o que eu tinha que fazer, o que não era permitido. Ela trabalha na inteligência da corporação, ela sabia demais. Eles realmente me enganaram, eu fui uma maldita isca para o sucesso. A porta se abriu e Phill me encarou, ele estava bravo, irritado e podia dizer, traído?

–O que faz aqui? -Perguntei aos gritos.

Meus olhos estavam na morena na primeira cadeira, Senna me encarava. Não sei o que deu em mim, apenas dei alguns passos antes de fechar minhas mãos em seu pescoço e apertar com todas as minhas forças. Suas unhas cravaram em minha pele, mas isso impulsionou minha força e eu não parei até ver as lagrimas se acumular nos cantos de seus olhos.

–Eu vou matar você.-As palavras saíram estranguladas.

–Bel... la.

Phill segurou minhas mãos e tentou me afastar, mas a puxei comigo, ouvi Teresa atrás de mim enquanto meu coração batia rápido. Seus lábios estavam ficando brados quando senti o impacto em minha cabeça e a soltei caindo para trás, tudo se apagou lentamente.
Estava acorrentada em meu quarto quando acordei, Phill estava sentado em uma cadeira perto da cama alisando a barba por fazer. Minha cabeça estava doendo, e não era pouco, mas estava aprendendo a lidar com a dor.

–Por que você faz isso? Para Edward isso podia ser diversão, mas para mim isso não é. Você podia tê-la matado.

–Eu odeio vocês.

–Ela é nossa amiga.-Falou calmamente.

–Não! - Gritei.- Ela me traiu, eu confiei nela, eu disse coisas para ela.

–E ela disse para mim e agora somos uma equipe. Entenda isso, Bella. Você quer ter uma vida, certo?

–Você acha que eu ainda posso ter uma?

–Não estaria viva se eu não achasse. Só confie em mim e tudo dará certo.

–O que realmente quer comigo, Phill?

Seus olhos brilhavam.

–No começo, matá-la. Agora, eu quero ser melhor do que ele, eu vou protege-la. E você verá que posso ser bom para você.

Neguei.

–Prefiro que me mate agora a alimentar esse seu desejo. Eu nunca, jamais deixarei que me toque, eu tenho nojo de você.

Seus olhos perderam o brilho e suas feições endureceram, ficamos por alguns segundos nos encarando antes de se levantar.

–Esse será seu novo modo de viver. Acorrentada, só sairá daí para comer e tomar banho. E depois volta.

Ele queria me ver humilhada, eu não me humilharia. Eu não me juntaria a ele, nem se dependesse da minha sobrevivência.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que dê para entender um pouco que EXISTIAM pessoas dentro da policia usando a Bella para o Edward se entregar; Senna era uma dessas pessoas que passavam informaçoes falsas para espioes do Edward e isso incriminava a Bella, afinal as informaçoes vinham da policia. Ate a proxima!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sob a Máfia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.