Sob a Máfia escrita por Deih


Capítulo 23
22




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Edward

–Onde esteve? –Jasper perguntou um tom mais alto que o normal.

–Trabalhando.-Falei. Podia contar quantas voltas ele deu em minha sala, antes de parar e me encarar.

–Já se passou mais de um mês e essa sua ideia brilhante não é tão brilhante assim. Coloque a droga desse seu cérebro no lugar novamente e foque no que está acontecendo, Edward. Bella está morta, Phill disse que a jogou no rio e você viu as roupas dela.-Sua voz engasgou.

–Era só isso?

–A polícia vai te descobrir, é isso o que quer?

Dei de ombros.

–Você sabe que ela está morta droga! Pare de alimentar isso. Pare de ajudar a polícia com essa porcaria de ajuda financeira para acha-la, porque ela está morta...

–EU PRECISO DO CORPO DELA! EU QUERO O CORPO DELA! NÃO IMPORTA SE VAO ME PEGAR, EU A DEIXEI MORRER. EU! – Precisei respirar fundo algumas vezes para manter a calma. Mas nas últimas semanas, ninguém sabia o que era isso.

Jasper deixou minha sala, não tínhamos mais um lugar para se esconder. Agora éramos nós dois vivendo em meu apartamento enquanto o resto de nós ficava em prédios espalhados pela cidade. Aqui eu sou Edward Mansen, um bom homem. Encontrei, Aro a uma semana em uma feira na faculdade de Jasper, eu precisei colocá-lo na conversa e um senhor citou Bella. Isso doeu dentro de mim e precisei me segurar para não desabar diante a eles. Formamos um grupo e o assunto era quase sigiloso, foi fácil me envolver. Oferecer uma ajuda amiga indiretamente.

“Ela era uma boa garota, Isabella não tinha medo de nada. Sabemos que vamos encontra-la viva, estamos trabalhando duro para encontrá-la. Só que esse tipo de meliantes sabe o que estão fazendo, Bella pode ser trocada ou vendida. Ou eles estão a mantendo para ser a saída deles. Montamos um cerco e em breve iremos acha-los, essa informação vazou e a perdemos de foco. Tentamos dar uma vida normal a ela, nunca pensamos que isso poderia acontecer. Ela parecia bem feliz com a vida nova ”

Aro parecia realmente gostar dela, seus olhos eram tristes quando falou sobre ela. Esperei o senhor oferecer uma ajuda de custo para oferecer a minha também, afinal, somos ricos e eles não se importam. Eu sabia que estava decretando meu fim ali, mas querer uma coisa que os levasse a encontra-la me ajudaria.
Mandei Heidi para um apartamento longe do meu, eu precisava ficar sozinho e mesmo sabendo o quanto isso a magoava, eu precisava mantê-la longe. Porque sempre que estava com ela, me sentia sujo. Sempre me arrependia de ter dado as costas a mulher que eu amava, sempre me odiava por ter duvidado dela. Mesmo não sabendo de nada, mesmo ainda estando longe de saber. No fundo eu sabia que ela era inocente, mas estava com raiva, com raiva de mim, apenas de mim.

–Veio me dar sermões também? -Perguntei assim que Felix entrou na sala.

–Não. Apenas dizer que Heidi está aqui e que ela e Jasper discutiram, então você vá lá faze-la calar a boca ou não serei tão tolerante assim. E olha que não gosto de bater em mulher.

Droga!

Heidi estava chorando encolhida no sofá, Jasper não estava mais e eu não iria atrás dele.

–Por que estão todos me culpando pela morte dela? –Gritou.

–Ninguém esta te culpando, só é um pouco difícil para eles.

–Mentira. É como se eu tivesse a matado, é como se ninguém tivesse visto que ela os traiu. Por que eu?

Mil vezes droga.

–Está tudo bem, vou pedir ao Peter para leva-la para casa.

–Eu não quero ir, eu quero ficar com você. Aqui!

–Jasper está aqui.

–Dane-se ele. Eu não me importo com ele, eu não vou ficar sozinha, Edward. Por favor não me deixe sozinha.-Me abraçou.-Eu preciso de você, sempre.

–Tudo bem, você pode ficar, mas hoje eu tenho que sair.

–Por que? -Me encarou.

–Vou resolver algumas coisas fora.

Esperava não ter Felix atrás de mim para me entregar. Assim que a mantive calma, deixei a sala e rumei para o escritório pegando minhas chaves e saindo do apartamento. Era uma sensação incomoda ver tanta gente ocupando meu espaço quando eu queria apenas ficar sozinho. Encarei o jornal no banco de trás onde havia uma nota sobre mim: Depois de uma breve conversa entre amigos, as investigações no caso de Isabella Swan ganha apoio... encarei o sinal abrir e dei partida.
Em pouco tempo estava refugiado no pequeno apartamento onde a encontrei um dia. onde tinha esperanças de vê-la sempre que chegava até ali. Mas ela nunca estava, apenas a minha bagunça que fiz e apesar dela ter tido ali muito pouco tempo, tudo cheirava a ela. Sem pensar duas vezes, tirei os sapatos e me enfiei nos lençóis respirando fundo, sentindo as lagrimas queimando em meus olhos até pegar no sono. Esperando acordar a qualquer momento depois de algum pesadelo horrível, eram sempre terríveis, sempre machucando ela. Eles sempre a machucava, e isso me feria mais do que parecia possível.
Encarei o relógio as cinco da manhã, estava chovendo minha camisa estava colando em meu corpo e uma sensação de mal-estar me matando. Consegui chegar até o banheiro e me enfiar embaixo do chuveiro respirando pela boca. Passei o resto da manhã apenas esperando a hora passar, pela primeira vez falei com minha secretaria por mais do que cinco minutos. Tinha uma reunião marcada as duas e era quase uma, era a minha outra vida me chamando de volta. Dirigi de volta para casa e Heidi me esperava na porta com um enorme sorriso.
Eu devia dar atenção a ela, também devia ser sincero. Dizer que vê-la de novo havia sido uma surpresa, mas que deixa-la tê-lo ficado acabou comigo. Porque eu perdi quem eu realmente amei de verdade. Mas que diferença isso faz agora? Ela está morta.

–Você demorou, está tudo bem?

–Sim e você?

–Só o Jasper não gostando muito de mim aqui, mas estou bem.-Abriu um meio sorriso.

–Eu vou até a empresa.

–Isso me deixa feliz. Você está tendo uma vida normal agora.

Jasper descia a escada com um sorriso irônico.

–Edward tem uma vida normal agora. Quando terei sobrinhos?

–Jasper.

–O que? Só estou comentando.-Ergueu as mãos. – Eu sempre acreditei que uma hora deixaríamos de viver uma farsa.

–Eu não vou falar de novo, Jasper.

–Tentar ter uma vida normal com Heidi, não vai mudar as coisas. Ela sabe disso e você sabe disso. Fingir que a Bella não foi nada, que nossos amigos morreram não vão mudar.

–Chega, Jasper! Eu sei que as coisas não vão mudar, mas eu não quero que fique repetindo essa merda o tempo todo. Porque eu sei droga!

–Ótimo. Acho melhor você ir agora, ou vai se atrasar.-Falou sem expressão.

–Você não pode me culpar pela morte dela.

–Ninguém precisa dizer a verdade quando ela já está dita, Edward. Eu não preciso culpa-lo. E pensando bem.-Parou a um passo da cozinha.-Você tem razão em querer ter uma vida normal, por que olhe a seu redor. Não temos mais uma máfia, tudo desabou quando ela se foi.

Heidi o fuzilava com o olhar e deixei meu ar sair quando ele se foi.

–Ele sempre vai me odiar, mas eu não me preocupo, se você me ama.

–Fique bem. Eu volto em algumas horas.

–Me deixe ir com você?

Eu não queria, mas ela me acompanhou, esperei que ela me questionasse sobre meu silencio. Que lembrasse como éramos, mas ela não fez isso. Heidi sabia que eu não conseguia mais ser aquele que ela conheceu, ela me deixou antes de eu me acostumar a ser ele. Chegamos empresa e segurei sua mão, havia um grupo de estudantes sendo instruídos a alguma coisa e assim que nos viram algumas fotos foram tiradas, mas seguimos direto ao elevador. Eu nunca vivi a fundo minha profissão dentro dessa empresa que era uma surpresa não só para mim.
Havia pessoas que tive um ou dois contatos ali, clientes que sempre me comuniquei apenas por e-mail. Heidi ficou em minha sala, eu não estava realmente preocupado agora e como imaginei minha cabeça ficou nas nuvens enquanto minha secretaria me ajudava a resolver os problemas que eu mal sabia onde começavam. Foram quase duas horas quando me retirei da sala indo para o meu escritório.
Heidi me encarou, ela tinha meu jornal em mãos e o atirou em mim assim que me aproximei o suficiente. Ela havia chorado, seus olhos estavam inchados.

–Por que? –Perguntou em um sussurro.

–Isso não é da sua conta, Heidi.

–Edward, por que? -Perguntou lentamente.-Só me diz por que?!

–Porque sim. Porque eu quero que a encontre.

–Ela não merece isso! Você está do lado deles!

–Não! -Gritei.-Eu não estou do lado de ninguém, mas eu vou ajuda-los a encontrar o corpo dela.

–Eles sabem que ela está morta? Por que não diz a ele?

A encarei.

–Pare de se afundar, ela não existe mais.

–Eu a conheci, Heidi.

–Você acha que a conheceu, Edward, mas ela te apunhalou pelas costas. Ela o entregou e se a polícia te pegar depois de todos esses anos você irá apodrecer atrás das grades!

–Eu não me importo! -Explodi.-Eu a deixei morrer... e eu a amava! Isso ninguém pode mudar. Nem você, nem ninguém. Acha-la é o máximo que posso fazer.

Seus ombros cederam a vi deixar a sala batendo a porta pelo caminho. Inferno!

Isabella

–Ele não vai me soltar daqui! -Gritei. Teresa estava proibida de entrar em meu quarto fora do horário e eu não sabia como ela conseguia isso.

Ela gostava de desafios tanto quanto eu.

–Eu sei.-Soltou meu pé.-Ele está ficando pior a cada dia.

–Certo, o que descobriu? Já estou presa há semanas, eu quase não sinto os meus braços. Eu preciso sair daqui agora, sem mais demora!

–Edward está ajudando a polícia.

A encarei.

–Como?

–Ele fez algumas ligações para Phill, ele acha que você está morta, Bella. Phill não disse onde deixou seu corpo. Então ele resolveu ajudar a polícia com um apoio provavelmente financeiro. Estão todos comovidos com sua ausência.

Encarei meus pés mantendo as lagrimas em seu lugar.

–Ele quer o meu corpo, ele ia me deixar em qualquer lugar. Por que ele quer o meu corpo? A mulher dele não deu o recado? Eu o odeio!

Teresa sorriu.

–O que foi?

–Você não o odeia, e eu te entendo. Acabamos odiando a nós mesmos quando não conseguimos o que realmente queremos. Isso leva tempo.

–Eu quero a cabeça dele.

Teresa deu de ombros.

–Quando vai me ajudar a sair?

–Assim que eu te der toda informação que precise.

Bufei.

–Isso vai demorar mais semanas?

–O que vai fazer quando chegar lá fora? Sair atirando em todo mundo? O que você tentou fazer antes disso tudo, Bella? Pense e me diz.

Respirei fundo algumas vezes.

–Tem mais coisa para me dizer?

–Muita coisa para te dizer.

–O que vai fazer se isso tudo der errado?

Sorriu. Eu odiava aquela calma.

–Não vai dar errado. Eu vou voltar para casa. Minha estadia aqui se estendeu porque você chegou.

–Por que?

Teresa me encarou.

–Não vou deixa-lo matar outro inocente. Agora se prepare, amanhã ele provavelmente a deixará assistir uma reunião.

–Por que?

Sorriu.

–Ele te inseriu em sua máfia. Mas Phill não sabe nada sobre o que é ter uma máfia, ele é apenas um policial corrupto cego pelo dinheiro e fama. Mas tudo isso acaba.

–Pode me soltar um pouco? -Pedi.

–Infelizmente não posso ajuda-la dessa vez, amanhã eu volto com roupas e mais informações.

Eu não consegui dormir, minha cabeça estava cheia demais para isso. Então encarei o teto pela noite toda, sem ouvir qualquer som que me alertasse que não estava sozinha em casa. Tentei ocupar a mente pensando no que fazer realmente depois que deixasse aquele lugar, eu já sabia que Aro não era a parte ruim disso tudo, então pela minha linha de raciocínio, Senna era uma informante e poderia haver mais alguns deles dentro da corporação. Tudo o que faziam lá, ela trazia para cá então isso colocava Phill um passo à frente de tudo, pobre Aro. Senna tinha Eliezer como seu braço direito, então não descartaria a possibilidade de ele estar junto com ela nessa, pelas últimas conversas que ouvi na sala de reuniões, nem todas as máfias estavam do lado de Phill, mas ele estava tentando. Isso não podia soar positivo quando ele só estava começando, pegar Edward era só uma forma de mostrar força e assim, destruí-lo lentamente. Apenas isso.
A porta se abriu e um homem entrou, segurava um saco preto e me encarou por um longo tempo me avaliando e eu tinha certeza que isso não fazia parte do serviço. A arma em sua mão esquerda era um aviso caso eu fizesse qualquer gracinha, então deixou o saco ao lado do meu pé e soltou minhas mãos que gritaram aliviadas.

–Você tem dez minutos. –Avisou.

O encarei.

–Pode sair.

–Não posso.-Me fitou.-Ordens do chefe.

–Manda o seu chefe ir para o inferno.

Ele sorriu e encarou o relógio. Peguei o saco na cama e segui para o banheiro batendo a porta, eu precisava de um banho urgente. Encarei os remédios na bancada da pia que Phill me obrigou a tomar, ele fazia questão de me dá-los desde que me manteve acorrentada na cama, isso era digamos uma maneira de eu não ter minhas necessidades tão ativas. Então meu ciclo estava parado a um mês praticamente.
Tomei um banho frio, isso fazia meu corpo acordar, me faria senti-lo. Duas batidas na porta, então me sequei e peguei as roupas na sacola. Uma calça jeans e uma camisa de gola com mangas longas pretas. Prendi meu cabelo no alto da cabeça e me encarei no espelho, um morto deveria estar mais vivo do que eu. Escovei os dentes me sentindo feliz por ter uma escova ali, me sentia bem por alguns minutos como uma pessoa normal. Outra batida na porta e eu estava fora.

–Onde está Teresa?

–Saiu.

–Saiu?

Assentiu sem me olhar.

–Para onde?

–Não é da sua conta, muito menos da minha.

Dei de ombros e seguimos para a sala que eu tanto conhecia. Phill me encarou assim que passei por ela e um sorriso surgiu pouco depois, as seis principais cadeiras estavam ocupadas. Todos homens, um deles sorriu para mim, sua pele era extremamente vermelha e ele tinha uma cicatriz na testa, ao seu lado um gordo baixo mexia no anel em seu dedo, o outro me avaliava sem emoção, os outros dois mais perto de mim apenas encaravam a mesa sem humor e o último, semicerrou os olhos ao me encarar. Senti um estalo na espinha e cruzei os braços.

–Isabella, você está muito bem. –Phill comentou como se eu estivesse vindo de um spa.

–Dispenso suas palavras.

Alguns sorriram.

–O que já conversamos sobre a sua postura?

–O que você quer?

Apontou a cadeira ao lado de um dos seus amigos, mas preferi caminhar até o fim da mesa e me ocupar de outra cadeira vazia. Ele não gostou muito bem disso.

–Vamos tratar de negócios agora.

–Tratar dele, você quer dizer. –Edward. Era apenas isso.

Um sorriso de satisfação cresceu em seus lábios.

–Com toda certeza, preciosa. Vamos tratar dele.


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Notas finais do capítulo

Heidi já esta com medo!!