My Little Runner escrita por Angie


Capítulo 28
Down Low


Notas iniciais do capítulo

Ei pessoas, tudo bem com vocês?
Como expliquei no capítulo em forma de aviso (que já tratei de excluir, rs), não tive condições de postar antes, mas cá estou e peço desculpas pela demora.
Esse capítulo ficou muito menor do que eu esperava, principalmente porque madrugada passada perdi metade do que havia escrito (acreditem, quase dei um chilique) e não poderia esperar mais para postar, então vai ter que ser só isso mesmo...
Sobre o título: Esse é o nome de uma música do The Weeknd. Estava escutando quando escrevi boa parte desse cap e como fiquei sem criatividade resolvi colocar como título mesmo, rsrs.
Eu realmente não sei o que vocês vão achar do que escrevi, mas espero que gostem (principalmente porque algumas pessoas me cobraram um momento desse casalzinho problemático, rsrs).
Enfim, boa leitura!



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Down Low - The Weeknd (caso alguém queira escutar).

Imprevisível.

Essa é uma ótima palavra a ser usada se seu objetivo for descrever Minho. Não importava quantas vezes Camille estivesse com ele, sempre era tomada por um turbilhão de diferentes sensações que só o garoto tinha o dom de trazer a tona.

Nos últimos dias Camille se imaginava em diversos momentos tendo aquela conversa com o asiático. Desejava poder fazer com que ele a escutasse e entendesse seu lado da história, de modo que tudo eventualmente voltasse ao normal. O que realmente não esperava era que, em menos de alguns minutos de discussão, se encontraria naquela situação com ele.

Não conseguiu ter outra atitude a não ser retribuir o beijo, seu corpo reagindo imediatamente ao toque. Minho moveu a mão de seu rosto para sua nuca, apertando seus cabelos entre os dedos enquanto com o outro braço agarrava suas costas, trazendo-a para mais perto. Ela, por sua vez, pressionou as mãos em seus ombros largos, sentindo sua rigidez.

A mente de ambos estava nublada, não eram capazes de raciocinar sobre o que estavam fazendo ali; qualquer resquício de bom senso caíra por terra no momento em que seus lábios se tocaram. O beijo se tornava mais intenso a medida que os segundos passavam; parecia necessitado, faminto, urgente.

Minho girou nos calcanhares, movendo-se pelo cômodo sem nunca se desgrudar dela. Camille estremeceu ao sentir suas costas baterem na superfície gelada de uma parede. As mãos dele então começaram a deslizar por todo seu corpo, rodeando seus quadris e parando em suas coxas, para em seguida puxá-las para cima, de modo que a garota rodeasse seu tronco com as pernas. Camille retribuiu o beijo com voracidade e Minho gemeu em sua boca quando ela apertou as pernas nele.

O garoto então iniciou um trajeto minucioso de seu queixo até pescoço, parando em um ponto qualquer e afundando os dentes na pele clara da garota.

— Minho... — ela gemeu e puxou seus cabelos escuros. Fechou os olhos, estava extasiada.

Ele riu baixinho, parecia se agradar de ouvi-la o chamando daquela maneira. Camille moveu as mãos, passeando por todo seu tronco e braços enquanto ele ainda explorava próximo a sua orelha. Seus dedos tocaram a pele quente de seu peito ao atravessar os botões da camisa entreaberta.

Minho então parou o que estava fazendo e a encarou. Camille gemeu de desaprovação, não queria que ele parasse, mas também o olhou. Um tremor abalou sua estrutura e se sentiu entorpecida ao observar a expressão do garoto. Seus olhos negros estavam dilatados de desejo, pareciam despir sua pele como se fosse devorá-la.

Ela não pensou duas vezes e agarrou seu rosto, puxando-o para mais um beijo apaixonado. Ele a pressionou ainda mais na parede, se é que era possível. Sentiu-o deslizar as mãos por debaixo de sua camiseta e movimentar os polegares por sua barriga. O beijo durou tempo suficiente para fazer com que perdessem o ar; Minho puxou levemente seu lábio inferior com os dentes antes de se separarem em busca de oxigênio.

Camille passou a língua involuntariamente onde ele a mordeu antes de voltarem a se beijar novamente. Ambos estavam tão extasiados que o mundo ao redor parecia se desfazer, tudo que conseguiam pensar era em como ansiavam por cada segundo juntos. Ela passava as mãos por seu rosto e pescoço, a pele dele parecia queimar a medida que seus dedos o tocavam. Camille pôde notar ele arrastando os dedos por seu tronco, afastando-a centímetros da parede quando passou-os no meio de suas costas. Seu corpo respondeu imediatamente, arqueando-se para mais perto dele enquanto ele continuava a lenta tortura de deslizar as mãos por aquela região. Ela sentiu todo o peitoral do garoto colado ao seu corpo e gemeu em sua boca por não poder se grudar mais, entretanto a razão, tão esquecida até o momento, voltava para lhe cumprimentar. Sua consciência parecia começar a ganhar forma aos poucos, tentando processar o que estava acontecendo ali e finalmente culminando no momento em que sentiu-o ir em direção ao fecho de seu sutiã.

— Minho. — afastou-se de repente e recebeu seu olhar de confusão. Ela apenas fez que não com a cabeça, sendo incapaz proferir qualquer palavra.

Ele parecia atordoado, mas entendeu que haviam ido longe demais. Não desgrudaram o olhar um do outro quando Minho aproximou seu rosto, fazendo com que a ponta de seu nariz tocasse no dela. Ambos tinham a respiração desregulada, o peito subindo e descendo, a excitação ainda era palpável. Ficaram daquele jeito por alguns segundos e então, sem dizer uma palavra, ele a segurou pela cintura, colocando-a lentamente no chão, mas nunca quebrando o contato visual. O rosto de Camille estava quente e seus lábios vermelhos pelos recentes beijos mantinham-se entreabertos.

Minho fechou os olhos quando ela tocou seu rosto; a outra mão ainda se apoiava no peito do garoto.

— É melhor irmos. — sua voz estava embargada.

— Espera.. — ela sussurrou, mas ele já estava afastando a mão dela de seu rosto.

— Devem estar nos procurando.

Dito isso se moveu para longe dela. Ambos sentiram um vazio estranho quando se separaram.

Camille observou ele se virar rapidamente, como se de repente evitasse seu olhar. A garota puxou o ar e liberou-o sem pressa quando encostou a cabeça na parede; precisava do bom senso de volta. Demorou um minuto naquela posição antes de tentar se recompor. Passou as mãos pelos cabelos desgrenhados e fez com que as pernas, ainda bambas, se movessem atrás do garoto que já havia atravessado a porta do cômodo.

Ele a esperava do outro lado, parecia inquieto. Todo seu corpo ainda mantinha a sensação dela em volta de si, da pele quente e macia, do gemido escapando de seus lábios. Minho sentiu um formigamento em seus membros, a libido ainda nas alturas.

Escutou quando ela se aproximou atrás dele, mas a garota não disse uma única palavra. Ele limpou a garganta.

— Já passamos tempo demais nesse maldito prédio. Hora de dar o fora daqui.

— Hum — ela balbuciou, mudando o peso de uma perna para outra.

***

7h35 PM

A garota olhou as horas no relógio de pulso pela milésima vez. Fazia uns 30 minutos desde que caminhavam num passo lento, nenhum dos dois iniciou uma conversa desde os acontecimentos anteriores, comentando apenas coisas essenciais para manterem uma rota pelo prédio. Acreditavam que indo ao ponto onde o caminho de Minho se conectou com o de Camille poderiam seguir por outro lado e encontrar a outra saída.

O silêncio já estava ficando incômodo quando Minho finalmente suspirou.

— Você está andando de um jeito engraçado.

Camille piscou, confusa.

— O que?

— Está andando meio torto.

— Estou? — olhou para as próprias pernas enquanto andava e se odiou por não formular uma frase decente. Limpou a garganta, buscando falar normalmente. — Bati os joelhos nas escadas e corri como uma louca, não julgue meu jeito de andar.

Minho franziu o cenho em confusão e notou os braços com arranhões vermelhos.

— Presente do crank — ela disse antes que ele pudesse fazer o questionamento. — Ele achou que seria uma ótima ideia puxar minhas pernas e me arrastar escada abaixo. Digamos que degraus não são como um chão liso — torceu o rosto.

Minho passou os olhos por ela, mas ficou calado. Camille temeu que o silêncio voltasse.

— Você está bem? — ouviu-o falar num murmúrio. Ele olhava para frente, fingindo não se importar.

— Já passamos por pior — disse com certa tristeza.

Ela moveu os olhos apenas para encontrar os do garoto que agora a miravam. Daria tudo para saber o que ele estava pensando. Abriu a boca para questionar, mas ele virou o rosto, se desviando da conversa.

— O que aconteceu com sua lanterna? — pronunciou a primeira coisa que lhe veio a mente.

— Ah, isso — ela pareceu pensar, recordando aos poucos. — Deve ter caído quando nós… Você sabe… — pigarreou, envergonhada.

— Ah — foi tudo o que disse, sua mente parecia vagar pelos corredores do prédio.

Camille mordeu os lábios involuntariamente. Passou alguns segundos sem noção do que estava fazendo até ouvir Minho limpar a garganta.

— Será que pode não fazer isso?

— Isso o que? — franziu o cenho em confusão.

— Pare de morder seus lábios dessa maneira.

Ela bufou.

— Agora tudo que eu faço te incomoda?

— Camille…

— Se não me quer por perto é só falar.

Minho parou de andar.

— Se soubesse o quanto ainda quero te agarrar nesse corredor, não faria isso.

Camille prendeu a respiração de repente, parando e virando para encarar o garoto assim que ouviu a declaração. Minho nunca se importou em medir suas palavras e não começaria a se importar agora. Ambos ficaram o que parecia uma eternidade se encarando; o garoto praticamente a despia com os olhos até conseguir enxergar por debaixo de sua pele.

Deus, é impossível competir com isso.

— É melhor continuarmos andando… — ela murmurou, desviando o olhar.

— Ótimo.

Dez longos minutos se passaram. Minho a observava com o canto dos olhos a medida que percorriam os corredores da instalação. A garota parecia imersa em seus pensamentos, vez ou outra fazia caretas estranhas e comprimia os lábios enquanto seu rosto ganhava uma tonalidade vermelha. Ele não precisava se esforçar muito para saber no que ela estava pensando.

Parte de si adorava aquilo, ele tinha que admitir. Seu ego estava sendo muito bem massageado se levar em consideração as reações que ele provocava nela. Mas a tensão era terrivelmente incômoda.

— Eu não sabia que poderia existir um prédio tão grande — Camille resmungou em voz baixa, tentando pensar em outra coisa que não envolvesse ela, Minho e uma sala mal iluminada.

— Devemos estar perto da saída, já voltamos para o térreo.

E assim o silêncio reinou novamente. Um incômodo, terrível e tenso silêncio. Camille preferia correr do crank a ter que aturar aquilo.

— Nós somos mesmo dois idiotas, não é?

Minho fechou os olhos por alguns segundos, sem sequer parar de andar.

— Pode apostar que sim.

— Eu mereço uma conversa decente — ela arriscou, vendo-o de esguelha — e você também.

Ele não respondeu.

— Sem brigas, apenas uma conversa.

— Sem beijos quentes no corredor também?

Camille revirou os olhos.

— De preferência.

Ele chutou uma pedrinha do caminho e observou enquanto ela quicava.

— Bem, que mértila então.

— Minho…

Ele suspirou.

— Tudo bem, trolha. Estou ouvindo.

— Ok. Bem.. — apertou os lábios, tentando organizar a bagunça de seus pensamentos. Não esperava convencê-lo tão rápido. — Em primeiro lugar, vamos deixar claro a parte que eu e você sabemos que não há absolutamente nada entre mim e o Newt.

Seu tom de voz era firme, como se o desafiasse a negar aquilo.

— Parece que você já disse tudo, não é.

— Que droga, Minho. Não transforme isso num monólogo.

Eles ainda deram mais alguns passos em silêncio e Camille quase desistiu de ter um diálogo normal até que o garoto finalmente se pronunciasse, falando tão baixo que ela teve que se aproximar para escutar melhor.

— O que quer que eu diga, afinal? — perguntou com uma risada baixa, completamente sem humor — Acreditar em vocês não muda o fato de meu melhor amigo ter te beijado. Só porque não sentem nada um pelo outro não quer dizer que tenha machucado menos.

Camille estava preparada para rebater qualquer argumento, menos aquele. O que poderia responder? Não se tratava apenas dela, mas também de uma amizade que começou antes mesmo de aparecer na clareira. Se antes estava ofendida pela falta de confiança do garoto, agora não sabia como reagir, especialmente quando ele deixava seus sentimentos tão expostos daquela maneira.

— Talvez a conversa esteja acontecendo com a pessoa errada então… — ela murmurou, seguindo-o quando ele virou mais um corredor.

— Não me peça para falar com ele, Camille.

— Como espera que as coisas melhorem dessa maneira? Quer dizer, depois de tanto tempo na clareira não vai ao menos dar uma chance dele se explicar?

— Estou falando com você. Isso não é suficiente? — disse como se resolvesse todas as coisas.

— Não pode estar falando sério.

— Ah não, sou um poço de piadas.

— Minho!

Ele parou de andar pela milésima vez naquele dia, voltando-se para ela. Estava prestes a tentar fazê-la entender que não iria chamar Newt para uma conversa nem que o britânico aparecesse com a cura para o fulgor quando foi interrompido por uma voz chamando seus nomes.

Não, não uma. Várias vozes que ecoavam pelos corredores a frente, todas masculinas.

— Bom, me parece que vamos ter que continuar isso outra hora, Cammie. — ele assobiou satisfeito.

Ela soltou o ar dos pulmões devagar, decepcionada pela interrupção, mas também não escondendo o grande alívio por reconhecer a voz dos amigos.

— Já era hora, não é? Bem, parece que estamos no caminho certo. — Minho anunciou antes de agarrar seu pulso e arrastá-la na direção das vozes.

Apesar da alegria de sair daquele lugar claustrofóbico, não podia negar a pequena preocupação que pontava em seu peito. Se tinha um dom que Minho possuía, era conseguir ser mais cabeça dura que uma porta. E se tinha alguém que poderia afirmar isso com todas as letras, esse alguém era Camille.


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Notas finais do capítulo

Não vou mentir, sinto falta de postar capítulos grandes, haushau. Mas como expliquei antes, ando MUITO sem tempo e to fazendo meu melhor para postar algo, então perdão.
Me digam o que acharam, estou um pouco insegura com esse =/
Ainda não me decidi direito o que fazer com os próximos capítulos, então talvez demore um tempinho... Qualquer coisa estou sempre a disposição nas mensagens privadas!
Obrigada por lerem!



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