The Curse of Blood escrita por Morgenstern


Capítulo 3
Chegada


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal, aqui vai o terceiro capítulo. Esse foi um capítulo mais curto, e a partir do quarto, a história começa a tomar forma. Eu estou escrevendo agora "o" capítulo. Ele deve ser o décimo mais ou menos. Eu tenho tido poucas ideias, então eu acho que essa fanfic não vai ser tão longa assim. Enfim, aqui para vocês, mais um capítulo.



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Corri para o jardim para ter certeza do que acontecia, enquanto sentia as lágrimas tomarem meu rosto. Os dois ouviram meu barulho e se viraram para me ver. Minha mãe sorriu como se um peso tivesse sido tirado de suas costas e se levantou para me abraçar.

– Livie, já estava ficando preocupada com você. Já fazem dois dias que você dormia, não sabia mais o que fazer - ela me olhou com um semblante preocupado, mas ainda sorria - você está bem?

– Estou ótima. Mamãe, o que está acontecendo? Papai chega hoje? - perguntei, sem conseguir conter a ansiedade dentro de mim.

Ela me deu um sorriso tão largo que me serviu de resposta. Ele estava chegando. Quase não dava para acreditar. Eu tinha tanto a fazer. Na última carta que ele mandou, há alguns meses, ele havia pedido para que fizessem uma pintura minha para que ele pudesse levar. Claro que eu fiz, passei horas em frente ao pintor para que ele fizesse uma bela representação minha. Ele já tinha uma de minha mãe vestida de pirata e outra comigo ao colo, como uma verdadeira dama da sociedade britânica. Eu tinha que me trocar. Tinha pedido a minha mãe que me deixasse me vestir como uma pirata, e depois de anos pedindo, ela finalmente permitiu, embora dissesse que não soubesse como meu pai iria reagir me vendo vestida assim. Eu tinha que envelopar todas as cartas que eu escrevi a ele nos últimos anos e não enviei.

Eu escrevia aproximadamente duas cartas por semana, mas lembrava que ele não poderia responder a todas e guardava para que um dia ele lesse. As cartas que minha mãe mandava a ele, que demoravam muito a serem respondidas, continham informações gerais sobre mim, ela, Port Royal, as visitas que recebíamos e sobre o quanto ela sentia a falta dele. Eu mandava minha carta junto, é claro, falando do meu ponto de vista do que acontecia. Eu tinha todas guardadas e quando sentia falta dele as lia. Céus, ele estava chegando.

– Mamãe, tenho muito o que fazer. - disse, me desvencilhando do abraço. - onde está guardada a roupa?

–Bom dia, não se incomodem, adoro uma grande família feliz - Jack disse. Eu havia me esquecido da presença dele ali. - ou nem tão grande assim. Ele acrescentou com um sorrisinho maldoso.

Eu estava tão feliz que não me dei ao trabalho de responder.

– A roupa está no meu quarto. Tome muito cuidado - ela recomendou - Vista-se, mas deixe os cabelos soltos, eles são bonitos demais para ficarem presos.

Assenti ligeiramente e corri para dentro de casa. Subi as escadas e me encaminhei para o quarto da minha mãe para pegar as roupas.

O quarto dela era amplo e bem iluminado. Era imediatamente ao lado do meu e tinha a mesma vista. Tinha uma cama de dossel bem grande e uma escrivaninha, porém a dela ficava de costas para a janela. O quarto dela era completamente azul, exatamente da cor do Atlântico.

Fui até o quarto adjacente onde minha mãe guardava as roupas e ali estava, bem a minha frente: a roupa que ela usou quando se tornou capitã do navio de Sao Feng. Peguei a roupa e saí dali.

Fui ao banheiro, enchi a banheira e entrei. Minha cabeça não parava. Meu pai estava chegando. Eu não tinha parado para pensar em como eu o receberia. O que eu falaria. O que Jack Sparrow queria com ele. O que ele e minha mãe conversaram enquanto eu dormia. Nada disso importava, porque meu pai estava chegando.
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Assim que terminei de vestir a roupa, fui a frente do espelho e me olhei. Eu pela primeira vez, me achava parecida com minha mãe. As botas me davam mais de cinco centímetros de altura, a camisa era solta, mas a calça não. Era estranho vestir aquilo. Meus cabelos estavam quase secos, soltei-os e eu estava pronta. Saí do banheiro e desci as escadas.

Quando cheguei na base da escada, no térreo, reparei que tinha claridade demais ali e olhei para a porta.

Tinha um homem parado ali.

Meu coração disparou. Eu não conseguia sair do lugar. Meu rosto estava oculto na sombra.

– Elizabeth? - o homem perguntou. Não foi como Jack me perguntara, com a voz arrastada, essa era a voz mais doce que que eu já tinha ouvido.

Eu dei dois passos a frente, em direção da porta, estando completamente visível agora.

O rosto do homem era um misto de emoções. Surpresa, afeição, reconhecimento, choque e amor. Ele derrubou as coisas que carregava e abriu os braços.

Eu corri. Foram menos de dez passos, mas foram os mais longos da minha vida.

Eu abracei o homem parado na porta enquanto as lágrimas tomavam meu rosto. Ele era pouco mais alto que eu. Ele me abraçava como se estivesse perdido no mar e eu fosse a salvação. Uma memória veio a minha cabeça. Eu estava sentada na sala, com uma boneca no colo enquanto minha mãe olhava a lareira. Quando vimos, um homem estava ali, nos observando, quando eu olhei e gritei. Achei que era um ladrão ou coisa parecida. Minhã olhou para o estranho e seus olhos se iluminaram. Mas ele não tirava os olhos de mim. Foi aí que eu entendi quem era e saí correndo enquanto as lágrimas caíam do rosto dele e de minha mãe. Eu me sentia exatamente com dez anos atrás. Eu estava ali. Ele estava ali. Meu pai havia chegado.


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Notas finais do capítulo

Tantananaaaaam. Espero que o suspense que eu espero ter criado fique no ar até amanhã. Beijos e divirtam-se.