The Curse of Blood escrita por Morgenstern


Capítulo 2
Jack


Notas iniciais do capítulo

Heeey, como eu sou uma escritora ansiosa, resolvi publicar o outro capítulo hoje mesmo. Como eu escrevi a história toda até agora no bloco de notas do meu celular (isso mesmo gente, no bloco de notas) e cada bloco permite somente 1.500 caracteres eu tô levando séculos para passar todas as 68 notas que eu escrevi e que estão fora de ordem por que eu resolvi mudar alguma coisa. Então lá se vai uma madrugada escrevendo. Como eu havia dito, eu vou dedicar esse capítulo para a linda da Larissa Romanoff Laufeyson, como agradecimento por ter lido e comentado a história. Obrigada



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/595694/chapter/2

Eu não entendi de imediato. O homem dizia ser Jack Sparrow. A realidade chegou em mim como um tapa. Eu estava diante dele. Mas ele não era exatamente o que eu esperava. A aparência dele era exótica e peculiar. Depois de alguns segundos de aturdimento eu recuperei a capacidade de falar.

– Jack?

– Capitão. - corrigiu novamente, com a irritação elevando o tom de voz arrastado dele - Por Deus, Liz, o que ensina a essa menina?

Vi minha mãe comprimir o riso. Aquilo não era uma bronca, para ele era o mesmo que dizer "senti saudades". Eu olhava a expressão da minha mãe, e não reparei que ele tinha se aproximado de mim e me examinava minusciosamente.

– Hum, eu esperava que ela se parecesse mais com Will. - ele comentou, como se falasse da chuva que caía. - Tem certeza que a filha é dele?

Minha mãe enrubesceu. No momento em que ela ia protestar contra aquele comentário ridículo, Jack se aproximou ainda mais de mim e olhava meu rosto minuciosamente.

A única coisa que não é sua nela são os olhos. - comentou, me examinando - O cabelo também é mais escuro que o seu, Liz.

Liz? Ninguém chama minha mãe assim. Pelo o que eu me lembre, nem meu pai se dirigia a ela dessa maneira tão pessoal. Na maneira que os dois se olhavam eu deduzi duas coisas. Um. Minha mãe não me contou tudo o que aconteceu sobre a relação deles. Dois. Tinha alguma coisa inacabada ali.

– Por mais que a sua opinião com quem minha filha pareça ou não, me importe Jack - minha mãe disse, olhando com firmeza para o homem - não vou admitir que insinue que fui infiel a Will novamente.

–Elizabeth, querida, sabe que não disse por mal. - ele disse em tom de desculpas, saindo de perto de mim e indo até ela - A última vez que vi essa criança, ela estava em seus braços.

–Não sou criança - disse, depois de assistir aos dois. Não gosto que me chamem de criança levianamente e esse homem nem me conhecia. - Pelo o que eu saiba, na minha idade, minha mãe já o conhecia.

Pelo o que vi da reação dele, não estava acostumado a ter alguém que o contestasse. Ele olhava para mim me avaliando e estreitando os olhos, me olhando dos pés a cabeça.

–Certamente, ela é filha de William. Tem a petulância dele. - disse olhando para minha mãe, com um sorriso maldoso se formando nos lábios - Já que resolvemos essas questões inúteis, - ele se virou para mim novamente franzindo a testa - qual é seu nome mesmo? Lilian, Lia...

– Livie - cortei a linha de pensamento dele com a irritação me dominando.
–Isso, Livie, seja uma boa anfitriã e pegue uma boa dose de rum para mim. - disse, sorrindo e se encaminhando para a sala de estar.

– Jack, não temos rum. - minha mãe disse, o seguindo.

O andar dele era curioso. Eu preciso descobrir o que aquele homem quer aqui.

– Que tipo de pirata você é Elizabeth? - olhou questionando minha mãe acusadoramente. Enquanto isso, já sentado em uma poltrona tirando as botas.

– Não sou mais uma pirata há vinte anos e você sabe disso. - minha mãe disse, olhando para Jack com uma sobrancelha levantada enquanto ele despia as botas - já que eu percebi que você não veio até aqui por saudade, o que o atraiu até aqui?

– Claro que senti saudade de você Elizabeth, não seja tola - ele disse, continuando a tirar a bota esquerda que teimava em não sair, mas seu tom de voz dizia que aquilo não era puramente verdade - Vim até aqui por uma série de motivos. O primeiro é que a Corte irá se reunir, e você herdou a peça de Sao Feng, portanto deverá ir comigo. O segundo é que sei que William virá em breve e preciso falar com ele sobre assuntos pendentes. E terceiro é porque preciso de sua filha.

Parei com o choque. Precisava de mim? Para que? Esse homem que nem lembrava o meu nome precisava de mim. A vontade de rir quase me tomou por completo. Quase.

– Para que você quer minha filha? - minha mãe encarou Jack exigindo uma resposta.

Ele mirava a bota que conseguiu tirar com um semblante orgulhoso. Eu estava perplexa demais para conseguir dizer alguma coisa. Minha mãe o encarava exigindo uma explicação.

–Bem, ela é filha do capitão do Holandês Voador, o navio mais temido de todos. Sua mãe é Elizabeth Swann...

–Turner - minha mãe o corrigiu, tentando acompanhar o raciocínio de Jack - agora sou senhora Elizabeth Turner.

– Elizabeth, querida, sabe que seu casamento não é válido. Se casou no Pérola, durante a guerra com Jones - diante do olhar de total reprovação de minha mãe ele procurou se corrigir - Porém, já que para um pirata, o que importa é o casamento feito pelo Capitão. Continuando, sua filha tem o sobrenome Turner. William infelizmente não é mais o ferreiro que era. Ele é um capitão temido...

Eu, recuperada do choque, consegui falar.

–Onde quer chegar? Minha proteção? Perdoe-me mas isso não me parece convincente vindo de você - olhei para ele com um ar de desconfiança que fez minha mãe sorrir minimamente.

Certo, certo. Querida Livie, você tem sangue de pirata. - ao ver que minha mãe ia protestar contra aquilo, ele alterou o tom e o nível de voz - Elizabeth, ninguém deixa de ser pirata. Você somente está afastada de suas atividades normais devido ao fato de ter se tornado mãe. Ela foi concebida enquanto você ainda se declarava uma, e é isso que importa.

Senti o desprezo na voz dele ao falar mãe. Ele não queria isso para ela. Ele me via como um empecilho para que ela voltasse a navegar. Pelo o menos nisso nossas opiniões se encontravam.

– Continuando, sua filha tem o mais puro sangue de pirata que se pode existir. - disse ele olhando para minha mãe com um sorriso que me causou calafrios. Ele se levantou em um salto que me fez andar três passos para trás - Isso pode fazer com que muitos piratas, interessados no sangue dela, para diversos fins, a levem a força.

Olhei para ele, desconfiada. Eu já pensei nisso diversas vezes, minha mãe querendo ou não era uma pirata. Isso era evidente nela. No modo como andava, como falava, em tudo. E meu pai, bem. Ele é um capitão.

– O que o leva a pensar que deixarei que a leve? - minha mãe olhou para ele como se fosse um pedaço de carne mofado.

– Deixe seus instintos maternais de lado por um segundo, Liz. - senti novamente o desprezo na voz dele. Ele se aproximou tanto dela que eu quase fui até eles e os afastei. - Pense como a pirata que você é. A garota tem um sangue especial. Depois que a Fonte foi destruída, as chances de se tornar imortal se limitaram muito. Sabe do que estou falando - ele acrescentou, completamente sério olhando para ela - Ela corre perigo. A profecia se realiza aos dezenove anos. Sabe que se ela tivesse nascido homem, tudo seria diferente. Mas não. Sua filha precisa sair de Port Royal logo.
–-------------------------------------------------------------------

Eu não lembro muito bem do que aconteceu depois disso. Lembro de ter escorregado em uma poça de água deixada pelas botas de Jack e desabei no chão. E então tudo ficou escuro.

A luz do sol invadia meu quarto. Como eu adorava meu quarto. Cheio de prateleiras, repletas de livros. Minha escrivaninha virada para a janela que dava vista para o mar, onde eu escrevia minhas cartas para meu pai. Meu quarto tinha cores claras, tons de branco e azul, e uma das paredes tinha uma pintura do Holandês, que minha mãe desaprovava veementemente. Ela dizia que a imagem não combinava com o quarto de uma dama, mas eu não me importava. Ouvi barulhos na parte inferior da casa, me vesti e desci para ver o que acontecia.

Minha casa se encontrava estranhamente inativa. A primeira coisa que reparei era o forte cheiro de rum. Liguei o cheiro a presença de Jack em casa. Em segundo, as flores que estavam pela casa toda. Olhando pela janela da sala para o jardim, que dava vista para o mar, vi minha mãe sentada com Jack Sparrow a seu lado. Meu cérebro começou a funcionar. Minha casa estava quase brilhando, minha mãe olhava para o mar como se esperasse alguma coisa, e Jack ainda estava ali, só podia significar uma coisa. Meu pai chegaria hoje.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

~suspense~ bem, é isso. Estamos na parte ainda meio zzzzz e a parte que eu estou escrevendo agora vai começar a ação e consequentemente, o romance. Esperem e aguardem meus queridos leitores, o melhor ainda está por vir.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Curse of Blood" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.