Once In a Lifetime escrita por selinakyles


Capítulo 17
Don't let it slip through your fingers.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus adoráveis padawans!
Apareci com mais um capítulo. Demorei um pouco? Sim. Estou um pouco apreensiva com o sumiço de algumas de vocês. Enfim...

Pode conter erros, eles são minha responsabilidade. Os relevem e divirtam-se!



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Chapter seventeen –



Um ano atrás –


Era mais uma daquelas noites de inverno repletas de um frio excruciante. O ar que escapava por seus lábios secos saía como uma leve fumaça, fazendo com que ela esfregasse suas mãos uma nas outras em busca de algum calor, conforto.

O cachecol em seu pescoço pinicava, mas nada mais parecia importante quando seus olhos encontraram os de sua melhor amiga pela grande parede de vidro do Macey’s. Certamente o sorriso radiante de Octavia era uma das únicas coisas que poderiam melhorar seu dia depois de tantas horas de trabalho. Disso ela nunca teria dúvidas.

Ela só não esperava que quando sua amiga a chamou para encontra-la em sua lanchonete favorita, todos estivessem lá. Quando o sino da porta de entrada soou ao anunciar sua chegada, ela sentiu uma leve onda de pânico lhe assolar.

E como sempre, pensar o pior já era inevitável.

“Você demorou!” Raven começou sua reclamação olhando-a com os grandes olhos escuros semicerrados. “Seu querido Blake já comeu metade das minhas batatas fritas.”

Bellamy revirou os olhos já fisgando outra batata, recebendo um tapa em sua mão e um olhar bastante reprovador em resposta.

Clarke se sentou ao lado da Reyes, avaliando quantos copos vazios de milk-shake de morango estavam ao lado de Jasper e a cara sempre muito pensativa de Monty. Lincoln parecia transbordar uma calma que lhe deu inveja, Bellamy parecia até mesmo mais entediado do que Raven.

“Isso não tá me cheirando boa coisa.” Clarke sussurrou no ouvido da morena ao seu lado, um olhar bastante significativo foi trocado como um segredo.

“E então, para que a princesa Octavia precisa da presença de todos os seus súditos nessa ilustre noite congelante de sexta-feira?” A pitada de ironia no timbre da Reyes fez com que Jasper soltasse um riso enguiçado. “Não poderia ser, sei lá, no domingo?”

“Se eu fosse você, eu ficaria calada, Reyes.” Bellamy alertou, tomando um gole de sua cerveja com uma expressão bastante incompreensível em seu rosto.

Clarke assistiu Octavia se levantar abruptamente, puxando levemente o braço de Lincoln para que ele fizesse o mesmo. O coração da loira parecia inquieto dentro de si, o incomodo da ansiedade já se fazendo presente na boca de seu estômago.

“Bem, já que estão todos presentes, nós temos algo para anunciar.” Os olhos claros da loira a observava atentamente, vagando pelos rostos de cada um ali, parando no cheio de indiferença do Blake mais velho por alguns instantes antes de voltar sua atenção para a amiga. “Eu e Lincoln estamos juntos já há alguns anos...”

Octavia levantou sua mão esquerda, mostrando o grande pedaço de diamante em seu dedo anelar que fez com que os lábios secos da Griffin se entreabrissem em surpresa. Certamente não era a notícia que ela estava esperando.

“E então ele decidiu colocar um anel nesse dedinho.” Ela o olhou, contemplando-o com uma devoção admirável. “Vai ver ele finalmente se tocou que não vai achar outra tão única como eu, ou simplesmente é louco o suficiente para passar uma vida inteira do meu lado. Enfim... Nos casaremos em um ano!”

Os olhos de Raven pareciam que saltariam de seu rosto a qualquer momento. Monty sorria gentilmente enquanto Jasper já se levantava para envolvê-los em um abraço. E bem, Clarke se manteve estática por alguns instantes, apenas assimilando a notícia.

A Reyes fez o mesmo que Jasper, com Monty a seu encalço. Clarke olhou pra Bellamy naquele momento, rastreando por todas as emoções possíveis, não encontrando nada além de seu sorriso de canto característico. Suas lagoas escuras estavam presas demais nas esmeraldas cristalinas de sua irmã para nota-la.

E ela pode ver ali toda a gratidão que Octavia expressava para seu irmão mais velho em um simples olhar. O orgulho que se refletia em cada detalhe das feições de Bellamy ao fitar tão significativamente sua irmãzinha.

Por um momento Clarke sentiu inveja. Por um momento ela quis aquilo, quis saber como era ter um laço sanguíneo tão forte com alguém, uma conexão tão singular e tão pura. Octavia era a única que conhecia Bellamy melhor do que ninguém, e para ele, ela sempre seria todo seu coração e um pouco mais.

Era difícil não perceber a sincronia que eles tinham e mais difícil ainda não invejá-los.

Bellamy então pousou sua atenção sobre a loira. Os olhos sempre tão negros a encarando como se estivesse tentando enxerga-la, vê-la por inteiro, lê-la. Ele a encorajou, gesticulado com a cabeça para o abraço grupal que envolvia os futuros noivos.

Ela assentiu, compartilhando com ele sua satisfação pela primeira vez em anos.

No final das contas eles tinham mais em comum do que ela sequer poderia imaginar.


Dias atuais –


Bellamy parou em frente a porta do quarto principal com a sensação de que seu coração sairia por sua boca a qualquer momento. O amargo em sua língua e a dormência em seu estomago apenas reforçavam a dúvida se aquilo tudo estava acontecendo por consequência de uma noite de bebedeira ou se era a reação que seu emocional estava causando por finalmente compreender que aquela hora havia chegado.

O momento mais aterrorizante de sua vida estava acontecendo diante de seus olhos e ele sequer tinha noção de como lidar com aquela situação.

Como diabos ele poderia simplesmente entregar o que lhe é de mais precioso na mão de um outro alguém?

Octavia era seu coração, seu pilar, sua responsabilidade desde o seu primeiro sopro de vida. Vê-la sorrindo e sempre tão cheia de si era sua alegria, e nada mais. O orgulho que ele sentia não cabia em seu peito, e o medo de perdê-la para sempre também não.

Houve momentos que aquela responsabilidade pesou em seus ombros. Houve instantes que o fizeram repensar se a doença havia também afetado o juízo de sua mãe para que ela deixasse em suas mãos uma tarefa tão importante e ao mesmo tempo tão trabalhosa.

Ela era geniosa, e isso ela sempre seria. Criar uma adolescente quando não se tem mais alguém para lhe dizer quais os passos certos a seguir e as decisões certas a se tomar foi a coisa mais árdua que ele havia enfrentado em seus vinte e seis anos de vida.

Mas agora, olhando-a tão deslumbrante em seu vestido de noiva, a certeza de que faria tudo novamente lhe atingiu.

Oh, ela estava tão linda. Ele via tanto de sua mãe naqueles olhos, ainda mais quando eles brilhavam ao encará-lo como estavam fazendo agora. Era quase como se Aurora Blake estivesse em sua frente, sorrindo com ternura.

“Eu estava esperando por você.” Aquela imagem o deixara estático, deslumbrado demais para sequer se movimentar. “Oh não, depois de velho vai começar a chorar?”

Bellamy curvou os lábios, deixando que suas covinhas se ressaltassem. Ele nunca admitiria, mas sabia que seus olhos estavam lagrimejando involuntariamente. A vontade de abraça-la e nunca mais soltar lhe arrebatou, e logo seus braços a envolviam e sua cabeça descansava na curva delicada daquele pescoço.

“Eu sabia que no fundo você tem um coração mais mole que o do Monty.” Octavia retribuiu, envolvendo o corpo esguio e definido de seu irmão. O coração batendo apertado em seu peito quando o primeiro soluço se tornou audível, mesmo que quase imperceptível.

“Na verdade, Monty chora assistindo vídeos de gatinhos.” O moreno reclamou, a voz rouca ainda mais grave quando abafada. “Eu tenho uma reação alérgica ao perceber que minha irmãzinha realmente cresceu e está me deixando.”

Octavia riu alto, afastando seu irmão enquanto segurava seus ombros para olhá-lo diretamente em seus olhos.

“Primeiro, reação alérgica, sério? Segundo, você sabe muito bem que isso não é verdade.” O leve tom de reprovação fez com que o olhar do mais velho vacilasse. “Eu nunca vou te deixar. Talvez em alguns momentos eu esteja longe, mas ainda existe telefone, email e Skype. Você não vai se livrar de mim tão fácil, Bell.”

“Vou sentir sua falta.”

“Eu também, mas vai passar logo. Eu e Lincoln vamos passear pela América do Sul como dois perfeitos idiotas, mas logo estaremos de volta para puxar sua orelha.” Ela riu suavemente, lançando-o um olhar debochado. “Sabe que ser uma mulher casada me faz mais responsável e cheia de autoridade que meu irmão velho alcoólatra e solteirão, não sabe?”

Bellamy riu nasalado, o dorso de suas mãos limpando o que ele jamais admitiria serem suas lágrimas. Ser emotivo estava longe de ser algo para se ter orgulho, pelo menos não para ele.

“Eu te amo, O.” A sinceridade expressada nas suas palavras fez com que o coração da morena se apertasse em seu peito. “E enquanto eu viver, você terá uma casa para voltar sempre que desejar.”

Octavia respirou fundo, tentando seu máximo em segurar a ardência em sua garganta mais um pouco. Algo lhe dizia que aquele dia ainda lhe reservaria emoções, era muito cedo para chorar.

“Bobo.” Ela empurrou o ombro do mais velho, fazendo-o cambalear. “Se eu borrar minha maquiagem agora não há nada que me salve da ira da Indra.”

O moreno sorriu com toda a sinceridade que havia dentro de si. Já não tinha mais palavras diante daquilo, e por mais que tivesse passado milhares de vezes por sua cabeça das mais diversas formas, ele jamais imaginaria que sua reação seria aquela.

Bellamy Blake sempre tinha algo a falar. Exceto naquela situação, naquele momento ele se sentia mais vulnerável e exposto do que nunca se sentiu em toda a sua vida.

“Bell, olhe pra mim.” Os olhos escuros antes tão ocupados em gravar cada detalhe daquela visão agora a fitavam diretamente, e naquele estante ele se arrependeu de tê-lo feito. “Eu preciso que você seja feliz, ok? Eu preciso que você se esforce em ter algo que te faça feliz, se desafie.”

“Miller e aquela boca grande...”

“Não brigue com ele, Bell. Estou falando sério.” Os tão belos olhos esverdeados o reprovavam. “Eu honestamente não sei se isso é o melhor para você, mas se você achar que é, vá. Mude. Faça o que tiver que fazer para se sentir satisfeito e completo. Mesmo que isso não envolva uma certa loira...”

As mãos másculas bagunçaram os fios negros de seu cabelo, o suspiro exausto escapou por seus lábios como um protesto. Não era hora de falar daquilo, seu ego ainda estava ferido demais devido aos últimos acontecimentos.

“Eu devo estar louca para dizer algo desse tipo, mas... eu só quero olhar para você e enxergar aquele brilho que seus olhos refletem toda vez que ela está por perto.” Octavia o olhava fixamente, percebendo o quão perdido ele se sentia. “Pode ser que eu não esteja sempre ao seu lado, e é por isso que deixo aqui esse pedido. Você me promete que vai ser feliz? Me promete que vai procurar o que te faça completo novamente?”

Bellamy a olhava sem realmente enxergar, sua mente estava muito presa em descobrir o que ela queria dizer com ser feliz. Ele seria feliz? Ele era feliz? O que exatamente significava felicidade?

“Eu não sou mais sua responsabilidade, Bell. Eu fui por toda minha vida, mas agora não mais. Você não tem mais que me colocar em primeiro lugar.”


“Eu sempre irei colocar.” Ele a cortou, convicto, saindo de seus próprios devaneios para encará-la.


“Talvez quando for necessário, mas já não é mais. Mamãe não queria apenas o meu sucesso e a minha felicidade, ela confiava em você cegamente, Bell. Ela acreditava mais em você do que qualquer outra pessoa, e é por ela que eu estou te pedindo que me prometa. Eu tenho uma dívida com ela também, preciso cuidar de você, preciso te ver plenamente satisfeito consigo mesmo.”

Ela se aproximou lentamente, segurando novamente as mãos grandes de seu irmão nas suas. Os olhos claros suplicantes o atingiam como um soco no estômago. E ali estavam os olhos-de-cachorro-que-caiu-da-mudança. Aquele truque nunca falharia, ele já se acostumara.

“Tudo bem, O. Se isso vai te trazer paz, eu prometo.”

O sorriso que se abriu em seus lábios se refletia em seus olhos, ressaltando as maçãs de seu rosto. Oh, era quase como se ela tivesse oito anos e ele estivesse lhe oferecendo um pedaço de seu chocolate novamente.

E se a incerteza insistia em lhe afogar em um mar de dúvidas quais só o tempo responderiam, pelo menos a certeza de que aquile sorriso viveria para sempre em sua memória lhe consolava.

Octavia era e sempre seria o que tinha de mais valioso, isso jamais mudaria.


***


Quando Clarke acordou naquela manhã de sábado, tudo parecia estar muito fora do lugar. Sua cabeça latejava como se tivesse entrado em contato com a parede de forma brusca repetidamente. O amargo em sua boca e a ardência só ressaltava sua certeza de que aquela era uma das piores ressacas que tivera em seus vinte e dois anos de vida.

As íris azuladas vasculharam pelo quarto em busca de companhia, só então percebendo que permaneceu sozinha durante grande parte do tempo. Não havia sinais de que seu maior tormento havia passado por ali, ela sequer pode sentir sua presença.

Bellamy não havia voltado para o quarto. Aquilo só reforçava suas teorias de que mais uma vez, ele se deixava levar pelos encantos de sua paixãozinha adolescente.

O estômago de Clarke se revirou em sua barriga, e dessa vez ela já não conseguiria colocar a culpa em sua bebedeira.

A manhã passou como um flash. Em um segundo ela se arrastava para fora de sua cama com um imenso pesar, no outro ela já estava de banho tomado e pronta para ter seu cabelo arrumado e sua maquiagem feita ao lado de Raven, sentindo a culpa tomar conta de si ao avistar Lexa.

Elas não haviam exatamente conversado sobre o que aconteceu na noite anterior, e para Clarke já não havia mais nada a ser conversado. Já estava claro o bastante com os erros do passado que aquilo não daria certo, elas poderiam até ter aquela química, mas seria apenas isso e nada mais.

Ela apreciava sua presença, apreciava sua personalidade e seu jeito sempre sério e ao mesmo tempo agradável. Lexa tinha tudo o que ela precisava para ser feliz, se apenas ela não tivesse se privado de sentir há tanto tempo. O que menos precisava agora era de um sentimento qual ela jamais poderia corresponder.

Raven permaneceu a manhã inteira em uma quietude quase dolorosa, trazendo ainda mais tensão do que deveria. Se Clarke estava esperando que a morena quebrasse o clima ruim com um de seus comentários impertinentes, tudo indicava que ela deveria começar a tirar seu cavalinho da chuva.

Havia uma jovem fotografa no quarto de Octavia assim que elas entraram, registrando cada segundo em que Indra terminava a maquiagem da noiva. Clarke quase não pode manter sua boca fechada ao olhá-la tão linda, tão radiante. Ela havia assistido a garotinha espoleta e geniosa se tornar uma mulher linda e admirável, talvez por isso naquele instante estivesse sendo tão difícil controlar suas emoções.

“Oh por favor, você também não!”

“Eu nunca imaginei que você conseguisse ficar ainda mais linda.” Clarke declarou sincera ao admirar a melhor amiga.

“É uma megera.” Raven a envolveu em seus braços, não se importando muito se aquilo amassaria ou não seu vestido. “Minha meta é te fazer borrar toda essa maquiagem até o final do dia.”

“Estou usando rímel a prova d’água, vadia!” O riso fraco escapou por seus lábios, demonstrando o quanto estava sendo difícil conter todas aquelas emoções.

Clarke e Lexa se juntaram a Raven no abraço, não dando qualquer chance para o auto controle da Blake mais nova. Logo as lágrimas corriam por seu rosto sem qualquer piedade, seu peito se apertando em meio a tanto carinho e afeição.

O coração doía ao olhar naqueles olhos – os olhos de suas garotas, suas amigas, suas irmãs – e então finalmente sentir a ficha cair. Uma fase de sua vida se encerrava para dar início a outra, uma onde Octavia já não mais poderia ter certeza de nada. Simplesmente não conseguia.

Ela nunca foi o tipo de pessoa que sentia medo, que se intimidava diante de um desafio. Entretanto, por que o desconhecido agora lhe agoniava tanto? Por que não saber o que seria seu futuro e o das pessoas que ama a afligia daquela forma?

Ela estava surtando. Oh céus, ela estava surtando.

Os soluços se tornaram cada vez mais intensos, e algo dentro de si parecia arder mais e mais.

“Ei, ei, ei! Não!” Raven segurou o rosto delicado entre suas mãos gélidas olhando-a diretamente. “Não chore, ok? Nós estaremos aqui sempre, durante todo o caminho, diante do que for.”

“Não faça isso.” Lexa intercedeu o trajeto daquelas lágrimas com seu polegar gentilmente. “Você está casando com o homem da sua vida. Tem noção do quanto isso é raro?”

“Não está ajudando.” Resmungou a Reyes, revirando os olhos.

“É tão difícil, Octavia. Achar alguém que te complete, te transborde.” As esmeraldas de Lexa vacilaram ao encararem os olhos aflitos da Griffin. “Não se preocupe, tudo vai dar certo. Lincoln te ama mais que tudo nesse mundo, tudo. Você só precisa respirar fundo e sentir esse sentimento único te preencher por inteiro.”

Clarke a olhou por mais alguns segundos, se perguntando por onde andava todo seu lema sobre amor ser uma fraqueza. Lexa Omaha nunca foi o maior exemplo de pessoa esperançosa e emocional, muito pelo contrário, ela costumava deixar claro o quão séria e racional ela era em todos os aspectos de sua vida.

Notar que poderia existir alguém mais certinha e coerente que ela deixava a Griffin um tanto assustada.

Octavia sugou uma lufada de ar com todas as suas forças, soltando-a lentamente por suas vias respiratórias. Aos poucos o ritmo de seu coração voltava ao normal e seus dedos indicadores limpavam a umidade sob seus olhos. Indra a mataria antes mesmo que ela se tornasse uma mulher casada, e ela sequer poderia relutar.

“Nunca imaginei que você seria a pessoa a me dizer essas palavras.” O sorriso se alargou, a covinha em sua bochecha criando vida. “Não tem nada que eu deseje mais para cada uma de vocês do que amor verdadeiro. Algo por qual lutar, por qual acreditar, que te faça abrir os olhos e enxergar tudo o que de mais maravilhoso tem nesse mundo. Ele pode estar diante de vocês, debaixo do seu nariz.”

Os olhos azuis-esverdeados pousaram sobre Clarke, tão sugestivos. Ela a fitava com intensidade, a afinidade e conexão única que nutriam deixava claro que aquilo vinha de quem está tentando dizer algo que palavras não poderiam resumir, e ainda assim ela se sentia incapaz de captá-la.

“Não permita se esvair por seus dedos. Agarre-o!”  

A loira ainda a olhava sem realmente compreender qual o motivo por trás de seu discurso motivacional sobre amor. Talvez sua melhor amiga só estivesse se sentindo emotiva e grata demais, devido seu grande dia. Porém, nada tirava de si a sensação de que aquelas palavras a atingiram muito mais do que deveriam.

Ela, aquela que escolheu não sentir. A mesma que renegava o amor como uma doença.

Um soluço ecoou pelo cômodo, e logo a atenção delas se direcionaram para a garota despercebida que assistia tudo pela lente de sua câmera.

“Oh desculpem, não tinha a intenção de atrapalhar.” O sorriso sem graça fez com que Raven risse, achando graça nas bochechas rosadas da jovem fotógrafa que não parecia ter mais de dezoito anos.

“Oh Ontari, aproveite e absorva os conselhos amorosos da noiva. Eles são bastante motivadores, tocantes e únicos.”

Octavia a xingou, batendo de leve em seu ombro na intenção de fazê-la perder o equilíbrio e sua pose autoconfiante.

Trinta minutos e ela estaria andando em direção ao altar, pronta para se entregar completamente para o homem de sua vida. Trinta minutos e ela seria para sempre dele e ele somente dela. Trinta minutos e toda a sua vida mudaria como em um piscar de olhos.

E bem, trinta minutos depois ela estava caminhando pelo caminho repleto de pétalas de rosas vermelhas, diante da mais bela visão do pôr do sol que seus olhos jamais captaram, onde Lincoln a esperava.

Não havia dúvidas que Octavia Blake era definitivamente uma mulher de sorte.


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Notas finais do capítulo

Oh uh! Vejam só o que vem a seguir...

O TÃO ESPERADO CASAMENTO, EU OUVI UM AMÉM IRMÃOS? Acho que ninguém estava aguentando mais tanta espera. Próximo capítulo nossa Blake adorada se casa e Linctavia vira canon nessa bodega porque não sou obrigada! NÃO SOU OBRIGADA, JASON. MEU OTP VIVERÁ SIM NEM QUE SEJA NA MINHA HISTÓRIA. Fico um pouco alterada quando penso nas merdas que Jason fez essa temporada (e na outra, claro - tipo Clexa, oi?), quando lembro que The 100 só ano que vem e também o sumiço dos meus leitores me deixam alterada.
Não sei o que está acontecendo com vocês, se a história ficou massante ou se simplesmente andam um pouco atarefados com suas vidas assim como eu, mas saibam que eu sinto falta, viu? Eu estou notando e estou observando. Não se enjoem de mim, não me abandonem ok? Fico triste. E obviamente, tem a parte que me deixa feliz também que são minhas leitoras assíduas que comentam em todo capítulo.
Vocês são lindas! Muito obrigada por todo o carinho, de coração. OILT provavelmente já não existiria mais se não fossem por vocês que saíram das sombras para me amarem e comentarem o que estão achando. Considerando que eu sou por natureza uma escritora insegura, vocês são minha força. Obrigada, obrigada, obrigada!

Sem mais delongas e bla bla bla... ME DEEM TEORIAS, ME DEEM COMENTÁRIOS, ME DEEM SUGESTÕES, ME DEEM AMOR! É tudo o que preciso, ok? E logo, assim que a faculdade me der férias (ou até antes, quem sabe?), estarei de volta com muuuuuuuuuitos feels pra vocês.

Beijinhos, que a Força esteja com todos meus amados padawans!