Once In a Lifetime escrita por selinakyles


Capítulo 1
You have got to be kidding me.


Notas iniciais do capítulo

Olá lindinhos! Aqui está o primeiro capítulo do meu mais novo projeto e eu espero de verdade que vocês se divirtam lendo. Não está revisado, por isso, está suscetível a erros. Por favor, relevem.



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Chapter one -


So before the storm is passed, I just want to ask... Can we make this moment last?



Clarke...

Clarke.

Clarke?

Clarke!

“Mas que diabos, Raven?”

E foi em um sobressalto que a loira se curvou sobre o sofá, ainda aturdida pelo timbre estridente que invadia seus tímpanos como agulhas. As mãos logo massageavam suas têmporas, na tentativa de amenizar a dor de cabeça que desnorteava até mesmo seus sentidos.

Clarke semicerrou as íris azuladas, a visão embaçada lentamente se tornava nítida mostrando uma Raven bastante inquieta, encarando-a como se tivesse visto algo completemente fora do normal.

E certamente ela tinha. Aquele tipo de situação não acontecia todos os dias, e ainda mais com Clarke Griffin – muito conhecida por seu senso moral sempre tão aguçado. Clarke não bebia e muito menos acordava de ressaca, o que levava Raven a acreditar que algo ali estava muito errado.

“Eu nunca pensei que estaria viva para presenciar esse momento.” Octavia murmurou sonolenta, entrando na sala com um sorriso ferino nos lábios.

A loira a censurou com o olhar, fazendo-a soltar um riso nasalado. Todo aquele atrevimento tinha que ser uma característica dos Blake.

“Clarke, o que raios você tomou ontem?” Raven questionou preocupada.

“Eu não sei, mas gostaria de saber só para pela certeza de que nunca mais tomarei.”

Logo Octavia entrava novamente em seu campo de visão, estendendo uma xícara de café antes de se sentar ao seu lado no sofá de três lugares.

“Você não tem a mínima ideia do que aconteceu ontem, não é?” A Blake indagou, observando o rosto da loira se contorcer em uma careta. “Café puro é ótimo para ressaca.”

“Eu deveria saber.” Clarke curvou os lábios em um sorriso singelo, pousando sua mão livre sobre a da amiga.

Raven ainda as olhava como se estivesse tentando decifrar uma equação matemática.

“Eu volto de viagem te encontro de ressaca no sofá e você com essa cara de quem acabou de sair de um show do Enrique Iglesias. O que aconteceu aqui?”

A Reyes pousou os olhos castanhos inquisitivos sobre os azulados da morena ao seu lado, arqueando uma de suas sobrancelhas da forma mais atrevida possível. Se Raven queria respostas, Raven teria respostas e isso era certo.

“Você sabe, Rav…”

“Não, não sei.”

“Claro que sabe! Olha bem para o rosto da Clarke.” Octavia disse, segurando o queixo da amiga entre o seu polegar e seu indicador ao direcioná-lo para que Raven pudesse analisá-lo. “Está reconhecendo esses traços de ressaca? Isso são as consequências de altas doses de Moonlight.”

Raven vacilou o olhar repleto de confusão entre o rosto delicado da Blake – que parecia se iluminar como quem descobre a cura do câncer – para o rosto pálido da Griffin que ainda desaprovava a forma como era avaliada.

Clarke estava se sentindo uma cobaia em experiência, e mesmo com todo aquele desconforto que aquela manhã – ou seria tarde? – estava lhe trazendo, parte de si estava feliz por estar em casa.

Rodeada pelas duas doidas que ela se sentia orgulhosa em chamar de melhores amigas – exceto por momentos como esse, claro. A presença daquelas duas nunca foi tão acolhedora, confortante.

Conforto esse qual ela tanto precisou ontem, ao atender a porcaria de seu celular; e que procurou em mais uma das invenções absurdas de Monty e Jasper como uma desmiolada sem juízo. Se pelo menos Raven não estivesse viajando naquela maldita convenção, talvez ela não experimentaria pela primeira vez uma ressaca daquelas.

Ela havia vacilado consigo mesma, mas as sensações que passavam por seu corpo não deixavam que sua festa de autoflagelação moral começasse. Cada músculo clamava por uma aspirina, um banho e um sono tranquilo.

Coisa que ela estava prestes a fazer, se não fosse a forma bruta com que Octavia forçou seu rosto para encará-la, ainda bastante compenetrada em sua pose de detetive profissional.

As vezes era impossível acreditar que aquela criatura tinha sua idade, e pior, estava prestes a se tornar a esposa de alguém.

“O que nos faz chegar a conclusão de que algo muito ruim deve ter acontecido. Clarke Griffin sendo Clarke Griffin em seu pleno juízo jamais tomaria uma gota sequer de álcool.” A morena presumiu, assistindo a loira revirar os olhos com um suspiro escapando pelos lábios entreabertos.

“Você fala como se eu fosse santa e merecesse ser canonizada.” Ela se levantou abruptamente, sentindo o cômodo rodar um pouco diante de seus olhos. Raven a segurou pelo braço antes que seu corpo se chocasse com o assento do sofá novamente. “Eu também bebo as vezes, para sua informação.”

“Meh…” Octavia deu de ombros. “Vamos fingir que acreditamos, certo Rav?”

A Reyes prendeu o riso diante da leve irritação que a loira tentava seu máximo em esconder, ajudando-a levantar novamente.

“Se você está dizendo…”

Clarke bufou em frustração, ignorando o sorriso debochado que se abriu nos lábios rosados da Blake ao tomar mais um gole de seu café. Octavia era realmente uma em um milhão.

Nenhuma seria capaz de chegar tanto em seus nervos como ela conseguia muitas vezes. Exceto por uma pessoa que, por ironia do destino, compartilhava com ela um laço de sangue.

Definitivamente uma característica dos Blake.

“Consegue andar sozinha?” Raven perguntou, os olhos receosos ainda sobre a amiga ao ajudá-la a caminhar até o corredor que levaria até os quartos.

O apartamento que as três dividiam não era exatamente uma fortaleza. Era mediano, arejado e confortável. As mobílias e decoração tinham sido por conta de Octavia e seus dons em Design e Arquitetura, a parte elétrica havia sido por conta de Raven – que também cuidava de grande parte dos pequenos problemas do dia-a-dia –, e ela… Bem, Clarke havia patrocinado muito mais que apenas sua parte, mas gostava de pensar que manter tudo limpo e em harmonia era sua verdadeira grande ajuda.

Até a noite anterior, onde seu apartamento foi tomado pela anarquia que aquela maldita festa havia trazido. E se ela era a responsável pela limpeza e organização, aquilo só reforçava sua culpa e indignação consigo mesma.

“Sim, está tudo bem agora. Foi só uma tontura, sabe como é…” Ela sorriu sem jeito, vendo Raven arquear uma das sobrancelhas escuras em descrença.


“Oh, eu sei. Não imaginaria que você soubesse, mas enfim…” Suspirou, suavizando seu olhar crítico para um mais compreensivo.

Ela conhecia Clarke muito bem para saber que a última coisa que ela precisava eram julgamentos ou críticas. Desde que se conheceram há alguns anos, no último ano do ensino médio, Raven soube que a Griffin era bastante eficiente em esconder seus verdadeiros sentimentos. Muitas vezes de uma forma nada saudável.

Sorriu consigo mesma ao sentir a sensação confortante que lhe assolava sempre que lembrava que ela era uma das únicas pessoas que conseguia ver por trás daqueles muros.

Não importa o quão altas sejam as barreiras que Clarke levanta ao redor de seu coração, Raven sempre seria capaz de ver através delas. Como uma verdadeira melhor amiga faria, como a melhor amiga que era.

“Eu farei o suco especial anti ressaca dos Reyes enquanto você toma um banho. Quando acordar estará novinha em folha!” Ela lançou uma piscadela antes de se virar em direção à cozinha.

“Obrigada, Rav.” Ela murmurou, antes de completar seu caminho até a porta de seu quarto.

Bem, no segundo seguinte ela se arrependeu de tal ato.

Foi ao abrir a porta de seu quarto, ainda tentando se manter firme, que se deparou com a visão mais desagradável que teve em anos. O choque do momento fez com que seus músculos – ainda doloridos – paralisassem, e o ar se prendesse em seu pulmão.

Ela coçou os olhos azuis opacos por alguns instantes, procurando ter a certeza de que sua mente injustiçada por aquela grande quantidade de Moonlight que ingeriu no dia anterior não estivesse lhe pregando uma peça. E oh, como ela desejava que fosse realmente isso que tivesse acontecido.

O ar finalmente escapou de seus pulmões quando a silhueta feminina se remexeu em seus lençóis – limpinhos, que ela havia trocado no dia anterior para ser mais exata –, descobrindo parte do corpo do indivíduo que resmungava ao seu lado.

Pelado.

Eles estavam pelados, em cima de sua cama, em seu quarto.

Seu sangue parecia correr como ácido em suas veias, e o ar passeava rapidamente por seus pulmões enquanto ela tentava inutilmente normalizar sua respiração. As maçãs de seu rosto entraram em um estado de dormência que acabou se alastrando por todo seu corpo, uma reação que ela, como uma ávida estudante de medicina, conhecia bem.

Raiva, da mais pura e insana, aflorava em seu peito como veneno, nublando todo e qualquer pensamento.

“Você só pode estar de brincadeira comigo!”

Os passos rápidos de Raven e Octavia ecoaram pelo assoalho ao escutar o grito da amiga, se deparando com a mesma cena que ela ainda tentava assimilar.

Bellamy Blake estava desnudo, em sua cama, com a namorada de um de seus melhores amigos no mesmo estado.

Clarke nunca havia experimentado um sentimento como aquele. Sua mente parecia ter abandonado seu corpo, deixando apenas aquela urgência em descontar seu ódio em algo – ou alguém, para ser mais específica.

“Meu Deus!” Raven exclamou, tentando conter o riso ao levar as mãos aos lábios.

“Mas que diabos?” Octavia ralhou, as sobrancelhas negras se unindo em uma carranca nada amigável. “O que significa isso, Bell?”

O moreno levantou a cabeça com uma expressão desentendida no rosto. Era como se ele ainda estivesse tentando reconhecer o lugar onde estava, com os sentidos ainda muito adormecidos para ser bem-sucedido.

Harper foi a primeira a se curvar assustada, a pele pálida de quem parecia ter visto um fantasma entrava em contraste com a iluminação que adentrava pela janela panorâmica. Os olhos claros logo se arregalaram ao ver que eles não estavam mais sozinhos.

“Bellamy...” Ela murmurou baixo, cutucando o homem que dormia de bruços ao seu lado. O lençol deixava a mostra a pele amendoada de suas costas largas, parando na altura de sua cintura. “Bellamy, nós temos companhia.”

Ele soltou um muxoxo em reprovação, semicerrando os olhos negros ao sentir a claridade queimá-los como fogo. As mãos passaram pelo rosto, e então ele se sentou, olhando diretamente para os três rostos perplexos que os encaravam.

Ele encarou diretamente as lagoas azuladas enfurecidas, deixando que um sorriso canto repleto de satisfação brincasse em seu rosto.

Bellamy umedeceu os lábios, não conseguindo evitar o contentamento que lhe assolava ao estudar aquelas feições. Sua missão estava completa.

“Bom dia, Princesa. Que tal se juntar a nos?”

“Você é um porco!” E foi com um último olhar repleto de repulsa que ela se dirigiu até a sala, vestiu suas alpargatas e pegou seu casaco, pronta para deixar aquele apartamento o mais rápido possível.

“Clarke, onde você vai?” Raven correu até ela, o timbre ainda repleto de preocupação. “Clarke!”

“Isso vai ter volta, Raven. Ele me paga!” Essas foram as últimas palavras que escaparam por seus lábios antes que ela encarasse uma Octavia bastante chocada e então saísse pela porta.

Só Deus sabe o quanto ela queria que aquela imagem tivesse ficado, e não ido com ela em sua mente para onde quer que ela fosse procurar por paz.

Era isso, paz. Ela precisava de paz.

E isso Clarke Griffin só conseguiria ficando o mais longe possível de Bellamy Blake.


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Notas finais do capítulo

Aí está a razão dos meus atrasos em AAY. Essa bendita estória - e esse bendito OTP, devo ressaltar - simplesmente estão colados na minha cabeça com super bonder. Desenvolvi um vício qual não sei mais se posso me livrar: o vício em fanfics Bellarke. Bem, como podem ver, nem tudo vai ser as mil maravilhas no começo. Clarke pode ser um pouco mais "geniosa" do que o normal, pelo menos se tratando do nosso rebel king. Não estou muito confiante com essa estória, e queria de verdade saber a opinião de vocês, agradeceria de coração. E então, o que acharam? Tem críticas? Tem dicas ou sugestões? Deixem um comentário e façam essa tapada que vos fala muito feliz! ;)