Até o julgamento escrita por Paola_B_B


Capítulo 4
Capítulo 3. Primeira Fuga


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Desculpem a demora ;)



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Capítulo 3. Primeira fuga

PDV Edward Cullen

A cada quilômetro rodado eu me sentia ainda mais nervoso pelo silêncio imposto pela agente. Não que ela tenha me mandado calar a boca, mas como ela não me respondia ou participava das minhas colocações, por mais idiotas que elas fossem, achei que estava incomodando com minha língua descontrolada e a mordi mantendo-a quieta em minha boca.

Isso não impedia que meu joelho esquerdo subisse e descesse em ritmo acelerado em uma clara demonstração de nervosismo. Concentrei-me na selva de pedras que passava rapidamente pela janela do carona e evitei qualquer comentário sobre a composição do cimento usado em construções ou sobre o desmatamento na floresta amazônica ou sobre os hábitos migratórios dos...

Minha linha de raciocínio foi cortada pela raiz quando senti dedos contornando meu joelho. Meu coração veio em minha boca e então voltou. Virei meu rosto lentamente em direção ao meu joelho e constatei que a agente estava realmente bolinando minha perna... Ok, ela não estava bolinando, estava segurando, mas era quase a mesma coisa. Então preparei meu sorriso sedutor para mandar-lhe meu charme.

– Você pode parar com a perna, está tirando minha atenção do transito.

– Desculpe. – murmurei rapidamente desmanchando minha expressão de comedor e antes que eu pudesse juntar a minha dignidade, que cá entre nós está quase extinta, sua mão saiu do meu joelho e o carro rodou em seu próprio eixo.

Imediatamente a agente pisou no acelerador. Pela janela observei outro carro, um SUV também, fazer a mesma manobra.

– O que está acontecendo?! – perguntei ou gritei... Não me julgue neste momento de desespero!

– Estamos sendo seguidos. – e explodiu mais uma bola de chicletes.

Agarrei-me no banco apavorado enquanto meus olhos estavam grudados na calma da agente. Swan segurava o volante com sua mão esquerda enquanto a direita estava firmemente no câmbio. Ela girava o volante com delicadeza para a esquerda e depois para a direita como se estivéssemos passeando, porém a alta velocidade e meu corpo sendo jogado pela força centrípeta de um lado para o outro me apavorava ainda mais.

Olhei para frente e quase tive um treco ao notar que ela estava costurando ora na mão correta ora na contra mão, eu iria morrer!

– Você... Cuidado! – sim eu gritei feito uma menininha enquanto a mulher acelerava cada vez mais.

Fui jogado contra o vidro do carona quando ela fez uma curva brusca para a esquerda entrando em uma estrada de pista dupla. Agora ela só costurava na mão correta. Isso não diminuiu o meu cagaço.

Voltei a olhá-la e ela continuava com a expressão relaxada. Observei o canto de seus lábios subir após uma rápida olhadela pelo espelho retrovisor. Então mais uma manobra para a esquerda e meu coração quase voou pela janela.

– Abaixe-se.

– O que?

– Abaixe-se agora!

Então os disparos começaram.

– Oh! Meu! Deus! – berrei com o vidro traseiro se estilhaçando.

– Edward? – como ela pode ficar tão calma?

Olhei-a em desespero e para subir ainda mais a minha colocação no ranking de covardes notei que ela não olhava a estrada e sim para mim. Os tiros não paravam de soar e eu estou prestes a sujar minha calça.

– Eu preciso que você se abaixe agora. – sibilou lentamente.

Ela não precisava pedir mais uma vez. Soltei meu cinto agachando-me em frente ao banco, quase embaixo do porta-luvas, e ali fiquei tentando acalmar a minha respiração. Puxei em minha memória todos os santos aos quais minha mãe era devota, talvez o excesso de reza dela pudesse dar um crédito para o seu filho azarado aqui. Então cheguei à conclusão que talvez o caso fosse para alguém superior. Apelei para Jesus e seu pai. E só para garantir parti para as outras crenças também. Até para o cosmo eu rezei.

PDV Agente Swan

Eu estava começando a me preocupar com o estado mental que meu protegido ficaria após toda essa confusão. Sem contar que acho que ele finalmente notou o perigo no qual se meteu. O risco de ele desistir de testemunhar crescia a cada bala voando em nossa direção. Eu precisava me livrar dos dois carros nos perseguindo e precisava fazer aquilo o mais rápido possível.

Meti o pé no acelerador e fiz uma curva para a direita entrando em uma rua menos movimentada. Aproveitando a falta de carros para me atrapalhar virei mais uma vez para a direita e acelerei entrando bruscamente à esquerda. Fixei meus olhos no retrovisor e quando não avistei mais os perseguidores estourei mais uma bola de chicletes em comemoração. O chiclete já estava sem gosto e quase não estourou. Peguei mais um do meu bolso e o coloquei na boca. Quase sorri com a explosão de açúcar.

Estacionei o carro em uma vaga qualquer e voltei meu olhar para Edward. Franzi o cenho, não estava em sua ficha que ele era contorcionista.

– Estamos seguros, pode sair. – informei com a esperança de que ele conseguisse sair daquela estranha posição sozinho e eu não tivesse que chamar os bombeiros.

Para a minha alegria seu corpo foi desenrolando lentamente e dando alguns estalos até ele estar novamente sentado corretamente no banco. Ele me fitou com aqueles poderosos olhos verdes. Estava apavorado. Suas narinas abriam-se e fechavam-se com a respiração pesada e suas bochechas branquelas cheias de sardas foram coloridas por um adorável vermelho.

Estranhei ele não falar nada já que ele aparentemente tinha algum longínquo parentesco com Brandon para ter a língua tão solta. Eu não podia esperar sua reação, nós precisávamos deixar o carro e seguir a pé antes que os seguidores de Aro Volturi nos achassem.

Estiquei-me entre os bancos para pegar minha mochila que havia deixado no banco de trás. Quando voltei para meu lugar notei a testemunha de olho nos meus atributos traseiros. Apenas lhe mandei um erguer de sobrancelha. Homens!

Edward corou e abriu a boca várias vezes sem nada dizer. Como disse antes nós não tínhamos tempo, ainda mais para esperar sua coragem aparecer. Ignorei seu acanhamento e peguei minha pistola, que eu deixava sempre embaixo do meu corpo entre as minhas pernas, e a aloquei na parte frontal da minha calça. Como minha camisa era solta não havia como notarem que eu carregava uma arma.

Saí do carro já observando as opções que tínhamos. Havia um pequeno hotel algumas quadras a frente, ele seria bom o suficiente para nos organizarmos e então seguirmos meu plano.

Abri a porta do carona esperando que meu protegido saísse.

– Chegamos ao FBI? Eu achava que seria um pouco diferente... – olhou hesitante aos prédios a nossa volta que em sua maioria eram todos residenciais.

– Não vamos para o FBI.

– Mas você disse que tinha uma palestra...

– Você não vai mais assistir essa palestra, senhor Cullen.

– Mas...

– Eu explicarei tudo, mas antes devemos sair deste lugar aberto antes que nos encontrem.

Ele assentiu rapidamente e eu o puxei pela rua. Logo que chegamos o recepcionista abriu um sorriso nojento para mim, ignorei seu tom malicioso e peguei a chave do quarto em que ficaríamos pelos próximos minutos.

O cômodo até que era limpo. Joguei minha mala sobre a cama e logo procurei meu celular.

PDV Edward Cullen

Fechei a porta atrás de mim e lentamente caminhei até a janela.

– Não fique perto da janela. – ordenou a agente sem sequer me olhar, ela digitava alguma coisa no celular.

Nada disse, apenas dei meia volta e sentei-me na beira da cama. Cheguei ao ponto que nada sinto. Enquanto estava encolhido, vergonhosamente, diga-se de passagem, quase embaixo do banco eu rezei para que toda essa confusão acabasse o mais rápido possível para que assim eu voltasse para a minha vida. A pergunta é, que vida? Eu costumava chamar a vadia da Tânia de vida e ela dizia que meu trabalho era minha vida. Agora estou sem os dois e em breve, provavelmente, perderia o sentido literal também.

– Brando, sou eu... Alice pare de gritar! – o revirar de olhos da agente me chamou a atenção, era a primeira vez que a via com uma expressão. – Sim, eu sei. Aconteceu o que eu havia previsto, porém mais cedo... Como não podemos ter certeza ainda? Providencie isso. Não, não irei para o FBI. Ele ficará sob minha proteção... Não preciso, tenho os meus próprios recursos e contatos... Não se preocupe, estaremos lá... Sim eu perguntarei... Ok, Alice. Tchau.

Seu olhar veio em minha direção. Senti arrepios com sua analise deliberada. Tentei ao máximo não me encolher como uma criança assustada.

– Quais pessoas em sua vida que podem ser usadas para te chantagear?

– O que?

– Designarei agentes para protegê-los.

– Oh, bem. Acho que só meus pais. Mas eles moram em Londres, não acho que corram algum perigo por lá. – ou será que correm? É só o que me falta!

– Conheço alguns homens da Scotland Yard, pedirei que fiquem de olho nos seus pais. – digitou rapidamente em seu celular antes de voltar seu olhar para mim. – Mais alguém?

– Acho que não. – dei de ombros.

Aquilo em sua testa era uma ruga de descrença?

– Nenhum amigo? Sua noiva?

Ela não sabia dos últimos acontecimentos da minha vida, então ela não tinha culpa da pergunta me irritar. Contudo, irritou.

– Meu único amigo deve estar na cama da minha ex-noiva e se você quiser podemos mandar para o mafioso o endereço da vagabunda.

– Ook... Acho que não é uma boa ideia contatarmos o Volturi neste momento.

– É uma pena. – sorri sem humor e então veio o choque quando um riso divertido saiu pelos lábios da agente.

Não sabia se me sentia ofendido por ela estar rindo da minha desgraça ou encantado com seus dentes perfeitamente brancos e alinhados e o som quase angelical de seu riso.

– Não é engraçado. – resmunguei. – Depois que essa confusão acabar, se eu sair vivo, não sei o que fazer da minha vida.

Ela parou de rir e sentou-se ao meu lado.

– Você ainda não desistiu de testemunhar. – olhou o relógio no celular. – Eu esperava que você o fizesse há duas horas.

– E porque eu desistiria? – indaguei confuso, o cara tinha metido uma bala a queima roupa na cabeça de outro! Não é o tipo de pessoa que você quer cruzar nas ruas.

– Você não faz nenhuma ideia, não é?

– O que quer dizer?

– Aro Volturi não vai parar de te caçar Edward até que te mate ou te faça desistir de testemunhar.

– E minha vida ou de qualquer outra pessoa ficará mais segura se eu desistir?

Agente Swan me olhou longa e profundamente. Eu começava a me sentir mole perante sua analise.

– É um pensamento altruísta. Não é comum encontrar uma testemunha assim. Elas normalmente só querem salvar suas peles.

– Não posso julgá-las por isso.

– Nem eu.

O clima ficou estranho entre nós. Havia um respeito mútuo misturado com aquela vontade louca de puxa-la pela nuca e provar seus lábios. Me mexi desconfortável e então perguntei como seriam as coisas dali a diante.

PDV Agente Swan

O garoto me surpreendia a cada momento e ele conseguiu algo que era muito difícil alguém conseguir de mim em tão pouco tempo. Confiança. Havia honestidade em cada palavra, em cada ação, em cada olhar de Edward.

– Eu entrarei em contato com uma amiga. – não pude evitar a careta em pensar nela como amiga.

– Ela é realmente sua amiga?

– Não exatamente. Na verdade eu a odeio, ela é arrogante, impaciente e anda como uma predadora. Mas é alguém honesta em quem podemos confiar.

– Geralmente odiamos as pessoas que são parecidas demais conosco.

Meu olhar o congelou por inteiro. Um passo para trás garoto, ainda não te dei liberdade para me dar liçõezinhas de moral. Sem me dar ao trabalho de depreciar seu comentário foquei-me em lhe dizer como as coisas funcionariam.

– Ela nos buscará e nos levará até seu transporte. Com um carro seguro e rápido partiremos para um esconderijo e lá ficaremos. – levantei-me e caminhei até a lixeira do quarto.

Coloquei-a longe da cortina para então pegar um envelope dentro da minha mala.

– Estes são os nossos novos documentos criados pelo FBI.

– Terei um novo nome. – quase revirei meus olhos para a sua animação infantil.

– Não estes. – joguei dentro do lixo e então meti fogo. – Há um vazamento no FBI e não vou arriscar que eles nos rastreiem. Estaremos fora do radar do Volturi e do FBI. Só voltaremos para a cidade no dia do julgamento.

Ele respirou fundo e assentiu.

– E se formos parados em uma blitz?

– Não iremos até termos novos documentos. Não se preocupe com isso.

– E se nos acharem?

– Trocaremos de esconderijo.

– E quantos esconderijos você conhece?

– O suficiente.

Antes que ele me fizesse mais alguma pergunta peguei meu celular e disquei o número de minha velha conhecida.

– Mecânica Halle’s?

– Rose, sou eu Bella.

– Irmãzinha! Quem é vivo sempre aparece! Como você está? Tem comido legumes?

– Eu não sou sua irmã. – resmunguei.

– Sou quase como uma! Não seja ingrata!

– Que seja Rosálie! Preciso de uma carona, será que pode vir me buscar?

– Agora? O que aconteceu? Estragou o carro?

– Algo assim... E sim, preciso que seja agora.

– Tudo bem... Me passe o endereço.

Passei-lhe rapidamente o endereço do lugar onde estávamos e desliguei o celular.

– Irmã? – Edward parecia divertido ao me olhar.

– Ela se acha como tal, pois me “protegeu” no ensino médio das suas amiguinhas patricinhas. Mas não se engane, ela uma completa cadela controladora.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam?



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