Até o julgamento escrita por Paola_B_B


Capítulo 5
Capítulo 4. Recém-casados


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! O capítulo de hoje vai mostrar um pouquinho da relação da Bella com a Rose e as novas identidades dos nossos fugitivos ;)
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/595272/chapter/5

Capítulo 4.Recém-casados

PDV Edward Cullen

A agente Swan me intimidava e excitava de forma vergonhosa. Sua boca mexia-se enquanto ela me explicava sobre a nova identidade que tomaríamos e de como eu não poderia entrar em contato com ninguém, mas meus ouvidos estavam anestesiados pelo seu tom de voz suave e baixo, minha mente captava suas palavras, porém não as guardava e seus olhos... Deus! Os seus olhos! Era como se eles me engolissem nas profundezas de sua alma.

– Senhor Cullen! O senhor entendeu?

– Claro. – respondi automaticamente deixando que o meu melhor sorriso tomasse conta dos meus lábios.

Ela não o apreciou virando-se de costas para mim para mexer em sua pequena bagagem. Antes que me desapontasse por ser desprezado percebi que eu não tinha roupa alguma para trocar amanhã quanto mais para os próximos meses.

– Ãh... Agente Swan?

– Alguma dúvida sobre seus hábitos futuros? – indagou sem direcionar seu olhar para a minha pessoa.

– Eu vou poder tomar banho?

Agora eu consegui sua atenção, mesmo que esteja estampado em sua cara que ela me ache um completo imbecil.

– Sim claro, assim que chegarmos ao esconderijo.

– E quanto as minhas roupas? Tenho que pegar pelo menos algumas peças.

– Você pode ficar sem suas roupas.

Minha boca abriu e fechou-se. Eu não sabia se me constrangia ou se abria um sorriso cheio de malícia. Por fim me decidi pelo patético:

– O que?

Seus olhos castanhos estavam apenas um pouquinho maiores do que o normal, não era como se seu rosto demonstrasse alguma expressão. Então ela naturalmente explicou e eu me senti ainda mais patético.

– Quando chegarmos a cidade compraremos roupas novas para você. Não precisará das roupas que estão em sua casa. Não se preocupe com isso.

– Ah, sim, claro. – sorri sem graça tentando disfarçar com uma leve coceira na cabeça.

Ela novamente voltou-se para as suas próprias coisas inclinando-se sobre a mala enquanto eu tentava olhar para qualquer local que não fosse seu belo traseiro. Não sei se sou azarado por me encontrar no meio de toda essa confusão ou um cara de sorte por ser protegido justamente por esta beldade.

Uma nova explosão de chicletes me tirou de meus devaneios e então eu percebi que meus olhos traidores e desavergonhados estavam focados na região íntima da agente que agora estava de frente para mim. Senti o calor subir pelo meu pescoço, se apossar das minhas orelhas e finalmente pintar meu rosto da mesma cor dos meus cabelos.

Ergui a cabeça lentamente e lá estava ela mascando aquele maldito chiclete me olhando com ar superior.

– Rose está nos esperando na saída dos fundos.

Apenas assenti mordendo minha língua para não falar nenhuma besteira.

Logo a vergonha passou dando lugar a curiosidade para conhecer a “irmã” da agente.

Meus olhos iam arregalando mais e mais a cada passo que dava em direção a velha caminhonete que em seus tempos de glória provavelmente era vermelha. Eu não entendia muito de carros, mas eu podia dizer sem medo de retaliação que aquele automóvel tinha quase a minha idade. Era aquele o nosso transporte?

– Essa velharia é o nosso transporte? – tive que dar vazão aos meus pensamentos, porém me arrependi imediatamente. A agente Swan me fulminava com seus olhos chocolate.

– Não fale assim! Ela é uma senhora distinta e corajosa.

Não pude deixar de rir.

– Sem dúvida distinta... De todo e qualquer modelo de carro fabricado depois dos anos 80.

Seus olhos estreitaram-se antes dela me dar um soco no braço direito. Confesso que a brincadeira resultaria em um belo roxo na minha pele com escassez de melanina, contudo a expressão, mesmo que irritada, em seu rosto a tornava um pouco mais... Humana. Era como se sua falta de demonstração de sentimentos fosse apenas casca que de vez em quando quebrava tirando o ar robotizado da mulher.

– Bella! Você não me disse que estava acompanhada! – a voz chamou-me a atenção imediatamente, pois parecia uma daquelas radialistas de voz sensual.

Curioso voltei meu olhar em direção a Sra. Distinta e eu não podia ser mais surpreendido. Encostada a porta da caminhonete estava uma mulher alta como uma supermodelo. Ela tinha até beleza de supermodelo com o seu rosto marcante, com sobrancelhas bem desenhadas, nariz arrebitado, boca posicionada em um sorriso malicioso, profundos e bonitos olhos azuis e uma cabeleira loira que a mulherada com toda a certeza morria de inveja. O que destoava de seu ar de mulher famosa era a roupa que usava.

Em seus pés um coturno surrado, em seu corpo um macacão azul escuro, porém ela usava apenas a parte da calça já que a parte de cima estava amarrada em sua cintura fina como se fosse um casaco. Deste modo ela deixava que a regata branca moldasse seus seios fartos.

A mulher era aquele tipo de gostosa que fazia nós homens parecermos babacas babões.

– É coisa de trabalho. – respondeu a agente monotonamente.

Não precisava jogar na cara que eu era um fardo problemático de se carregar né?! Engoli minha mágoa me aproximando da beldade loira que agora tinha sua expressão divertida.

– Falando isso ao lado de um cara como esse você parece uma puta.

Arregalei meus olhos sem saber se me sentia ofendido por ser “um cara como esse”, seja lá o que isso quer dizer, ou se me sentia bravo por ela chamar a competente agente ao meu lado de puta. De todo modo sua frase foi extremamente rude. Rude! Pareço até minha mãe falando.

– Prazer, Rose. – ofereceu sua mão junto a um sorriso.

Comecei a esticar meu braço para cumprimentá-la quando Swan bateu em minha mão estendida a segurando em seguida para então me arrastar, como se eu fosse um garotinho prestes a atravessar a rua, em direção ao banco do passageiro.

– Não há tempo para cumprimentos Rosálie, vamos logo.

– Não me chame de Rosálie! – grunhiu a loira irritada entrando no carro.

Fui empurrado para sentar-me entre as duas. Encolhi-me com o som das duas portas batendo com mais força que o necessário.

– Er, é um prazer conhecê-la Rose. – tentei sorrir amistoso para não demonstrar o meu cagaço diante da tensão entre as duas mulheres.

A loira deu partida no carro e o som do motor não era nada do que eu esperava. Era silencioso como o vento e eu não conseguia imaginar como aquilo era possível.

– Existe um motor nessa velh... – mordi minha língua ao sentir minha espinha gelar com o olhar da morena. – Digo, na Sra. Distinta?

Rosálie parecia alegre com o meu comentário, pois ligou o som e com um sorriso de criança me falou.

– Incrível não é?! Bella não queria se livrar dessa sucata e ela era tão barulhenta que me irritava antes mesmo de vê-la em minha frente. Então reformei essa caminhonete por dentro e mantive a carcaça. Agora eu só me irrito quando a vejo.

– Você fez um bom trabalho. – elogiei.

Um sorriso ainda maior abriu-se em seu rosto enquanto ela acelerava por uma avenida com grande fluxo de veículos.

– É bom ter seu trabalho reconhecido de vez em quando.

– Como não reconhecer seu trabalho? Você transformou algo que deveria ser o Godzilla irritado em um sopro de anjo.

Rosálie gargalhou em um misto de orgulho e acanhamento.

– Bem, mecânica não é a profissão mais popular entre as mulheres e geralmente as pessoas supõe que o trabalho foi feito por um homem.

– Entendo, na minha linha de trabalho as mulheres também são em menor número, mas as que estão lá são disputadas a tapas pelos homens.

– Aposto que você não precisa entrar em nenhuma disputa.

Senti minhas bochechas esquentando pelo comentário da loira e antes que eu pudesse agradecer um “plof” soou alto a minha direita.

– Será que dá para parar com este maldito chiclete! – reclamou a motorista. – Você ainda ficará sem dentes por conta deste hábito ruim.

– Cuida da sua vida. – retrucou a agente sem qualquer emoção.

– Você é tão estúpida Isabella Swan!

– Pensei que te chamavam de Bella por significar bonita em italiano. – por favor, alguém diga que essas palavras não saíram justamente da minha boca! Por favor! – Não é estranho que essa música seja do Mark Ronson com participação do Bruno Mars quando é justamente o Bruno Mars que canta toda a música e o Marck Ronson é quem parece fazer uma participação?

Rose gargalhou tão alto que eu me encolhi ainda mais mantendo meus olhos na rua.

– Sim, mas não interessa quem esteja participando na música de quem, ela é muito boa. – ela esticou o braço e aumentou o volume.

Este é o momento que devo calar a boca.

Continuamos o percurso com Rose cantando animadamente as músicas do rádio. Eu deixei de lado um pouco da vergonha e acompanhei em algumas músicas. Eu precisava de um pouco de leveza para esquecer-me do mafioso que queria me matar. Enquanto isso Isabella continuava sem nenhuma expressão e sem dizer nenhuma palavra, seu rosto só não ficava completamente parado, pois ela mexia sua boca para mastigar o chiclete e explodir uma bola quando tinha vontade.

Após umas 8 músicas finalmente paramos em frente a uma grande garagem com uma placa enorme indicando Mecânica Halle’s. Retirei o cinto de segurança para descer, mas antes que eu pudesse fazer qualquer movimento a agente colocou uma mão sobre o meu antebraço fazendo-me parar onde estava.

– Rose. – chamou. – Nenhum de seus funcionários pode nos ver aqui.

Pela primeira vez em todo o nosso percurso Rosálie pareceu preocupada.

– No que se meteu Bells?

– Eu não me meti em nada, mas ele... – sinalizou com a cabeça. – Viu o que não deveria ver.

– Testemunhou um crime. – ela era rápida. – Programa de proteção à testemunha?

– Não oficialmente. Nós precisamos sumir.

– Bella... Quando disse que seu carro estragou...

– Ele foi alvejado. Minha rota vazou no momento em que saímos da delegacia.

– Vocês podem ficar aqui o quanto precisarem. Ninguém sobe para minha casa, ninguém saberá que estão lá.

– De jeito nenhum. Não a colocarei no meio dessa confusão. Preciso apenas da correspondência que chegou aqui em meu nome e nós partiremos imediatamente.

– Deus Bella! Vocês estavam em fuga e foram alvejados! Os dois devem estar mortos de cansaço, fiquem aqui pelo menos esta noite. Amanhã cedo vocês partem. E não aceito não como desculpa!

A agente Swan virou-se para me olhar e algo que ela enxergou em meu semblante a fez concordar com a irmã.

– Tudo bem, mas partiremos logo que amanhecer.

PDV Agente Swan

Eu ainda esperava Edward pirar com tudo o que está acontecendo. Ele leva a situação bem demais e temo que ele “exploda” no pior momento possível. Aguardamos dentro da minha amada picape até Rose acenar da frente da sua mecânica avisando que poderíamos entrar sem quaisquer problemas.

Rose me entregou meu pacote antes que subíssemos para a sua casa que ficava em cima de seu estabelecimento. Ela logo nos deixou sozinhos em sua sala de estar e desceu trabalhar.

Sentei-me no sofá ao lado de meu protegido que apresentava sinais claros de cansaço. Abri a caixa que tinha encomendado com urgência de um falsificador de documentos e despejei o conteúdo sobre a mesinha de centro.

– Me empresta a sua carteira. – pedi e ele puxou-a do bolso frontal de sua calça e me entregou.

Rapidamente substitui seus documentos originais pelos falsos, guardei meus novos documentos comigo e então segui até a mesa de escritório no canto da sala de Rosálie e usei seu picador de papel para destruir nossos documentos originais. Em seguida me abaixei para retirar uma madeira solta do assoalho para esconder meu distintivo.

– Sem distintivo?

Virei-me para Edward e assenti. Aproximei-me dele e me sentei sobre a mesa de centro, bem em sua frente. Com cuidado eu o avisei antes de entregar-lhe sua carteira.

– Agora você é Antony Masen e eu Mary Masen.

– Irmãos?

– Recém-casados.

– Ook... – notei seu nervosismo pelo seu pomo de adão subindo e descendo.

– Estaremos voltando de lua de mel para o nosso novo apartamento em nossa nova cidade, Atlantic City.

– Só há três horas daqui?

– Pegaremos o ônibus que parte a meia-noite de hoje, portanto se quer tomar um banho e descansar antes de partirmos fique a vontade.

Comecei a levantar, mas fui interrompida pelo meu protegido que segurava minha mão.

– Obrigado por estar fazendo isso por mim.

– Tenho investigado Aro Volturi por tempo demais sem conseguir qualquer prova concreta de seus crimes. Você é minha única arma contra ele e farei de tudo para mantê-lo seguro. O colocaremos atrás das grades e então você poderá voltar para a sua vida.

– Obrigado Bella.

Seus olhos verdes tão profundamente inocentes combinando com sua voz rouca de emoção falando pela primeira vez meu nome causaram uma serie de borboletas em meu estômago. E algo no fundo do meu coração dizia-me que nossas vidas de alguma forma estariam entrelaçadas mesmo após o julgamento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? Gostaram? Deixem suas opiniões nos comentários :)