Até o julgamento escrita por Paola_B_B


Capítulo 3
Capítulo 2. Proteção à testemunha


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Capítulo novo na área e já aviso que nossos personagens estão com problemas sérios de bocas sujas ;) Espero que gostem!



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Capítulo 2. Proteção à testemunha

PDV Agente Swan

Segui tranquilamente até a sala em que meu protegido faria o reconhecimento do suspeito. Confesso que fiquei um tanto preocupada. Aro Volturi é um bandido que não pode ficar solto nas ruas, ele representa perigo para qualquer um que cruzar o seu caminho. É um infortúnio New York ter abolido a pena de morte, o mafioso teria passagem direta para o inferno.

Assim que entrei na pequena sala de péssima iluminação meu olfato foi atingido por um perfume cítrico delicioso. O cheiro não pertencia ao detetive Whitlock, que assim que me avistou acenou brevemente, o policial usava um perfume mais suave que se misturava ao cheiro de suor da delegacia. O aroma também não vinha da advogada do mafioso, ela tinha mais perfil de quem usa aqueles perfumes caros e fortes.

– Você não pode ir entrando assim! Isso aqui é uma bagunça! Qualquer um interrompe um procedimento de tamanha importância! O juiz receberá minha re...

Apenas ergui meu distintivo fazendo a loira aguada calar a boca. A promotora riu enquanto limpava uma sujeira imaginária de seu terninho.

– Kate, está querendo ser presa por desacato? Tenha mais respeito pelos trabalhadores públicos. – provocou minha velha amiga e promotora pública Alice Brandon.

Conheço Brandon há cerca de 12 anos. Eu era uma novata no FBI e ela uma novata na promotoria. Ela não ficava enchendo o meu saco por ser quieta demais, na verdade Alice é o tipo de pessoa que faz a pergunta, responde a própria pergunta e ainda discorda da própria resposta. Na verdade nós éramos bem parecidas, a diferença é que ordeno meus pensamentos dentro da minha cabeça, enquanto ela ordena os pensamentos os falando.

Brandon é uma baixinha que bota medo em muito brutamonte. Ela é uma força da natureza. O fato de ela ter pegado o caso Volturi me deixa um pouco mais aliviada.

Bem, voltando ao perfume cítrico... Eu conhecia Alice muito bem e ela definitivamente não usaria um perfume desses, ela prefere os doces enjoativos. Então me restava apenas uma pessoa naquela sala. O garoto... Não tão garoto assim. Uau! Ele não parecia tão alto de longe e não era magrelo como minha visão enganou-me. Devo estar acostumada demais com meus colegas bombados. Digamos que o cara tinha seus atributos. Mesmo com seus 23 anos, que constavam em sua ficha, seu rosto é másculo. Apesar de seus lindos olhos verdes estarem arregalados em minha direção e algumas gotas de suor povoarem sua testa ele demonstrava seu charme. Ok eu admito, o dito cujo é gato!

Quase passei minha língua em meus lábios quando vi seu pomo de adão subindo e descendo e então seu peito enchendo-se de ar cada vez mais rapidamente. Enquanto aqueles malditos olhos sedutores perscrutavam meu corpo de cima a baixo. Jesus! Acho que vou pular no meu protegido!

– Qual dos homens viu na noite passada senhor Cullen? – a voz do detetive trouxe-me de volta a realidade e só então percebi que o suspeito junto a outros homens com características semelhantes foram chamados a entrar na sala anexa.

Dei um passo para trás assustada com a minha falta de atenção. Nunca fui inerte aos atributos físicos de um homem. Mas também nunca deixei de observar os acontecimentos a volta por causa de um único exemplar masculino! Ainda mais no trabalho!

Apague o fogo dessa periquita Swan!

Torci meus lábios me concentrando no reconhecimento. Para o meu azar a testemunha deu um grande passo para trás fazendo-me encostar na parede e ser hipnotizada pelo perfume cítrico. Puta merda! O perfume era dele mesmo! Rapidamente deslizei minhas mãos em suas costas e por milésimos de segundos tive o gostinho daquele corpo sob minhas mãos, então lhe dei um leve empurrão para acabar logo com o reconhecimento.

Finalmente ele reconheceu Aro Volturi. Se a voz trêmula e assustada do Cullen já era assim eu fico imaginando como não deve ser na hora do... Porra Swan!

O detetive o inquiriu sobre a certeza daquela decisão. Eu o compreendia, o caso era importante e Aro tinha que ser preso. Mas eu precisava urgentemente de ar antes que eu fizesse uma loucura.

– Então foi ele mesmo! O que mais você precisa para aceitar que eu tenho certeza? Promessa do dedinho? Pacto de sangue? Só me deixe ir para a minha casa antes que esse cara atravesse o vidro! – sua voz soou alterada pelo óbvio medo.

O rosto do ruivo estava um pouco pálido e eu posso jurar que ele vomitaria a qualquer momento. Até Whitlock afastou-se um pouco. Mas... Promessa do dedinho? Pacto de sangue? Há! Hilário! Controlei a risada a tempo de arrastá-lo para o banheiro masculino.

A ideia de nós dois sozinhos em um ambiente fechado não era nada boa. Pensamentos nada inocentes invadiram minha cabeça. Para me controlar me virei em direção ao espelho e dei um jeitinho na baba que escorria nos cantos da minha boca após o curto período de observação do meu protegido.

– Você sabe que esse é o banheiro masculino, não é? – indagou constrangido.

Ergui uma de minhas sobrancelhas enquanto pegava um chiclete de menta. Sim eu sabia que o banheiro era masculino, mas eu nãol ia deixa-lo sozinho nem por um minuto, afinal eu era a sua protetora... Explodi uma bola de chiclete antes de respondê-lo, porém não tive tempo já que ele correu vomitar.

Nojento.

Eu o entendia. Ele deveria ter uma vidinha perfeita antes de se tornar uma importante testemunha. Li em sua ficha que o Cullen era formado em engenharia da computação com ênfase em softwares e trabalhava em uma grande empresa de desenvolvimento. Ao que parece ele tem uma noiva, pai e mãe vivos e uma situação financeira estável. Acho que ele não passou por grandes problemas em toda a sua vida e agora tropeçou em um assassinato. É... A vida costuma pregar peças em todos, para Edward ela só demorou um pouquinho mais para dar-lhe uma rasteira.

Sentei-me na bancada para descansar meus pés daqueles saltos dos infernos. Fiz rapidamente um lembrete mental para conversar com Alice sobre as minhas suspeitas de corrupção dentro do FBI. Ela seria meu único contato confiável enquanto eu estivesse fora da cidade com meu protegido.

A porta do Box abriu-se e dei de cara com um rosto um pouco mais corado, porém visivelmente cansado. Reparei em suas sardinhas e quase tive um treco de vontade de tocá-las. Será que se eu lhe dissesse que suas sardas eram sexy seria algo estranho? Bem, ele acabou de sair do banheiro onde colocava praticamente todo o estômago para fora. Acho que não é um bom momento.

Estourei mais uma bola de chiclete e pulei da bancada para sairmos logo daquela delegacia. O aguardei lavar a boca, mas ao que parece ele precisava escovar os dentes decentemente. Bem, eu deveria ter um creme dental em minha bolsa, mas ela estava dentro do carro.

Puxei-o para fora e xinguei-me mentalmente com o erro estúpido. Esqueci-me de verificar se o corredor estava livre de qualquer problema. A consequência foi Aro Volturi intimidando meu protegido.

– Se testemunhar você está morto, palito de fósforo! – sem chance que aquela cor linda de ruivo era igual a fósforo!

Tratei de tirar logo aquele animal de cima de Edward e o empurrei para longe. Logo Aro era novamente imobilizado por Emmett e um policial da delegacia. Pelo canto dos olhos observei o detetive tirar a testemunha de cena.

– Isso é intimidação! O Juiz saberá disso Kate! – Alice tinha metade da altura da advogada, mas não tinha medo de apontar-lhe o dedo furiosamente. – Seu cliente vai finalmente para o xilindró! – debochou. – Faça com que ele compreenda!

McCarty junto ao policial levaram o mafioso para longe enquanto a advogada seguia tropeçando em seus saltos logo atrás.

– Alice. – chamei a puxando discretamente.

– Bells! Como é bom te ver! Senti tanta falta de trabalharmos juntas em um caso! E um caso grande como este! Mas agora com esta intimidação eu não sei que rumo o processo tomará, acho que nossa testemunha pode desistir. Você viu a cara do pobrezinho? Estava tão apavorado. E você sabe que o Volturi parece sentir o cheiro de medo de longe. Nós só o vimos pular no coitado quando já era tarde demais... – tapei sua boca com uma de minhas mãos antes que ela continuasse seu interminável discurso.

Eu não sabia como que ela conseguia advogar sem ser mandada a calar a boca pelos juízes.

– Alice, temos maiores problemas do que este.

Sua postura mudou e eu tirei a mão de sua boca. Sua expressão tornou-se séria.

– Estou ouvindo.

– Tenho quase certeza de um vazamento dentro do FBI.

– Relacionado a este caso?

– Sim. Jacob Black.

Seus olhos abriram-se como dois pratos ao mesmo tempo em que um sorriso gigantesco abria-se em seu rosto. Brandon era assustadora de vez em quando.

– Jacob bafo de cachorro Black?

Argh! Alice era tão inconveniente! Ela não precisava trazer a minha memória a vez em que me infiltrei junto ao Black em uma danceteria. O filho da puta me beijou com um bafo terrível no meio da pista de dança. O pior era ter que aguentar sua saliva fedida para manter o disfarce.

Revirei meus olhos enquanto minha amiga soltava um de seus risinhos maliciosos.

– Não me lembre disso Alice.

– Desculpe, mas tenho que perguntar. Essa suspeita não se trata de vingança, não é?

– Não. Você sabe que sempre tive problemas com a incompetência dele. E agora ele simplesmente deixa escapar um flagrante do maior mafioso da cidade. Isso é demais até para ele.

– Tem razão, isso é um pouco suspeito. O que tem em mente?

Era por isso que Alice era minha amiga. Ela entendia minha mente e acompanhava meu raciocínio.

– Vou para outro esconderijo e quero que você fique de olho neste lugar aqui. – passei-lhe um papel com o endereço do esconderijo que o FBI tinha escolhido. – Se algo acontecer lá teremos a confirmação de vazamento.

Seu rosto tornou-se preocupado.

– Me mantenha informada.

– Manterei.

– E mantenha o senhor Cullen disposto a testemunhar.

Apenas assenti e segui para a sala onde o detetive provavelmente pedia desculpas pelo infortúnio encontro com o cara que queria matar meu protegido.

Bati a porta e entrei. Edward estava praticamente jogado na poltrona. Seu rosto mais pálido que o normal.

– A agente Swan o acompanhará até o FBI para que seja devidamente orientado.

Ele assentiu um tanto desolado e eu tive vontade de abraçá-lo e colocá-lo em meu colo.

– Vamos! – tentei animá-lo antes de estourar mais uma bola de chicletes.

Queria dizer que seria divertido, mas muito provavelmente para ele não seria. Afinal, pelos próximos meses ele não teria contato com ninguém da sua família e isso incluía sua noiva.

PDV Edward Cullen

Oh merda! Quer dizer que passaria as próximas horas com a agente gostosa? Isso não vai prestar! Eu com toda a certeza existente no universo abriria essa minha boca grande e falaria um monte de besteiras para então ela se certificar que eu era realmente um completo idiota.

Levantei-me com as pernas trêmulas. Não sei se por causa do recente encontro com o mafioso ou se por causa da proximidade com ela e sua bola de chiclete. Porra! Como pode um simples ato, mal educado segundo minha mãe, pode agregar a todo o sexy appeal da mulher? Homem é burro mesmo! Aposto que ela é daquelas que adoram pisar nos caras babões a sua volta.

Como se lesse meus pensamentos observei apavorado um dos cantos de sua boca se erguer em um sorriso arrogante.

– Prazer em conhecê-la. – tentei sorrir, mas meu rosto estava tendo contrações involuntárias.

Ela apenas ficou me olhando como se eu fosse demente. Parabéns Edward! Mais um passo na direção da idiotice.

– Prazer. – respondeu simplesmente em voz baixa.

Ela parecia envergonhada, provavelmente por estar perto de um completo imbecil como eu.

– Vamos. – me segurou pelo braço e mais uma vez me arrastou pela delegacia.

Que fique claro que minha masculinidade continua intacta, apesar da opinião dos policiais que se divertiam observando a cena bizarra.

– Hã, a saída é por ali. – indiquei hesitante assim que entramos num elevador escondido em um corredor pouco movimentado.

Ela sequer me olhou, apenas apertou o botão da garagem.

– Há! Claro. Você deixou o carro na garagem. – falei sem graça, talvez assim ela percebesse que eu nãol era tão idiota quanto ela pensava. – Então vamos ao FBI. Legal. Nunca estive em um departamento de polícia federal antes. Deve ser como aqui na delegacia, mas com menos brutalidade e mais classe. – porra elevador, anda logo! – Desculpe, eu tenho o horrível defeito de falar demais quando sou ameaçado por um mafioso assassino.

A porta do elevador finalmente se abriu e minha dignidade ficou dentro dele quando ela me perguntou com aquela expressão de “não me importo com nada” ou na versão boca suja “estou pouco me fodendo para você”.

– E o senhor costuma ser ameaçado por mafiosos senhor Cullen? – ela sequer me olhou, apenas continuou caminhando até parar ao lado de um grande SUV preto e apertar o alarme.

Não me arrisquei a responder a pergunta. Resolvi me recolher a minha insignificância adentrando ao banco do passageiro.

Ainda envergonhado pela minha língua solta observei-a com o canto dos olhos. Era fascinante como uma mulher pequena como ela dominava com maestria a direção daquele carro monstro. Então o recente ataque povoou meus pensamentos novamente e percebi que não tinha a agradecido por ter salvo minha curta vida. Obriguei-me a falar.

– Eu não te agradeci por ter tirado o troglodita de cima de mim, por mais vergonhoso que seja para um cara do meu tamanho ser salvo por uma mulher do seu tamanho, eu realmente agradeço.

– Ook. – respondeu lentamente me olhando apenas pelo canto dos olhos.

Porra Edward! Para de falar merda!

– Não que você seja muito pequena! Pelo contrário! Quer dizer, não estou te chamando de gorda! Digo, você tem todas as curvas no lugar... Hã! Você tem alguma arma no porta luvas para que eu possa acabar com a minha própria vida?!

Sou um avestruz, sou um avestruz, sou um avestruz... Onde está o buraco para eu enfiar minha cabeça?

– Creio que a promotoria não ficará muito feliz comigo se deixar a única testemunha capaz de colocar Aro Volturi atrás das grades se matar. – seu tom parecia divertido.

– Desculpe. Eu acho que não estou lidando muito bem com tudo isso. – suspirei fazendo um círculo no ar com a minha mão direita.

Ouvi novamente o estourar do seu chiclete e quase grunhi. Ela não estava ajudando!

– Tente não se preocupar senhor Cullen. Chegaremos em poucos minutos ao FBI. Lá vai assistir a uma pequena palestra explicativa sobre o programa de proteção à testemunha, após isto receberá seus novos documentos e então partiremos para o esconderijo.

– Partiremos? Você ficará comigo?

– Sim. Fui designada para a sua proteção. Não se preocupe, o manterei seguro.

Seguro. Está não é bem a palavra que uso ao pensar no meu futuro. Eu estava é fodido. Em todos os sentidos que a palavra é empregada.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo teremos um pouquinho de ação :D Explosões, alta velocidade e talvez tiros o/



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