My Secret Past | Dramione escrita por Isabelle Munhoz


Capítulo 8
Capítulo 8 - First Kiss


Notas iniciais do capítulo

Hey gente.
Eu esperava ter postado mais cedo só que não tive tempo, mas vou tentar sempre postar uma vez por semana no minino, mas n tenho certeza se semana que vem consigo pq é semana de prova e eu demoro muito pra escrever cada cap, então vou tentar mas n prometo nada.
Espero que gostem.
Boa leitura:



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Por quase um minuto inteiro todos ficaram num silencio na sala.

Bem, até Gina começar a rir.

– Vocês deram mesmo Veritasserum pra ele? – perguntou.

– Demos sim. – Rony disse sombriamente.

Eu queria era dar meia volta e sair dali. Fingir que não havíamos chegado nesse assunto e que Malfoy não havia falado nada. Queria acreditar que Rony não iria me odiar pra sempre depois de eu explicar do que ele estava falando. Porem algo estava me pressionando no fundo da minha mente, olhei pra Draco e vi ele sendo o oprimido em toda a situação, era ele que fora acusado injustamente e fora quase obrigado a tomar a poção da verdade. E quem fizera tudo isso? Ron, o meu Rony. Agora alguém pode me explicar como as posições se inverteram e o ruivo que estava oprimindo alguém?

Suspirei tentando parecer calma.

– Se o seu objetivo era me proteger. – falei diretamente para Malfoy. – Não anda fazendo um bom trabalho.

– Por quê? – Rony perguntou. – Por que tem que proteger a minha namorada?

Os olhos de Draco encararam furiosamente o rosto do ruivo e depois vieram para o meu rosto. Algo dentro de mim pareceu acordar e uma lembrança que até agora eu tentava reprimir em minha mente fora acordada. Era eu ali rindo ao lado de um Malfoy que parecia mais tenso do que o que estava na minha frente, mas aquele Draco tentava esconder um sorriso enquanto eu ria.

Aquele Draco já me fez feliz. Já me fez sonhar, sentir aquelas borboletas no estomago, rir, enfim, aquele Malfoy já fez mais do que apenas quebrar o meu coração. Então o que eu estava fazendo? Escondendo tudo dos meus amigos que teoricamente estavam ali para me amar e aceitar quem eu sou? E tudo que sou hoje foi pelo que já passei, isso incluía Draco.

– Hein, Malfoy, me responde. – Ron insistiu.

– Já chega. – gritei e todos se viraram para me encarar. – Isso não é da sua conta.

Ron se virou para mim.

– Por que Hermione? – ele indagou. – Esta escondendo alguma coisa de mim?

Eu deveria saber que segredos não continuavam secretos pra sempre.

– Por Merlin Weasley, eu que disse que tinha que proteger sua querida namorada e você começa a desconfiar dela? – Draco ironizou tentando atrair a atenção de volta para si. – Isso prova como seu cérebro é do tamanho de uma ervilha.

O rosto de Ron estava completamente vermelho.

– Olha como fala comigo Malfoy. – rosnou. – Então estou perguntando diretamente para você, por que tem que proteger Hermione?

Draco deu uma risada sem humor.

– E se eu disser que já gostei dela? – perguntou. – É tão difícil de acreditar?

Eu sabia que meus olhos estavam arregalados. Consegui finalmente notar que eu as vezes me questionava se ele um dia já gostou realmente de mim ou se apenas me usou para saber como colocar os comensais para dentro do colégio. Vi mais ao longe o rosto inexpressivo de Minerva mas a surpresa estava estampado na cara do professor de poções.

– Gostar da Mione? – Gina repetiu e eu vi a compreensão logo vir para seu rosto. Com certeza dos três ela sempre fora a mais inteligente e já notara toda a situação.

– Você não gosta de ninguém Malfoy. – Rony gritou. – Não tem sentimentos...

– Já chega! – gritei também quando notei que o Sonserino iria responder, virei-me para o ruivo. – Não diga coisas que você não sabe Ron. – pedi e me virei dessa vez para o loiro. – E Malfoy, você não tem o direito de aparecer aqui e gritar aos quatro ventos que já foi apaixonado por mim.

Ele se levantou da cadeira que sentava.

– Por que esta brava comigo? – Draco parecia indignado. – Estou aqui tentando ajudar você, esconder tudo por que você quer então não venha começar a jogar todas as suas frustrações em cima de mim.

– Esconder o que Hermione? – fora Harry que perguntou.

Abri a boca para responder mas nada saiu.

– Que ela já foi apaixonada por Malfoy. – Gina respondeu por mim. – E eu não acredito que nunca tinha percebido isso.

– Apaixonada pelo Malfoy? – Ron olhava para a irmã depois pra mim a espera de uma confirmação.

Assenti.

– Sim, já fui apaixonada pelo Malfoy. – admiti. – Satisfeitos?

Meus três melhores amigos me olhavam como se não me conhecessem e eu até que dava razão para eles. Céus, como um dia eu pude achar que esconder isso poderia ser algo bom?

– Ela não apenas se apaixonou por mim como namoramos. – Draco zombou da cara do meu namorado. – Só pra ajudar a esclarecer as coisas.

Virei meu rosto para olhá-lo.

– Não esta ajudando em nada.

Draco deu um meio sorriso e iria responder quando Rony explodiu:

– Que porra você acabou de admitir, Hermione? É do Malfoy que estamos falando, o maldito Draco Malfoy, o que você viu nele?

O Sonserino deveria estar se divertindo muito com a situação que levantou o braço do mesmo jeito que eu fazia quando queria responder alguma pergunta nas aulas.

– Sou loiro, bonito, sexy, Sonserino e muito bom de cama. – respondeu quando todos olharam pra ele e listou com os dedos da mão. – Claro que essa ultima parte você nunca vai saber.

Vi os olhos do ruivo pegarem fogo.

– Você transou com ele?

Eu não esperava que a conversa tomasse esse rumo.

– Rony... Só me escuta...

– Vamos parar por aqui. – Minerva disse. – O que viemos descobrir já foi estão mudando de assunto, temos que ir cuidar dos feridos.

Minerva! Essa sim era uma santa.

– Por favor, professora, precisamos terminar essa conversa. – Maldito Harry Potter que falou isso. – É realmente o único lugar que ninguém mais ouviria.

Minerva suspirou.

– Professor Slughorn e eu iremos ver se tem feridos. – ela disse. – Quando eu voltar não quero nem ver vocês aqui.

Vi que o professor queria continuar ali e ver o barraco que iria acontecer mas Minerva com uma rapidez surpreendente o empurrou para fora da sua sala. Droga diretora! Era um péssimo momento para começar a ser tão prestativa assim.

– Hermione me responda! – Rony exigiu.

– Não vou responder isso Ron. – respondi. – Eu sei que a única coisa que fiz de errado foi ter escondido tudo isso, mesmo que eu não ache que vocês tinham necessariamente que saber, é uma coisa minha.

– Você namorou com Malfoy Hermione, não vê a gravidade disso? – ele me lembrou.

– Você namorou a Lilá e eu não fiquei te julgando!

– Você sabia sobre a Lilá, nunca te escondi isso. – jogou na minha cara. – O que mais você anda escondendo de mim, Hermione?

Senti como se fosse um tapa na cara.

– Nada. – afirmei. – Mais nada, juro Rony, não acredito que esta mesmo me perguntando isso.

– Como espera que eu acredite nisso? – ele me perguntou e eu comecei a entender onde nossa conversa iria dar.Ele se virou para Harry que estava quieto logo atrás. – Harry, você acredita nisso tudo?

Vi o moreno tencionar os ombros.

– Eu não vou entrar nessa conversa. – falou. – Essa conversa é entre vocês, Hermione e eu conversaremos depois sozinhos.

Okay, eu não esperava isso como resposta mas fiquei agradecida. Eu tentava suprir tudo que estava sentindo para não começar a entrar em desespero bem ali na frente de todos, a ultima coisa que eu precisava agora é receber uma bronca de Harry também.

– Eu não acredito que no que eu acabei de ouvir. – Ron repetiu enquanto me olhava e deu um passo para trás quando tentei me aproximar.

– Ron...

– Não Hermione, não quero ouvir suas explicações. – ele disse começando a ir em direção a porta. – Eu... Só quero sair daqui.

Meu coração começou a bater mais rápido.

– Mas e nós Ron? O que acontece conosco?

– Você ainda gosta dele? – ele me perguntou.

Parei perplexa.

Como ele achava que eu gostava de Malfoy? Eu estava com ele! Eu amava Ron, eu o amava certo?

– Rony eu estou perguntando sobre nós e você me pergunta sobre ele? – indaguei.

– Você ainda se importa com ele? – insistiu.

– Eu namorei com ele Ron, é obvio que me importo com ele! – fui sincera. – Mas eu quero saber sobre nós Rony. – implorei.

Vi seus olhos brilharem com o que deveria ser lagrimas.

– Namorei com Lilá mas não me importo com ela... – falou. – E sobre nós, acho que nunca houve realmente um nós não?

– Não diz isso...

E com isso ele se virou saindo da sala. Meus olhos se encheram de lagrimas prontas para sair mas tentei segurá-las. Não podia desmoronar, eu não tinha o direito de desmoronar. Virei-me e Harry junto com a namorada Gina me olhavam completamente chocados, olhei pra cima tentando me controlar.

– Gina... – comecei mas ela me interrompeu.

– Somos melhores amigas, Mione, melhores amigas contam tudo, não consigo acreditar que me escondeu algo assim. – ela disse. – Eu estou muito brava, e acredite vai passar e quando passar poderemos conversar mas agora... Ron... Ron é meu irmão e eu tenho que ir atrás dele.

Não olhei enquanto ela soltava a mão de Harry e saia pela porta atrás do irmão. Eu sabia bem no fundo que tudo que estava acontecendo era culpa minha. Agora eu estava magoada e as pessoas que eu mais amava também.

– Pode ir Harry. – falei de cabeça baixa. Sabia que ele queria ir atrás do melhor amigo para ver como ele estava mas continuava ali por mim. – Vá ver como Ron esta, prometo que conversamos depois.

– Mione...

– Vá. – mandei e imagino que ele deve ter assentido e saído em seguido.

Levantei o rosto sabendo que não agüentaria me manter em pé por muito tempo. Vi Draco me encarando e até me surpreendi por ter esquecido que estava ali, quando ele ficava em silencio no meio de uma discussão dessa era assustador. Malfoy deu um passo em minha direção mas neguei com a cabeça.

– Não. – eu disse. – Eu quero ficar sozinha.

– Hermione...

E dessa vez fora eu que sai da sala.

***

Minha cabeça doía muito por tentar segurar o choro. Eu não poderia deixar ninguém me ver assim então voltar para a torre da Grifinória não era uma opção, Rony e Gina estavam lá e no momento eu sabia que eles não queriam ver a minha cara então dei uma volta pelo castelo até finalmente decidir para onde eu poderia me acalmar sozinha.

Como todos os alunos ainda estavam um pouco assustados com o ataque dos comensais que ocorrera mais cedo havia poucas pessoas pelos corredores o que foi mais fácil para andar sem ser percebida. Sai pela porta da frente e logo o vento frio me cumprimentou. Tremi e até passou pela minha cabeça que não era uma boa idéia sair naquele frio com a roupa fina que eu estava mas a parte inteligente do meu cérebro havia sido desligada. Andei com a cabeça abaixada em direção ao lago negro e quando vi aquela arvore logo me senti aliviada.

Sentei-me e observei o grande lago a minha frente. A ultima vez que estivera ali fora logo nos primeiros dias quando me deparei com Malfoy e Gina havia nos visto. Agora Ginny deveria estar tentando falar com Rony e duvido que aquele cabeça dura deve estar deixando-a falar, como irmãos eles precisavam melhorar essas relações. E minha mente pensou nisso me fez pensar ainda mais em Rony e como ele deveria estar mal. Por minha culpa.

Nunca houve um nós? Eu havia mesmo ouvido ele me dizer isso? Ron era o ser que estava predestinado a ficar comigo não? Nascemos um pro outro e não era isso que iria nos separar quando tanta coisas não o fez, certo? Na hora que ele saiu ele não quis terminar, apenas queria um tempo para pensar, ele precisa de mim.

Senti finalmente aquelas lagrimas que ficaram presas em meus olhos começarem a cair. O desespero bateu e eu me encolhi não sabendo se era por frio ou dor. Rony agora me odiaria pelo resto da vida! Eu havia perdido a pessoa que mais me amou por uma besteira que fora ter mentido e escondido.

Quanto tempo passei ali encolhida chorando até soluçar eu não saberia dizer. Sentia já partes do meu corpo começar a congelar e logo comecei a ver a neve cair mas não fiz esforço para sair de onde estava. Minha mente estava uma confusão.

– Hermione. – ouvi me chamarem mas continuei quieta esperando que quem quer que fosse desistisse. – Hermione. – insistiu. – Hermione, esta nevando, vamos entrar. – Quem quer que fosse era persistente, será que não via que eu queria continuar onde estava? – Mas que porra Granger, vai mesmo ficar ai pra congelar por causa da merda de um garoto? Nunca pensei que justo você seria o tipo daquelas garotas que perdem um namoro e é como se tivessem perdido tudo.

Levantei o rosto por pura surpresa. Qual é nem num momento desse eu posso ficar triste sozinha e em paz? Mas claro que Draco Malfoy não tinha isso como planos.

– Vai embora. – falei limpando o rosto.

– Não enquanto você continuar ai na neve até congelar. – falou com a voz dura. – Porra, não vê que vai morrer de hipotermia aqui? Me diz se aquela cenoura ambulante merece tudo isso mesmo?

Pela primeira vez sua voz realmente entrou na minha cabeça fazendo algum sentindo. Que merda eu estava mesmo fazendo ali pra congelar até morrer?

– Acho que tem razão. – falei sem animação.

Vi que ele pareceu mais calmo por não ter que me arrastar a força pra dentro do castelo, Draco estendeu a mão e a peguei para que ele me ajudasse a levantar. Começamos a andar para dentro do castelo um do lado do outro sem dizer nada até que o vi começar a tirar seu casado da Sonserina.

– O que você... – não precisei terminar a pergunta para entender.

Malfoy estava com o rosto tenso mas mesmo assim tirou o casaco e colocou sobre meus ombros e logo o perfume dele veio até minhas narinas trazendo muitas lembranças.

– Não... – protestei. – Você vai ficar com frio...

– E pelo menos você não vai congelar. – ele resmungou.

– Esta com raiva de mim? – perguntei já entrando em pânico com mais uma pessoa brava.

– Claro que estou, caralho! – ele disse enquanto passávamos pelas portas para dentro do castelo. – Você estava lá fora enquanto a temperatura estava quase três graus negativo. E cadê aquelas pessoas que você chama de amigos pra impedir que se suicide?

Parei de andar.

– Não posso voltar pra Grifinória. – admiti em desespero. – Eu não...

– Quem disse que você vai? – ele me perguntou e o olhei confusa.

– Então aonde...

– Vamos pra cozinha. – Malfoy falou e me deu um leve empurrão para continuarmos andando. Quando viu que eu não estava entendendo continuou: - Você tem que tomar alguma coisa quente pra se esquentar.

Minha mente estava pouco ligando pro que ele estava falando mas achei que era a melhor opção concordar então por isso o segui mesmo vendo que muitos que nos viam andar lado a lado pareciam chocados. Andar pelos corredores de Hogwarts nunca fora uma tortura como estava sendo naquele momento, parecia que algo dentro de mim havia se quebrado e nunca mais iria se recompor, mas graças a Merlin eu havia parado de chorar e estava mais apresentável.

Assim que entramos na cozinha acabei me surpreendendo por não ter nenhum elfo lá. Eu era uma das poucas alunas que sabia onde era a entrada por que há anos Draco havia me levado até lá no meio da noite então eu sabia que a cozinha normalmente sempre estava cheia.

– Cadê os elfos? – perguntei.

Draco olhou pra mim.

– Não sei, em dias de passeis eles normalmente vão limpar os salões comunais. – ele falou indo direto pra geladeira e pegando leite. – Mas como hoje os alunos voltaram mais cedo não faço idéia de onde estão.

– O que você ta fazendo?

– Chocolate quente. – ele respondeu.

Soltei uma risada.

– E você por acaso sabe fazer chocolate quente sozinho?- zombei tentando deixar o clima um pouco mais calmo entre nós.

Enquanto ele pegava os ingredientes Draco se virou para mim com um sorriso arrogante no rosto.

– Eu sei fazer tudo, Granger, quando vai entender isso? – ele disse. – Além disso, depois da guerra minha mãe resolveu que iria dar a liberdade pros elfos de casa, então tivemos que começar a nos virar.

A imagem de Draco Malfoy na cozinha me fez ter um sorriso genuíno no rosto.

– Não acredito nisso. – eu disse surpresa. – E a casa continua inteira?

Vi-o revirar os olhos.

– Você acreditando ou não, minha mãe foi a que quase colocou fogo em casa. – ele disse de costas de mim na frente do fogão preparando o chocolate quente.

Senti minhas pernas bambas e procurei uma cadeira para sentar.

– Como esta sua mãe? – perguntei realmente interessada. – Sabe, depois da guerra Harry realmente começou a ter um grande respeito por Narcisa, ele sempre fala bem dela.

Enquanto ele mexia a panela me levantei de onde estava sentada a procura de xícaras e logo achei uma vermelha e verde, peguei-as e levei até a pia.

– Não sei se gosto de saber que o cicatriz fala da minha mãe. – comentou. – Ela é minha mãe!

Revirei os olhos e voltei a me sentar.

– Sim, e acho que ela sabe disso.

Draco enfim terminou e colocou um pouco de chocolate quente nas canecas que eu havia deixado na pia trazendo-as em seguida para mim e se sentou ao meu lado. Senti o cheiro e parecia muito gostoso.

– Será que não vai me fazer ter indigestão? – perguntei olhando.

– Granger, pare com essas brincadeirinhas e aceite que meu chocolate quente deve ser muito melhor do que o seu. – ele falou convencido.

– Isso é impossível, Malfoy. – disse convicta. – Só a senhora Weasley faz um chocolate quente melhor do que eu.

Falar em minha sogra trouxe novamente aquele buraco no peito que por alguns minutos consegui esquecer. Imaginei se ela continuaria sendo a minha sogra e como e onde Rony estaria agora. Tomei um gole e estremeci por finalmente algo aquecer minha barriga, e Draco Malfoy não me ouviria dizer em voz alta mas ele realmente sabia fazer um chocolate quente muito gostoso.

Acho que a minha expressão deve ter ficado triste de repente já que ele perguntou meio hesitante:

– Você esta bem?

Quase respondi que sim, era automático da minha parte querer mostrar a todos que nada me abalava mas eu olhei dentro daqueles olhos cinzas e vi que ele estava mesmo preocupado comigo.

Neguei com a cabeça.

– Eu só... – tentei dizer algo mas de primeira não consegui, suspirei e continuei: - Não entendo, eu sei que ele iria ficar bravo comigo quando descobrisse, mas ao ponto de realmente acabar com nosso relacionamento, acho que no fundo nunca acreditei que fosse acontecer isso, sempre achei que ele me amava demais pra isso.

Malfoy riu arrogantemente.

– Weasley só esta inseguro. – falou. – Ter que se comparar a mim deve ser uma barra muito pesada.

Revirei os olhos.

– Pare de ser convencido, doninha!

– Não sou convencido. – ele disse fez uma pausa e então continuou: - O que mais esta te preocupando?

Franzi a testa e comecei a pensar. Recapitulei tudo que estava acontecendo nessas ultimas semanas, nossas constantes brigas e como estar junto de Ron não estar sendo mais tão mágico como um dia eu achei que seria. Estar com o Weasley era algo cômodo, não aquele amor épico que eu sempre achei que aconteceria, como já aconteceu antes.

Foquei meu olhar em Malfoy.

Meu único amor pico fora o loiro a minha frente.

Minha cabeça parara de doer então eu não queria forçar muito meu cérebro que ainda estava meio lento devido ao frio que passei mas não pensar era difícil para mim. Todas as informações vinham tão rápido que eu não conseguia contê-las. Quando finalmente achei a resposta para a pergunta do Sonserino me surpreendi com a verdade:

– Perder meu melhor amigo. – afirmei. – Meu maior medo é perder meu melhor amigo.

~~~~~~~~~~~~~~~~Há dois anos e meio atrás~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Maldito seja aquela doninha quicante!

Fechei novamente o livro que eu tentava ler com uma certa brutalidade e coloquei na estante a minha frente. Eu deveria ser a única aluna em Hogwarts inteira que estava na biblioteca e não no salão comunal comendo como qualquer outro ser desse colégio.

Eu já estava cansada demais de segurar vela para Gina e Harry que tinham começado a namorar finalmente, e por Rony e Lilá que pareciam dois depravados que não paravam de se agarrar pelos corredores, sempre que os via estavam se beijando, senhor aja lábios pra tudo isso. Então quando eu olhei discretamente para a mesa da Sonserina a procura daqueles cabelos loiros e vejo ele se agarrando com buldogue Parkinson não consegui continuar lá e vim para a biblioteca, o único lugar que talvez eu fosse ter algum tipo de paz.

Mas claro que eu não ter a paz que queria. A cena de Malfoy beijando a Parkinson na mesa da Sonserina não saia da minha mente. Era nojento só ver aquela... Argh! Não tinha nem como descrever aquilo sem vomitar. Suspirei tentando acalmar aquela vontade louca de voltar no salão comunal e puxar aqueles cabelos tingidos da buldogue.

Só que eu não poderia fazer isso claro, todos iriam interpretar errado. Diriam que eu estou com ciúmes, mas quem diabos sentiria ciúmes daquela doninha Sonserina? Bem, alguém ai pode até ter mas eu nunca! Havíamos apenas se tornados apenas uma espécie de amigos, quando os dois não tinham nada pra fazer nos encontrávamos para não ter nada o que fazer juntos e as vezes eu o ajudava com tarefas, e quando estávamos de ótimo humor conversávamos sobre banalidades.

– É claro que a Granger teria vindo pra cá. – ouço aquela voz irritante.

– Que foi, Malfoy?

Virei o rosto e o vejo se aproximar.

– Vi você saindo correndo como se alguém tivesse roubado o seu cachorro. – ele disse com um sorriso arrogante nos lábios. – Então claro que eu tinha que vir ver quem fez você ficar assim para agradecer depois.

Estreitei os olhos, irritada.

– Ah e a Parkinson deixou você vir até aqui? – ironizei. – Pelo jeito a conversa de vocês estava muito animada.

O sorriso dele só se tornou ainda mais arrogante. Nunca imaginei que isso era possível.

– Isso que eu ouvi no seu tom de voz foi ciúmes, Granger?

Minha boca se abriu de indignação.

– Ciúmes? De você? Claro que não Malfoy!

– Que bom então. – falou emburrado por não ter esperado essa resposta. – Já que não temos nenhum relacionamento.

– Amem. – resmunguei. – Azarada é a mulher que estiver num relacionamento com você.

Ele deu um passo em minha direção e eu dei um para trás batendo na estante com os livros atrás de mim. Malfoy deu um sorriso sexy e seus olhos brilhavam.

– Acha mesmo isso, Granger?

– É cla-claro que sim.- gaguajei com a aproximação dele

Seu sorriso só aumentou e ele chegou mais perto deixando nossos corpos a poucos centímetros de distancia. Sua proximidade me deixou nervosa e fez meu cérebro parar de pensar direito.

Olhei dentro de seus olhos.

– D-Draco. –eu me odiava por gaguejar na frente daquela cobra que estava tão perto de mim. – O que você esta fazendo?

Senti meu coração bater descontroladamente no meu peito.

– Cala a boca, Granger. – Malfoy ordenou.

Levantei mais a cabeça como protesto e disse:

– Me faça.

Ele deu o sorriso mais cafajeste que eu poderia ter visto naquele momento e respondeu:

– Tudo bem.

E com isso abaixou mais o rosto juntando nossos lábios.

Meu primeiro beijo com Draco Malfoy foi no mesmo dia que eu não conseguia admitir que estava com ciúmes dele. Meu coração batia naquele momento tanto que eu tinha medo de parar por fazer tanto esforço. Eu estava beijando o inimigo e não ligava pra isso.

Imagino se naquela época eu soubesse de tudo que passaríamos pelos próximos anos, aquele sofrimento e dor, eu mesmo assim teria me aproximado dele? E algo dentro de mim dizia que sim.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Gostaram?
Recomendação?
Obs. Foi muuuuito dificil escrever ess cap, gente, eu esperava algo muito mais UAAAL, mas n veio nada na cabeça kkk'
Até o proximo.