My Secret Past | Dramione escrita por Isabelle Munhoz


Capítulo 9
Capítulo 9 - My Fever Is You


Notas iniciais do capítulo

Hey gente o/
Eu vooooltei.
Desculpe-me a demora, vocês sabem como eu sou, então sorry mesmo.
O cap. ta grande e to desda uma da tarde escrevendo, pra vocês verem como demora, por isso espero que gostem.
Boa leitura:



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– Você sabe que não precisa ir comigo até a torre da Grifinória. – falei sem olhar para o loiro.

Passamos tempo demais na cozinha e agora já era noite com poucos alunos fora de suas casas o que nos deixava muito expostos para Filch nos achar e resolver tirar pontos de nossas casas. Andar ao lado de Draco pelos corredores escuros era um pouco desconcertante. Depois de tudo que acabei de passar estar do lado dele parecia errado, e mais errado ainda é ter essa calma que ele me passava.

– Não preciso mas eu vou. – ele disse enquanto bagunçava seu cabelo.

– Então existe algum traço de cavalheirismo no Malfoy? – zombei. – Como nunca havia visto isso antes?

Seu rosto estava virado na direção contraria a mim porem mesmo assim consegui ver um sorriso torto em seus lábios.

– Não existe cavalheirismo. – respondeu. – Eu posso estar apenas te levando para te matar no meio do caminho.

Sorri com o humor negro dele.

– Se for me matar já peço que não doa, não sou masoquista.

Draco não respondeu nada. Chegamos a ultima escadaria que eu teria que subir até chegar ao quadro da mulher gorda e parei o que o fez parar também. Não seria uma boa idéia ele me levar até a porta e acabarmos de nos esbarrar em Rony com Gina.

Ron... Merlin me ilumine por favor e me faça ver o que devo fazer em relação a ele. Mais cedo enquanto eu falava pra Malfoy como tinha medo de perder meu melhor amigo me fez prestar atenção melhor no que eu dizia. Mas ao mesmo tempo eu não conseguia imaginar minha vida sem aquele ruivo idiota. Que por mais ciumento e estúpido ele fosse as vezes estar com ele já era tão... Normal. Todos nos conheciam como o casal de ouro, eu amava sua família e ele sempre estava ao meu lado. Seria o certo ficarmos juntos e não teria complicações.

Não seria como era com Draco. Um grande “Será” que não saberíamos onde acabaria. Será que meus amigos aceitariam? Será que ele iria contra seus pais para ficar comigo? Será que daria certo? Será que seriamos realmente felizes? Será que ele me ama ao ponto de desistir de tudo por mim? Essas eram perguntas que ficavam freqüentemente em minha cabeça. Era tudo tão...Confuso e incerto.

– Por que parou e ficou me encarando? – ele pergunta depois de eu ficar um tempo em silencio.

Balancei a cabeça constrangida por ter ficado tanto tempo em meus pensamentos e esquecido do mundo.

– É melhor você não continuar. – falei tentando desviar da pergunta. – Acredite, se Rony te visse aqui seu rosto não ficaria do mesmo jeito que esta agora.

Ele bufou.

– Quero só ver aquela cenoura tentar me bater. – disse arrumando sua blusa de frio o que me fez lembrar que eu ainda estava com uma das blusas que ele me deu mais cedo. – Quer mesmo ir lá dentro mesmo? Sabe que se quiser pode ir pra sala precisa.

Assenti e comecei a tirar o casaco dele mesmo não querendo, estava tão quente e tinha seu cheiro.

– Eu tenho que enfrentar isso logo. – respondi estendendo o casaco para o Sonserino. – Obrigada por me emprestar.

Seus olhos cinzas pousaram em minha mão estendida.

– Pode ficar. – Draco falou. – Me entregue amanhã.

Neguei com a cabeça.

– Melhor não, não quero ter que explicar de onde isso veio.

Malfoy fechou a cara e deu de ombros pegando seu casaco da minha mão.

– Esta tudo bem? – assenti. – Tudo bem mesmo? Ou só esta dizendo isso pra eu calar a boca?

Ri.

– Esta tudo bem. – afirmei tentando soar o mais sincera possível. – É até estranho ver Draco Malfoy preocupado.

Ele levantou a sobrancelha.

– E quem disse que eu estou preocupado? – perguntou. – Só não quero que se mate, isso com certeza pesaria na minha consciência, seria praticamente minha culpa.

Revirei os olhos.

– E por acaso Sonserinos tem consciência?

Malfoy fingiu pensar.

– Ahn...Acho que não. – brincou. – Temos que pelo menos fingir não? – ele olhou escada a cima e depois na direção oposta. – Acho melhor eu ir, vá dormir logo.

– Tem alguém aqui muito mandão.

Vi o divertimento em seus olhos mesmo que ele não sorrisse. Eu sabia que Draco estava apenas esperando eu subir para ir embora, provavelmente estava cansado e a ultima coisa que queria era continuar comigo e meu drama de hoje só que... Eu não queria ir embora, não queria ter que entrar em minha casa e deixá-lo pra trás.

– Pode ir primeiro. – avisei. – Tenho que ter certeza que não vai ouvir a senha. – menti.

Vi-o revirar os olhos.

– Depois falam que Sonserinos são sempre desconfiados. – Draco que ainda segurava o casaco resolveu colocá-lo e começou a arrumar para ir embora. – Vejo você amanhã.

Fiquei em silencio apenas esperando ele ir embora mas Draco deu um passo em minha direção. Fiquei paralisada enquanto ele vinha em minha direção e logo eu estava olhando para seu peito que estava a poucos centímetros de mim. O que diabos ele iria fazer? Levantei o rosto para olhar seus olhos e a primeira coisa que prestei atenção foi sua boca. Malfoy abaixou a cabeça deixando nossos lábios mais próximos.

Que porra ele iria fazer?

Malfoy iria mesmo me beijar?

Eu tinha acabado de terminar um relacionamento. Na verdade nem sei direito se Ron e eu terminamos na verdade, eu precisava ver isso antes de sair beijando os outros. Principalmente se esse “outros” fosse Draco Malfoy, meu ex namorado e cara que meu mais novo “ex” odiava. Eu fiquei parada num misto de choque e expectativa.

Fechei os olhos já esperando os lábios de Malfoy tocarem os meus mas isso não ocorreu. Abri novamente e quando ele estava quase descendo pra minha boca o loiro desviou e beijou a minha testa protetoramente. Meus olhos estavam arregalados por sua atitude. Não era do feitio dele ser tão bom, em seu estado natural imagino que Draco teria me prensado contra a parede e me beijado até eu não ter mais ar.

E foi ai que eu percebi como tudo que eu estava pensando era tão absurdo. Ele nem gostava mais de mim! Essa contestação pareceu vir com um aperto na garganta. Eu também não gostava mais dele então tinha que parar de ter pensamentos tão idiotas.

– Até mais, Granger.

Qual era a do Malfoy? Por que sempre que dizia meu nome parecia que usava o tom mais sexy que poderia. Tudo bem, eu preciso parar de ter pensamentos como esses!

Vi-o andar para longe e agradeci internamente por não ter ninguém mais no corredor para ver aquela cena deplorável que era eu observando aquela fuinha loura ir embora e eu tinha certeza que meu rosto estava vermelho. Balancei a cabeça irritada comigo mesmo e virei começando a subir as escadas em direção a mulher gorda.

***

Não encontrei nem Harry nem Ron quando entrei e meu coração agradeceu por isso, já estava irritada o suficiente por não conseguir controlar meus pensamentos ter que entrar em uma briga a essa hora só pioraria toda a situação. Subi as escadas para meu dormitório com medo, sabia que Gina não teria como fugir já que dormíamos no mesmo quarto.

Suspirei quando parei na porta do quarto e logo levantei a mão para pegar a maçaneta. Eu conseguiria, a ruiva não era um bicho de sete cabeças, só era esquentada mas também continuava sendo minha melhor amiga e eu não queria nunca perde-la.

Abri a porta e vi Gina ajoelhada ao lado de sua cama enquanto procurava algo em sua mala. Nunca vi alguém tão bagunceiros como os Weasley’s, já fazia meses que voltamos pro castelo mas mesmo assim aquela garota ainda guardava coisas dentro da sua mala. Assim que ouviu que alguém entrou ela levantou o olhar que veio direto para o meu.

– Ginny...

– Não, Hermione. – ela pediu e sua voz parecia arrasada. – Vamos conversar amanhã tudo bem? Agora estou morrendo de dor de cabeça e irritada com você, com meu irmão e até comigo mesma. Como eu pude não notar que você esteve sofrendo tanto tempo em silencio?

– Você não tinha como saber, eu escondi.

– Isso também me deixa com raiva, você deveria ter me contado!

Assenti.

– Esta tudo bem, Mione, conversaremos amanhã. – ela disse se levantando. – Vá dormir, já esta tarde.

Suspirei.

– Ele me odeia?

Eu não precisava dizer quem, Gina sabia.

– Ron esta confuso. – respondeu. – Todos estamos na verdade, Mione vocês vão ter que conversar, e logo.

Concordei silenciosamente.

– Vou tomar banho. – avisei e fui em direção ao banheiro.

***

Eu estava num lugar desconhecido. Era uma floresta repleta de arvores altas cheias de folhas e muito mais assustador do que a floresta proibida. Logo notei que era um sonho já que eu não era a protagonista, via tudo do alto como um observador. Vi-me correndo desesperadamente no meio das arvores como se procurasse algo e logo me preocupei já que parecia ser algo de vida ou morte.

– Tem algo errado? – tentei me perguntar mas a Hermione não me ouvia.

Ela apenas continuava correndo parecendo que sua vida estava em jogo. Vi-a tropeçar e cair ralando o joelho e as mãos ao tentar se equilibrar. Hermione do sonho se levantou e olhou para os machucados e notou que sangrava mas isso não a deteve começou a correr novamente. Isso me preocupou muito já que eu sempre cuidava dos meus ferimentos já que me dava nervoso saber que eu estava machucada e que poderia pegar alguma inflamação.

Como se eu já não estivesse surpresa o suficiente, tinha que algo acontecer. Hermione viu algo se mexer nas folhas dos arbustos e parou parecendo rezar para ser o que procura mas sua expressão de decepção foi o suficiente para eu saber que quando Ron apareceu não era quem eu queria ver.

– Rony, tem algo errado. – ouvir minha voz sair da garganta de outra pessoa era estranho, mesmo essa outra pessoa ser a minha versão de um sonho. – Você viu...

O ruivo chegou mais perto dela, bem de mim, e levantou a mão direita e colocou uma mexe do nosso cabelo atrás da orelha.

– Esta tudo bem, Mione, estamos juntos, tudo vai ficar bem.

Vi meus olhos se encherem de lagrimas e logo pensei ser de emoção. Seria esse a ajuda que pedi a Merlin mais cedo para me fazer entender o que era predestinado para mim e Ron. Será que esse era o sinal do universo que dizia para mim tentar de tudo para não perdê-lo?

Mas se fosse isso que Merlin quisesse que eu entendesse tinha que fazer de um outro jeito já que a Hermione do sonho não parecia nem um pouco feliz, parecia mais em... Desespero, eu me conhecia e eu parecia desesperada.

– Ron... Eu te amo mas... Não posso fazer isso. – ela disse tentando conter as lagrimas. – Só me diz onde ele esta, por favor, eu sinto que algo muito ruim esta pra acontecer.

– Hermione, entenda, podemos ficar juntos, termos a casa que sempre sonhou, tudo será tão fácil, teremos nossos filhos, Harry e Gina será nossos padrinhos de casamento e nós a do deles. – ele me falava com uma expressão cheia de dor. – Meus pais te amam, apenas fique comigo e esqueça ele, não ligue para o que acontece com ele, você não quer ficar aqui? Não quero ficar comigo?

– Eu quero, é fácil com você. – ela disse. – Mas se eu ficar, o que acontecera com Malfoy?

– Não importa...

– O que acontecera? – Hermione do sonho insistiu.

Eu não poderia estar mais confusa com tudo que acontecia.

– Ele morre. – Rony respondeu e eu senti que toda aquela dor que a Hermione do sonho sentia eu também estava sentindo. O que diabos estava acontecendo aqui? – Mas esta tudo bem, já que estamos juntos, vamos ser felizes.

O ruivo pegou a minha mão e a vi olhar desde a mão para os olhos do garoto. Pareceu pensar e balançou a cabeça negativamente.

– Desculpe-me, eu não posso.

Sem esperar uma resposta de Ron, Hermione voltou a correr. Tudo começou a entrar em foco agora e eu corria por uma estrada de terra que parecia que iria dar em algum lugar. Logo nós duas conseguimos ver que o final daquela trilha era aberto o que só incentivou ela a correr mais rápido ainda.

Quando finalmente chegamos a campina no final nós duas ofegamos de choque. Era um espaço grande, não tinha nenhum tipo de fauna. Na verdade além de nós só havia mais uma coisa, alias, alguém. Draco estava jogado no chão parecendo machucado. Eu não conseguia entender nada mas a outra Hermione sim, seus olhos se encheram de lagrimas novamente e ela correu na direção do loiro.

– Por favor, não. – ela sussurrava para mim mesma.

Chegando perto dele, Hermione se jogou no chão pegando seu corpo desmaiado no colo. Ela bateu em seu rosto e o empurrava para ver se ele acordava. Eu não conseguia entender nada e como se Merlin quisesse que eu entendesse, me senti sendo sugada e logo soube que eu estava dentro da Hermione que antes observava.

Suas emoções vieram como uma avalanche para mim e logo compreendi. Draco estava morto em meus braços. Senti o mais puro desespero que poucas vezes senti na vida,e uma delas foi quando achei que Harry havia morrido e Voldemort iria ganhar. Passei a mão no cabelo de Malfoy e no rosto. Como se fosse mostrar que ele estava realmente morto uma mancha vermelha apareceu em sua blusa branca e logo reconheci como sendo sangue.

– Vamos, acorde. – implorei. – Não pode morrer, não pode me deixar.

Mas não tinha nada que eu pudesse fazer para trazê-lo de volta. As lagrimas não se continham e saiam de meus olhos tentando aliviar a dor que estava dentro do meu peito. Minhas memórias não se juntaram com a da outra Hermione então não sabia como viemos parar aqui, eu só conseguia compreender que ele estava morto e de algum jeito terrível era minha culpa.

– Não morre. – sussurrei em seu ouvido. – É só um sonho, não tem nada a ver com o mundo real. – Mesmo saber disso não me acalmava em nada.

Só que não tinha nada que eu pudesse fazer. Draco Malfoy estava realmente morto.

***

Levantei meu corpo com tudo na cama. Estava tudo escuro e eu conseguia ouvir o ressonar tranqüilo de Gina na cama ao lado. Tentei fazer meu coração se acalmar mas tudo parecia apenas piorar. Passei a mão no rosto para enxugar meu suor e sentei para fora da cama colocando minhas pantufas.

– Hermione... – ouvi a voz de Malfoy me chamar.

Não. Não podia, Malfoy não estaria aqui.

Será que tinha algo errado com ele? O sonho e agora estou ouvindo sua voz. Imagens dele morrendo no sonho vieram para minha mente o que já me fez entrar novamente em desespero. Eu precisava vê-lo, mas vendo agora era três da manhã, não tinha como eu ir até ele, se pelo menos eu soubesse a senha da Sonserina.

Não posso dizer que eu estava pensando alguma coisa quando apenas levantei da minha cama, peguei um roupão e corri para as escadas logo passando pelo quadro da mulher gorda – que deixando claro odiou ter sido acordada – E continuei correndo em direção a masmorra da Sonserina.

O que tinha de errado comigo? Nem eu posso responder meu camarada, minha cabeça parecia que iria explodir e eu ainda suava frio, tremia tanto que parecia estar acontecendo um terremoto. Juro que não sei como não cai escada a baixo e desci rolando já que minhas pernas estavam muito bambas. Pelo que pude notar eu já estava quase embaixo do salão comunal então deveria estar a entrada para a masmorra da Sonserina.

Assim que vi o quadro senti um alivio, corri até ele.

– Eu quero entrar. – falei.

– Não esta muito tarde para estar fora de sua casa? – ele perguntou parecendo ter acabado de acordar mas eu estava tão grogue ainda por causa do sono ou do frio que não me importava com nada. – Senha?

– Eu não tenho a senha.

– Como uma Sonserina... – imagino que ai que ele deu uma boa olhada em mim. – Você não é sonserina, é uam grifinória, é a senhorita Granger, uma das salvadoras do mundo bruxo.

– Só me deixe entrar. – implorei.

– Não posso senhorita, sem a senha não entra. – o homem do quadro falou. – Volte para sua casa antes que Filch descubra que tem alunos fora da cama.

Minha cabeça pareceu piorar e a vontade de voltar pra cama veio. Eu sabia que não estava sendo racional aqui, nem deveria ter saído da grifinória, então o que diabos estava fazendo ali?

Granger... – ouço novamente a voz de Malfoy.

O medo bateu em mim novamente.

– Só me deixe entrar, por favor.

– Eu não posso...

– Não diga que não pode. – gritei. – Você mesmo disse, eu salvei o mundo bruxo, se não fosse por mim agora você seria cinzas, acha que Voldemort teria poupado um simples quadro? Se não fosse por mim agora tudo isso teria virado ruínas então é bom você abrir essa maldita porta ou eu mesmo te transformo em carvão.

Vi-o arregalar os olhos.

Ótima primeira impressão Hermione.

– Ouvi tanto sobre sua paciência. – ele comentou. – Duvido que saibam quem é mesmo Hermione Granger.

Reclamou mais o quadro se abriu. Suspirei aliviada e entrei tentando fazer silencio já que sabia que me encrencaria caso algum Sonserino me pegasse eu estaria muito encrencada. Assim que entrei parei para pensar. Eu não fazia idéia de qual era o quarto de Malfoy e não poderia entrar em todos, gastaria o resto da noite toda aqui e ainda não acharia.

Mas como sempre meu cérebro pensou e logo saquei minha varinha agradecendo aos céus por estar com ela nesse momento. Levantei e sussurrei um feitiço que servia como um localizador mas em vez de trazer o objeto até mim aparecia uma bola de luz branca me levando até o que eu procuro.

Atropiz Malfoy.

A luz saiu da minha varinha e começou a adentrar os corredores escuros e sem pensar a segui. Ela subiu algumas escadas e virou alguns corredores até finalmente parar numa porta praticamente igual a minha. Coloquei a mão na maçaneta e a girei abrindo para um quarto escuro.

Entrei e a bolinha de luz continuou saindo até parar em frente a uma cama e eu já sabia que quem estava deitado ali era Malfoy. Corri até sua cama e sentei esperando para ele acordar já que sempre teve o sono muito leve mas ele nem sequer se mexeu. Peguei minha varinha e sussurrei um Lumus e olhei para o rosto do loiro que estava branco feito um fantasma com seus fios loiros caindo sobre o rosto. Parecia morto. Que nem no sonho.

– Não morre. – falei baixinho já começando a chorar.

Eu só podia estar na TPM senhor, estava chorando em todo canto.

– Vamos fuinha seu filho da mãe, se você morrer também eu vou te matar. – já disse mais alto.

Puxei seu corpo inerte e não senti ele respirar, aquela merda de doninha não podia estar morto nas minhas mãos! Eu o traria de volta e depois mataria novamente.

– Acorda seu idiota!

Como se fosse uma alucinação o vi abrir os olhos confuso e olhar para mim.

– Granger? O que você esta... Onde eu estou... Ahn?

– Você estava morto. – gritei soltando-o e dando um passo para trás afastando-me o máximo que a cama permitia.

Draco num pulo já estava sentado me olhando perplexo.

– Hermione o que você... – ele tentou me tocar mas não deixei.

– Você morreu, eu vi, estava morto. – choraminguei.

A luz do nada foi acesa e logo vi perto da porta estava Nott e já na cama perto da parede estava Zabini que se espreguiçava.

– Granger? – Zabini chamou. – O que? Ahn?

– O que você esta fazendo aqui? – Nott perguntou.

– Draco Malfoy! O que vocês andaram fazendo? Cara, ela tem namorado. – Blásio disse.

Eu tinha namorado? Ah sim! Ron, no sonho Rony não morreu, mas eu também não quis ficar com ele, isso tem que dizer alguma coisa.

– Eu não fiz nada. – Malfoy disse levantando os braços. – Granger, o que você esta fazendo aqui?

– Você me chamou. – respondi para os três me olhavam assustados. – Eu ouvi, logo depois que você morreu me chamou, eu tinha que vir.

– Como você entrou? – Nott perguntou. – Tem a senha da Sonserina?

Neguei com a cabeça.

– É só ameaçar o carinha do quadro, sou praticamente uma deusa por “ter salvado o mundo bruxo” – fiz aspas no ar.

Nott e Zabini riram.

– Temos que mudar o quadro gente, me lembrem de falar com a minerva. – Blás disse.

Mas Draco não prestava atenção neles, e sim em mim. Tentou chegar mais perto só que pulei pra fora da cama assustada.

– Você estava morto! Como pode estar aqui?

– Eu não estou morto Hermione. – ele disse mostrando suas mãos e tentando me tocar só que me afastei novamente. – Venha, olha eu estou vivinho, toque em mim.

Relutei.

– Acho que a guerra finalmente pegou ela. – Nott disse balançando o dedo ao redor da cabeça. – Louquinha da silva.

– Cala a boca Theo. – Draco rosnou e se virou novamente para mim. – Venha, veja que não estou morto.

O loiro estendeu de novo o braço mas dessa vez deixei-o me tocar. Era solido mas como... Ele estava morto. Eu vi.

– Mas como...? Eu vi...

Ele me puxou para mais perto e tocou meu rosto.

– Você ta quente. – Draco disse e se virou pra Zabini. – Blás venha ver, acho que ela esta com febre.

O moreno veio rapidamente em minha direção e tocou minha testa assentindo em seguida.

– Com toda a certeza, acho que ela deve estar delirando.

– Só delirando mesmo pra Granger aparecer aqui no meio da noite. – Nott brincou.

Afastei-me deles colocando a mão na cabeça que doía ainda mais.

– Minha cabeça vai explodir. – falei meio tonta. – Não tem nada de errado comigo, deveriam se preocupar com Malfoy, foi ele que morreu.

– Vou ir chamar a Minerva. – Zabini disse e virei para olhá-lo.

– Você esta só de cueca. – constatei.

Malfoy se virou para olhar também.

– Porra, Blás, coloque uma roupa. – xingou.

– Eu sempre durmo sem roupa, eu lá ia saber que ela iria invadir nosso quarto durante a noite. – o moreno reclamou.

Comecei a rir.

– Eu invadi a masmorra da Sonserina. – e ri ainda mais.

– Vou levá-la a enfermaria. – Draco disse se levantando.

– Esta frio demais pra dormir sem roupa, cuidado pode ficar doente. – falei para o Sonserino.

Zabini franziu a testa.

– Obrigado pelo conselho, leoa, mas acho que deve se preocupar com você por enquanto.

Balancei a mão como se não desse importância.

– Estou ótima. – disse. – Como Malfoy não esta morto vou voltar pra minha casa antes que alguém descubra que ele quase morreu, até amanhã. – Tentei andar mas uma tontura forte veio que fez com que eu me esbarrasse em Nott.

Draco foi mais rápido e me puxou para longe do amigo e me pegou no colo me tirando assim, do chão.

– Ela parece bêbada. – Theo disse.

– E nem bebeu. – Blás completou. – Leve ela Draco, quero dormir.

Apoiei minha cabeça no peito de Malfoy e fechei os olhos já que a claridade estava fazendo meus olhos arderem.

– Voltem a dormir. – o loiro ordenou enquanto ia para fora e no caminho entre a masmorra e a enfermaria peguei no sono.

***

Foi um pouco difícil abrir os olhos. Pisquei diversas vezes para finalmente me acostumar com a claridade o que eu estranhei já que no meu quarto nunca entrava sol de manhã. Quando olhei ao redor comecei a entrar em desespero sem reconhecer de imediato onde estava. O que diabos aconteceu? Um pouco de conforto veio quando notei onde estava.

A enfermaria.

Mas por que eu estava aqui? Não faço idéia. Não lembro de nada desde que eu dormi depois da conversa com Ginny ontem a noite. Será que ela me levou lá? Mas se foi, por que? Não me sinto doente.

Ouvi o ranger da porta se abrir e olhei mais adiante para ver a ruiva e seu namorado, Harry entrarem juntos. Suspiraram quando viram que eu estava acordada e Gina correu até mim me abraçando forte e eu aqui sentada sem entender nada.

– Não me mate do coração assim. – ela me pediu sem me soltar.

– Desculpa? – pedi sem saber direito por que. – Na verdade Gin, o que aconteceu?

Ela me soltou e se entreolhou com Harry.

Que merda aconteceu?

– Você não se lembra? – Harry perguntou.

– A ultima coisa foi eu ter ido dormir. – admiti. – Teve mais? Por que você me trouxe pra cá Gina?

A ruiva negou com a cabeça.

– Não fui eu.

Franzi o cenho.

– Harry? Você? – olhei suplicante e ele negou com a cabeça. – Não me diga que isso foi uma vingança do Ronald?

Gina riu.

– Seria engraçado, mas não. – ela respondeu. – Você não se lembra de nada, mesmo?

Suspirei.

– Eu deveria me lembrar de algo? Me falem logo quem me trouxe até aqui.

– Malfoy. – Harry disse.

Minha boca se abriu em um “o”.

– Como assim Malfoy me trouxe aqui? – quase gritei. – Como ele entrou no salão comunal da Grifinória?

Gina começou a rir.

– Ele não entrou, Hermione. – Harry respondeu vendo que sua namorada não estava em condições.

Eu acho que perdi uma boa parte da noite anterior.

– Então como?

– Harry, Ron e eu estávamos te procurando hoje no café. – a ruiva. – Cada um de nós queria falar com você, bem por motivos óbvios, ai veio Zabini disse que se tivéssemos procurando você era pra vir aqui.

Mordi o lábio.

– E como ele sabe? – interrompi-a.

– Deixa eu concluir. – pediu. – Pelo que ele explicou você invadiu de madrugada o dormitório deles falando que o Malfoy estava morto e que depois de morto ouviu ele te chamar e algo sobre ameaçar o quadro deles, não entendi direito a ordem.

Coloquei a mão no rosto perplexa.

Merlin, me diga que eu não fiz tudo isso!

– Hermione, não foi nada legal pro Rony depois de descobrir que você já namorou Malfoy saber que você foi no meio da noite atrás dele e ameaçou seja lá quem for. – Harry disse serio.

– E-eu... Não lembro de nada disso. – fui honesta.

– Logo eles viram que você tava com febre alta e Malfoy te trouxe até aqui. – Gina concluiu. – Popy disse que você desmaiou devido a febre e que se sentiria melhor quando acordasse.

Não falei nada. Eu não queria nada. Não queria fazer nada, apenas me esconder pelo resto da minha vida. Eu estava me odiando mesmo agora.

– Me digam que eu não fiz nada disso. – choraminguei.

– Ah você fez. – Gina falou rindo.

Peguei meu travesseiro e taquei nela.

– Malvada, não ri da desgraça dos outros. – falei enquanto ela jogava de volta o travesseiro em mim. – Tem algo mais pra contar?

Eles negaram com a cabeça.

– E Malfoy? – perguntei. – Aquela fuinha vai me irritar pelo resto da minha vida.

Harry fechou a cara mas a namorada colocou sua mão em seu braço.

– Ficou com você, saiu faz pouco tempo pra comer ai aproveitamos pra ver como você esta. – ela disse. – Estamos tentando fazer com que Rony e Malfoy não se encontrem por um tempo.

Assenti e me lembrei.

– Ron! Cadê ele? – perguntei.

Os dois olharam pra baixo.

– Ele esta... – Harry começou mas eu já conclui.

– Me evitando. – suspirei. – Entendi.

– Mione...

– Tudo bem Harry. – falei. – Não me importo, ele que esta sendo criança aqui. – me remexi impaciente. – Que horas posso sair daqui?

– Popy ainda tem que te examinar, mas acho que ainda hoje. – Harry disse.

Assenti.

Que bom que era domingo e eu não perderia aula.

– Podem ir. – falei. – Sei que vocês tem treino de Quadribol hoje.

– A gente fica, Mione, não precisa... – Harry começou.

– Na verdade eu quero ficar sozinha. – pedi sabendo que só assim eles sairiam. – Voltem quando acabar o treino sim?

Mesmo contrariados eles concordaram e minutos depois saíram prometendo que mais tarde voltariam. Tentei me esconder debaixo da coberta mas estava cada vez mais inquieta. Eu não acredito no que eu fiz! E pra piorar eu nem me lembrava de nada, piorar? Acho que deve ser uma benção! Céus, agora toda Hogwarts deve saber disso, gostaria de sumir. Eu só devo ter raspado a barba de Merlin pra merecer isso.

Ouvi novamente a porta se abrir e por um minuto fiquei nervosa pensando que seria Rony. O que eu iria dizer pra explicar tudo isso que aconteceu? Eu nem fazia idéia por que fui parar no quarto daquela doninha quicante! Ah eu estou tão ferrada.

Mas acho que quem entrou foi pior ainda.

– Agora quer me explicar, Granger, o motivo de aparecer no meio da noite no meio quarto afirmando que eu morri? – Malfoy perguntou com um sorriso arrogante no rosto. – Estou bem vivinho se quiser ter certeza é só tocar.

Taquei o travesseiro nele agora que desviou.

Essa conversa seria muito irritante.


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Notas finais do capítulo

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