Leiam as notas iniciais.

Os passos da Castle ecoavam pelo piso do loft. Enquanto isso Kate o observava em silêncio sentada no sofá.

Eles tinham deixado os meninos na casa de Ryan e Jenny, já que precisariam ficar um pouco sozinhos para pensar.

Castle, se você continuar andando em círculos vai fazer um buraco no chão da sala. - disse Kate desanimada.

A detetive tinha proferido poucas palavras, desde de que a capitã os tinha expulsado do caso.

Desculpe Kate, estou apenas tentando encontrar alguma lógica neste caso.

Nenhuma teoria? Nada de CIA, FBI ou máfia? – Kate perguntava com desânimo na voz.

Não. – Castle sussurrou derrotado.

Castle, não sei se vamos aguentar isso. Essa angústia, e se ela realmente tiver feito algo? Mesmo que por impulso, na hora da raiva ela pode ter perdido a cabeça e.... – a detetive não conseguia terminar a frase.

Kate... – Castle falou sentando do lado da amada.

As lágrimas corriam pela face da detetive.

Por tanto tempo Castle, eu persegui o assassino da minha mãe, muito tempo antes de te conhecer. E cada vez que não achava um a resposta ficava frustrada, me perdia no trabalho, me machucava. Depois que você chegou foi um pouco mais fácil, mas todos os momentos de perigo, eu me sentia fraca e indefesa, eu era adulta e mesmo assim tinha medo. O mundo do crime é perigoso, a vida de policial é perigosa, e mesmo que ela não seja a assassina a digital comprova que ela esteve lá, que viu alguém ser morto, e se tiverem pego ela. – Castle ouvia atentamente a confissão de Kate, tentando pensar em algo para conforta-la.

Eu sei o que é estar sozinha em uma situação difícil, não importa qual. Se ela não tiver ninguém a protegendo, dando apoio ela sofrerá. Como eu sofri e teria sofrido mais se não fosse por você ... meu parceiro. – Kate completou fitando o azul nos olhos de Castle que agora adquiriam uma nova expressão de raciocínio.

Castle? Rick? O que você está pensando? – Kate estava desconfiada.

É isso! Um parceiro. – Castle falou dando um pulo e subindo as escadas em direção ao quarto da filha.

Kate limpou a lágrima e subiu as escadas atrás do marido. Os dois entraram no quarto da filha, Kate ficou parada próxima a porta enquanto Castle mexia em tudo o que via pela frente.

Pelo o que, está procurando Castle? – Kate não entendia, o raciocínio do marido.

Pelo o que não... Por quem! Kate você disse se não fosse eu seu parceiro, teria sido diferente certo? Então, Nyck é menina, teve ter alguma amiga que sabe de tudo, alguém em quem ela confie. – Castle falava olhando as gavetas da filha.

Kate começou a procurar juntamente com Castle alguma evidência de amigos da filha, tentando puxar na memória nomes que ela já tenha dito, amigos que eles já tenham conhecido, qualquer coisa que parecesse fora do comum.

Castle revirava as gavetas enquanto a esposa observava com cautela a estante de livros da garota. Para alguém tão desorganizada, a estante de livros de Nyck J, era incomum. Os livros estavam alinhados e continham post-its coloridos embaixo marcando os nomes.

Kate passava os dedos lentamente pelos post-its, imaginando a cena da filha colocando-os alinhando-os e apreciando-os, como ela mesma fazia quando mais nova.

Um sorriso apareceu nos lábios de Kate enquanto ela relembrava do dia em que ensinara a filha a organizar as coisas, como ela fazia no trabalho.

Cinco prateleiras, a primeira com post-its azuis, a segunda turquesa, a terceira rosa, a carta amarela e a quinta com post-its salmão. Os olhos do detetive se estreitaram sua mente começara a trabalhar, flashes de imagens e frases vinham a sua cabeça enquanto tentava desvendar o que lhe era tão errado naquela cena.

Como um estalo o raciocínio de Kate se concluiu.

Castle venha aqui. – Kate falou agitada.

O marido que procurava coisas embaixo da cama, se levantou e a encarou meio desnorteado.

Olhe isso Castle...- Kate falou apontando para a estante.

Certo, eu vejo livros.... Madeira e post-it.

Não Castle, a sequência! Eu a ensinei a colocar do mais claro para o mais escuro, os mais claros são os livros únicos e as trilogias e as cores mais fortes são as sagas e livros preferidos. Mas isto está em outra ordem

E se está em outra ordem... – Castle falou.

É porque tem outro significado. – os falaram ao mesmo tempo.

Certo... – Castle falou retirando um post-it de cada cor e colocando-os em ordem em cima da escrivaninha.

O que essas cores têm em comum? – Castle tentava pensar.

Não são do mesmo grupo de cores, tirando o azul e o turquesa. Não há nada que me lembre ela que me remetam a essas cores. Tirando o Azul e o Amarelo, as outras tem letras diferentes. As letras T- R – S, não tem nada em comum. – Kate pensava rápido enquanto ponderava sobre todas as possibilidades.

Pode ser uma sigla T-R-S-A-A. Pode ter algum significado. – Castle tentava de tudo.

O casal encarou os papéis por mais alguns segundos.

Não é T-R-S-A-A, é A-T-R-A-S.... Atrás. – Ambos falaram ao mesmo tempo virando de costas e encarando todos os lugares que poderiam ter a parte de trás como esconderijo.

Foi quando Castle teve um lapso. Kate, lembra quando você buscava pelo assassino da sua mãe.

Lembro... eu deixava escondido para que ninguém visse... por isso ficava...

Atrás da janela. – Castle falou, afastando a cortina vermelha sangue que cobria a janela.

Colados no vidro diversas fotos de pessoas que nem Kate nem Rick conheciam, embaixo de cada foto nomes, apelidos, idades, embaixo das fotos números e endereços. Ao meio a foto de uma mulher loira de olhos azuis muito bonita, em baixo o nome: Maryl Lilyan Éden.

É por isso que ela está envolvida, por isso o garoto estava abalado. Ela quer achar o assassino de Arthur, mas porque? - Castle falou.

Isso eu não sei Castle , mas vamos descobrir. - Kate falava estudando cada peça do quebra-cabeça.

Quando de súbito ambos observando as anotações na janela arregalaram os olhos.

O que assustou ao casal foram as duas fotos que concluíam o sistema de conexões da garota.

No canto inferior da janela duas fotos, uma do menino Dylan Harper e a outra maior continha a foto de um homem, com apenas um comentário em caneta vermelha embaixo.

Assassino. – o casal leu junto, imaginando quem era o “assassino” que sua filha caçava.