Detectives and Teenagers escrita por MisteryWriter5
Notas iniciais do capítulo
Oi. Como prometido capítulo novo. Espero não demorar tanto da próxima vez. Gostaria de dedicar este capítulo a Hannah Beckett. A música deste capítulo é Fight Song - Rachel Platen. Divirtam-se.
Arthur pareceu demorar alguns segundos para expressar uma reação condizente com a situação.
Os olhos azuis deixaram de encarar a menina e passaram a focar nos ladrilhos brancos que adornavam o chão do quarto de hospital.
Arthur começou a andar freneticamente pelo quarto com as mãos nos cabelos enquanto encarava Nyck a procura das palavras certas a serem usadas naquele momento.
Atordoado com a situação que se encontrava, o mesmo sentou-se e descansou a cabeça entre as mãos.
Que droga! Quantas vezes já lhe pedi para que não falasse do assassinato da minha mãe? – A voz do garoto saiu baixa, mas enérgica o suficiente para prender a atenção do casal de detetives.
Arthur... sei como é perder um parente querido... minha mãe... – a detetive tentava argumentar, porém as duras palavras do jovem entrecortaram o pensamento da morena.
Sua mãe foi morta a facadas em um beco quando você tinha dezenove anos e por muito tempo você não soube quem e o por que fez isso! É, eu conheço a história.
Mas a minha mãe? Minha mãe detetive foi morta com um tiro, na sala de casa, bem na minha frente, quando eu tinha apenas dez anos. Eu vi o traficante que vendia para meu pai olhar para ela e apertar o gatilho. Eu sempre soube que meus pais foram mortos por um cara que ganha a vida drogando pessoas, destruindo vidas e famílias. Então se a senhora quer discutir quem conhece melhor a morte, acho que nesse quesito sou muito mais experiente. – O moreno completou ainda encarando o chão.
Arthur, o que aconteceu naquela noite? Quero dizer, na noite que sua mãe morreu. – Castle parecia sério ao fazer a pergunta, mas por dentro estava saltitando de curiosidade como uma criança
Um longo suspiro da parte de Arthur quebrou o silêncio assassino que se estendia pelo local.
Arthur levantou a cabeça e encarou Nyck.
Ele estava pronto.
....
Era véspera do meu aniversário de 10 anos. Não havia passado das sete da noite, mas minha mãe já estava aflita, sentada no sofá à espera de meu pai.
Acredito que Nyck já tenha contado a vocês, mas meu pai era um bêbado viciado em heroína.
Parece que a Nyck não nos conta tantas coisas assim. – Castle falou meio chateado.
Enfim, como meu pai tinha seus vícios, minha mãe não conseguia descansar até que ele chegasse em casa. Eu estava no meu quarto quando o relógio completou sua décima badalada e de uma hora para outra, batidas secas foram desferidas contra a porta.
Eu não sabia o que estava acontecendo lá embaixo e não conseguia distinguir o que as vozes falavam, mas eu sabia que aquela não era a voz de meu pai.
Eu ouvi um grande barulho, como se alguma coisa tivesse se chocado com o chão, desci as escadas devagar e me escondi atrás de uma poltrona, cheguei a tempo de ver a cena de minha mãe tentando bater no homem mascarado.
Ele gritava por dinheiro. E minha mãe negava, chorando e perguntando onde estava meu pai. Minha mãe conseguiu retirar a máscara dele... – os olhos de Arthur estavam marejados, mas ele não se permitiu chorar naquele momento, não na frente de Nyck.
Foi quando ele a empurrou. Ela caiu no chão da sala e ele sacou a arma, desferindo um tiro certeiro em seu peito, nesse momento eu gritei... ele me viu e apontou a arma em minha direção.
Ele não atirou. Não sei se ficou com pena de mim, ou ouviu o barulho distante das sirenes policiais, mas ele correu e eu fiquei em casa sozinho cercado pelo sangue de minha mãe até a chegada dos policiais.
...
Os olhos de Arthur permaneciam vermelhos e sua pele estava branca como papel, o menino ficou em silêncio por alguns segundos e depois olhou para Nyck.
Acho que você pode contar o resto, pelo que sei, você conhece a história tão bem quanto eu. – O garoto completou levantando-se e direcionando-se até a porta.
Não pode sair daqui sozinho Arthur, teremos que levar vocês dois a delegacia. – Beckett falou autoritária.
Não vou fugir, só preciso de um ar fresco, qualquer coisa estou aqui no corredor. – Ele disse abrindo a porta.
Se for se preocupar com alguém, não se preocupe comigo, não sou eu que costumo me esconder atrás de muros. – Os olhos azuis do garoto se direcionaram rapidamente a Nyck antes de sair pela porta.
...
Com o baque da porta Nyck continuou a história da infeliz morte da família Éden.
Pelo que descobri, os policiais chegaram pouco tempo após a morte da mãe de Éden, mas a patrulha fardada não estava lá por que haviam sido chamados, eles foram enviados para comunicar a família. – A menina respirou fundo.
Mais cedo naquela mesma noite, antes de invadir a casa e matar a mãe de Éden, o traficante esfaqueou o Sr. Éden na porta de bar que ele frequentava.
Os policiais nunca conseguiram provas o bastante para prender o assassino dos pais de Éden, e por algum motivo ele nunca revelou que conhecia o rosto do assassino. Até o dia em que Dylan chegou a escola, nesse dia eu percebi que ele entrou em pânico ao ver Dylan e o tio, então eu comecei a investigar.
O bipe de um celular ecoou pelo quarto, alerta, Nyck arregalou os olhos e tentou correr em direção a mesinha, sendo impedida pelas ataduras em sua perna. A garota soltou um pequeno grito ao se desequilibrar e cair no chão.
Sendo surpreendida com a rapidez da cena seguinte, a detetive Beckett assim como o marido chocou-se com a rapidez com que Arthur passou pela porta e ajudou Nyck a se levantar.
Você está bem? Se machucou? Deveríamos chamar um médico? – O menino desferia perguntas como um assassino desfere uma faca.
Estou bem, não sou de vidro ok? – A menina falava revirando os olhos.
Você deveria tomar mais cuidado... – o menino tentava alertar, sendo atravessado pela voz curiosa do escritor.
Filha, é normal seu celular piscar feito uma árvore de natal? – O escritor falou encarando o aparelho como se ele fosse explodir a qualquer momento.
Droga! Mãe, já fugiu de um hospital? – A menina perguntou largando as muletas.
Por que a pergunta? – A detetive se assustou colocando a mão sobre a arma.
Arthur, desbloqueie o celular. – A menina falou retirando o aparelho da mão do pai e arremessando para o colega.
Agora digite “N475H” e aperte o link que aparecer na tela. – A menina instruía enquanto olhava pela janela.
O que isso faz? – Castle perguntou.
Isso transforma meu celular em um mini robô assassino. – Disse a menina seriamente.
Sério? – Arthur e Castle exclamaram com a mesma alegria de uma criação.
Claro que não. Apenas clique, rápido. Estamos em perigo. – Naquele momento Beckett ficou alerta, nunca havia visto sua filha naquele estado de histeria, preocupada e vigilante a cada movimento.
Arthur concluiu o que Nyck lhe pedira e entregou o celular nas mãos da garota que tentava armar um plano em vez de dar atenção para a dor que invadia sua perna.
Os olhos castanhos chamativos encaravam a tela do celular enquanto as sobrancelhas da menina se curvavam levemente e a mesma mordia os lábios assim como sua mãe.
No que você está pensando Nyck. – O garoto sabia que a amiga arquitetava um plano apenas pelo fato da mesma estar impacientemente mordendo o lábio inferior.
A menina não respondeu, apenas caminhou cambaleante até a mãe, mostrando-lhe a tela de seu celular.
Isso é....? – A detetive tentava entender a sequência de mapas e pontos brilhantes a sua frente.
Um rastreador. Coloquei em Jonhy Cicatriz em um dia em que segui Dylan. Longa história, depois explico. – A garota recitou rapidamente.
O ponto verde é o Jonhy, o Azul é o Arthur, o vermelho sou eu. Eles estão aqui, temos que fugir. Eles vieram nos pegar. Temos que fugir. – A menina encarava determinada a própria mãe.
Você me rastreia? – Nyck ignorou a pergunta do colega.
Ok, mas depois que sairmos daqui você tem muito o que explicar sobre os últimos dias. – A detetive encarou a filha.
Acredite Sra. Ela tem muito que explicar sobre os últimos anos. – Arthur respondeu encarando a amiga.
Ok...Ok, depois todos conversaremos, mas antes precisamos te tirar vivo daqui Éden. – A menina provocou.
Neste momento Beckett se assustou. Para Nyck não importava o que acontecesse ali, desde que Arthur saísse vivo, ela estava feliz.
Estranhamente Castle e Beckett se encararam ao ouvir as próximas palavras dos jovens.
Nyck, sairemos daqui juntos, certo? – O menino se postou a frente dela.
Sempre. – A menina completou.
Sempre. – Foi o último sussurro emitido pelo menino antes do grupo sair do quarto em busca de mais uma chance de viver, para conhecer o final daquela história.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Obrigada por lerem. Espero que tenham gostado.
Comentem. Opinem. Digam o que acharam da música.Até o próximo.