Detectives and Teenagers escrita por MisteryWriter5


Capítulo 12
Your history is our history.


Notas iniciais do capítulo

Oi. Como prometido capítulo novo. Espero não demorar tanto da próxima vez. Gostaria de dedicar este capítulo a Hannah Beckett. A música deste capítulo é Fight Song - Rachel Platen. Divirtam-se.



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Arthur pareceu demorar alguns segundos para expressar uma reação condizente com a situação.

Os olhos azuis deixaram de encarar a menina e passaram a focar nos ladrilhos brancos que adornavam o chão do quarto de hospital.

Arthur começou a andar freneticamente pelo quarto com as mãos nos cabelos enquanto encarava Nyck a procura das palavras certas a serem usadas naquele momento.

Atordoado com a situação que se encontrava, o mesmo sentou-se e descansou a cabeça entre as mãos.

Que droga! Quantas vezes já lhe pedi para que não falasse do assassinato da minha mãe? – A voz do garoto saiu baixa, mas enérgica o suficiente para prender a atenção do casal de detetives.

Arthur... sei como é perder um parente querido... minha mãe... – a detetive tentava argumentar, porém as duras palavras do jovem entrecortaram o pensamento da morena.

Sua mãe foi morta a facadas em um beco quando você tinha dezenove anos e por muito tempo você não soube quem e o por que fez isso! É, eu conheço a história.

Mas a minha mãe? Minha mãe detetive foi morta com um tiro, na sala de casa, bem na minha frente, quando eu tinha apenas dez anos. Eu vi o traficante que vendia para meu pai olhar para ela e apertar o gatilho. Eu sempre soube que meus pais foram mortos por um cara que ganha a vida drogando pessoas, destruindo vidas e famílias. Então se a senhora quer discutir quem conhece melhor a morte, acho que nesse quesito sou muito mais experiente. – O moreno completou ainda encarando o chão.

Arthur, o que aconteceu naquela noite? Quero dizer, na noite que sua mãe morreu. – Castle parecia sério ao fazer a pergunta, mas por dentro estava saltitando de curiosidade como uma criança

Um longo suspiro da parte de Arthur quebrou o silêncio assassino que se estendia pelo local.

Arthur levantou a cabeça e encarou Nyck.

Ele estava pronto.

....

Era véspera do meu aniversário de 10 anos. Não havia passado das sete da noite, mas minha mãe já estava aflita, sentada no sofá à espera de meu pai.

Acredito que Nyck já tenha contado a vocês, mas meu pai era um bêbado viciado em heroína.

Parece que a Nyck não nos conta tantas coisas assim. – Castle falou meio chateado.

Enfim, como meu pai tinha seus vícios, minha mãe não conseguia descansar até que ele chegasse em casa. Eu estava no meu quarto quando o relógio completou sua décima badalada e de uma hora para outra, batidas secas foram desferidas contra a porta.

Eu não sabia o que estava acontecendo lá embaixo e não conseguia distinguir o que as vozes falavam, mas eu sabia que aquela não era a voz de meu pai.

Eu ouvi um grande barulho, como se alguma coisa tivesse se chocado com o chão, desci as escadas devagar e me escondi atrás de uma poltrona, cheguei a tempo de ver a cena de minha mãe tentando bater no homem mascarado.

Ele gritava por dinheiro. E minha mãe negava, chorando e perguntando onde estava meu pai. Minha mãe conseguiu retirar a máscara dele... – os olhos de Arthur estavam marejados, mas ele não se permitiu chorar naquele momento, não na frente de Nyck.

Foi quando ele a empurrou. Ela caiu no chão da sala e ele sacou a arma, desferindo um tiro certeiro em seu peito, nesse momento eu gritei... ele me viu e apontou a arma em minha direção.

Ele não atirou. Não sei se ficou com pena de mim, ou ouviu o barulho distante das sirenes policiais, mas ele correu e eu fiquei em casa sozinho cercado pelo sangue de minha mãe até a chegada dos policiais.

...

Os olhos de Arthur permaneciam vermelhos e sua pele estava branca como papel, o menino ficou em silêncio por alguns segundos e depois olhou para Nyck.

Acho que você pode contar o resto, pelo que sei, você conhece a história tão bem quanto eu. – O garoto completou levantando-se e direcionando-se até a porta.

Não pode sair daqui sozinho Arthur, teremos que levar vocês dois a delegacia. – Beckett falou autoritária.

Não vou fugir, só preciso de um ar fresco, qualquer coisa estou aqui no corredor. – Ele disse abrindo a porta.

Se for se preocupar com alguém, não se preocupe comigo, não sou eu que costumo me esconder atrás de muros. – Os olhos azuis do garoto se direcionaram rapidamente a Nyck antes de sair pela porta.

...

Com o baque da porta Nyck continuou a história da infeliz morte da família Éden.

Pelo que descobri, os policiais chegaram pouco tempo após a morte da mãe de Éden, mas a patrulha fardada não estava lá por que haviam sido chamados, eles foram enviados para comunicar a família. – A menina respirou fundo.

Mais cedo naquela mesma noite, antes de invadir a casa e matar a mãe de Éden, o traficante esfaqueou o Sr. Éden na porta de bar que ele frequentava.

Os policiais nunca conseguiram provas o bastante para prender o assassino dos pais de Éden, e por algum motivo ele nunca revelou que conhecia o rosto do assassino. Até o dia em que Dylan chegou a escola, nesse dia eu percebi que ele entrou em pânico ao ver Dylan e o tio, então eu comecei a investigar.

O bipe de um celular ecoou pelo quarto, alerta, Nyck arregalou os olhos e tentou correr em direção a mesinha, sendo impedida pelas ataduras em sua perna. A garota soltou um pequeno grito ao se desequilibrar e cair no chão.

Sendo surpreendida com a rapidez da cena seguinte, a detetive Beckett assim como o marido chocou-se com a rapidez com que Arthur passou pela porta e ajudou Nyck a se levantar.

Você está bem? Se machucou? Deveríamos chamar um médico? – O menino desferia perguntas como um assassino desfere uma faca.

Estou bem, não sou de vidro ok? – A menina falava revirando os olhos.

Você deveria tomar mais cuidado... – o menino tentava alertar, sendo atravessado pela voz curiosa do escritor.

Filha, é normal seu celular piscar feito uma árvore de natal? – O escritor falou encarando o aparelho como se ele fosse explodir a qualquer momento.

Droga! Mãe, já fugiu de um hospital? – A menina perguntou largando as muletas.

Por que a pergunta? – A detetive se assustou colocando a mão sobre a arma.

Arthur, desbloqueie o celular. – A menina falou retirando o aparelho da mão do pai e arremessando para o colega.

Agora digite “N475H” e aperte o link que aparecer na tela. – A menina instruía enquanto olhava pela janela.

O que isso faz? – Castle perguntou.

Isso transforma meu celular em um mini robô assassino. – Disse a menina seriamente.

Sério? – Arthur e Castle exclamaram com a mesma alegria de uma criação.

Claro que não. Apenas clique, rápido. Estamos em perigo. – Naquele momento Beckett ficou alerta, nunca havia visto sua filha naquele estado de histeria, preocupada e vigilante a cada movimento.

Arthur concluiu o que Nyck lhe pedira e entregou o celular nas mãos da garota que tentava armar um plano em vez de dar atenção para a dor que invadia sua perna.

Os olhos castanhos chamativos encaravam a tela do celular enquanto as sobrancelhas da menina se curvavam levemente e a mesma mordia os lábios assim como sua mãe.

No que você está pensando Nyck. – O garoto sabia que a amiga arquitetava um plano apenas pelo fato da mesma estar impacientemente mordendo o lábio inferior.

A menina não respondeu, apenas caminhou cambaleante até a mãe, mostrando-lhe a tela de seu celular.

Isso é....? – A detetive tentava entender a sequência de mapas e pontos brilhantes a sua frente.

Um rastreador. Coloquei em Jonhy Cicatriz em um dia em que segui Dylan. Longa história, depois explico. – A garota recitou rapidamente.

O ponto verde é o Jonhy, o Azul é o Arthur, o vermelho sou eu. Eles estão aqui, temos que fugir. Eles vieram nos pegar. Temos que fugir. – A menina encarava determinada a própria mãe.

Você me rastreia? – Nyck ignorou a pergunta do colega.

Ok, mas depois que sairmos daqui você tem muito o que explicar sobre os últimos dias. – A detetive encarou a filha.

Acredite Sra. Ela tem muito que explicar sobre os últimos anos. – Arthur respondeu encarando a amiga.

Ok...Ok, depois todos conversaremos, mas antes precisamos te tirar vivo daqui Éden. – A menina provocou.

Neste momento Beckett se assustou. Para Nyck não importava o que acontecesse ali, desde que Arthur saísse vivo, ela estava feliz.

Estranhamente Castle e Beckett se encararam ao ouvir as próximas palavras dos jovens.

Nyck, sairemos daqui juntos, certo? – O menino se postou a frente dela.

Sempre. – A menina completou.

Sempre. – Foi o último sussurro emitido pelo menino antes do grupo sair do quarto em busca de mais uma chance de viver, para conhecer o final daquela história.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem. Espero que tenham gostado.
Comentem. Opinem. Digam o que acharam da música.Até o próximo.



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