Detectives and Teenagers escrita por MisteryWriter5


Capítulo 11
A Lie and a Life


Notas iniciais do capítulo

Voltei. Obrigada pelos comentários e sugestões. Vocês fazem meu dia mais feliz.
Todos os caps. são dedicados aos meus leitores, mas hoje sou obrigada a dar uma atenção especial a Hanna Beckett que me incentivou de todas as maneiras possíveis. Músicas: If i told you ou Everybody Lies ambas do Jason Walker.



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Arthur mantinha-se estático em frente a porta. Seus dedos esguios tocavam de leve a maçaneta enquanto os olhos azuis encaravam a imensidão branca do chão do local.

Hm... Arthur? Se não se importa gostaríamos de falar com nossa filha, a sós. – Beckett completou de forma singela.

Ah. Claro, eu espero aqui fora. – O casal de detetives percebera a frustação da criança.

...............

Sabe doutor, se veio aqui para me medicar mais.... – A frase da jovem foi interrompida pela visão de seus pais parados em frente a porta.

A menina deitada na cama observava atônita a cara nada contente de seus progenitores. Ela havia saído de uma pequena cirurgia a poucas horas e o efeito dos remédios já haviam cessado, naquele instante ela soube que estava muito encrencada e que se não usasse as palavras certas estaria em apuros, não só pelo fato de ter mentido para seus pais, mas também por ter mostrado a cara para um bando de traficantes sanguinários.

Sem reação, pensando na encrenca que havia se metido as únicas palavras que saíram de sua boca denunciaram seu estado emocional.

Definitivamente estou ferrada. – Foi o que se ouviu como um murmúrio no quarto.

Ainda bem que você percebeu. – Castle falou tentando segurar o riso.

Certo. Por onde eu começo? – Nyck perguntou a si mesma, enquanto encarava a mãe, que estranhamente não havia dito nada desde que entrara no quarto.

Que tal começar dizendo o porquê de você ter um quadro de fotos completo sobre uma investigação atrás de sua janela? O porquê de você ter sido baleada uma semana antes do natal? O que raios você fazia seguindo traficantes? – A cada nova frase a voz de Kate subia um tom, deixando a detetive alterada de uma forma que nem mesmo o escritor havia presenciado.

Kate... Kate...Katherine calma. – Dizia o escritor em uma tentativa de conter a esposa.

Deixa isso comigo. – Ele sussurrou piscando para a mulher.

Mocinha, sugiro você começar explicando porque mentiu para nós e pegou carona com um garoto mais velho para ir escondida a uma festa... filha você me decepcionou muito. Ficamos muito preocupados com você.... – Por mais que secas as palavras do escritor eram singelas e não advertiam a filha de qualquer modo.

A cada nova sílaba que o marido proclamava Kate contava até dez para não pular no pescoço do escritor.

Castle! Já chega! Você não enxerga o que está acontecendo? Ir a uma festa escondida? Nessas 24hs essa foi a melhor coisa que ela fez! O que você está pensando? – O rosto da mulher adquirira um tom avermelhado e os punhos encontravam-se cerrados ao lado do corpo enquanto a mesma desferia broncas e xingamentos para cima do marido.

Kate ela é nossa filha! – Castle continuaria gritando se não tivesse sido interrompido pelo barulho de muletas tocando o chão.

Chega vocês dois. Parecem crianças. Se vocês querem saber de algo, eu conto. Não precisa gritar. – A menina encarava os dois com um ar determinado, como se soubesse exatamente qual seria próxima reação de seus pais.

E ela sabia.

Castle sentou na poltrona ao lado da cama e lançou um olhar suplicativo para a esposa que se mantinha recostada na parede de braços cruzados e expressão fechada.

Certo. – Completou a detetive.

Mas eu faço as perguntas aqui Nycole, e é melhor que você nos conte tudo. – Frisou Beckett com as sobrancelhas arqueadas.

Vamos começar do básico.

Por que foi suspensa na última semana?

O diretor me acusou de invadir a sala dele e mexer nos arquivos dos alunos – enquanto respondia Nyck não desviava o olhar da mãe.

Por que você fez isso? – Castle perguntou com um ar de curiosidade.

Eu queria duas informações. Dois nomes. - Kate encarou a menina desconfiada.

Olha mãe, pai vocês não vão entender, não é tão simples quanto parece. Eu juro que não machuquei ninguém e que não envolvi ninguém nisso.

Tem certeza? – Castle perguntou.

Tenho. – Disse a menina largando as muletas e sentando novamente na cama.

Então quem é Arthur Éden? – Kate perguntara.

A expressão da menina mudou, seus olhos imponentes perderam o brilho e suas mãos firmes começaram a tremer, o casal tinha certeza que vira uma lágrima cair dos olhos da filha, porém nunca poderiam confirmar, em um instante um leve levantar de lábio chamou a atenção de Beckett.

Ela reconhecia aquela expressão. O mesmo sentimento tomara conta de Beckett anos atrás na manhã após a cirurgia que retirara a bala de seu coração, no momento que Castle perguntou se ela realmente não lembrava de nada, e como uma criança desesperada ela mentiu, mentiu pois não queria que os outros soubessem a verdade, mentiu porque sabia que o que acontecia era tão grande que apenas ela poderia entender o sentido de tudo, mentiu porque a verdade a transformaria em alguém que ela teria medo de ser.

Então como a mãe a anos atrás a menina levantou a cabeça e com as sobrancelhas arqueadas soltou uma leve gargalhada.

Quem? Arthur Éden? Ele não tem nada a ver com isso. É só um menino irritante da escola. Nada de mais.

A porta se abriu em um estrondo. Arthur entrou no quarto branco vermelho de raiva, seus cabelos estavam bagunçados

Só um menino da escola. Ok. Se gosta tanto assim de inventar uma versão da história. Aqui vai a minha. – Os olhos azuis sérios não ousavam cruzar com os de Nyck.

Éden pare! – Desferiu a menina.

Pare você! A quanto tempo está mentindo para mim? Achou que eu não iria perceber que você estava se tornando um deles? Eu te conheço a quatro anos, quatro anos e você não se deu ao luxo de me contar a verdade, de me pedir ajuda. – O rosto angelical do menino exalava ódio, confusão e dúvida. Aos olhos de Beckett ele não sabia exatamente o que fazer naquele momento.

Eu não poderia te pedir ajuda. Você não tem nem ideia do que está acontecendo Éden, não é o que você está pensando. – A menina continha a raiva, mas matinha a mesma expressão de sua mão, braços cruzados, testa franzida e como uma verdadeira Beckett não poderia deixar de morder o lábio inferior em busca de conforto.

Quer saber Nyck? Eu cansei.

Detetive, Sr.Castle, tenho muito respeito por ambos, mas a sua filha não passa de uma mentirosa que mantém contato com traficantes de drogas.

...............

As sobrancelhas de Castle se levantaram em espanto, Beckett descruzou os braços pronta para tirar a limpo toda aquela história e Nyck se agarrou as muletas e aos poucos, passo a passo se aproximou de Arthur.

Você é completamente egocêntrico, egoísta e completamente....

Divertido. – A palavra saiu como um sussurro da boca de Katherine, mas foi encoberta pelo término da frase da filha.

Idiota. – Completou a menina.

O que te faz pensar que eu andava com traficantes? Eu não andava com os amigos da gangue idiota do Dylan, eu os estava investigando, eu queria saber quem está por trás deles, quem é o cérebro da operação, aquele desgraçado deveria ir para a cadeia. – A cada palavra Nyck se aproximava de Arthur.

Então Arthur antes de reivindicar a verdade que eu te escondi, porque não nos conta o motivo de você ter ataques de pânico, o fato de sua avó que você tanto ama ter medo de deixar você sair sozinho na rua, o fato de você ter tido um surto quando viu Dylan Harper pela primeira vez. – As palavras se tornavam rudes à medida que saiam da boca da menina e os pais da jovem cada vez ficavam mais assustados com o lado que não conheciam de sua filha.

Os olhos azuis do menino permaneciam sérios durante afala da amiga.

Você está obcecada, louca. Nada disso está acontecendo. É sempre assim, quando bota algo na cabeça ninguém consegue tirar, você é suicida, essa sua sede de justiça é incontrolável, você não deveria se meter aonde não é chamada Nyck. Você poderia ter morrido. – Arthur completou.

Do que ele está falando Nycole? – Beckett não consegui achar sentido naquela história.

Nyck encarou rapidamente a mãe, mas acabou desviando o olhar para o jovem à sua frente.

Arthur tem recebido ameaças de morte assim como a avó dele, pessoas tem vigiado a casa dele, coisas do tipo. Achei estranho. Então fui atrás de pistas.

Os olhos castanhos com leves ricos dourados pareceram mais escuros naquele momento.

Eu não estava me envolvendo com Dylan e sua turma, e os estava investigando, por você, eu queria desmascará-los para o seu bem Éden.

Eu não podia te ver mais daquele jeito, assustado, desconfiando de tudo e todos. Eu quero o meu amigo bobo, brincalhão, idiota de volta. – Um leve sorriso se formou no lábio de Nyck enquanto Richard e Katherine se olharam com cumplicidade.

O que isso tudo tem a ver comigo Nyck? Se esse é mais um dos seus joguinhos para confundir a mente dos outros... já vou avisando, não vai funcionar comigo.

Por que é tão importante? – Éden perguntou tentando se acalmar.

Por que Dylan Harper não entrou no NYME para distribuir drogas, isso era fachada, ele estava lá te observando. Ele voltou para terminar o trabalho que o tio dele não conseguiu terminar a cinco anos atrás naquela noite.

Arthur, foi Jonhy Cicatriz, o tio do Dylan que assassinou sua mãe naquela noite, o único erro dele foi acreditar que o menino que presenciou o assassinato nunca contaria a ninguém.

Dylan foi enviado para apagar a última testemunha do assassinato de sua mãe.

Arthur, Dylan estava aqui para te matar.


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Notas finais do capítulo

É isso ai. Este focou mais na Nyck e no Arthur, porém o próximo vai integrar mais personagens. Me digam o que acharam. Esse na minha opinião é dramático e tenso. Obrigada.



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