Detectives and Teenagers escrita por MisteryWriter5


Capítulo 13
Undercover


Notas iniciais do capítulo

Presente de Natal.



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O hospital parecia passar por um dia ocupado, diversos médicos andavam pelos corredores com suas pranchetas em mãos, entrando e saindo de quartos, subindo e descendo escadas. A preocupação de um dia corrido era evidenciada no rosto de cada integrante daquele hospital, em uns por que estavam ali aguardando saber se seus entes queridos sobreviveriam, outros pelo cansaço da profissão desgastante que era cuidar e salvar a vida de terceiros e no casal de detetives que por experiência própria sabia que aquilo não iria dar nada certo.

Katherine estava focada em cada movimento da filha, tentando desvendar aonde ela aprendera a se mover com tanta sutileza, a investigar com tanta maestria e a arquitetar planos como.... Como uma detetive.

Enquanto isso ao seu lado Castle prestava atenção em Arthur, o escritor começara a se afeiçoar ao menino, toda a história de sua vida foi baseada em medo e tristeza e mesmo tendo visto pessoas próximas o decepcionarem e morrerem, por mais ridículo que fosse, ele confiava em Nyck cegamente, assim como Nyck, mesmo que não quisesse transparecer confiava no garoto.

Os dois andavam em sincronia, lado a lado, Nyck talvez estivesse um passinho a frente, mas fazer o que? As Beckett´s tem necessidade de liderar. Com o celular em mãos a menina determinada, hora ou outra ela cambaleava levemente, porém toda vez que ousava se desequilibrar a ponto de cair os brações de Arthur a cercavam e a seguravam.

Beckett e Castle se encontravam um pouco atordoados com o que viam, nunca que o casal iria imaginar ser guiado por dois adolescentes em uma fuga por um hospital. A essa altura o quarteto ainda andava devagar, caminhando pelos corredores do hospital em silêncio para não chamar muita atenção.

Katherine havia guardado a arma, mas suas mãos postavam-se prontas ao lado do corpo para a qualquer momento saca-la, enquanto isso Nyck segurava o celular com a mão esquerda e com a sua mão direita segurava fortemente algo dentro de seu bolso.

A detetive tentava acompanhar o que se passava na tela do celular da menina, e conseguiu perceber além dos pontos verde, vermelho e azul citados pela garota, outros dois pontos, um dourado e outro prata, andando lado a lado, muito próximos aos pontos que representavam Nyck e Arthur. Estranhando a proximidade dos localizadores Beckett cutucou Castle furtivamente ganhando a atenção do escritor.

Castle, dê uma olhada na tela do celular. – A detetive não emitiu som, apenas movimentou os lábios de forma que o marido pudesse lê-los.

Os pontos dourados e prata são... – Castle movimentou os lábios indignado.

Somos nós. – Beckett comentou lhe lançando O olhar.

Não olhe para mim assim. Olhe para ela assim. –Castle apontou para a filha como uma criança que dedura o amiguinho que fez algo errado.

Nycole Johanna Beckett Castle. – A detetive esbravejou segurando o ombro da menina.

Eu sei... eu sei... é errado rastrear seus próprios pais, isso não se faz. Eu sei de tudo isso, ok? Brigue comigo depois que chegarmos ao distrito. – A jovem recitou com ironia na voz enquanto andava.

Distrito? Nós vamos para casa primeiro, você tem muito o que explicar. E Arthur precisa voltar para casa dele, lá ele estará em segurança. – Castle falou com a voz mais séria que conseguia forçar, na verdade meio que estava adorando toda aquela adrenalina depois de anos trabalhando longe da esposa.

Seu pai está certo, não podemos ir ao distrito Gates nos tirou da investigação – Beckett completou.

Não, se ele volta para casa ele morre. Provavelmente tem alguém lá à espreita, tudo isso começou por causa dele, é a ele que precisamos proteger. – A menina completou.

Quando viraram o corredor, um pequeno sinal apareceu na tela do celular de Nyck.

Com certa dificuldade a detetive leu o aviso que dizia que a bateria do celular estava acabando.

Merda. – A garota falou rispidamente enquanto guardava o pequeno aparelho no bolso.

E agora? – Castle parecia atordoado ao perceber que naquele momento estavam à mercê da sorte e qualquer movimento em falso pelos corredores do hospital poderia os levar direto para as garras de Jonhy Cicatriz e sua gangue.

Não sei, eu realmente não sei. – Nyck completou olhando para Arthur.

Entre na segunda sala a direita. - O menino falou alterando o tom de voz e expressando aquilo como uma ordem.

O grupo o seguiu.

Andaram apenas alguns metros até a segunda sala, abriram a porta entraram e a trancaram.

A detetive parou para observar a sala, era pequena e pouco aconchegante, algumas prateleiras com materiais eram dispostas pelos cantos da sala, enquanto no fundo haviam algumas velhas caixas.

Arthur você não tem que fazer isso. – O devaneio da detetive fora interrompido pelas palavras da filha.

Por que? Não é só você que pode salvar o dia, Nyck. – O garoto pronunciou-se com extrema ironia na voz.

Eu também tenho os meus truques. – Completou o menino andando em direção as pequenas caixas no fundo da sala.

Ok. Esperem! – Beckett já estava cansada daquilo.

Primeiro. Eu estou no comando aqui, então parem de brigar e me expliquem o que raios está acontecendo, porque eu não aguento mais ver vocês discutindo como duas crianças enquanto estamos sendo perseguidos por traficantes assassinos. – Expeliu a detetive completando com um suspiro frustrado.

Os jovens se encararam.

Certo. Éden, pegue o mapa. Eu falo com eles. – Nyck parecia mais calma e não tão preocupada com o amigo, e feliz pela imposição da mãe.

Mãe, pai. Eu juro que explico tudo no distrito, temos pouco tempo para sair daqui. Mas... o que Éden está tentando dizer é que ele pode nos tirar daqui mas vamos precisar confiar nele. – A menina parecia procurar as palavras certas para explicar tudo aquilo.

Quando os pais do Éden foram mortos, ele passou a morar com a avó. Dona Elizabeth já beira seus 80 anos e tem descobriu um tumor no cérebro faz uns anos, desde então Éden foi emancipado e praticamente vive no hospital, já que é ele que a acompanha nos exames e tratamentos.

Ano passado ela teve que fazer uma cirurgia e ficou internada durante alguns meses aqui, como ele tinha que ficar de olho nela muitas vezes faltava as aulas, sendo assim depois da escola eu vinha aqui passar a matéria para ele. E foi assim que achamos essa sala e esses mapas.

Mapas? – O escritor estava curioso e ao mesmo tempo meio enciumado por sua filhinha ter passado meses sozinha naquela sala com o garoto.

Sim, senhor Castle. Mapas. – Assentiu o garoto estendendo um grande mapa pelo chão da sala.

Os quatro curiosos se empoleiraram em cima do desenho.

Escutem, como Beckett disse... eu passei... – o menino tentou completar a frase mais foi interrompido.

Beckett? Espera aí, você a chama de Beckett? – O casal de detetives indagou em uníssono.

Eu costumava... – completou o menino lançando um olhar triste a garota.

Enfim, não temos tempo para isso. – Esclareceu Nyck, torcendo para que o assunto não viesse à tona.

Como eu ia dizendo, passei muito tempo aqui, então conheço os corredores e saídas de cor, mas temos um problema, Jonhy em pessoa está aqui e ele não pode em circunstância alguma ver Nyck e eu juntos, nem Nyck e a senhora detetive. – O menino completou olhando para a menina que assentiu.

Não tenho tempo agora para explicar o porquê, sendo assim teremos de nos separar e senhor Castle sugiro que passe despercebido. Completou o garoto encarando o escritor que começava a protestar.

Isso é bem difícil, sou uma celebridade, as pessoas conhecem meu rosto. – O escritor indagou.

Não sei como você vai fazer, mas tenha em mente que hoje você não é uma celebridade e sim um pai tentando salvar a vida da filha que se meteu onde não devia. – Agora o rancor dominava a voz do garoto.

Detetive, existem três saídas no hospital. A principal é conhecida por todos então suponho que tenha alguém nos esperando lá. E nos fundos tem mais duas saídas, cada uma delas em um canto do hospital, a saída do lado oeste fica perto do estacionamento de ambulâncias e a leste perto do descarte de material cirúrgico, cada dupla vai pôr um lugar diminuindo as chances de Jonhy nos ver juntos. – O menino falava com uma maestria invejável, o que impressionava os adultos.

Nyck, Jonhy te reconheceu no galpão? – O menino era direto e optara por não esconder mais nada do casal de detetives.

Não. – A menina deu a resposta sem ao menos hesitar, mas ela sabia que existia uma pequena e quase ínfima possibilidade de ter sido reconhecida.

Sendo assim... Só teremos de prestar atenção para não nos perdermos aqui dentro. Detetive, iremos juntos para a saída do incinerador, eu sei o caminho, então só peço que fique atenta e qualquer coisa atire..., mas por favor não mate, apenas os impossibilite de nos seguir e de modo algum deixe que eles saibam que você conhece Nyck. - O menino completou com um apelo.

Nyck e Sr.Castle, preciso que prestem atenção. Saindo desta sala e seguindo em frente vocês entraram na área de radiologia, depois que passarem por uma porta azul, virem a direita e depois a primeira esquerda, depois desçam dois lances de escada e vocês chegaram ao pronto-socorro, tomem cuidado nessa área, é possível que tenham capangas do Jonhy lá, Nyck se eles te reconhecerem corram, e entrem na segunda porta a direita, passando essa porta vocês chegam ao estacionamento de ambulâncias, se estiverem sendo seguidos perguntem a alguém do hospital qual é a ambulância do Dante, ele vai ajudar vocês... apenas digam que são meus amigos. – O menino completou.

Certo. - completou a detetive.

Mandei uma mensagem para Ryan e Esposito eles estarão nos esperando na casa de Arthur, caso haja algum dos homens de Jonhy lá prontamente irá embora. Depois vamos ao distrito. Em carros separados para que não vejam vocês dois juntos. Entendidos? – A detetive concluía enquanto segurava a mão do marido.

Sim.- todos na sala concordaram.

As duplas se levantaram, o casal de detetives ainda estava de mãos dadas e se olhavam intensamente com medo de que algo grave acontecesse. Os dois se aproximaram e compartilharam de um singelo abraço.

Enquanto os jovens se encaravam, transmitindo por pensamentos tudo o que não tinham coragem de falar em voz alta.

Nyck sentiu a mão do pai em seus ombros.

Estamos ficando sem tempo. – Proclamou o escritor.

Vamos... – a menina completou dando as costas ao amigo.

Tenha cuidado. – Arthur disse com um sorriso pois sabia que ela responderia com algum tipo de ironia.

Eu sempre tenho.


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Notas finais do capítulo

Boas Festas, um feliz ano novo e muitos cafés...



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