A teoria do amor escrita por Ariana Arivielo


Capítulo 19
Capítulo 15 - O dente de leão na primavera – Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Eis o último capítulo... Estou em lágrimas por acabar a fic! Não me odeiem pelo final, por favor... Ainda tem um epílogo especial vindo por aí :D É isso pessoal



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POV Amy

Cinco anos haviam passado pela minha cabeça desde que o dia amanheceu, quando conheci Sheldon através de Raj e Howard, quando ele me pediu em namoro no cinema ao lado de Stuart, do nosso primeiro contato que apesar de bêbada eu ainda consigo me lembrar daquele beijinho, das discussões, do beijo em Napa Valley.

E a lembrança mais memorável, da nossa primeira noite juntos, dos segredos revelados, da sua fragilidade e insegurança que me derreteram de tanto amor, dos ciúmes que eu nunca vou deixar de achar fofo, da nossa viagem a Amsterdã e o pedido de casamento...

É claro que o amanhã me assusta e só de imaginar que eu poderei morrer no parto e deixá-lo com duas crianças e sozinho me aterroriza, por que eu sei que a morte para ele é algo muito difícil de lidar.

Estamos chegando ao hospital, já passamos em casa, trocamos de roupa e minha nova morada me espera, tenho esperança que tudo vai dar certo, que no fim eu serei forte o suficiente, tenho tirado energia de toda minha alma, eu preciso ser forte.

Estamos finalmente no meu quarto, mas Sheldon me vendou antes de entrarmos, eu senti um cheirinho de comida e ouvi algumas pessoas falando e música ao fundo. Quando entramos ele me levou até o meio do quarto e tirou minha venda.

O que eu vi me deu vontade de chorar, mas chorar agora não era uma boa opção, poderia assustá-lo, então apenas sorri e lhe agradeci. Sheldon trouxe um pouco da festa para nós, estávamos assistindo a festa do quarto do hospital, assim poderíamos ver tudo e eles poderiam nos ver, dissemos algumas palavras para os convidados e eles pediram nossa dança.

O meu médico que estava no quarto conosco liberou uma pequena dança, nada muito exagerado, eu que estava de muito bom humor lhe disse:

– Que pena doutor! Eu tinha pensado em uma coreografia bastante acrobática...

Sheldon me olha incrédulo e diz:

– Amy, você ficou maluca? Sabe que eu não gosto de dançar.

– Querido, estou apenas brincando!

Ele e o médico riem então Sheldon me conduz para nossa dança, enquanto Neil Diamond cantava a minha canção favorita eu estava embalada nos braços do meu marido, meu Dr. Cooper e todos nos olhavam hipnotizados, alguns como minha mãe e Meemaw tinham lágrimas nos olhos, aquela poderia ser nossa última dança.

Quase de madrugada, após todas as comemorações e eu ter tido mais uma crise de dor, Sheldon e eu estávamos sentados perto da janela do quarto em silêncio olhando um para o outro e sem soltar as mãos, então eu olhei para minha aliança e percebi uma inscrição nela que só aparecia quando a luz estava sobre ela.

Não entendi o que estava escrito, mas Sheldon sorria orgulhoso e me disse:

– Achei que você já tinha notado.

– Agora que eu percebi! O que diz?

– Está em klingon, diz “Para Amy, meu amor eterno”.

– Oh Shelly! Que lindo! Você pensou em todos os detalhes, como você pode ser tão perfeito?

– Simples, porque você me ama e eu te amo querida! Por você eu sou capaz de qualquer coisa, Amy!

– E eu por você! Mudando de assunto querido, o que você prefere meninos ou meninas?

– Eu não tenho preferência e não pensei em nomes ainda, mas e você?

– Também não tenho preferência e ainda não pensei em nomes, ainda é cedo, vamos esperar mais um pouco.

– Certo. Vamos descansar, já está tarde e você precisa de repouso absoluto.

Mais uma vez ele me beija carinhosamente e me põe na cama, canta gatinho fofinho para mim como todos os dias e depois se acomoda na poltrona ao lado. Nossa rotina ficou muito louca depois da gravidez, meus dias difíceis, Sheldon mudando totalmente sua rotina e vida por minha causa e dos bebês foi a maior prova de amor que ele poderia me dar.

Os meses que passaram foram dolorosos e difíceis, eu cheguei aos sete meses dez quilos mais magra, com anemia profunda devido aos sangramentos, mas por um milagre divino meus bebês estavam saudáveis e cresciam fortes dentro de mim, era um casal, como Missy e Sheldon.

Ele estava também muito abatido, mas demonstrava a todos uma força e ânimo incríveis, nossos bebês podiam nascer a qualquer momento. Nossos amigos também estavam sempre por perto, Penny estava sempre ao meu lado, me animando, me contando as novidades.

A ansiedade e nervosismo estavam me deixando louca, mas meu Shelly estava lá o tempo todo me acalmando, me dizendo coisas tranquilas e quando ele acariciava minha barriga falando com os bebês eu me sentia como se fosse desmaiar de tanto amor.

Em uma de nossas longas noites em claro, estávamos vendo um dos filmes preferidos de Sheldon, ele dizia que os nossos pequenos desde o útero deveriam conhecer o melhor do mundo “nerd”. Claro que eu não poderia contestar, eu faria tudo por ele, depois que acabou ficamos conversando, ele estava falando de pormenores do trabalho, de repente ele parou e me disse:

– Amy, eu não disse a você onde vamos passar nossa lua de mel.

– Querido, esquece! Tem duas crianças a caminho, já se passaram quase oito meses desde o nosso casamento e nesse momento não estou pensando em viajar tão cedo.

– Eu sei querida! Mas depois de que os bebês já estiverem grandinhos e possam ficar com a mamãe nós teremos nossa viagem. Você quer saber ou não?

– Tenho certeza que você vai me surpreender, mas me conte, estou curiosa.

– Eu pensei em um lugar tranquilo, calmo para descansarmos, seria perfeito se sua gravidez não fosse de risco... Então o lugar que eu pensei foi as ilhas Malvinas, lá é o paraíso para quem quer descanso, belezas naturais e boa comida.

– Que perfeito Sheldon! Certamente iremos lá quando pudermos.

– Queria tanto que pudéssemos ter tido nossa lua de mel...

Ele suspira triste e ao mesmo tempo acaricia minha barriga saliente, os gêmeos começam a se mexer inquietos e de repente uma forte contração me faz gritar de dor, a hora está chegando.

Sheldon chama o médico e logo as enfermeiras vem até mim, a dor é insana, as horas passam e as contrações aumentam ao mesmo tempo em que diminuem o espaço de tempo entre elas. Começo a perder líquido e o médico diz que é hora de ir para a sala de cirurgia.

Sheldon está pálido, trêmulo, mas diz que irá para a sala de cirurgia comigo, nossos amigos e mães estão na sala de espera, todos ansiosos e nervosos pelo grande dia. Com tantas dores eu mal conseguia me concentrar e entender o que se passava ao meu redor.

Eu conseguia ouvir as vozes, mas estavam longe e eu estava concentrada em me manter viva e apenas ver Sheldon segurando minha mão me dava força para suportar o que viria.

POV Sheldon

Amy estava sofrendo demais e eu não podia fazer nada! Estava tão desolado, devastado que mal conseguia me manter em pé, o parto difícil estava por vir. Até a anestesia eu já estava pedindo ao Deus de minha mãe que salvasse minha Amy e os bebês.

Ela havia sido clara em seu pedido ao médico antes da cirurgia, a prioridade era dos bebês, eles precisavam ser salvos, eu queria chorar e implorar, mas tudo o que fiz foi aceitar o pedido de Amy, porque ela queria isso.

Não era justo, não era certo com a gente, ela não poderia morrer, não agora quando nossa vida juntos estava apenas começando. Ela estava meio inconsciente na hora da cesárea, a dor e o sangramento não estavam diminuindo, houve complicações para retirar os bebês. A menina saiu primeiro e o menino logo atrás.

Eles eram tão lindos e pequenos, ela estava saudável, mas o menino não estava respirando bem e Amy teve uma parada cardíaca, a equipe que já estava preparada para qualquer coisa e se dividiu em cuidar dos bebês e de Amy.

Ela estava branca como cera e respirava pouco, eles conseguiram reanimá-la e me afastaram para um canto da sala, quase desmaiei com tanto sangue, mas foquei no rosto de Amy que agora estava em agonia.

Eu a estava perdendo, caí de joelhos e comecei a chorar, ela estava morrendo e eu não podia fazer nada, uma dor crescente e dilacerante me cortava inteiro. Após alguns minutos que duraram uma eternidade o médico me levou até Amy, ela estava com olhos vidrados e branca como uma folha de papel, suas mãos frias e lábios roxos me doeram até os ossos, no entanto, ela já estava mais consciente.

E ela estava morrendo de forma cruel e dolorosa e eu não sabia mais o que fazer, mas segurei suas mãos e fingindo uma alegria lhe disse como nossos bebês eram lindos e que estavam bem.

Quando eu disse que nossos bebês estavam bem ela sorriu e disse que isso é o que importava, ela não estava se importando com a dor ou a morte que se aproximava, ela só pensava nas crianças e se estavam bem. Então ela me lançou um olhar doce e amoroso, aquele olhar que me derretia e disse:

– Prometa que você vai cuidar dos nossos pequenos gênios? Prometa que vai amá-los? Promete pra mim Sheldon?

– Prometo amor! É claro que eu vou amá-los! Eu já os amo tanto! Não me deixe Amy, eu preciso de você...

– Estou lutando, mas não tenho mais forças, eu não consigo mais...

– Por favor... Não...

Ela segurou minha mão e sussurrou um “eu te amo para sempre” antes de fechar os olhos, o médico rapidamente foi até Amy e as enfermeiras me tiraram da sala, ela estava tendo outra parada cardíaca.

Todos me abraçaram e começaram a rezar por Amy, eu apenas me joguei em uma cadeira e chorei nos braços de minha mãe, ela tentava me acalmar de todo jeito, mas eu estava quase me revoltando, então pensei nos meus filhos, o que seria deles sem Amy? Como eu seguiria sem ela? Eu não queria viver em mundo sem a Amy, mas eles estavam ali e precisavam de mim.

Eu precisava ser forte, por eles, por Amy, então as horas se arrastaram até que o médico veio até nós e disse que os bebês estavam bem, o menino havia respirado um pouco de líquido amniótico, mas agora estava bem.

Já Amy estava em coma induzido, o estado dela era grave e sem previsão de melhora, o médico disse que deveríamos rezar por um milagre, porque era disso que Amy dependia nas horas seguintes.

Um milagre? Eu esperando por um milagre? Ultimamente tinha virado fã de milagres e dois deles estavam na sala em frente agora. O que eu poderia fazer agora era esperar, esperar, esperar e torcer para que ela melhorasse.

Parece que nosso futuro feliz estava tão distante e impossível, eu já estava perdendo as esperanças, não havia mais nada, tudo estava esgotado. Mas ao pegar no colo meus filhos e ver o quanto eles eram lindos e saudáveis me fez ter mais esperança, mais força para esperar pela melhora de Amy, até o dia que ela acordasse para nós.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, aguardo comentários!!!

:*