Seu primo era o típico menino rico prodígio. O filho mais velho que herdaria toda a fortuna que a parte rica da família tinha. Tywin podia ser irritantemente serio e costumeiramente odiava brincadeira e piadas. Joanna sempre se deu melhor com Gerion e seu jeito espontâneo e alegre do que com Tywin e sua arrogância sem tamanho.

Todos tinham medo do seu primo e todos sempre faziam o que ele dizia.

Todos menos ela.

– Você está sendo ridículo Tywin.

Como resposta ele a olhou como se ela estivesse ficando verde.

– Gerion só está se divertindo, algo que eu acho que você não deve conhecer.

– Eu sei o que é diversão.

– Jura? Essa é uma palavra que realmente existe no seu dicionário?

Ele revirou os olhos.

– Terminamos por aqui Joanna.

Uma noite depois daquela conversa algo estranho aconteceu. Ela estava deitada em sua cama sem conseguir dormir quando ouviu algo bater na sua janela. Assustada a garota engatinhou até a cortina alaranjada e a afastou esperando encontrar um dos galhos da grande arvore que ficava ao lado do seu quarto.

Ao invés disso encontrou Tywin Lannister com a aparência completamente desleixada. Joanna rapidamente abriu a janela e deixou que o primo caísse em sua cama. Ele cheirava a bebida.

– O que, pelos Deuses, você está fazendo aqui? – Ela controlou o tom de voz para que o inconveniente do seu irmão não acordasse e viesse checá-la. – Olhe só o seu estado, completamente bêbado.

– Você disse que eu não sabia me divertir. – Tywin falou lentamente enquanto tentava sentar em sua cama. – Gerion me convenceu de ir naquela festa estúpida e eu iria dizer não, mas ai eu me lembrei de você sendo uma garota petulante dizendo que eu não sei me divertir.

– Eu sou a culpada por você ter bebido que nem um louco?

– Sim, você é a única culpada.

– Uma reles mortal como eu sendo responsável pelas ações do grande Tywin Lannister. – Ela riu, mas parou imediatamente quando viu que ele também o fez. Seu queixo parou no chão.

Ela nunca tinha visto Tywin rir. Nunca. Na verdade, todos diziam que seu primo era incapaz de tal ato.

– O que foi?

– Você está rindo.

– Sim, estou. Culpa sua também. – Ele sorriu e ela se pegou estranhamente embaraçada. – Você é a principal culpada por muitas coisas estranhas que acontecem comigo.

– Sou?

– Sim.

O que era aquilo? Algum tipo de piada? Não, Tywin não era de piadas.

– Eu estava pensando, você vai ficar no meu quarto a noite toda? – Logo após pergunta ela se deu conta de que vestia apenas uma camisola fina. Esperava que Tywin estivesse bêbado demais para notar. – Sabe, eu ainda sou uma moça de família e mesmo você sendo tão temido meu irmão ainda te daria um soco por te ver aqui.

– Eu posso vencer o seu irmão em uma briga. – Ele respondeu dando um soco no ar com uma das mãos.

– Eu prefiro que não tenha nenhuma briga, pode ir embora Tywin.

– Não antes disso.

E então ele fez o impensável. Tywin Lannister depositou um rápido beijo em seus lábios e sorriu logo em seguida.

– Eu estava querendo fazer isso há um bom tempo.

– O qu... Por quê?

– Porque você é petulante, irritante e muito inconveniente.

– E você quis me beijar por isso?

– Eu provavelmente estou perdendo a cabeça Joanna e a culpa, como eu disse, é completamente e inteiramente sua, tome responsabilidade por isso.

Dessa vez ela sorriu.

– Acho que não tenho escapatória então.

– Não tem mesmo. – Seu primo então foi para a janela e voltou do galho de onde veio. – Ah, eu não sou do tipo de bêbado que esquece no dia seguinte, não pense que vai fugir de mim prima.

– Eu não ousaria.

Tywin sorriu – foram muitos sorrisos em um período curto de tempo – e acabou se desequilibrando e caindo. Foi engraçado vê-lo se levantar e correr cambaleante para longe da casa.

Talvez o seu primo não fosse tão ruim assim.

Bem, ela poderia ver até onde isso iria chegar.