Tempos modernos escrita por Florrie


Capítulo 42
Tommen - Castamere


Notas iniciais do capítulo

Quem estava com saudades do Tommen? Eu kk
Consegui, depois de muito suor, terminar esse capitulo. Agora vou tentar postar nas outras fanfics :)
Enjoy



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Não há nenhum problema familiar entre os Lannister que uma visita às ruínas de Castamere não resolva. Isso é algo que sua tia avó sempre fala e que aparentemente é levado como verdade absoluta em sua família. Até mesmo Myrcella, que ele sempre considerou uma pessoa sensata, parece acreditar nessa baboseira.

Sua mãe decidiu apelar para essa ridícula viagem depois de três semanas tentando incansavelmente voltar às boas graças dos filhos. Joffrey o culpou, obviamente, por eles serem obrigados a perder o feriado em uma cidadezinha nas Terras Ocidentais. Seu irmão estava particularmente insuportável desde que Oberyn Martell o reconheceu e aparentemente estava com ciúmes dele ser o único com um pai. Bem, Tommen nunca pediu por isso, ele estava mais do que bem apenas com a sua mãe.

Myrcella era, provavelmente, a única pessoa feliz da caravana. Não por que estava viajando, mas sim porque finalmente conseguiu enlaçar o príncipe dos seus sonhos e não largava o celular. Myrcella e Robb estavam trocando mensagens todo o segundo.

Seus tios Jaime e Tyrion não haviam sido oficialmente convidados, mas apareceram no aeroporto mesmo assim. Sua mãe fez cara feia para os irmãos e uma cara ainda pior quando tia Lyanna e seu primo Damon também apareceram. Contudo ela logo colocou um sorriso simpático e abraçou a esposa do seu tio fingindo adorar o fato dela estar ali. Tommen quase riu de como as duas estavam falhando em fingir que gostavam uma da outra.

– Animado primo? – Damon perguntou ao sentar do seu lado. – Castemere é tão legal.

– Eu realmente não entendo por que todo Lannister gosta de ir para lá.

– Talvez você tenha puxado muitos genes Martell.

É, talvez tenha sido isso mesmo.

– Quando voltarmos eu e o Bran marcamos uma tarde no fliperama, você quer ir? Vai ser super legal... Nós três juntos como nos velhos tempos.

– Isso aconteceu há dois meses.

Seu primo o ignorou.

– Se bem que eu acho que o Rickon vai querer ir, mas não tem problema contanto que eu não forme dupla com ele nos jogos. Aquele garoto sempre ganha.

Rickon. Tommen não tinha tido uma conversa descente com ele desde o acontecido. Primeiro estava chocado demais com o fato de Oberyn Martell ser seu pai e todo o lance de ter mais oito irmãs. Depois teve que lidar com Loreza Martell, o que se mostrou um tanto difícil no começo, mas agora os dois estavam em bons termos e ele até tinha saído com ela e algumas das suas novas irmãs para andar de patins – ele descobriu que elas podem ser um tanto eloquentes quando entram em uma discussão. Por fim ele até tentou se aproximar e conversar com Rickon, perguntar se ele estava bem e como lidou com tudo aquilo. Tudo o que recebeu de resposta foi um rolar de olhos e a frase “Relaxa, não é grande coisa”.

O Stark realmente agiu como se não fosse nada demais, a maioria das pessoas ao seu redor, depois da surpresa inicial, agiram como se não fosse nada demais e os poucos que eram idiotas o suficiente para fazer algum comentário contra Rickon não ganhava nem a mínima atenção do mesmo. Tommen desejou muito ser como ele.

Nesse período os dois tiveram que dar atenção a atividades extraclasse e acabaram por se distanciar um pouco – Tommen também não tinha voltado a pisar na casa Stark.

Sentiu-se nervoso der repente, mas a sensação foi embora no mesmo segundo em que ele viu quem chegou à área de embarque.

Taena Merrywheather chegou acompanhada de seu filho Russell. A mulher era a amiga mais intima de sua mãe, mas ainda assim Tommen não via razões de por que ela teria sido convidada. Nesse momento algo iluminou na sua mente. Ele pensou em todos os jantares em que ele tagarelava sobre Russell e em como sua mãe adorava o fato dos dois serem grandes amigos. Deuses, ela provavelmente os convidou para agradá-lo.

Suas mãos já começaram a tremer assim que o garoto se aproximou.

– Oi Tommy, oi Damon. – Ele estava bonito com sua camisa de banda antiga e calça jeans.

– Pronto para passar um feriado inteiro em Castemere? – Damon perguntou como se aquilo fosse a coisa mais legal do mundo.

– Claro que sim. – Russell sentou do seu lado e sorriu. – Eu nunca fui para lá, é divertido?

– Se você considerar meu avô contando a historia sangrenta do castelo enquanto exalta os antigos Lannister divertido. – Tommen respondeu.

– Não liga pro meu primo, ele está de mau humor hoje.

Ele quase bateu na cabeça de Damon.

– Eu aposto que vai ser divertido, principalmente com o Tommy me mostrando os lugares mais legais. – Ele então o olhou diretamente nos olhos. – Certo Tommy?

– Sim... Claro... Quer dizer... Vai ser um prazer... É, legal, vai ser legal.

Ótimo, ele era Myrcella agora.




Primeiro desembarcaram em Lannisporto onde tio Gerion os esperava junto com seu avô e com sua prima Joy. Damon e Joffrey tinham sentado juntos no avião e passaram o tempo inteiro conversando sobre um jogo novo que havia sido lançado – Joff costumava ser estranhamente legal perto de Damon –, Myrcella sentou-se ao lado de tio Tyrion e ficou conversando sobre Robb e universidade. Ele e Russell sentaram juntos e isso resultou em Tommen fingindo que estava dormindo para evitar uma conversa.

Desembarcar foi ótimo e ficou ainda melhor quando viu a cara de Damon ao notar Joy. Os dois nunca se deram muito bem. Damon com seu comportamento imprudente e Joy com sua responsabilidade e maturidade simplesmente não combinavam.

– Quem a chamou? – Seu primo perguntou alto demais.

A garota ouviu e logo respondeu:

– Diga-me de novo papai, como é possível que eu seja parente dessa pessoa?

Tio Gerion e tio Jaime acabaram rindo e tia Lyanna reclamou com Damon por ele ter sido indelicado.

Passaram três horas em Lannisporto para então pegarem o trem que os levaria até Castamere. Ele ficou na cabine com os irmãos, os primos e Russell. A viagem inteira foi regada de breves, porém repetitivas, discussões entre Joy e Damon.

Não foi tão ruim assim.




No seu primeiro dia em Castamere todos comeram a boa comida de tia Genna e ouviram as historias divertidas do tio Gerion. Houve, é claro, momentos estranhos como ele passando por um dos quartos e ouvindo uma discussão um tanto sem sentido entre sua mãe e seu tio Jaime. Mas, em geral, o dia foi bom.

O segundo dia, por outro lado, é que foi o grande problema.

Como era de se esperar, todos decidiram que visitar as ruínas de Castamere pela a centésima vez era um passeio divertidíssimo. Tommen foi jogado dentro de um carro e obrigado a ficar lá dentro por vinte minutos até ser puxado para fora e enfiado em um boné ridículo do time de futebol local. Depois foi arrastado por Russell e por Myrcella até a entrada destruída do antigo castelo onde seu avô se posicionou e começou a contar a historia de traição, vingança e justiça.

Tommen preferia explorar os grandes salões do subsolo, mas então ele se lembrou das grossas pedras que impediam qualquer pessoa de entrar.

–... E então as minas foram seladas e inundadas. De noite foi possível ouvir o choro das trezentas pessoas presas do lado de dentro, mas ao amanhecer tudo o que sobrou foi o silencio. As minas continuam seladas até hoje.

Russell olhou para ele com o olhar arregalado.

– Isso aconteceu de verdade?

– As pessoas contam que sim.

– Cara, tem trezentos corpos no subsolo?

– Sim.

– Isso quer dizer que tem trezentos fantasmas vagando por esse lugar? Que demais, a gente precisa explorar esse lugar de noite.

Isso parecia ser uma péssima ideia.




Convencer Joffrey a dirigir até as ruínas de meia noite não foi difícil. Logo que todos os adultos foram dormir ele, Russell, Myrcella, Tommen, Damon e Joy foram para o carro e esperaram pelo o mais velho que demorou uns cinco minutos procurando lanternas. No carro todos ganharam uma lanterna e assim que o carro chegou à estrada Myrcella ligou o radio e deixou musicas românticas serem a trilha sonora daquela pequena aventura.

Já nas ruínas Damon foi o primeiro a fazer algo estúpido. Ele apontou a lanterna em direção da entrada das ruínas, fechou os olhos e disse com a voz profunda “Venha até mim seres do alem, obedeçam ao meu comando”. Por coincidência um vento gelado soprou e fez com que Cella e Joff pulassem de susto.

– Não existem fantasmas Damon. – Joy disse olhando para Damon como se ele fosse um tipo de extraterrestre.

– Falou a garota que chorou com Paranormais.

– Eu não chorei! – Sua prima corou fortemente e Damon soltou uma gargalhada.

– Eu tenho foto para provar.

– Seu ser desprovido de cérebro!

Tommen teria continuado a assistir a discussão se não fosse por Russell que segurou o seu braço e discretamente o puxou para longe. Os dois caminharam pelas ruínas e atravessaram o que restou do castelo até se depararem com um jardim que havia nos fundos.

– Nem parece que aconteceu uma chacina.

– Verdade. – Tommen concordou.

– Que tal uma foto?

– Uma foto? – Ele achou que Russell falava sobre fotografar a paisagem, mas então o garoto o agarrou pelos ombros e encostou o rosto no seu. O flash o deixou cego momentaneamente e seu sorriso nervoso deve ter ficado horrível, mas o garoto, quando olhou a foto no celular, sorriu e disse que tinha ficado ótima.

– Vou postar agora mesmo.

– Precisa mesmo?

– Claro.

E então, depois de postar, um silencio desconfortável caiu entre eles. Tommen olhou para os lados e focou no barulho que seus primos e irmãos faziam do outro lado. Certo, hora de ir embora.

Entretanto, antes de poder se mover, Russell segurou seus ombros e lhe beijou rapidamente. Ele já tinha feito isso antes e como das outras vezes o garoto, assim que o beijou, se virou e saiu andando como se nada tivesse acontecido. Era incrível como Russell simplesmente conseguia fazer essas coisas e logo depois fingir que nada aconteceu. Tommen ficou parado observando o outro se afastar.

E então ele vai ficar com varias meninas e agir comigo como se tudo estivesse normal.

– Por essa eu não esperava.

Ouvir aquela voz fez seu corpo gelar.

Lentamente ele se virou e viu seu primo parado olhando para ele com os olhos arregalados.

– Você e o Russell namoram ou algo assim?

– O... O que... É, olha, eu posso explicar.

Suas mãos suavam e pontinhos pretos invadiram sua visão. Ele sentiu que poderia desmaiar naquele momento.

– Vocês estão juntos ou não?

– Não! Olha, o que você viu... Foi... Foi um mal entendido e...

– Eu sei que você acha que eu sou meio burrinho, mas diferente do que a Joy fala, eu tenho sim um cérebro. Sem problema cara.

– Damon. – Sua voz soou mais alta do que deveria.

– Sim?

– Você poderia...

– Não contar a ninguém? Não se preocupe, mas sabe, se minha opinião vale de alguma coisa, você deveria dizer logo, ninguém vai deixar de gostar de você por causa disso. – Damon então se afastou e Tommen ficou cogelado no mesmo lugar até que sua irmã o achou.

– Deuses Tommen, o que aconteceu?

Ele não conseguiu responder, foi como se tivessem arrancado a sua língua.




– Não é tão ruim.

– Eu vou fingir que não ouvi isso.

Myrcella deitou ao seu lado na cama e acariciou o seu cabelo. Ela parecia genuinamente acreditar que um desastre não tinha acontecido.

– Sabe, uma hora as pessoas vão saber.

– Eu... Eu sei, mas não precisa ser agora.

– Certo irmãozinho, agora relaxe. – Relaxar. Era muito fácil para ela dizer. – Você gostou do beijo? O que ele falou depois?

Tommen provavelmente ficou vermelho como um tomate.

– É melhor esquecer Cella, eu já te disse, aconteceu outras vezes e em todas elas o Russell fingiu que nada aconteceu por um bom tempo antes de decidir que queria me beijar de novo.

– Ele é um idiota.

– O Rickon vive dizendo isso.

– O Rickon não gosta muito do Russell né?

– Você sabe que não.

Myrcella olhou para o teto por alguns instantes e depois voltou a olhar para ele.

– Eu acho que sei por que o Rickon não gosta do Russell.

– É o Rickon, ele não precisa de um motivo.

– Deixa de ser cego irmãozinho, ele se revelou gay, não é?

– Sim?

– E ele sempre fica irritado toda a vez que o Russell chega perto de você ou mesmo quando você fala dele.

– É mais ou menos isso.

– Não é obvio?

– Não.

– Ele gosta do Russell.

Tommen não evitou o riso.

– Impossível.

– Claro que não. – Myrcella ficou de joelhos na cama com uma cara de quem tinha feito uma descoberta cientifica. – Ele fica com ciúmes e por isso age dessa maneira.

– Ele vive falando mal do Russell.

– Por que ele sabe que você gosta dele também e como um bom amigo tenta aplacar esses sentimentos dentro dele...

– Minha vida não é uma das suas fanfics Myrcella.

– Faz completo sentido Tommen.

Ele então ficou calado.

Será?



Bônus




O feriado estava sendo entediante e tudo o que ele fez foi ficar largado no sofá vendo as atualizações dos outros nas redes sociais. Sim, ele tinha se reduzido a isso. Primeiro viu uma foto de Sansa e Jeyne na faculdade, depois viu uma frase sentimental postada por Robb e uma foto feia postada por Bran. Continuou descendo a pagina até que viu algo que não queria ver.

Russell e Tommen juntos em uma foto. A legenda dizia: As ruínas de Castamere. O ruivo idiota tinha ido para a viagem dos Lannister.

– É Rickon, chega de computador por hoje.

Era melhor perder seu tempo com filmes de terror barato.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do pequeno bônus :)
Comentários são sempre bem vindos, podem vir galera, não sejam tímidos.
Beijos ;*



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