Recomeço escrita por BastetAzazis


Capítulo 4
A Primeira Missão de Sasuke




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/5949/chapter/4

Recomeço

Recomeço

Escrita por BastetAzazis

DISCLAIMER: Os personagens, lugares e muitos dos fatos desta história pertencem a Masashi Kishimoto.

\\o/\\o/\\o/\\o/\\o/

Capítulo 4: A Primeira Missão de Sasuke

Sakura não conseguiu conter a curiosidade e, assim que teve uma folga no seu treinamento no hospital, seguiu ao campo de treinamento 3. Tsunade-sama havia lhe avisado logo pela manhã que Sasuke a procurara para comunicar que pretendia permanecer em Konoha e participar do próximo exame chuunin, e que treinaria com o Naruto até lá.

Caminhou vagarosamente pelas ruas da cidade até chegar na área de treinamento. Seria difícil acreditar que aquilo estava realmente acontecendo, não fosse pela primeira pessoa que encontrara no hospital logo depois que deixara o escritório da Hokage. Karin finalmente aceitara seu convite para trabalhar no hospital, e Sakura tinha certeza que a decisão de Sasuke de também ficar em Konoha tinha alguma influência nisso.

Assim que o viu treinando com o Naruto, entretanto, deixou que um sorriso preenchesse seu rosto, e Karin desapareceu de sua mente instantaneamente. Era como se os três anos que ela passou sozinha em Konoha jamais tivessem acontecido e o time 7 jamais tivesse se separado. Apressou o passo e logo estava na entrada do campo, recostada sobre a grade, observando-os distraidamente. Eles até implicavam um com o outro como sempre implicavam quando estavam juntos.

- Sakura – a voz de Sasuke a chamou, e só então ela percebeu que ele havia parado o treinamento e seguido até onde ela estava. – Você veio treinar com nós também?

E agora, sua idiota? – pensou, aflita. O que você vai dizer? Você não pode dizer que veio aqui só para vê-lo!

- Eu... err... – Ela sentiu seu rosto enrubescer, como Hinata fazia sempre que falava com o Naruto, e respondeu a primeira desculpa que apareceu em sua mente: – A Hokage pediu que eu viesse falar com você.

- Sobre o Juugo? – ele perguntou.

- Isso! – Sakura respondeu, um pouco mais empolgada que o normal.

Bem, ela pensou, a Hokage realmente havia comentado alguma coisa sobre um dos companheiros de Sasuke, que gostaria que ela acompanhasse o caso dele. Mas só lhe daria mais informações quando as duas se encontrassem no final da tarde.

Sasuke continuou observando-a em silêncio, esperando que ela continuasse, mas como Sakura não disse mais nada, ele insistiu:

- E então? O que você queria falar sobre o Juugo?

Sakura mordeu os lábios. Por que o jeito como Sasuke a olhava a perturbava tanto? Ela conseguiu se controlar tão bem das outras vezes que o encontrara, sem parecer aquela meninha boba que vivia correndo atrás dele no passado. Por que agora seu coração batia tão acelerado? Por que os olhos de Sasuke a intimidavam como se ele estivesse avaliando-a, fazendo-a sentir-se nua na frente dele? Ele jamais a olhara daquele jeito antes, e ela começou a sentir um frio na barriga que não conseguia explicar, mas que ao mesmo tempo era uma sensação maravilhosa.

Felizmente, Naruto apareceu gritando, salvando-a de ter que procurar mais uma desculpa esfarrapada para estar ali.

- Sakura-chan! Você vai atrapalhar nosso treinamento!

- Está tudo bem, Naruto – Sasuke o interrompeu. – A Sakura só veio aqui por ordem da Hokage.

- Humm... – Naruto coçou a cabeça. – O que a vovó Tsunade quer com você agora?

- A Sakura ainda não respondeu – Sasuke explicou, virando o rosto novamente para ela.

Sakura arregalou levemente os olhos, mas então conseguiu formular uma maneira de sair daquela enrascada:

- Eu não quero tomar mais o tempo de vocês. Talvez seja melhor nós conversarmos mais tarde, depois que vocês terminarem.

- Está bem – Sasuke respondeu. – Mas nós vamos ficar o dia inteiro aqui. Quem sabe no final da tarde...

- Eu tenho uma reunião com a Hokage no final da tarde – ela o interrompeu.

- Neste caso – Sasuke continuou, aproximando-se um pouco mais de Sakura –, você pode passar na minha casa quando estiver livre. Assim você pode conversar pessoalmente com o Juugo.

- Está bem – Sakura respondeu sem pensar, só queria sair rapidamente dali, antes de ter que formular mais alguma desculpa.

Ela deu meia volta para retornar ao hospital, mas ainda ouviu a voz de Naruto gritando atrás dela.

- Ei, eu achei que nós podíamos jantar todos juntos para comemorar a volta do time 7. Não acredito que você já marcou um encontro com esse teme!

Sakura virou-se furiosa para o Naruto.

- Não é um encontro, baka! São ordens da Hokage! – Ela já estava segurando-o pela jaqueta alaranjada e preta e suas mãos brilhavam com o acúmulo de chakra. – Você mal saiu do hospital e já estou com vontade de espancá-lo até precisar voltar para lá!

A risada contida de Sasuke fez os dois voltarem-se para ele, assustados com a reação tão incomum dele.

- O que foi? – os dois perguntaram juntos.

- Nada – ele respondeu, o sorriso ainda no rosto. – É só que é bom estar em casa de novo.

Sakura largou Naruto, e os dois sorriram para Sasuke.

- É bom ter você de volta, teme – Naruto disse, aproximando-se dele e batendo em seu ombro. – Agora é melhor voltarmos a treinar, eu não quero que digam que eu te venci só porque você estava fora de forma – completou, rindo.

- E eu tenho mesmo que voltar ao hospital – Sakura explicou. Entretanto, antes de se retirar, ainda chamou Naruto mais uma vez. – Naruto, por que você não convida a Hinata para jantar com você hoje?

- A Hinata-chan? Por quê? – ele perguntou, franzindo a testa e coçando a cabeça. – Eu não sabia que ela gostava de lámen...

- Humf! Você é um baka mesmo! – ela respondeu, levantando a voz novamente. – Ela cuidou de você o tempo todo que estava no hospital, você podia ser um pouco mais atencioso!

Ela deu meia volta e saiu furiosa em direção ao hospital. Naruto ainda ficou observando-a ir embora por um bom tempo, com o cenho franzido e a mão na cabeça, tentando entender as palavras da amiga.

- A Sakura-chan está ficando cada dia mais parecida com a vovó Tsunade – resmungou para Sasuke.

- Vamos, dobe – Sasuke o chamou, ainda rindo da briga dos dois. – Eu é que não quero que digam que só ganhei de você porque você não treina o suficiente.

Os dois ficaram treinando pelo resto do dia, implicando e competindo um com o outro como sempre faziam quando eram mais novos, até que o sol começou a se por e ficou escuro demais para continuarem.

Do outro lado da cidade, Sakura também deixava seu treinamento com Tsunade, agora ciente do pedido que Sasuke fizera à Hokage de ajudar Juugo a curar seu instinto assassino, que servira de base para a criação do selo amaldiçoado. Ela não sabia que o mais truculento integrante do Time Hebi não tinha o selo, mas que na verdade fora a partir dele que Kabuto e seu mestre criaram suas mais monstruosas experiências. Agora, com todo o material que Tsunade havia juntado sobre Orochimaru e com os genes que deram início ao selo, elas realmente achavam que seriam capazes de encontrar uma cura, não apenas para Juugo, que já nascera com um dom que ele mesmo odiava, quanto também para o Sasuke e as demais experiências de Orochimaru.

Ao pensar no antigo companheiro de time, Sakura apressou o passo. Não iria até a casa dele daquele jeito, sem ao menos tomar um banho, e ela já estava atrasada...

Isso não é um encontro – pensou consigo mesma mais tarde, enquanto tentava ajeitar os cabelos em frente ao espelho. Ele nunca gostou de você desse jeito, Sakura. Só a chamou para conversarem sobre trabalho!

Com um suspiro, deu as costas para o espelho e saiu de casa, dirigindo-se ao Distrito Uchiha. Felizmente, quando soube do compromisso de Sakura, Ino fez questão de escalar Karin para acompanhá-la em seu plantão no hospital e, assim, não correria o risco de encontrar a “piranha de quatro olhos” por lá.

Exatamente como Sakura imaginara, Sasuke se mostrou o tempo inteiro interessado nas técnicas médicas e nas pesquisas que ela e a Tsunade-sama usariam para procurar uma cura para Juugo. Ele pareceu bastante concentrado no assunto, e ela não sentiu mais aquele olhar que lhe causava arrepios como sentira pela manhã. Depois que ela confirmou que as duas fariam o possível para pesquisar uma cura e tirou algumas amostras de sangue de Juugo para análise, estava pronta para ir embora.

- Eu acompanho você até em casa – Sasuke ofereceu, assim que ela se despediu. – Já está escuro, e não posso mais garantir que o Distrito Uchiha seja tão seguro quanto era antigamente.

- Você não precisa... – ela tentou recusar.

- Eu faço questão – ele insistiu.

Sakura ainda tentou argumentar, mas ele a olhava firme, com olhos que lhe diziam que ele não seria convencido. Os dois caminharam em silêncio pelo bairro abandonado e pouco iluminado. Embora estivessem a poucos passos de distância, era como se um abismo os separasse. Sakura sentiu um aperto no peito ao pensar nisso, eles haviam passado por tanta coisa juntos quando eram genins do mesmo time, e agora ela sabia tão pouco dele. Havia tantas coisas que ela vira em três anos que a fizeram se perguntar o que o Sasuke-kun faria, ou pensaria, se estivesse com ela; tantas novidades que gostaria de repartir com ele, mas que agora pareciam sem sentido, pois aquele que caminhava ao seu lado não era mais o Sasuke-kun que sempre habitara seus pensamentos. Ele estava diferente, ainda mais reservado e com novos amigos; amigos que ele considerara mais apropriados para ajudá-lo em sua vingança...

- Sakura – ele finalmente quebrou o silêncio quando se aproximaram do portal de entrada do Distrito Uchiha –, eu gostaria de lhe perguntar uma coisa.

Ela parou onde estava e virou para encará-lo.

- Quando eu estava no hospital, a Tsunade-sama me pediu para ficar e voltar a formar o nosso antigo time, com você e com o Naruto – ele continuou. – Você concorda com isso? Você acha que podemos voltar a ser um time um dia?

- Se a shishiou achar que nós devemos voltar a formar um time, eu a obedecerei sem reclamar. Ela é a nossa Hokage, afinal – Sakura respondeu.

- Não foi o que quis dizer – ele replicou. – Eu quero saber se você acha que nós voltaremos a ser um time de verdade, uma célula tripla, como o Kakashi-sensei nos ensinou.

Sakura baixou os olhos por um instante. A luz da lua – a única luz no local – refletia numa pequena poça d’água, e ela se lembrou da noite em que ela e Naruto venceram o Kakashi-sensei com seu trabalho em grupo. Ela passara vários dias pensando em como contaria essa história para o Sasuke, perguntando-se se ele ficaria orgulhoso com o quanto ela e o amigo haviam ficado mais fortes. Como ela ainda era ingênua naquela época...

Quando levantou os olhos para ele novamente, havia um pequeno sorriso falso em seu rosto.

- E você, Sasuke? – Sakura respondeu com a pergunta. – Você acha que nós podemos voltar a fazer parte do seu time? Acha que somos fortes o suficiente para você?

Sasuke arregalou os olhos, surpreso com a reação dela. Sem receber uma resposta, Sakura voltou-se para a saída do bairro e recomeçou a caminhar, deixando Sasuke parado atrás dela.

O jovem Uchiha ainda permaneceu um tempo parado, observando a mulher que ele começara a cobiçar deixá-lo sem sequer um cumprimento. Onde estava aquela menina cujos olhos brilhavam cada vez que ele se dirigia a ela? Ela costumava ser apaixonada por ele, ela lhe dissera que o amava uma vez... Claro! – concluiu, com um sorriso vitorioso no rosto. Só pode ser isso!

Ele correu até alcançá-la e segurou-a pelo braço. Sakura parou mais uma vez e virou-se para ele.

- Então é isso, não é? – ele perguntou, ainda sorrindo, quando encontrou os olhos dela. – É por isso que você está tão diferente comigo, é esse o motivo dessa máscara fria. Você está com ciúmes!

- O quê? – ela perguntou, indignada. – Do que você está falando?

- Você não pode me enganar, Sakura – ele continuou, o sorriso de vitória crescendo ainda mais em seu rosto. – Você passou todos esses dias fingindo que não se importa mais comigo, mas você está apenas furiosa porque escolhi outro time para me acompanhar depois que deixei o Orochimaru.

Sakura estreitou os olhos.

- Eu não acredito – ela respondeu lentamente, com a voz baixa e furiosa. – Você voltou ainda mais arrogante do que já era.

Deu meia-volta e continuou a seguir seu caminho. Entretanto, como era muito mais rápido, Sasuke a impediu de continuar parando bem a sua frente.

- Você está no meu caminho. – Foi a única coisa que ela disse.

- Eu não vou sair até provar que estou certo – ele a provocou.

- Eu não estou com ciúmes das víboras que você se cercou – ela respondeu.

- Mas você ainda me ama, não é?

Sakura deu um riso falso, virando o rosto para não ser obrigada a encará-lo. Ele a segurou pelos ombros e inclinou a cabeça até o rosto dela, puxando-o pelo queixo até que pudesse olhar para seus olhos verdes e seus lábios se tocassem. Ela se deixou ser beijada, não conseguindo reunir forças para evitar; havia sonhado com aquele momento por tanto tempo que nem sequer acreditava que aquilo estava realmente acontecendo. Quando se deu conta da real situação entre os dois, tentou empurrá-lo, forçando suas mãos contra o peito dele, mas ele a segurava com força, aprofundando o beijo e fazendo-a desistir da curta tentativa de impedi-lo.

Quando precisaram de ar, ele se afastou; seus olhos a admiravam com um brilho terno, e uma das mãos subiu até o rosto dela, traçando uma linha suave até parar nos lábios ainda molhados.

- Por que você fez isso? – ela perguntou, tentando fingir indignação.

- Você ainda me ama – ele afirmou com um sorriso, tirando a mão que ainda acariciava o rosto dela e dando um passo para trás.

Sakura estreitou os olhos para ele.

- E desde quando isso importou para você? – ela perguntou.

Sasuke fechou o sorriso, o brilho vitorioso no olhar também se apagou, e ele permaneceu em silêncio, envergonhado demais para dizer qualquer coisa.

- Você escolheu a Karin – ela continuou –, não faça com ela o mesmo que fez comigo.

Ele franziu o cenho ao ouvir aquilo, mas quando abriu a boca para protestar, Sakura já estava longe e deixara óbvio que não permitiria mais sua companhia. A única coisa que pode fazer foi observá-la sumir na escuridão das ruas da vila e, depois, voltar para casa, pensativo.

Como Sakura sabia do que acontecera entre ele e Karin? Claro, ele concluiu, agora que as duas estão trabalhando juntas, Karin seria capaz de aproveitar-se daquele erro para fazer Sakura pensar que ainda estamos juntos.

- Chikusho! – murmurou para as ruas abandonadas.

O que será que Sakura sabia, ou achava que sabia sobre ele e Karin? Será que ela acreditaria se lhe dissesse que havia caído num genjutso, que o tempo todo ele achara que era ela quem estava em seus braços? Não, claro que não. Nem mesmo ele as vezes acreditava que fora tão estúpido. E agora que Karin decidira permanecer em Konoha também, ele teria que cuidar para que isso não o afastasse de Sakura ainda mais.

Ele podia ser estúpido a ponto de deixar Sakura escapar por entre seus dedos uma vez, mas não permitiria que isso acontecesse novamente.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N.A.: Obrigada a todos que estão deixando reviews! Vocês não sabem como aqueles alerts alegram o meu dia! XD

Para quem ainda não sabe, consegui postar o cap 9 de “Retorno a Konoha” também, espero ter um cap novo das duas fics semana que vem de novo! Cruzem os dedos!!