Don't Leave Me escrita por SBFernanda


Capítulo 3
Capítulo 3: Quando tudo se complicou


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer imensamente a Fluffy Mary pela recomendação. Menina, você está me deixando nas nuvens e ouvindo anjinhos cantando. Obrigada mesmo!

Obrigada também Fluffy Mary e Suiren por favoritarem. *-*

E claro, os comentários. Amei cada um e espero que vocês gostam, porque, afinal, este já é o penúltimo capítulo.

Enjoy!



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Capítulo Três: Quando tudo complicou

 

Hinata me deu outra chance. É claro que a família dela ainda me assustava. A quem não assustaria, afinal de contas? Eles eram conhecidos internacionalmente, isso não era qualquer coisa. Mas tínhamos um ano, praticamente. Um ano em que aprendi a amá-la. Eu poderia arriscar um pouco. E estava mesmo arriscando.

Sakura continuou a me achar idiota. Não cansava de dizer isso para Hinata sempre que estávamos juntos e perto dela. Mas uma surpresa aconteceu: Sasuke a mandou calar a boa e ela calou. Eles estavam juntos. Esse fato fez com que Tenten, amiga de Hinata ficasse distante, ainda que meus outros amigos não estivessem namorando. Hinata disse que por elas estarem é que Tenten se sentia “sobrando”.

Mas só semanas depois é que descobri o que realmente se passava com a morena. Ela tinha namorado com o primo de Hinata, Neji, mas ele acatou as ordens do tio, se comprometendo a outra pessoa para o melhor dos negócios. Aquela família era estranha, eu nunca tinha ouvido falar em acordos como aquele entre os membros da Yakuza, mas também nunca me interessara antes.

Fico feliz em dizer que eu e Hinata completamos mais um período inteiro da faculdade em completa paz. Ninguém tinha arrumado problemas para nos separar, e nisso eu incluo o pai dela. Aparentemente, ele estava me aceitando. Ou então não ligava nenhum pouco para eu estar namorando sua filha.

Nas férias, Hinata às vezes ia para minha casa, ficando comigo e com meus pais durante quase toda a noite. Ela e minha mãe se davam muito bem, apesar de serem muito diferentes. Foi extremamente vergonhoso e engraçado quando minha mãe mostrou meu álbum para Hinata.

Acho que é comum as mães mostrarem fotos de seus filhos quando bebês. Mas aquele álbum minha mãe montava desde a barriga até agora. Antigamente ela conseguia muitas fotos minhas, agora não. Eu quase não tirava mais. Foi assim que meu pai apareceu com a máquina fotográfica na mão, dizendo que eu ia querer esse momento depois. Talvez… se tudo com Hinata desse certo.

Quando as duas estavam fazendo a sobremesa, chamei meu pai e comentei sobre isso. Ele era o único que sabia tudo sobre a família de Hinata, na verdade ele soubera desde o primeiro momento. Apesar de estar preocupado, ele era do tipo de cara que via sempre o melhor nas pessoas, até as que não tinham. Ele gostava de Hinata, tinha certeza que ela não me entregaria à sua família e me deixaria. Eu tinha certeza disso também.

― Se começar a pensar sobre “se”, nunca vai dar certo. Você não pode esperar de lado quando é algo que depende de você, filho ― ele disse, colocando a mão em meu ombro. ― Dá pra ver que estão bem, apesar de tudo. Talvez você apenas precise se decidir se vai arriscar mais ou ficar assim.

Por um instante eu não entendi o que ele queria dizer e nem tive tempo para perguntar, já que meu pai saiu, me deixando sozinho, mas aos poucos eu entendia. Eu tinha o controle daquela relação, por mais complicada que pudesse ser. Afinal, eu prometera que poderíamos fugir caso não desse certo.

Hinata era daquele tipo de garota perfeita. Ela sempre estava na hora, fazendo bico por eu me atrasar. Ela gostava de filmes românticos, água com açúcar. Eu assistia apenas pra ela não reclamar. Ela gostava de ficar em casa, eu gostava de sair. Tínhamos sempre que tentar equilibrar isso. Ela falava baixo, eu falava alto. Ela era tímida, eu nem tanto… Ela era muito ciumenta! Ciumenta com tudo e com todos, mesmo não fazendo escândalo na frente de ninguém, suas birras, bicos e sorrisos frios sempre deixavam isso claro. E ela tinha ciúmes extremamente bobos.

Ou seja, Hinata era perfeita, com seus muitos defeitos e diferenças de mim. Era isso que nos fazia ficar juntos. Não importava quantas discussões nós tivéssemos ― e nós começamos a ter muitas por conta dos ciúmes ―, ela sempre vinha se desculpar, mesmo que nem sempre estivesse errada. Ela sempre sabia mostrar o quanto gostava de mim. Isso me fazia gostar mais dela e a achar mais bonita. Afinal, quem quer alguém perfeito?

Foi no meio do ano letivo quando tivemos, enfim, a nossa primeira vez. Não preciso dizer que eu estava começando a me desesperar já. Quase dois anos com ela e nada? Isso estava me enlouquecendo, mas não podia pressioná-la. Percebi que com Hinata tudo deveria ser natural.

Percebi que ela queria tanto quanto eu quando estávamos no meu carro. Eu a tinha ido levar em casa e estávamos nos beijando. Às vezes, deixávamos no levar tanto que eu acabava puxando-a para meu colo ou apertava sua coxa, sua cintura. Eram nesses momentos que ela se afastava muito vermelha. Mas naquele dia não. Ela acabou soltando um suspiro contra meus lábios, deixou-se ser puxada e acabou em meu colo. Nada além de carícias e eu sem camisa aconteceu. Estávamos no carro! Mas eu soube que ela queria também.

Por isso, quando meus pais viajaram no aniversário de casamento, me implorando para que eu não fizesse nenhuma festa como o Lee ― que acabou sendo descoberto pelos pais ―, eu a convidei para jantar comigo. E apenas comigo, deixei claro. Ela foi. Linda, com um vestido vermelho e preto, com o lindo cabelo solto e um perfume muito bom.

Não sei se foi a minha ansiedade, mas tudo nela estava mais chamativo para mim. Ela estava mais bonita. E parecia estar nervosa também. Só fui descobrir o motivo depois do jantar, enquanto nos beijávamos no sofá. Era a primeira vez de Hinata. A primeira vez dela! Aquilo sim me deixou nervoso. Se eu fizesse alguma coisa errada ela pegaria pânico e talvez não quisesse nada por um bom tempo, muito menos comigo.

Mas assim como eu, Hinata queria. Então a levei para meu quarto, que naquele dia estava arrumado, e tomei todo o cuidado possível para que ela se sentisse bem. Eu sabia que ela sentira dor, vi em seus olhos, vi ela se contorcer. Mas assim como eu, ela não desistiu. Demorou muito até se sentir confortável e por isso, demorou para que eu me sentisse bem também. Mas lá se vai todo o mito de que na primeira vez a menina apenas sente dor. Não mesmo. Hinata gostou. Apenas demorou…

Esta pode não ter sido a minha primeira vez, mas foi a primeira em que dormi com alguém. Minha pequena cama de solteiro abrigou nossos corpos colados naquela noite. Hinata foi embora bem cedo, tomando café comigo na rua, a caminho de casa. Ela prometeu voltar naquele dia mais tarde. E voltou. Nos três dias em que meus pais viajavam, Hinata dormira comigo.

Eu era o cara mais sorridente depois daqueles três dias. O fim de semana tinha sido muito bom. Hinata tinha gostado. Eu tinha amado. Eu tinha sido o primeiro dela! E queria ser o único também.

Quando meus pais chegaram, eu estava com ela no telefone. Coloquei no viva-voz para que eles pudessem se cumprimentar e logo desliguei.

― Não teve festa? ― minha mãe perguntou, após conferir cada coisa sua que poderia ter sido quebrada. Até o lixo ela olhou. ― O que foi que você fez no fim de semana?

Eu ri, saindo de perto dela, dando de ombros. No topo da escada, indo para meu quarto, apenas gritei:

― Tenho namorada agora, mãe!

― Oh não… ― a ouvi murmurar e então apenas consegui ouvir a risada do meu pai. Fosse lá o que minha mãe dizia, ela não queria que eu ouvisse já que se esforçava a ponto de conseguir falar baixo.

Tinha certeza que ela sabia bem o que eu tinha feito. E tive a confirmação quando estava saindo para ir ao cinema com Hinata. Quem me parou foi meu pai, ele tinha um sorriso divertido nos lábios.

― Sua mãe só se sentiria segura depois de eu falar com você…

― Pai, já conversamos sobre isso. ― E já fazia algum tempo.

― Sim, mas as circunstâncias eram outras, você sabe. ― Sim, eu sabia. A família de Hinata poderia me matar por isso. Mais do que isso, todos já tinham notado que Hinata era especial. ― Apenas diga em alto e bom som para que sua mãe ouça que vocês se preveniram.

― Relaxa pai, eu me preveni ― falei bem alto para que mamãe ouvisse. Papai me deu um tapa leve no ombro e então saí.

Meus pais não eram daqueles extremamente liberais, como se pode pensar. Minha mãe estava tendo um treco, porque achava certo esse tipo de relação apenas depois do casamento. Meu pai sabia que eu já estava ativo assim há alguns anos… Ele tivera a conversa comigo. Mas a verdade que eu só começava a ver agora é que eles tinham visto algo antes de mim na minha relação com Hinata.

Quando a vi, sorri de uma forma diferente. Porque meu corpo estava feliz em a ver tanto quanto todo o resto de mim. Eu estava estupidamente apaixonado. E não se engane… por mais que os homens tentem não mostrar muito isso, eles sofrem com isso também. Até porque, quase sempre não estamos dispostos a nos apaixonar.

Mas eu não me importava mais. Foi por isso que comecei a tentar mostrar mais isso para Hinata. Comecei com mensagens de textos em momentos em que a imagem dela me desconcentrava na aula. Dei flores, pela primeira vez em um encontro. E o mais importante de todos: Uma vez, depois de transarmos, ela sussurrou que me amava, escondendo o rosto. Ela não esperava resposta, porque imediatamente começou a se deixar cair no sono, como sempre. Mas eu respondi. Aquilo era muito importante pra mim. Eu nunca tinha dito isso para ninguém. E era verdade.

Nossa relação apenas melhorou. As discussões continuaram, Hinata continuava muito ciumenta ― talvez até mais ―, só que nós nos comunicávamos agora pelo olhar. Nossos amigos já não esperavam que nós terminássemos em uma briga, como descobri há pouco que era. Agora nós éramos um casal mesmo, não apenas namorados. E sabia que estava na hora de fazer isso ser verdade.

Arrumei um emprego com meu pai. Minha rotina mudou, mas a saudade deixava Hinata menos ciumenta. Eu gostei disso.

Nós tínhamos dois anos e meio juntos quando comprei o anel. Tinha falado com meus pais sobre isso. Ambos disseram que acharam que ia ser antes. Aquilo me pegou de surpresa, mas gostei. Contei aos meus amigos também. Eles me chamaram de louco ― porque agora já sabiam da família de Hinata ―, mas disseram que já esperavam.

O mais difícil foi conseguir convencer Hinata a marcar um dia com seu pai para que eu o conhecesse. Esse era o meu tiro no escuro. Não tinha sido dos mais honestos, já que namorara a filha dele por mais de dois anos antes de ir me apresentar e pedir permissão, mas, ao menos, a mão dela eu faria da forma certa.

Nada poderia se comparar ao nervosismo que eu estava sentindo naquele dia. Coloquei a minha melhor roupa. Uma calça social, assim como a blusa, o sapato e também uma gravata. Hinata me elogiou quando me viu, e fiquei feliz por ter me arrumado tão bem. Ela estava com um vestido até o joelho, de mangas e decotado… o que a deixava irresistível. Eles eram chiques em jantares.

Hinata era muito parecida fisicamente com o pai. Ele tinha o mesmo cabelo escuro e longo ― preso em um rabo-de-cavalo baixo ― e os mesmos olhos. Mas eu rosto era severo, rígido. O de Hinata transparecia bondade e gentileza.

Naquele jantar compareceram também a irmã de Hinata, Hanabi, que era extremamente parecida com ela, apesar de parecer mais triste também, e o primo, Neji, que estava adquirindo as mesmas linhas de expressão do tio, pai de Hinata. Eles eram muito intimidantes, mas o olhar da minha garota me acalmava. Foi por isso que, ao final do jantar, consegui encontrar a voz para falar com Hiashi.

― Sr. Hyuuga. Peço perdão por todo o mistério até o momento e também por nunca antes ter vindo falar com o senhor para pedir permissão para namorar sua filha. ― Ele estava me fitando, apenas com a mesma expressão dura em seu rosto, mas nada além disso. ― Sei que deveria ter vindo. Mas isso não muda o fato de Hinata ser alguém muito importante para mim. Na verdade, ela é a pessoa que mais me importo… ― Hinata me olhava agora, e soube disso porque meus olhos tinham procurado os dela sem que eu percebesse. ― Eu amo a sua filha, Sr. Hyuuga e me sentiria extremamente honrado se o senhor me concedesse a mão dela.

Hinata ficara surpresa com aquilo, vira isso em seu olhar, em suas ações, em suas lágrimas. Eu esperava que isso pudesse me dar uma chance com o pai dela, de conseguir um sim.

― Sr. Uzumaki, acha que dará uma vida boa para a minha filha? Uma vida igual ou melhor a que dou ou a que Toneri é capaz de lhe oferecer.

― Não sei o que Toneri é capaz de oferecer, senhor, mas posso garantir que nada faltará a Hinata.

― Nada? ― Ele me olhava. Não saberia dizer naquele momento em como era, mas agora sei que era com desprezo. ― Ninguém vive de amor, Sr. Uzumaki.

― A farei feliz e também lhe darei uma boa vida, Sr. Hyuuga. Se sua preocupação é puramente financeira não precisa se preocupar.

― Hm… ― Ele deu um sorriso, mas não me enganei que fosse algo bom.

― Papai… ― Hinata começou, mas ele fez um aceno com a mão, fazendo com que ela se calasse.

― Ele pediu sua mão a mim, Hinata. No momento, ele precisa da minha resposta. Você ainda não foi convidada a dar opiniões. Ou lhe pedi alguma?

Aquilo me fez sentir raiva. Raiva de uma forma que nunca senti antes. Não queria Hinata perto daquele homem, não importava qual fosse o laço sanguíneo deles. Mas por sorte consegui me deter de falar, para não complicar mais.

― A questão aqui, Sr. Uzumaki, é que Toneri é meu kobun¹, ou seja, eu o treino e ele é muito bom. E para não que não haja desonra com seu nome e, consequentemente, com o meu, ele precisa de uma boa esposa. Hinata é a melhor para isso. Vai entender por eu negar a mão dela, certo?

― Senhor, peço… peço que reconsidere, por favor. ― Eu não tinha argumentos para aquilo, mas não queria perder Hinata daquela forma.

― Nem tente encontrar argumentos, sr. Uzumaki. Se continuarem a sair será por pouco tempo e serei obrigado a apressar esse casamento. Nossa reunião acabou. Hinata, despeça-se e suba.

Aquele homem tinha negado meu pedido, não por não gostar de mim ou por não me achar bom para Hinata, mas porque queria ela presa ao seu kobun. Isso me deixou sem chão e com raiva! Quando olhei para Hinata, vi a sua tristeza enquanto ela me acompanhava até o portão, queria mais tempo comigo.

Ela me pedia desculpas e chorava. Eu apenas estava pensando. Ele não queria nem que nos víssemos. Ele a casaria logo e eu a perderia por conta de uma coisa idiota. E quer ver um cara como eu agir? É dizer que não posso.

Puxei Hinata para fora, a encostando no muro, onde, mesmo na janela, seu pai não nos veria e então me ajoelhei. Ela tentou me impedir, mas não pôde. Estendi o anel para ela então e vi seus olhos marejados.

― Hinata Hyuuga, eu te amo, aceita passar o resto da sua vida comigo?

― Naruto você ouviu o meu pai…

― Não estou pedindo a ele. Estou pedindo a você. Você quer?

― Sim. É claro que sim, mas…

A calei, me levantando e a beijando. Não queria saber desse “mas”, que eu já bem sabia o que seria. Após Hinata se acalmar, me afastei e coloquei o anel em seu dedo.

― Vamos fugir ― sussurrei. Ela pareceu surpresa com aquilo e eu ri. ― Eu disse que fugiríamos se isso acontecesse. Nós fugimos e nos casamos e ele não poderá fazer nada. Você aceita?

― Sim, mas… Pra onde iríamos? Como…?

― Eu vou dar um jeito. Apenas não suma. Não deixe seu pai saber.

― Eu prometo ― dizendo isso, ela me beijou. Nós nos despedimos momentos depois.

Naquela noite mesmo conversei com meus pais sobre isso. Minha mãe começou a gritar enquanto eu e meu pai ficamos apenas parados, nos olhando e deixando que ela dissesse o que queria. Ao final, estávamos os três sentados novamente e eles me questionando sobre eu ter certeza sobre aquilo e sobre os riscos. Eu conhecia os riscos e era por isso que precisava deles.

Não foi fácil convencê-los. Confesso que esperava mais apoio depois de tudo, depois de eles terem dito ter certeza sobre mim e Hinata. Mas eles eram pais, e não me queriam longe. Minha mãe disse isso. Mas ela queria minha felicidade, dissera, então me ajudariam.

Não foi fácil. Eu e Hinata nos víamos menos, já que agora ela era vigiada, às vezes. Mas conseguíamos passar algum tempo juntos. Ela usava o anel apenas fora de casa, fora dos olhos do seu pai e de seu primo. E eu gostava de ver. Dizia claramente que ela era minha e não desse tal Toneri.

Mas então nossa partida chegou. Ela, teoricamente, passaria uma noite na Sakura, que a estaria acobertando e nosso voo sairia poucos instantes depois da “noite do pijama” das meninas começar. As malas, ela fizera escondida, quando estava sozinha em casa. Me preocupei com os seguranças, mas ela não.

Tudo estava certo. Tudo deu certo. Nem mesmo pude acreditar que não foi como nos filmes, onde a Yakuza em peso aparece no aeroporto e acontece uma chacina. Pelo contrário. Nosso vôo saiu dentro do horário previsto. Minha mãe chorava descontroladamente, meu pai me mandava ser forte e ambos pediam para Hinata cuidar de mim.

Horas depois, nós desembarcávamos na Irlanda. Tinha escolhido aquele país por saber que a influência da Yakuza ali era menor e porque a empresa que meu pai trabalhava tinha uma filial no lugar. Tinha conseguido um emprego antes mesmo de me mudar, o que garantia uma boa vida para mim e para Hinata.

E, sem dúvidas, nós tivemos. Meus pais compareceram ao nosso casamento simples, assim como Sasuke, Sakura, Tenten, Shikamaru e Lee. Nossos amigos fizeram questão de irem e Hinata ficou muito feliz por isso. Não pudemos dar uma grande festa, mas também não foi necessário. Eram poucas pessoas e eles apenas queriam ficar um pouco conosco também.

Porém a vida tinha de seguir ao normal e assim foi. Hinata continuou a estudar, assim como eu, mas ambos trabalhávamos. Ela na administração de um pequeno café perto de casa, porque gostava. Eu, continuava na empresa e por sorte, estava conseguindo algum aumento ali.

Nossa vida era bem simples, Hinata sentia falta da irmã mais nova, mas estava feliz e eu via isso a cada instante que olhava em seus lindos olhos. Não poderia pedir mais nada.

Estávamos completando três anos juntos quando resolvi fazer uma surpresa. Como o café em que ela trabalhava era perto de casa, pedi aos seus amigos de lá que organizassem um café para ela, que eu buscaria e levaria para casa. Eu não sabia cozinhar, então já era grande coisa. Tinha conseguido fazer Hinata ir dormir tarde e perdi alguns segundos a olhando dormir na cama. Estava com o lençol cobrindo apenas da cintura para baixo, deixando suas costas nuas aparecendo, já que estava de bruços. Linda!

Saí, antes que pudesse acabar acordando-a e estragando toda a surpresa. Hinata sabia que eu não era do tipo romântico em série, mas, às vezes, como naquele dia, eu tentava agradá-la ao máximo, fazer com que ela se sentisse amada como realmente era. Hinata tinha mudado a minha vida e eu não sentia nenhum pouco por isso. Amava aquela ciumenta.

Quando virei a esquina que dava para o café, eu o vi. Um homem jovem, com a roupa toda preta e o símbolo da Yakuza em seu ombro esquerdo. Eles tinham demorado um pouco, mas tinham nos achado. Parei a uma distância quase segura, mas não era bom em lutar e não tinha para onde correr.

Sabendo disso, o homem veio em minha direção. Mesmo tentando fugir ele acabou me alcançando, fazendo com que eu caísse com a cara no chão. Tentei me virar, mas ele agarrou minha blusa, puxando-me, apenas para me jogar contra o chão novamente. Apesar de novo, aquele homem era realmente forte. Seria ele Toneri?

Novamente ele agarrou minha camisa, agora me virando. O empurrei com um chute, fazendo com que perdesse o equilíbrio. Tentei levantar, mas novamente ele estava em cima de mim, desferindo socos em meu rosto. Aos poucos fui perdendo a noção, ficando tonto. Ele sentia tanto prazer em matar que queria fazer isso com as próprias mãos?

Mas não. Quando percebi ele estava se afastando. Uma distância curta, mas o suficiente para a minha mente vaga, naquele momento, achar que poderia fugir. Quando me levantei, ainda meio cambaleante, sentindo dor em cada osso do meu corpo e não apenas no rosto, eu a ouvi.

Queria dizer para ela ir embora dali, que não era seguro. Mas não conseguia falar. Onde estava a minha voz? Abri a boca, ficando de costas para o meu agressor e de frente para ela. Em vez de fugir, Hinata correu mais, gritando algo que não pude entender. Quando olhei para trás, vi o borrão de uma arma. Ele me mataria na frente dela então?

Não ouvi o tiro. Talvez eu tivesse ficado surdo por algum motivo, mas antes que sentisse a queimação da bala, percebi que Hinata estava no lugar errado. Ela estava na minha frente. Foi o seu corpo que caiu no chão e não o meu.

Percebendo o seu erro, meu agressor fugiu. Tinha certeza que ele pagaria pela morte da filha de um dos chefes da Yakuza, e ele também tinha. Eu, por outro lado, comecei a ver e ouvir tudo muito bem. Porque era a minha vida, minha garota quem estava no chão, morrendo com aquele tiro.

― Hinata! ― Me joguei no chão, enfim encontrando minha voz. Passei a parte de trás do meu casaco em meu rosto, tirando o sangue da minha vista e encarando seus olhos. Os tiros haviam atraído pessoas e essas se juntavam ao nosso lado e ligavam para a emergência. ― Não, meu amor, não… Por que fez isso, sua boba? Por quê? Hinata, não… Olha pra mim. Olha pra mim. ― Mas seus olhos fechavam sem que eu pudesse impedir. Eu não podia impedir. ― Não me deixe! ― Por mais que eu tocasse seu rosto, que a beijasse, que a tocasse. Nada impedia o sangue dela de deixar eu corpo e ela de me deixar.


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Notas finais do capítulo

kobun¹ = filho adotivo

Eu acho que depois de lerem vocês vão estar querendo me matar, não é mesmo? Não façam isso ainda. Tem mais um capítulo, lembrem-se. Vocês não querem saber o que programei pra esse drama? haha

Espero que apesar do final, vocês estejam gostando. Espero também ter deixado vocês curiosos, afinal... se acaba assim o que mais pode ter, não é?



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