Quando vi Ártemis segurando o céu, lembrei-me de Annabeth. Como seu rosto estava sofrido e ela parecia querer desabar a qualquer momento.

– Percy! - Thalia me chamou e virei-me. Vi Luke e Annabeth acorrentada ao seu lado.

– Annabeth! - arfei. Annabeth me olhou com súplica e uma lágrima escoreu por seu rosto. Meu coração deu um nó e engoli um soluço.

– Solte-a! - rosnei para Luke.

– Venha até aqui, então! - Luke riu friamente.

Fui impulsivo e investi contra ele.

– Percy, não! - pediu Thalia.

Contracorrente foi ao encontro da espada de Luke.

– Percy... - Annabeth parecia exausta.

– Vou te tirar daí! - prometi.

– Nunca baixe sua guarda! - gritou Luke e me jogou no chão e vi minha espada voar para longe. - Devia tê-lo matado antes!

– Luke... Não! - implorou Annbeth, mas Luke já estava com a espada posicionada em meu peito. com um movimento, eu seria passado.

Tentei chutar Luke, mas vi em seus olhos que aquele era meu fim. Mas de repente os olhos de Luke se arregalaram. Thalia o tinha atingido por trás com o escudo.

Senti Contracorrente voltar ao meu bolso. Levantei-me depressa e fui até Annabeth. Cortei suas correntes com a espada e ela soltou um gemido de alívio.

– Graças ao deuses você está viva - falei e ela se jogou em meus braços com um abraço apertado.

– Obrigada.

***

Depois daquela batalha no monte Otris, fomos ao Olimpo onde os deuses estavam decidindo se nos matariam ou não.

– Acho que eles foram heroicos - interveio Ártemis. Por isso quero oferecer a uma garota a honra de ser uma Caçadora.

Meus olhos se dirigiram até Annabeth. Ela não podia...

Segurei sua mão desesperado e nem me importei por estar suando.

– Annabeth... - sussurrei.

– O que foi, Percy?

– Thalia Grace, você desejaria ser uma Caçadora?

Quando Ártemis disse isso tive a sensação de que o céu tivesse sido retirad de minhas costas.

– Seria uma honra, deusa Ártemis - respondeu Thalia.

***

Finalmente tivemos nossa recompensa: uma festa no olimpo. Poderia estar mais feliz, mas tinha acabado de conversar com Atena, mãe de Annabeth, e ela deixou bem claro que não aprovava nossa amizade.

– O que faz aí parado, Cabeça de Alga? - Nem tinha percebido a aproximação de Annabeth.

– Ahh... Nada não. Música legal, né?

– Pois é, a propósito, você me deve uma dança.

– Tem certeza, não sou muito bom nisso.

Annabeth me conduziu até a pista de dança e uma música bem lenta começou a tocar. Pus uma mão em sua cintura e outra em seu ombro. Ela segurou meu pescoço e descançou a cabeça em meu peito. Fechei os olhos e esqueci até onde estava.

– Por que você segurou minha mão na reunião dos deuses? - ela perguntou.

– Fiquei com medo. Pensava que você ía se tornar uma Caçadora de Ártemis.

– O que teria de mal nisso? - Ela me olhou nos olhos.

– É que... Ah, você sabe. Essa história de... Virgindade eterna, imortalidade.

Senti-me ficar vermelho. Annabeth riu.

– Você é demais, Cabeça de Alga!

– Desculpe.

– Sem problemas, afinal, se eu me tornasse uma Caçadora não poderia fazer isso.

Então Annabeth me deu um selinho. Meu coração acelerou.

– Por que você faz isso comigo? - perguntei.

– O quê? - Ela sorriu.

– Não sei; me sinto diferente quando olho pra você.

– Você está vermelho e suando. Por que não me beija logo? Sei que você quer fazer isso.

E ela tinha razão, eu queria beijá-la. E eu a beijei. O melhor beijo da minha vida.

Quando abri os olhos, enxerguei Atena ao longe. Ela me fuzilou com os olhos. Mas a deusa tinha apenas dito que não aprovava minha amizade com Annabeth, mas não disse nada sobre um namoro.

– O que você está olhando? - Annabeth perguntou.

– Nada.

Sorrimos um para o outro e demos outro beijo.