O que o Acaso Traz escrita por b-beatrice


Capítulo 24
Paternidade


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas!
Finalmente, o capítulo pelo qual muitas estavam esperando! Espero que vocês gostem e comentem bastante!
Beijinhos e até semana que vem!



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Ponto de Vista – Edward

Acordei me sentindo completamente descansado e rolei para o lado tomando cuidado para não cair do sofá, o que fez com que eu me sentisse ainda melhor por lembrar que neste mesmo instante, Isabella estava dormindo na minha cama.

Possessivo, eu? Imagine!

Fui ligar a cafeteira e quase tive um ataque cardíaco quando vi um vulto sentado na mesa da cozinha.

Anthony estava ali, lendo um livro como se não houvesse nada melhor no mundo para fazer.

Acabei rindo, o que fez com que ele desviasse sua atenção para mim.

– Bom dia. – ele falou sorrindo.

– Bom dia, filho. – respondi indo até ele e beijei o topo de sua cabeça – O que você está lendo?

– Um livro sobre mistério, mas é um pouco confuso. Tem muitas palavras que eu não sei. – ele respondeu fazendo uma careta.

– Verdade? – perguntei enquanto pensava em uma solução – Que tal se você anotar as palavras que você não sabe e me perguntar depois?

– Sério? – ele perguntou como se eu acabasse de presenteá-lo com o mundo inteiro.

– Sério. – respondi me arriscando a passar a mão por seu cabelo perfeitamente macio, o oposto do meu – Podemos fazer isso todas as noites, se você quiser.

– Seria perfeito! – ele falou com um daqueles sorrisos que me aquecia inteiro por dentro.

Deixei ele continuar sua leitura e fui agilizar o café da manhã.

– Posso te perguntar uma coisa? – ele perguntou ao meu lado, parecendo um tanto sem graça e hesitante, enquanto eu apenas me impressionava com sua capacidade de se mover em silêncio.

– Qualquer coisa. – respondi decidindo colocar alguns pães na torradeira.

– Por que você dorme no sofá? – ele perguntou e congelei.

– Bom... – comecei enrolando, mas por fim decidi que a verdade seria a melhor escolha – Isabella dormiu aqui em casa e é mais educado deixar ela dormir na cama do que colocá-la para dormir no sofá.

– Por que você não dorme na cama com ela? – ele perguntou como se qualquer outra opção não fizesse sentido.

– Porque eu não seria um cavalheiro se fizesse isso. – respondi – Seria ainda mais falta de educação do que colocá-la para dormir no sofá, eu estaria desrespeitando ela.

– Eu desrespeitei Bella!? – ele perguntou parecendo profundamente assustado.

– O quê? Não! – respondi perdido no assunto – Do que você está falando?

– Eu dormi com ela no tapete! – ele falou parecendo mergulhado em profunda agonia – Acha que ela está chateada comigo?

– Não, filho. – respondi rindo – Não tem problema quando você é criança.

– Tem certeza? – ele perguntou ainda parecendo com medo.

– Tenho. – respondi ainda rindo da sua inocência – Você acha que ela pareceu estar chateada com você?

– Não... – ele respondeu sorrindo depois de parecer pensar um pouco.

– Ótimo. – respondi sorrindo de volta – Que tal você ir acordá-la com o café da manhã?

– Ela vai gostar. – ele respondeu – Ela disse que só consegue começar o dia bem depois de tomar café. Você acha que eu sou uma pessoa matinal?

– Acho. – respondi com toda sinceridade – Sinta-se grato por isso.

– Bella disse a mesma coisa! – ele respondeu sorrindo brilhantemente, pegou a bandeja com o café e as torradas e seguiu pelo corredor sem olhar para trás.

Fui com ele até a porta do meu quarto e bati, antes de ouvir um “entre” e abri-la para que ele pudesse entrar.

– Oh meu Deus! É o melhor café da manhã do mundo! – ouvi Isabella dizer – Você que fez?

– Não, meu pai. – ele respondeu me aquecendo novamente por dentro ao ouvi-lo se referir a mim como seu pai – Eu só ajudei a trazer.

– Por que você não chama o seu pai e tomamos café da manhã juntos? – ela convidou e entrei de imediato, fazendo com que ela risse.

– Vou trazer mais! – falei e voltei para a cozinha para pegar mais torradas e café.

Comemos os três juntos na cama e eu me perguntava se poderíamos repetir aquela cena muitas vezes. Será que minha relação com Bella iria além dos beijos e amassos que tínhamos? Ela realmente estava pronta para entrar em uma relação à três? Ela realmente abdicaria da sua juventude para se tornar uma madrasta tão cedo? Eu não pensava em pedi-la em casamento, mas eu precisava saber se poderíamos estabilizar nossa relação a ponto de contar para Anthony.

– Bella? – ouvi ele chamá-la.

– Sim, pequeno? – ela respondeu.

– Você me desculpa por ter desrespeitado você? – ele perguntou e eu quis que um buraco se abrisse e me engolisse.

– O quê? – ela perguntou obviamente não entendendo.

– É que o meu pai disse... – ele parou olhando para mim por um instante antes de continuar – Ele disse que não pode dormir com você porque ele estaria te desrespeitando, mas eu não sabia. Se eu soubesse disso teria dormido no sofá. Eu juro!

Isabella voltou a olhar para mim, antes de voltar a olhar para Anthony e começar a rir.

– Está tudo bem, pequeno, eu juro! – ela respondeu ainda tentando conter novas risadas – Mas, por via das dúvidas, vamos manter esse assunto só entre nós?

– Sim, eu prometo! – Anthony declarou como se estivesse oferecendo sua palavra de honra e, depois que o momento constrangedor passou, precisei admitir que fora engraçado.

~*~*~*~*~*~

Segurei na mão dela por todo o caminho até seu apartamento. Eu lamentava profundamente não poder beijá-la para me despedir.

– É aqui? – perguntei parando onde ela apontara.

– Isso! – ela respondeu apertando minha mão antes de soltá-la – Obrigada pela carona.

– Tchau, Bella! Obrigado por ficar comigo! – Anthony falou do seu acento no banco de trás.

– De nada, pequeno! Obrigada pela sua companhia. – ela respondeu logo antes de descer do carro e entrar no prédio.

Engatei o carro e segui em direção à casa de tia Esme.

– Anthony? – chamei.

– Sim? – ele respondeu imediatamente.

– Eu gostaria de te pedir um favor. – pelo retrovisor vi sua testa enrugar mostrando que ele estranhava aquilo – Você sabe que mentir é errado, não sabe?

– Sei. – ele respondeu prontamente.

– Ainda assim, eu gostaria de te pedir para guardar um segredo. – falei – Você pode fazer isso?

– Acho que sim. – ele respondeu parecendo pensar sobre o assunto.

– É sobre Isabella. Eu queria te pedir para não contar sobre ela na casa dos seus avós. – falei me sentindo um monstro por privá-lo de contar sobre uma parte do dia que ele tanto gostava.

– Vovó já conhece ela. – ele falou, observando uma falha no plano.

– Mas ela não sabe que Isabella fica até tarde conosco, dormiu lá em casa e passou o sábado com você. – expliquei.

– Tudo bem. – ele concordou, apesar de parecer não ver lógica.

– Eu sei que parece errado, mas eu não quero que eles pensem mal dela. – expliquei.

– Por que eles pensariam mal dela? – Anthony perguntou assustado.

– Lembra da nossa conversa mais cedo sobre cavalheirismo e desrespeito? Tem a ver com isso... – tentei explicar pensando na imagem que Isabella carregaria se o fato de que ela vem passando tanto tempo conosco e de que não somos exatamente dois santos um para com o outro caísse nas más línguas, especialmente se o assunto chegasse no trabalho.

– Nós estamos fazendo mal a Bella? – ele perguntou parecendo profundamente decepcionado.

– Não! – gritei tentando refutar aquela hipótese o mais rapidamente possível, mas logo me controlei para explicar melhor – Pense sobre isso. Você acha que qualquer coisa que estejamos fazendo está errado? Acha que os momentos que passamos juntos estão fazendo mal para alguém?

Anthony olhou para fora da janela parecendo pensar sobre o assunto. Eu mesmo me perguntara isso antes de iniciar aquela conversa.

– Não. – ele respondeu sorrindo com cumplicidade – É sempre bom.

– Exatamente. – concordei sorrindo – Não pode ser errado se nos faz tão bem, não é verdade? Às vezes nós precisamos manter algumas coisas para nós por causa disso. Nós não estamos fazendo mal a ninguém, mas as pessoas podem julgar e aí sim seria ruim.

– Por que as pessoas julgam? – ele perguntou.

– Eu não sei, filho. – respondi honestamente.

– Acha que vovô e vovó julgariam? – ele perguntou.

– Eu não sei, filho. – respondi honestamente novamente. Eu sabia que tia Esme e tio Carlisle eram pessoas maravilhosas, mas eles poderiam entrar no modo super protetores se soubessem que estou entrando em um relacionamento com a babá do meu filho.

Como se eu mesmo não a houvesse julgado erroneamente, achando que ela teria segundas intenções.

– Você pode manter esse segredo? – perguntei – Eu prometo que não vai ser por muito tempo.

Afinal, eu tinha esperanças de que ajustaríamos nosso relacionamento em breve.

– Sim, eu posso. – ele respondeu parecendo a mais madura das criança de 6 anos.

– Obrigado, filho.

~*~*~*~*~*~

Tia Esme ficou ao meu lado me olhando como se estivesse tentando me avaliar enquanto Anthony se despedia dos outros.

– Como estão as coisas com a nova babá? – ela perguntou parecendo desinteressada demais.

– Bem. – respondi tentando não transparecer o quão bem as coisas estavam indo – Anthony realmente parece gostar dela.

– E o que você acha dela? – ela perguntou, dessa vez deixando claro o que realmente queria saber.

– Eu não a vejo muito, – mentira – mas ela parecer ser responsável, boa pessoa e é realmente carinhosa com Anthony. – pelo menos essa parte da frase era verdadeira.

– Eu gostei muito dela quando a conheci. – tia Esme falou, fazendo com que eu me lembrasse do quanto ela falara bem de "Bella" naquele dia, quando eu ainda não sabia que Bella e Isabella eram a mesma pessoa.

– Isso com certeza foi decisivo para eu contratá-la. – esclareci, o que realmente era verdade.

– E então, quais são seus planos para o feriado? – ela perguntou mudando completamente o assunto depois de passarmos um breve tempo em silêncio.

– Que feria... – antes de concluir minha pergunta lembrei que o dia seguinte seria feriado – Nenhum ainda.

– Eu convidaria você e Anthony para passar o dia nos Hamptons comigo, seu tio e os amigos dele, mas como eu sei que provavelmente você vai achar que estou fazendo por educação e não porque gosto da sua companhia, não vou me dar ao trabalho. – ela falou virando seu rosto em outra direção e cruzando os braços, mas eu sabia que no fundo ela não estava tão chateada – Além do fato de que Anthony comentou alguma coisa sobre estar curioso sobre os piqueniques.

– Oh... – fiquei sem saber o que responder já que ele não havia falado nada sobre o assunto comigo.

– Você está feliz, não está? – tia Esme perguntou repentinamente virando-se de volta para mim e se aproximando mais – Eu sei que meu neto está feliz e eu acho que você está feliz... Vocês estão conseguindo se entender bem, não estão?

– Estamos progredindo muito, tia Esme. – respondi sorrindo.

– Ótimo! – ela respondeu animada – Faça um favor a si mesmo e leve o menino para um piquenique amanhã!

– Sim, senhora! – respondi brincando e ela me abraçou apertado antes logo antes de Anthony chegar até nós, pronto para ir embora.

– Tchau, vovó! – ele falou abraçando tia Esme antes de entrar no carro e sentar em seu acento.

Estava dirigindo para casa quando resolvi tocar no assunto.

– Anthony? – chamei.

– Sim? – ele respondeu de imediato como sempre.

– Você sabe que amanhã é feriado, certo? O que você gostaria de fazer? – perguntei.

– Não sei... – ele respondeu dando de ombros – O que você costuma fazer?

– Eu não tenho nada planejado, mas sua avó disse que ouviu você falar alguma coisa sobre piqueniques... – comentei.

– Um dos meninos de ontem disse que faria um piquenique com a família dele. – ele contou – Eu nunca participei de um.

– Você quer experimentar? – perguntei – Pode ser um tanto sem graça um piquenique de duas pessoas, mas podemos tentar.

– Eu gostaria muito. – ele respondeu sorrindo e ficamos em silêncio por um tempo antes dele vir com sua brilhante ideia – E se chamássemos Bella?

– Podemos ligar para ela assim que chegarmos em casa. – prometi e logo lembrei do olhar de tia Esme, então resolvi perguntar algo em que eu estava pensando – Falando nisso, você falou sobre ela com seus avós?

– Não. – ele respondeu orgulhoso – Não citei o nome dela!

– Obrigado, filho. – respondi sorrindo com nossa cumplicidade.

A volta para casa foi rápida e Anthony parecia cansado depois de ter jogado bola com Jasper e comido até não conseguir mais com Emmett. Ainda assim, eu precisava ter uma conversa importante com ele e o momento agora parecia tão bom quanto qualquer outro.

– Anthony, você se importa de conversar comigo por um instante? – perguntei quando ele já estava indo para o quarto, o que fez com que ele parasse imediatamente e viesse em minha direção um tanto hesitante.

– Eu fiz alguma coisa errada? – ele perguntou.

– Não! – exclamei, mas percebi que o assustei – Não, não, filho. Você não fez nada errado! Eu realmente só quero conversar.

Ele acenou com a cabeça e sentou-se no sofá, enquanto eu preferi sentar no chão a sua frente.

– Eu não sei bem por onde começar... – falei ficando sem graça sob seu olhar atento – Você sabe quem eu sou?

– Sei... – ele respondeu parecendo estranhar a pergunta.

– Você se lembra de mim? Antes de você vir morar aqui, você se lembra de alguma coisa sobre mim? – perguntei desesperado pela sua resposta.

– Claro! – ele respondeu como se fosse óbvio.

– O que você lembra? – perguntei.

– Eu lembro que você ia visitar de vez em quando, mas que ligava bastante. Eu não lembro quando foi a primeira vez, acho que eu era muito pequeno, mas eu lembro que sempre gostei. – ele respondeu.

– Por que você gostava? – perguntei curioso, afinal, Victoria estava certa. Eu era basicamente isso: uma visita inconstante e uma voz do outro lado do telefone.

– Eu não sei... Eu gostava de conversar com você, da sua voz... Eu sempre ficava feliz quando diziam que você estava ligando. Fazia eu me sentir bem. Você perguntava várias coisas e me falava várias coisas também... Era sempre bom. E era divertido ter você por perto, sabe? Diferente e bom. Não sei quando eu comecei a gostar, eu não lembro... Eu só sei que eu sempre gostei de você. – ele contou e senti meus olhos arderem com suas palavras.

– Eu também sempre gostei de você, filho. – falei – Na verdade, eu sempre amei você.

Anthony sorriu e, inesperadamente, me abraçou.

– É. – ele falou – Eu acho que sempre te amei também. É estranho, não é? Não saber quando começou...

– Não, filho. – respondi transbordando de felicidade ao ouvir aquilo – É assim mesmo. A gente nunca sabe quando começou. – beijei sua cabeça antes de me afastar, mas eu precisava manter minha linha de raciocínio – Então, o que mais você sabe sobre mim? Você sabe o que eu sou para você? – perguntei voltando a olhar em seus olhinhos.

– Bom... – ele disse um tanto hesitante – Você é meu pai... – ele respondeu quase sussurrando a última palavra.

– Isso! – respondo ainda mais feliz ao ouvi-lo se referir a mim como seu pai em uma conversa comigo.

– Você não se importa? – ele perguntou parecendo estranhar.

– Como assim? – perguntei sem entender – Ser seu pai é tudo na minha vida!

– Eu quis dizer... Você não se importa de eu chamá-lo assim? – ele perguntou parecendo estar muito tímido.

– Seria um prazer imenso. – declarei.

– Sério? – Anthony perguntou parecendo imensamente feliz.

– Claro! – respondi tentando ainda segurar minhas lágrimas – Por que seria diferente?

– Eu não sei... – ele respondeu abaixando a cabeça, me fazendo perceber que havia, sim, um motivo para isso – Minha mãe não gostava. Ela dizia que fazia ela se sentir velha, então eu só deveria chamar ela de mãe para os outros. Ela é jovem demais para ser mãe.

Eu queria matar Victoria.

– Olha para mim. – pedi e ele voltou a me encarar com seus olhinhos – Eu não sei porque ela disse isso, mas eu juro a você que para mim não poderia ser mais diferente. Eu amo você. Pode ser que às vezes eu não consiga demonstrar isso muito bem, mas ser seu pai foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, você entende isso?

Anthony acenou afirmativamente com a cabeça e nos abraçamos apertado novamente.

Após algum tempo deixei ele levantar para ir se preparar para dormir enquanto eu colocava meus sentimentos em ordem.

– Pai? – ouvi ele chamar retornando para a sala, fazendo com que eu voltasse a transbordar em felicidade e amor.

– Sim, filho? – respondi olhando para ele.

– Ser seu filho é a melhor coisa na minha vida também, principalmente por poder vir morar com você. – ele falou timidamente e correu para o banheiro.

Deixei uma risada de puro êxtase escapar enquanto minhas lágrimas rolavam livremente.


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