O que o Acaso Traz escrita por b-beatrice


Capítulo 23
Quebra da Rotina


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas!
Sei que fiquei muito tempo sumida, mas é porque os problemas da vida real realmente me prenderam! Espero que agora eu consiga voltar com tudo!
Sempre que eu fico muito tempo sem escrever acho que perdi o jeito, então por favor, comentem bastante! Podem criticar, dar ideias, elogiar... Vocês estão no comando!
Beijinhos!



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Ponto de vista – Bella

Estiquei meu corpo e troquei de posição lentamente tentando não incomodar a pessoa ao meu lado. Durante aquela madrugada eu descobrira mais uma coisa que Anthony e eu tínhamos em comum: nós nos mexíamos muito durante o sono.

Sim, contrariando qualquer noção de espaço pessoal, eu preferi usar toda minha roupa de cama para fazer do tapete um colchão de casal para nós dois do que coloca-lo para dormir sozinho na minha cama de solteiro enquanto eu dormia no sofá. Poderia ser mais confortável, mas eu não queria deixá-lo sozinho em um ambiente desconhecido.

~*~

Anthony andava atrás de mim o tempo inteiro enquanto eu levava a roupa de cama do quarto e arrumava na sala, tentando fazer parecer que eu não tinha dúvida alguma sobre aquilo, na esperança de passar mais segurança sobre o que eu fazia.

Percebi que ele pareceu um tanto nervoso quando me viu desfazendo minha própria cama e finalmente perguntou.

– Onde eu vou dormir? – vi que ele estava até mesmo um pouco sem graça por me perguntar.

– Aqui, comigo. – enfatizei apontando para a cama improvisada que eu fizera.

Seu sorriso repentino me encheu de alívio e pude confirmar que eu estava fazendo a coisa certa.

~*~

Eu precisava admitir, no entanto, que as cortinas do meu quarto eram infinitamente melhores e a luz estava começando a me incomodar.

Me espreguicei, me preparando mentalmente para começar o dia e quando finalmente abri os olhos tive um pequeno ataque cardíaco com o par de olhos verdes me encrava atentamente.

– Oh meu Deus! – falei enquanto esperava meus batimentos cardíacos voltarem ao normal.

– Eu te assustei? – ele perguntou e finalmente pude observar sua postura.

O pequeno estava sentado ao meu lado, vestido um um conjunto que eu usava para caminhar, suas perninhas cruzadas, me olhando como se estivesse esperando que eu acordasse há muito tempo.

– Não, está tudo bem. – respondi começando a me sentar – Que horas são?

Observei ele olhar em direção ao meu relógio de parede antes de responder.

– Faltam 5 para as 10. – ele falou me impressionando por saber ver as horas em relógio de ponteiro e por eu ter dormido até tão tarde.

– Você deve estar com fome. – comentei chegando à brilhante conclusão de que eu precisava fazer compras – Que tal se formos tomar café da manhã em uma cafeteria aqui perto? Eles têm os melhores waffles do mundo!

– Claro! – ele concordou e nos colocamos em ação para iniciar nosso dia.

~*~*~*~*~*~

– O que é “uma pessoa matinal”? – Anthony perguntou por trás no enorme cardápio que ele vinha lendo e rindo dos nomes engraçados dos pedidos.

– É o oposto de mim. – respondi brincando enquanto me decidia entre o “Choque de Cafeína” e o “Derruba Desânimo”. O “Desperta Defunto” provavelmente era forte demais e faria mal ao meu estômago.

– Eu provavelmente não gosto desse então... – ele respondeu e ri da sua lógica.

Puxei seu cardápio para baixo para que ele pudesse olhar para mim.

– Pessoa matinal é alguém que acorda bem, com energia, animado... O oposto de alguém que precisa ficar se arrastando como eu, ou que só consegue começar direito o dia depois de um café. – expliquei vendo-o sentado em sua postura perfeita vestindo as mesmas roupas de ontem, mas dessa vez sem o paletó do uniforme, mas curiosamente parecendo ainda mais um mini adulto.

– Oh... – ele pareceu surpreso – Você acha que eu sou uma pessoa matinal?

– Dê graças a Deus por isso e aproveite enquanto você pode. A tendência é isso mudar quando você chegar à adolescência. – comentei e depois imaginei se eu o veria crescer, afinal eu não podia chamar de estável a relação que eu tinha com o pai dele. Aliás, havia uma relação?

Ainda assim, o que quer que acontecesse entre Edward e eu dali para frente, eu seria eternamente grata por ter conhecido aquele menino.

– Eu não sei se eu quero um “Hiperglicemia” ou um “Gelinho Quente”. – ele falou e a dúvida parecia estar consumindo-o.

Fui ler a descrição dos dois em meu próprio cardápio. De fato, o primeiro parecia ter uma quantidade exorbitante de açúcar, já que unia leite, achocolatado cremoso e chantilly. Já o segundo envolvia café, chocolate quente e essência de menta. Eca.

– Escolhe qualquer um, voltamos aqui outro dia e você experimenta o outro. – falei.

– Sério? – Anthony perguntou como se eu estivesse oferecendo o mundo a ele.

– Sério. – respondi rindo.

Nosso café da manhã acabou sendo regado a carboidratos e possivelmente estávamos alimentados pelo resto do dia quando terminamos.

Foi quando eu tive a brilhante ideia de fazermos um passeio, com a condição de que andássemos de mãos dadas já que eu morreria se perdesse o menino.

Ao contrário do que eu imaginada, Anthony não pareceu nada desconfortável com isso.

Estávamos andando pelo Central Park quando uma bola laranja caiu a poucos centímetros de distância dele e eu estava pronta para assassinar friamente a criatura que a atirara quando garotinho pouco maior que Anthony e bastante suado apareceu pouco a nossa frente.

– Ei, garoto! – ele gritou em nossa direção – Passa a bola!

Foi só então que percebi que Anthony a segurava.

Sem responder nada, ele a atirou de volta, em um passe perfeito.

– Valeu! – o menino gritou e se virou para correr em direção onde outras crianças estavam próximas a uma cesta de basquete, mas antes de chegar lá voltou correndo – Ei, precisamos de mais um, você não quer jogar com a gente?

– Eu não sei se eu sei jogar... – Anthony respondeu.

– A gente te ensina! – o outro menino respondeu de maneira simplista e eu quis abraçá-lo.

Anthony me olhou parecendo tenso. Eu sabia que ele queria ir, mas tinha medo.

– Vai lá! – encorajei – Gaste um pouco desse açúcar!

Anthony concordou com a cabeça e correu em direção às crianças. Ele chamava bastante atenção com seus cabelos ruivos e roupas sociais do colégio, mas eu tinha esperanças de que ele se divertiria.

Meu telefone tocou e sorri com o nome na tela.

– Alô? – respondi sentando em um banquinho que me permitia observar as crianças.

– Adivinhe quem conseguiu voltar mais cedo e está pronto para ter um almoço tardio na companhia de duas pessoas maravilhosas! – Edward respondeu animado.

– Bem, adivinhe quem está no Central Park assistindo seu filho brincar de basquete com crianças aleatórias? – respondi ainda mais animada do que ele.

– Sério? – Edward perguntou com a mesma entonação que Anthony perguntara exatamente a mesma coisa mais cedo.

– Sim! – gritei como uma adolescente em um show de sua banda favorita – Nós estávamos andando, um menino jogou a bola, pediu de volta, chamou ele pra jogar e ele foi!

– Mantenha ele em campo! Chego aí em meia hora! – Edward ordenou, me fazendo rir.

– Sim senhor, Sr. Masen. – brinquei – Devo cancelar seu almoço tardio?

– Vou comer alguma coisa no caminho. – ele respondeu e parecia estar se movendo.

– Não coma muito! Não fique com raiva, mas nós ainda não almoçamos também. – respondi me perguntando se ele ficaria bravo pela quebra da rotina.

– Bravo? – ele perguntou – Eu deveria beijar seus pés!

– Venha rápido e beije meus lábios. – falei e me arrependi imediatamente, sem saber se eu havia cruzado algum limite da nossa inconstante relação.

– Oh Deus! Eu sabia que deveria ter alugado um jatinho! – ele respondeu e ri sabendo que estava tudo bem.

Menos de meia hora depois, eu estava assistindo o que provavelmente era a milésima vez que Anthony fazia um passe que acabava em uma cesta quando alguém surgiu atrás de mim.

– Você realmente faz milagres. – ouvi Edward dizendo enquanto colocava as mãos em meus ombros.

Sorri e levantei a cabeça para olhar em sua direção.

Como eu pude em algum momento não saber que os dois eram pai e filho? Até mesmo a mandíbula deles era a mesma!

– Acho que você me deve um beijo. – brinquei.

– Consegui chegar rápido? – ele perguntou com um sorriso maroto.

– Não tanto quanto eu gostaria, mas foi rápido o suficiente. – respondi e logo em seguida ele se abaixou e seus lábios entraram em contato com os meus em um beijo estranho pela posição, mas como sempre maravilhoso.

Edward, vestido praticamente idêntico a Anthony, em um conjunto de calça e camisa social, deu a volta para sentar ao meu lado, largando sua mochila no chão e ficamos de mãos dadas assistindo Anthony jogar por alguns minutos, até que ele atirou a bola e conseguiu fazer sua primeira cesta, fazendo com que eu e Edward nos levantássemos aplaudindo como se estivéssemos assistindo a um jogo profissional.

Anthony se virou em nossa direção sorrindo animadamente, mas congelou quando percebeu que Edward estava ao meu lado.

Em uma fração de segundo o sorriso mais lindo estava decorando seu rostinho e ele vinha correndo em nossa direção. Edward estava pronto para recebê-lo e os dois se enroscaram em um abraço apertado, parecendo que não se viam há séculos.

– Você está aqui! – ele falou contra o peito de Edward.

– Claro que eu estou. – Edward respondeu beijando o cabelo do menino – Precisava assistir você jogar!

– Eu estou te sujando. – Anthony falou saindo do abraço, demonstrando suas roupas suadas, parecendo se sentir culpado.

– Isso não importa. – Edward respondeu e pela maneira deslumbrada que olhava para o filho eu sabia que realmente não importava – Você está se divertindo?

– Estou. – Anthony respondeu como se aquilo estivesse surpreendendo a ele próprio.

– Então volte para lá e vá se sujar mais! Só sairemos daqui quando você estiver completamente acabado! – brincou.

Anthony sorriu, olhou para mim, voltou a olhar para Edward e correu de volta para as outras crianças.

~*~*~*~*~*~

– Querem ajuda para por a mesa? – Anthony ofereceu enquanto entrávamos no apartamento deles, bem mais tarde.

– Você vai direto para o banho, rapaz! – Edward brincou empurrando-o em direção ao banheiro – Quanto mais rápido começar, mais rápido vai terminar e poderemos comer.

Dito isto o menino correu e só fui capaz de observar um flash de cabelos vermelhos.

– O cheiro está bom. – comentei abrindo a primeira quentinha do almoço/jantar que compramos no caminho.

– Eu diria que está ótimo. – Edward falou beijando e cheirando a base do meu pescoço, fazendo com que eu risse.

– Alguém está muito galanteador hoje. – brinquei virando-me para ele.

– Eu só estou feliz. – ele respondeu segurando minha cintura, sorrindo e olhando em meus olhos de uma forma que fazia com que eu quase me perdesse no seu olhar.

– Isso é muito bom. – respondi me permitindo envolver meus braços em seus ombros, só para senti-lo se aproximar mais de mim e unir nossos lábios.

Tentei passar para ele nesse beijo toda falta que sentia dele, já que os breves amassos no colégio não serviam de nada para diminuir a vontade que eu tinha de ter mais e mais dele.

– Dorme aqui hoje. – ele falou quando nosso beijo acabou, mas sua testa se manteve encostada na minha e meus olhos permaneceram fechados – Prometo não abusar de você. Eu durmo na sala e você fica com o quarto. Só não quero te ver saindo por aquela porta hoje.

– Aquela cama é grande demais só para mim. – respondi voltando a unir nossos lábios, tentando mostrar a ele que não me importaria se ele resolvesse “abusar” de mim.

– Realmente? – ele perguntou parecendo um tanto cético – Sabendo que tem um certo garotinho que estaria separado de nós por apenas uma parede?

Fiz uma careta e me afastei um pouco quando a realidade bateu.

Edward, por outro lado, apenas riu.

– Vai acontecer em algum momento, prometo. – ele falou sorrindo antes de me beijar mais uma vez, até que ouvimos a porta do banheiro ser aberta e nos separamos antes que Anthony chegasse até a cozinha.

– Vocês ainda não comeram? – ele perguntou quando viu a mesa posta.

– Estávamos te esperando. – respondi e ele rapidamente veio sentar ao nosso lado.

Comemos enquanto Anthony contava o quão incrível fora seu dia, passando por um adorável instante em que realmente parecia uma criança que gostava de tagarelar sobre suas aventuras. Edward só sabia sorrir e eu mentalmente agradecia à força superior que me fizera encontrar aqueles dois.


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Notas finais do capítulo

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