O que o Acaso Traz escrita por b-beatrice


Capítulo 22
O Lado Bom da Distância


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas!
Demorei, mas aí está o novo capítulo! Espero que gostem!
Beijinhos e boa leitura!



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Ponto de Vista – Bella

Setembro chegou e eu me via ficando cada vez mais próxima da dupla Masen. Após o dia do nosso jantar eu já não ia mais embora quando o relógio apontava 19 horas, esperando Edward chegar para que ele e Anthony me levassem até um ponto de táxi.

Eu só esperava que todo esse gasto com transporte não fosse me chutar ao final desse novo mês.

Era finalmente sexta-feira e eu já me encontrava ansiosa pelo jantar que teríamos hoje à noite. Eu poderia sugerir uma pizza já que era início do fim de semana, quando comida de baixa qualidade era supostamente liberada.

Eu precisava lembrar de perguntar a Edward como ele se sentiria em relação à expor seu filho a alimentos desse nível calórico.

– Senhorita Swan? – falando nele, o próprio surgiu enquanto eu estava na sala dos professores, ajudando a professora Miller a corrigir alguns trabalhos de uma das turmas.

– Sim, senhor Masen? – respondi virando-me para ele e percebendo que ele estava nervoso.

– Eu preciso falar com a senhorita. – ele disse sem ao menos desviar seu olhar para a professora ao meu lado – Se importa de vir até minha sala?

Olhei para a professora ao meu lado, mas ela apenas acenou positivamente antes de eu me levantar e segui-lo.

Chegamos à sua sala e, se não fosse a óbvia tensão que ele estava sentindo eu teria me sentindo tentada a repetir o episódio que aconteceu na última vez em que estive naquele mesmo ambiente, mas como seu nervosismo era gritante minha cabeça começou a girar nos piores cenários.

Alguém da escola descobrira sobre nós dois? Ele estava sentindo alguma coisa? Alguma coisa havia acontecido com Anthony?

– Por Deus, homem! Diga alguma coisa! – implorei sentindo meu lábio inferior arder e só então notei que eu o estava mordendo.

– Eu preciso me desculpar com você. – ele falou passando a mão pelo cabelo já bagunçado e suspirando pesadamente – Eu não vou poder jantar com você hoje.

– É só isso? – alívio me inundou enquanto perguntei.

– Bom... Não. – ele respondeu travando e meu coração voltou a acelerar – Eu preciso te pedir um favor. Eu vou ter que viajar hoje e eu não queria ter que me justificar para os meus tios, mas eu não posso levar Anthony comigo, então eu queria te perguntar se você pode dormir com ele. É só hoje, eu prometo.

– Você quer que eu durma com Anthony. – repeti querendo confirmar.

– Bem... Sim. Se não for te incomodar. Você não precisa dormir com ele. Ele sempre dormiu sozinho. – ele respirou um pouco antes de acrescentar rapidamente – Mas eu entendo perfeitamente se você não puder!

Sem conseguir me controlar, dei um soco em seu ombro.

– Isabella!? – ele exclamou chocado.

– Edward, seu idiota! Não me assuste assim! – gritei precisando desabafar por aqueles breves e infinitos momentos que passei sob a tensão de não saber o motivo para tanto nervosismo – E é claro que eu posso!

– Desculpe. – ele respondeu e um reflexo de um sorriso passou por seu rosto aliviado – Eu devo chegar amanhã mesmo, ao final da tarde, tudo bem?

– Claro. – respondi antes de pensar melhor – Eu só acho que seria melhor se Anthony fosse dormir na minha casa, se estiver tudo bem... Eu preciso fazer uma revisão de leitura e a maior parte do que eu preciso está lá.

– Tudo bem, eu só preciso dar a notícia a ele agora. – ele respondeu voltando a passar sua mão pelo cabelo.

~*~*~*~*~

Anthony levou a notícia muito melhor do que esperávamos, não dando sinal algum de desagrado.

Edward saiu da escola no mesmo horário que Anthony e eu. E como eu não voltava de carona com Angela desde que começara a substituir Sue, tivemos um breve tempo para nós três, sem despertar possíveis suspeitas.

Edward finalizou sua despedida arriscando um abraço um tanto apertado em Anthony, que, após um milésimo de segundo o retribuíra. Foi rápido e simples, mas foi lindo.

Eu queria perguntar a ele o motivo da viagem, mas sabia que ele não queria contar nem mesmo para os tios, então respeitei seu espaço.

Dessa forma, Anthony e eu pegamos o metrô e logo estávamos em casa.

Abri a porta do pequeno apartamento e dei espaço para o pequeno entrar.

– Não tem muita coisa. – falei justificando o pequeno espaço assim que entramos, já que ele provavelmente iria comparar com sua própria casa que, pelo pouco que eu conhecia, era muito bonita e perfeitamente planejada.

– Uau! – ele exclamou quando se deparou com minha estante de livros, que cobria uma parede inteira da pequena sala.

– Gostou? – perguntei rindo de sua carinha surpresa e admirada – Meu pai não estava muito a fim de comprá-la para mim porque ele duvidava que eu teria livros o suficiente para preenchê-la, mas parece que vai acontecer em algum momento.

O móvel realmente estava quase completamente cheio, à exceção de alguns objetos decorativos e porta-retratos.

– São todos seus? – ele perguntou.

– São sim. – respondi ainda rindo de sua emoção – Eu trouxe todos os meus livros de Forks, o que ajudou muito. Grande parte eu comprei para ler para a faculdade, mas a maioria mesmo eu comprei em um sebo que encontrei assim que vim para Nova York.

– Seus pais não colocam os livros deles aqui? – Anthony perguntou olhando diretamente em meus olhos.

– Não, pequeno, eles moram em Forks. É uma cidadezinha no interior de Washington. – respondi deixando minha bolsa no sofá.

– Você mora sozinha? – ele perguntou parecendo ainda mais surpreso.

– Sim. – respondi e vi um olhar de tristeza ou pena passar por seus olhinhos – Por que a pergunta?

– Nada. – ele respondeu rápido. Rápido demais até.

O peguei pela mão e o fiz sentar no sofá enquanto eu me ajoelhava a sua frente.

– Você pode me contar, querido. – falei focando em seus orbes tão verdes, tentando mostrar a ele que eu realmente estava sendo sincera, enquanto mantinha suas duas mãozinhas seguras nas minhas.

– É que quando eu era pequeno e minha mãe precisava de espaço ela me mandou para passar mais tempo na escola, e depois eu fui morar na outra escola e agora eu moro com o meu pai, mas ninguém nunca me deixou sozinho. – ele falava lentamente, como se quisesse se explicar ao máximo possível, mas tivesse medo de me magoar – Deve ser horrível.

– Ninguém me mandou para cá, pequeno. – tentei sufocar a vontade de matar sua mãe ao lembrar dessas crueldades ao mesmo tempo em que queria fazer com que ele se sentisse melhor – Eu vim porque quis fazer faculdade aqui. Às vezes, para isso, a gente precisa sair de casa e ficar longe da família, mas sabemos que poderemos voltar para vê-los nas férias ou quando terminarmos, ou mesmo em um feriado.

– Você acha que a minha mãe vai querer que eu volte a morar com ela quando terminar de estudar aqui? – ele perguntou baixinho e meu peito doeu como nunca havia doído na vida.

– Eu não sei, pequeno. – respondi sinceramente, com uma vontade incrível de torturar aquela mulher que eu nem ao menos conhecia, mas já odiava tanto – O que você quer?

– Eu gosto daqui. – ele respondeu dando de ombros e abaixando um pouco os olhos – É legal ficar com meu pai e meus avós são ótimos! – seus olhos voltaram a subir e havia um sorriso em seu rosto – Até a escola é mais legal, apesar de eu não conhecer muita gente. E eu adorei te conhecer Bella.

– Eu também adorei te conhecer, pequeno. – falei e compartilhamos um sorriso – E nós podemos começar a trabalhar seu aspecto social para você conhecer mais gente!

Meu estômago roncou estragando aquele momento e Anthony riu corando um pouco.

– Sobre isso... Eu provavelmente não tenho nem mesmo um cubo de gelo dentro da validade, então como você se sente sobre pedirmos uma pizza? – perguntei me chutando mentalmente por não ter conversado sobre Edward sobre os alimentos permitidos, mas agora já era tarde demais.

– Pepperoni? – ele sugeriu.

– Deus do céu, garoto, acho que você é minha alma gêmea! – brinquei e Anthony pareceu ficar um pouco confuso, mas preferiu rir a me perguntar o que aquilo significava.

O menino passava tanto tempo comigo que já sabia rir das minhas piadas mesmo sem entendê-las.

~*~*~*~*~

Enquanto esperávamos pela pizza fizemos uma espécie de “tempo de leitura”. Enquanto eu lia para a faculdade, Anthony lia um livro que havia pego na biblioteca da escola.

A pizza chegou e Anthony fez questão de me ajudar a recebê-la e carregá-la para dentro.

Ele estava colocando a caixa sobre o balcão da cozinha quando uma ótima ideia passou por minha cabeça.

– Por que não comemos assistindo um filme? –perguntei apontando para a televisão em frente ao sofá.

– Mas nós teríamos que comer no sofá. – ele argumentou e apenas arqueei uma sobrancelha aguardando seu próximo argumento, que me trouxe uma sensação de déjà-vu – Isso não é normal.

– Vamos abrir uma exceção! – respondi piscando para ele, resistindo à vontade de rolar os olhos.

– Tudo bem. – ele respondeu após algum tempo parecendo considerar a proposta.

Agradeci aos céus por estar passando um filme infantil qualquer na televisão e foi exatamente assim que aproveitamos nossa pizza.

O filme estava na última cena quando meu telefone tocou e saí da sala para atendê-lo sem atrapalhar Anthony.

– Alô? – atendi com um pequeno sorriso após ter visto o nome na tela.

– Atrapalho? – Edward perguntou do outro lado.

– Não, estávamos terminando de assistir um filme qualquer. – respondi, lembrando da importante questão anterior – Você me odiaria se eu confessasse que alimentei seu filho com pizza?

– Não. – ele respondeu rindo – Se bem que, se for um sabor que eu gosto posso ficar chateado por não estar participando.

– Nós podemos repetir outro dia. – sugeri sem saber se ele iria querer remarcar o jantar que supostamente teríamos hoje.

– Sobre isso, eu ia te perguntar se você vai estar muito ocupada amanhã. – ele falou parecendo ansioso – Nós poderíamos ter nosso jantar à três, se você não tiver nada melhor para fazer.

– Não, eu não tenho nada melhor para fazer. – respondi.

– Bom. – ele respondeu e tivermos um breve momento de silêncio – Eu poderia ir direto para sua casa amanhã, se você não se importar.

– Eu não me importo. – respondi provavelmente rápido demais – A que horas você deve chegar?

– Por volta de 17h ou 18h... Seria ruim para vocês? – ele perguntou parecendo inseguro.

– Não, acho que podemos trabalhar com isso. – falei sorrindo.

– Como Anthony está? – ele perguntou e me pareceu que, apesar da ansiedade em nossa conversa, essa era a principal pergunta que ele queria fazer.

– Bastante calado e lendo bastante como sempre. – brinquei – Mas ele foi alimentado e está vendo um filme que não deve demorar muito para acabar.

– Você acha que vai atrapalhá-lo se ele vier falar comigo? – ele pediu voltando a parecer inseguro.

– Anthony? Você quer falar com seu pai no telefone? – chamei afastando o telefone por alguns instantes e em um piscar de olhos o menino estava ao meu lado.

– Alô? – ele respondeu parecendo tímido, mas eu podia ver claramente o sorriso em seus lábios.

– Tudo bem e você? Nada demais, só vendo um filme. Não, os créditos já estavam prestes a subir. Sim, seria ótimo! Tudo bem, não tem problema. Até amanhã. Boa noite. – Anthony fazia breves pausas a cada frase, provavelmente escutando o que Edward respondia e eu estava prestes a pegar o telefone de volta, achando que eles tinham terminado quando a última frase veio – Eu sinto sua falta também.


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Notas finais do capítulo

Aguardo os comentários de vocês para saber o que acharam!
Beijinhos!



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