O que o Acaso Traz escrita por b-beatrice


Capítulo 19
Um Dia Qualquer


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas!
Desculpem pela minha ausência! Como eu tinha combinado no grupo, finalmente estou postando o capítulo! Eu planejava postar um maior, com mais informações, mas lembrei que quanto maior o capítulo mais partes passam despercebidas então resolvi deixar assim.
Mais uma vez vou agradecer a todas vocês pelo carinho e por continuarem comentando! Vamos aproveitar que minhas aulas começam segunda e, quem sabe, ainda consigo postar um capítulo no meio dessa semana?
E o agradecimento mais especial a Leidi! Amei a recomendação, querida! Mil vezes obrigada, não só por ela, mas por todas as vezes em que você me ajudou!
E agora, boa leitura!



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Ponto de Vista – Bella

Eu gostaria de dizer que após aquela conversa em que ambos esclarecemos nossos lados da questão tudo voltou ao normal e vivemos felizes para sempre, mas não foi o que aconteceu.

A sensação de estranheza continuou, pelo menos para mim.

– Então, o que acontece agora? – Edward perguntou me olhando como se eu soubesse a resposta.

Eu já estava me parabenizando mentalmente apenas por conseguir ter juntado mentalmente as diversas personas Sr. Masen, pai de Anthony e o homem com quem eu vinha tendo alguma coisa em apenas um ser e finalmente conseguir defini-lo apenas como Edward.

– Por que não deixamos tudo como está? – perguntei optando pelo caminho mais fácil e recebi apenas um arquear de sobrancelhas – Eu quero dizer, eu continuo cuidando do Anthony, nós continuamos trabalhando como se nada estivesse acontecendo e vemos no que dá a partir de agora. É mais fácil do que tentar explicar para ele o que aconteceu.

– Nós não podemos continuar nos encontrando daquela forma na escola. – ele falou sério.

– Eu não disse que faríamos isso. – rebati, afinal a última coisa que eu precisava agora era voltar a ceder aos seus encantos.

– Bom, mas por outro lado, eu não quero deixar isso de lado. – meu coração falhou uma batida, pois isso era justamente a última coisa que eu esperava que ele dissesse – Eu proponho um encontro. Dois na verdade! Dois encontros por semana, fora da escola, apenas para conversarmos e vermos no que isso vai dar.

Edward ia falando rapidamente e percebi que ele estava perdendo a razão.

– Edward, você não pode! – cortei antes que essa loucura fosse ainda além – Quero dizer, o que você pretende fazer com Anthony enquanto isso?

– Eu nunca disse que estaríamos sozinhos. – ele respondeu dando de ombros e com um pequeno sorriso torto em seus lábios – Não sairiam duas palavras se estivéssemos...

Logo após isso, Anthony reapareceu após seu cochilo revigorante e senti uma mistura de alívio, por ter minha deixa para ir embora, com um certo desconforto porque no fundo eu queria poder ter ficado um pouco mais.

Me contentei com o fato de tempo era algo que teríamos bastante, dispensei os diversos oferecimentos de carona e finalmente parti para o meu pequeno apartamento, onde me recolhi mais uma vez aos meus pensamentos, só para novamente não chegar à conclusão alguma.

Ao menos eu lembrei de ligar para os meus pais, voltei a convencer minha mãe de que não havia namorado algum e fui dormir rezando para que meu aniversário não demorasse a chegar para que eu pudesse matar logo as saudades que eu sentia dos meus pais, por mais que eu não quisesse admitir.

Só mais duas semanas.

~*~*~*~*~*~*~*~

A segunda-feira chegou mais rápido do que eu gostaria, mas pelo menos a manhã foi curta.

Alice estava tão focada em me falar mais e mais sobre a última fofura que Jasper fizera para ela que não perguntou sobre meu fim de semana, ou mesmo sobre meu novo emprego, se satisfazendo apenas com o conhecimento de que Harry estava indo bem.

Não que ela tivesse muito o que perguntar, na verdade, já que eu mantivera apenas para mim o fato de que eu conhecera uma criança que estava tocando meu coração, ou mesmo sobre minhas furtivas escapadas com o Sr. Masen.

Bendita discrição que me poupa de fofocar sobre minha própria vida.

Para melhorar ainda mais o meu dia, uma das professoras precisou sair cedo, então me deixou aplicando um teste surpresa e, em menos de meia hora a turma inteira já havia entregado e tive o restante daquele tempo para mim.

Fui alimentar meu vício em café enquanto descansava no maravilhoso sofá da sala dos professores, mas quando entrei o objeto do meu desejo já estava ocupado. Maravilhosamente ocupado, na verdade, pelo homem dos meus desejos perfeitamente largado sobre ele.

Nós não havíamos tido qualquer tipo de comunicação no dia anterior e eu não sabia se um novo dia teria alterado nosso combinado, então resolvi adotar a atitude mais neutra que eu conseguisse.

– Tendo um dia ruim? – perguntei chamando sua atenção e ele rapidamente se ajeitou, sentando-se corretamente.

– Não mais que qualquer outro. – ele respondeu virando-se para mim e me oferecendo um leve arquear de sobrancelhas antes de continuar – E você está aqui porque...?

– A turma teve um teste rápido, então estou com o resto do tempo livre. Sabe, tem um idiota que implica comigo quando venho para cá, mas como não o encontrei nos corredores achei que era seguro. – respondi dando de ombros enquanto escolhia um café na máquina.

– E esse idiota alguma vez citou algum possível motivo para a implicância? – ele perguntou entrando na brincadeira.

– Ele diz que é um lugar apenas para professores e, já que eu sou apenas uma estagiária não deveria estar aqui, mas eu mesma já o vi aqui algumas vezes e tenho certeza de que ele não é um professor, então acho que essa regra não está muito clara. – respondi indo sentar ao lado dele, guardando uma distância segura para que meus instintos de me jogar sobre ele permanecessem controlados.

– Talvez ele seja aquele que faz as regras. – ele comentou me olhando de uma forma que me fez esquecer de provar o café.

– Eu não saberia dizer. – respondi mantendo nossos olhares unidos – Ele é?

– Não. – ele respondeu rindo sem muito humor e o encanto foi momentaneamente quebrado.

– O que você é? – perguntei antes que eu conseguisse me segurar – Quero dizer, eu sei que você é um superior e que provavelmente nunca deu aula, mas acho que ninguém sabe exatamente a minha função.

– É isso mesmo. – ele respondeu e fiquei tentando entender o que aquilo significava – Ninguém sabe exatamente a minha função. Eu estou aqui meio que como um favor à minha família. Eu tinha acabado de terminar a faculdade de administração quando a briga com a mãe de Anthony começou e ficou resolvido que ele viria morar comigo. Meu tio conseguiu o emprego aqui para mim porque eu não queria ir trabalhar na empresa da família. Ele e minha tia sempre se interessaram por esse lugar, eu e meus primos estudamos aqui. No fim das contas, no entanto, eu sou meio que um peso morto então eu fico com o trabalho que ninguém quer fazer e, particularmente, minha formação não focou nem por dois minutos em administração escolar, então na maior parte do tempo eu só fico perdido.

– Não faz sentido. – comentei – Por que eles mantém você se não está ajudando em nada? Por que você não foi trabalhar na empresa do seu tio se seu foco está mais aproximado do trabalho feito lá?

– Meus tios já fizeram muito por mim. – ele falou suspirando – Eu precisava caminhar com minhas próprias pernas um pouco, mesmo que seja para passar por isso aqui. Eu não quero continuar sendo o peso morto que eles carregam. E, já que eu não sou de grande valor, não acho que vou ser mantido aqui por muito mais tempo, mas eu só quero ir trabalhar lá quando eu sentir que realmente tenho algo a acrescentar.

– Será que eu posso te perguntar por que você vivia com seus tios? – perguntei sem saber ao certo se isso seria ultrapassar os limites dele.

– Meus pais faleceram quando eu tinha 5 anos. – ele respondeu me chocando.

– Oh meu Deus! – exclamei sem saber o que dizer sobre isso – Deve ter sido horrível.

– Foi, mas foi estranho também. – ele respondeu pensativo – Em um instante estamos os três no carro, indo para um passeio qualquer e no instante seguinte eu acordo em um quarto de hospital apenas para descobrir que meus pais não sobreviveram e que por algum milagre eu não tinha sequela alguma do acidente. Tia Esme chegou no dia seguinte e fez tudo o que pode para que eu me sentisse bem, mas a única coisa que eu queria eram os meus pais novamente. Acho que eu nunca cheguei a agradecer a ela por ter ficado o tempo todo comigo.

– Eu não acho que ela fizera isso esperando algum agradecimento. – falei olhando para ele em sua postura triste.

– Não, eu acho que não. – ele respondeu rindo sem humor.

Me aproximei dele e passei a mão por seus cabelos, que apesar de rebeldes eram incrivelmente macios. Para minha felicidade, ele aceitou meu toque, chegando ainda mais perto.

– Eu sinto muito. – sussurrei enquanto nos aproximávamos ainda mais.

– Já passou. – ele respondeu encostando sua testa na minha e não resisti a usar minha mão que estava em seu cabelo para trazer seu rosto em direção ao meu, finalmente unindo nossos lábios.

Parecia que havia uma eternidade desde a última vez que eu sentira seus lábios, mas ainda assim, dessa vez não foi corrido nem desesperado. Ao contrário disso, foi muito doce. O que foi estranho para nós, mas de uma maneira boa.

Era como se seus lábios estivessem acariciando os meus, fazendo questão de prestar atenção em cada sensação que o toque deles nos faziam sentir. Sua mão acariciou meu rosto e eu não conseguia lembrar de me sentir tão querida.

– Que tal comida chinesa para o jantar de hoje? – ele perguntou quando o beijo se quebrou, mas nossas testas permaneceram coladas e nossas mãos continuaram onde estavam.

– Parece bom. – respondi ainda embriagada com as sensações recentes e logo recebi um selinho.

– Que tal às 19h? – ele perguntou e acenei brevemente antes de um novo beijo – Vou colocar a culpa no atendente do drive thru se eu me atrasar.

Comecei a rir antes que tivéssemos a chance de começar mais um beijo e o sinal tocou anunciando o início do intervalo e imediatamente nos separamos.

– Eu preciso ir. – falei levantando e ajeitando minha roupa.

– Te vejo mais tarde. – ele falou sorrindo não resisti a me abaixar para lhe deixar um último selinho antes de ir para o refeitório procurar Angela, quase colidindo com um professor que estava para entrar na sala dos professores enquanto eu saía.

Senti a adrenalina dar uma volta em meu sangue enquanto pensava nos problemas que viriam se fôssemos pegos aos beijos naquela sala e, por mais que eu não quisesse admitir, a sensação de estar fazendo algo proibido era boa.

Passar tanto tempo com crianças e adolescentes definitivamente não estava me fazendo bem.

Só me restava torcer para que essas sensações valessem a pena.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que o capítulo não ficou muito grande em questões de número de palavras, mas tem bastante informação para ser analisada, por isso não quis acrescentar mais coisa. Espero que vocês gostem!
Aguardo os comentários!
Beijinhos!



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